Furacão

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Antes de abrir os olhos Vivian percebeu algumas coisas ao seu redor: Uma máquina de batimentos cardíacos apitava pausadamente, estava respirando por oxigênio e havia uma agulha enfiada em sua mão. Abriu os olhos sem entender o que havia feito ela parar num hospital.

— Mãe! Você acordou! — disse Pétula aliviada.

— O que eu estou fazendo aqui? Disse que estava me sentindo bem, e o seu tio onde está?

— Você desmaiou, quase nos matou de susto, trouxemos você para o hospital e depois de diagnosticada podemos fazer nosso passeio sossegadas. Amanhã, lógico. —brincou a filha. — O tio Zig foi lá fora tomar um café e falar com o médico.

— Já fui e já voltei. — disse Zigmunt entrando no quarto.

— E então? Qual o veredito? Quando saio?

Zigmunt endireitou-se e pigarreou um pouco antes de responder, a irmã percebia pelo seu jeito que havia acontecido alguma coisa e ele não sabia como lhe contar.

— Bom, os médicos estão esperando o resultado de alguns exames antes de liberá-la.

— Mas ela está bem tio?

— Sim Petty, sua mãe está bem.... É que ...

— Zigmunt! — a irmã falou séria. — O que está havendo?

— Petty, pode chamar o médico e avisar que a sua mãe acordou? — Pétula sabia que o tio queria apenas ficar a sós com a irmã e resolveu deixá-los, qualquer coisa que estivesse acontecendo saberia logo. Sabia que a sua mãe estava bem e isso a deixava mais tranquila.

Assim que a sobrinha fechou a porta ele disse:

— Vivian eu confesso que não sei muito bem como ter essa conversa. Não passei por isso da primeira vez...

— Primeira vez? Zig, por favor o que está havendo? Estou com algo sério? Por isso pediu a Pétula para sair?

— Não! Graças a Deus não! É que eu conversei com o médico e ele me disse algo que...

— ZIGMUNT!!!

— Quando perguntei a ele se estava bem ele respondeu: "Sim, a mãe e o bebê estão bem". — Zigmunt disse de uma vez o que lhe afligia.

— O quê? — a cabeça de Vivian rodou. Depois de tantas coisas que ela e a filha haviam passado nos últimos meses que não percebeu o que estava acontecendo com ela mesma.

Nos últimos meses de vida de Robert, Vivian tirou para realizar todos as vontades do marido, uma delas foi a de lhe dar um filho. A lembrança daquela tarde lhe vinha a cabeça e lhe aquecia o coração.

Robert havia sido liberado da quimioterapia para que enfim pudesse passar o resto de vida que lhe restava em paz, apesar do tratamento pesado que havia passado, Robert estava em boas condições, abatido e mais magro, mas conseguia realizar suas atividades diárias sem a ajuda de ninguém. Assim, na mesma noite levou Vivian para jantar no seu restaurante francês favorito.

— Robert, você saiu do hospital hoje, devíamos deixar esse jantar para outro dia não acha?

— Amor, acho que não estou numa posição em que posso deixar as coisas para outro dia não é mesmo? — ele disse sorrindo. Vivian ficou sem jeito, mas soube que o que ele disse não foi para ofendê-la. Tiveram um jantar maravilhoso como há muito tempo não tinham, Vivian quase esqueceu de que seu companheiro estava doente e que ia morrer.

Assim que estacionaram o carro na garagem de casa, Robert percebeu que Vivian estava chorando.

— Meu bem, olhe para mim. — Robert disse segurando o rosto da esposa nas mãos. — Eu quero que você seja forte e que me ajude. Tenho pouco tempo aqui e quero viver os melhores dias da minha vida com você, antes de ir para sabe-se lá pra onde. — deu um sorriso terno. — Não quero que pense no que vai acontecer, apenas que viva cada segundo comigo. Pode fazer isso?

Naabot mo na ang dulo ng mga na-publish na parte.

⏰ Huling update: May 12, 2019 ⏰

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