O Que o Espelho Diz - A Rainh...

By MeewyWu

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Capa Atual: Foto de Alice Alinari, instagram: alice_alinari A Rainha da Beleza: O que o Espelho Diz. Bethany... More

Epígrafe
I - Alianças Diferentes
II - Um fantasma no Palácio
III - O Conselho Real
IV - Informação Vazada
V - Palácio de Verão e Vidro
VI - Chuva de Cristais
VII - Vidro Embaçado
VIII - Protetora de Paris
IX - Cavaleiro de Prata
X - Teia de Veludo Vermelho
XI - Carvão e Metal
XII - Ilusões Refletidas
XIII - Prismas
XIV - Retinta
XV - Sonhos de Marfim
XVI - Espadas de Madeira
XVII - Floresta de Esmeraldas
XVIII - Penas Prateadas
XIX - Corpos e Fantasmas
XX - Rios de Sangue
XXI - Palácio de Ferro
XXII - Cartas à Morte
XXIII - A espada vermelha
XXIV - Claro como Cristal
XXV - Coroa de Ossos
XXVI - Sapatos Brilhantes
XXVII - Segredo Americano
XXVIII - Posição Política
XXIX - Arte da Guerra
XXX - O Que o Espelho Diz
Epílogo
O Que o Espelho Diz - Por Meewy Wu
AESTHETICS

Prólogo

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By MeewyWu

Tarde do Aniversário de Isabel Venezza.
Durante a Reunião do Conselho Real.

-Bethany - Napho pegou uma folha da parede de folhas que sombreava a parte onde estávamos do jardim, olhando fixamente para ela - O que sabe sobre mim?

-Você é o embaixador inglês - falei confusa, tentando acompanhar seus passos com meus sapatos enterrando-se na terra - Napoleon. Você já esteve em todos os lugares, menos na Suíça. Já fugiu de um casamento. Gosta de Livie.

-Eu amo Livie, Bethany. E sim, já fugi do meu próprio casamento - ele concordou sorrindo, e então ficou muito sério soltando a folha - E se eu dissesse que o resto do que sabe sobre mim é inteiramente mentira?

-O que? - parei de andar, encarando ele. Meu coração acelerou por algum motivo eu achava que estava em perigo. Eu achava que deveria correr. Mas Napho não me machucaria, não é? Mesmo que ele tivesse pedido para me encontrar quando todos estavam ocupados com a festa ou a reunião.

-Não sou inglês Bethany, e na verdade estive na Suíça algumas vezes - ele seguiu andando, fazendo sinal para que eu o seguisse - Meu nome realmente é Napoleon, e eu sou realmente um embaixador. Mas não da Inglaterra...

-Mas o seu inglês é - engoli em seco, arregalando os olhos com o que estava estampado na cara dele - perfeito.

-Sim, ele é. O país onde nasci também fala inglês. - ele assentiu, dando um passo na minha direção - Eu fui enviado para Eurásia para procurar uma garota, enviada pelos mares quando as duas grandes Américas guerreavam. Ela precisava ser escondida e mantida em segurança, mas seu navio naufragou. Sua protetora adoeceu antes de chegarem à costa da Inglaterra, e morreu pouco após serem separadas. A criança foi enviada para um orfanato que pegou fogo em uma cidade que pegou fogo. A criança deveria estar morta.

Ele deu outro passo em minha direção - Então minha missão mudou, para espionar o governo da Rainha Lenna. Descobrir se estavam dispostos a abrir-se a ideia de paz e aliança, e descobrir como se mantinham firmes mesmo com todos os horrores que ouvimos sobre eles - ele continuou, olhando para cima por um minuto - E então descobri que as musas não eram o que nos era contado, como prisioneiras da vaidade da rainha. Eram garotas felizes, livres e talentosas, e entre elas uma tinha o mesmo rosto da mulher de quem fugi no altar.

-Como? - pisquei assustada. Era possível que ele estava delirando.

-O mesmo rosto de Cordelle. Que possuía o mesmo rosto da irmã, a falecida rainha Abela - ele continuou, andando em minha direção - O rosto da criança perdida entre a Inglaterra e a Suíça, que deveria ter morrido em um incêndio. O rosto que alguma forma se salvou e conquistou o coração do príncipe da Eurásia.

-Quem é você? - não foi uma pergunta, percebi. Foi uma ordem.

E por também saber disso, ele sorriu.

-Eu sou o embaixador do rei Florence, soberano do império das três Américas - ele estufou o peito, parecendo perder um grande peso nos ombros por enfim revelar isso - Enviado pela Duquesa Marise de Washington para procurar por sua neta a muito perdida - perdi a fala quando então ele se curvou diante mim - E você, Bethany, é Gwendoline Arabella Margareth Johnson, princesa herdeira do império das três Américas.

Engasguei - Você está delirando!

-Sei que deve ser algo difícil de entender... De se aceitar - ele se levantou, abrindo uma pasta que carregava - Eu precisava das provas antes de lhe contar. Precisei recolher seu DNA e mandar para analisar junto ao de sua avó, tia, pai e irmão. Tenho os resultados. Tenho fotos também.

Eu estava hiperventilando. Estava hiperventilando enquanto ele sequer calava-se ou parava de empurrar a pasta em meus braços. Minha cabeça doía, repetindo o mesmo refrão de novo e de novo, daquela maldita música que me dizia que ele falava a verdade.

"E eu vou navegar para bem longe daqui, e para a América voltar".

Eu me peguei passando as fotos, de mulheres que pareciam comigo de uma forma absurda, e então por fotos de uma mulher mais velha, um homem com uma coroa e um rapaz loiro e sério. Não conseguia deixar de olhar para ele.

-Este é seu irmão, o príncipe Christopher - ele falou, delicadamente, enquanto eu passava para a última foto - E esta é sua mãe, a Rainha Abela, na noite em que teve que deixa-la partir.

Ela era eu - era eu com uma coroa brilhante, lágrimas e uma criança nos braços. E eu era a criança, com cerca de dois anos talvez. - Isso é impossível. Eu tenho dezenove anos, as datas estão erradas...

-As datas estão certas. Você não tem dezenove Bethany, está a seis meses de fazer vinte e um - Ele estendeu a mão para a pasta, mas eu simplesmente precisava me agarrar aquilo. Precisava que continuasse em minhas mãos como uma prova de que aquilo como um todo era real - Por isso precisava contar a você. Por que se quiser seu trono, você ainda pode reivindica-lo. Se Fox não a escolher, ou se você decidir que não é esta a vida que quer, pode ir para a casa sem nunca precisar ser rainha. Pode deixar que seu irmão reine e viver com sua família.

Família. Parecia quase uma palavra estrangeira. Minha cabeça giravam lembranças e explosões e gritos. Eu lembrava de uma mulher correndo comigo no colo em meio às explosões. Eu lembrava dela nos escondendo em um beco cantando nervosamente.

As lembranças turvas de uma criança de dois anos de idade. Eu lembrava de passar mal em um bote salva vidas, com outra mulher cantando a mesma música.

"E eu vou navegar para bem longe daqui, e para a América voltar".

-Eles sabem que eu estou viva? - perguntei. Ele pressionou os lábios, sem saber o que falar - Minha mãe sabe que estou viva, Embaixador?

Ele deu um passo para trás. Não pretendia que o título soasse como ofensa, mas sabia que havia soado assim que saiu da minha boca.

-Sua mãe morreu alguns anos de você partir - ele fechou os olhos, evitando me encarar - Ela deu a luz ao seu irmão poucas semanas depois de você ter partido, e tão logo que ele saiu de dentro dela foi enviado para o ponto mais seguro da América do Norte. Que também era o mais distante dela. E então, ela soube que você havia desaparecido. Ela entrou em depressão sem os filhos e caiu morta no seu quarto de bebe, Bethany.

-Christopher... Meu irmão... - parecia estranho falar aquelas palavras, como se eu o conhecesse - Nunca conheceu minha mãe?

Ele negou.

-Alguém sabe que estou viva? - perguntei, mais calmamente.

-Apenas a sua avó - ele revelou, e depois pensou por algum tempo - Se estiver feliz, Bethany, realmente feliz. Ou se não achar que precise desta outra vida, ela irá entender. Se você não quiser, ninguém precisa saber.

Uma das portas da sacada dos andares mais altos se abriu, e Fox saiu de lá segurando o parapeito da sacada e olhando para cima. Tina saiu em seguida atrás dele, e então entrou e ele ainda estava lá, na luz do sol onde eu podia vê-lo das sombras onde ele não podia me enxergar.

Se eu partisse, eu seria a rainha que Fox que lutou para que eu não fosse. Se eu partisse, eu seria Gwendoline Arabella Margareth Johnson, princesa herdeira do império das três Américas. Teria uma família. Se eu ficasse eu seria a Bethany. Eu teria meus livros, risos e silêncios. Eu teria Alicia, Isabel e as outras meninas. Eu teria a minha família.

De ambos os modos eu não teria uma mãe. Mas do último, eu tinha minhas irmãs.

Eu poderia ver Fox casando-se com outra e governando do jeito que eu sabia que faria, eu podia ver o final feliz de Apolo e Alicia, eu poderia não ser ninguém na história e deixar que o mundo seguisse seu curso natural sem que Christopher tivesse que se preocupar com uma ameaça ao seu trono, ou a Eurásia se preocupar com a América sabendo todos os seus segredos de repente.

-Meu lugar é aqui - falei para Napho, que assentiu e não falou mais nada, enquanto de onde estávamos ouvíamos Fox bater com força a porta da sacada ao entrar - E o seu?

-Se você ficar, eu ficarei - ele curvou a cabeça de leve - Minha espada e mente são suas pelo resto da vida Bethany. Não por sangue ou casamento, mas por que diversas vezes você provou que merece.

-Você tem outra razão para ficar - o lembrei, e ele deu um sorriso triste.

-Meu coração tem - ele confirmou - Mas não é um motivo bom o bastante para minha razão, ou para a sua avó.

Ele se afastou então, me deixando sozinha nas sombras. Ele não perguntará meus motivos, então me perguntei o que escreveria quando contasse a minha avó a minha decisão. Era estranho pensar que aquela mulher poderosa, esguia de cabelos brancos das fotos era minha avó.

Eu esperava que meus motivos fossem bons o bastante para minha razão, ou para ela, caso um dia ela soubesse destes.

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