50 Tons de Uma Cicatriz

Від PudinzinhoAzul

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::: Descrição ::: Ana teve sua vida virada do avesso após a perda de seus pais. E agora tendo que morar com o... Більше

Sobre a História
: Prólogo :
::: Capítulo 1 :::
:::: Capítulo 2 :::
::: Capítulo 3 :::
::: Capítulo 4 :::
::: Capítulo 5 :::
::: Capítulo 6 :::
::: Capítulo 7 :::
::: Capítulo 9 :::
::: Capítulo 10 :::
::: Capítulo 11 :::
::: Capítulo 12 :::
::: Capítulo 13 :::
::: Capítulo 14 :::
::: Capítulo 15 :::
::: Capítulo 16 :::
::: Capítulo 17 :::
::: Capítulo 18 :::
::: Capítulo 19 :::
::: Capítulo 20 :::
::: Capítulo 21 :::
::: Epílogo :::
::: Extra :::

::: Capítulo 8 :::

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Від PudinzinhoAzul

::: Capítulo 8 :::

"Todo mundo que você encontra está lutando uma batalha sobre a qual você não sabe nada. Seja gentil sempre."


×××


: 25 de maio de 2020 :

_ Não acredito que você vai continuar me recusando na cara dura - Mia resmungou quando a aula de educação física acabou.

Ana coçou a cabeça e desviou o olhar para o relógio em seu pulso, já estava na hora de buscar o Teddy.

_ Desculpe, Mia, mas eu não posso mesmo.

_ Leva o Teddy, ele é um amorzinho - insistiu a outra.

Ana se virou para a mesma e segurou firme a mochila em seu ombro, não daria tempo de trocar de roupa, a aula acabou mais tarde e ela precisava buscar Teddy sem atrasos.

Não era porque seu tio não estava por perto que ela não sentia a presença dele lhe dizendo com rispidez e uma calma controlada: sem atrasos.

_ Eu vou pensar - disse apenas para Mia para de insistir.

_ Sério!? - a garota deu um pulinho de alegria e surpreendendo Ana a abraçou.

A morena continuou paralisada, sem saber o que fazer ou o que sentir, era estranho de qualquer forma, até que Mia a largou e a garota pôde voltar a respirar.

_ Ta', tchau - Ana falou e então se virou em duração ao estacionamento sem esperar resposta.

A garota buscou Teddy na creche e o levou direto para casa, trancando a porta principal assim que entrou e levando o menino para o quarto.

Às vezes Jack fazia aquilo, passava uma noite fora, deixando Ana e Teddy sozinhos em casa, deixando a garota ter uma noite respirando. No começo era como uma coisa que Ana ansiava, mas depois de um tempo se tornou uma noite comum. Mesmo com Jack longe, ela não tinha nem um mínimo de coragem em não fazer tudo o que ele queria.

_ Mama - Teddy resmungou com o seu patinho de borracha na boca.

Ana o havia colocado na banheira de seu quarto, depois do jantar, e sentou ao lado com o livro de literatura que a Prof.ª Talbot pediu para ler para o semestre.

Mama..

Aquela era uma das coisas engraçadas e inteligentes em Teddy. Ana nunca ensinou o menino a chamá-la daquele jeito, mas provavelmente com tantas desenhos que via, Teddy simplesmente a escolheu daquela forma, afinal, ela cuidava dele, o amava incondicionalmente. Ela era sua mãe. A garota não se opôs, gostava daquela dependência que sabia que Teddy tinha sobre si. Era o importante de tudo, era o que a mantinha ali, de pé.

_ Oi, amor - a morena deixou o livro de lado e se virou para o bebe que agora sorria para si com seus tres dentinhos.

Era isso: atenção. Teddy era mimado ao extremo e gostava de atenção máxima sempre.

_ Eu estou aqui - ela sussurrou para ele, fazendo um carinho em seu cabelo molhado.

La embaixo a companhia tocou duas vezes seguidas, e Ana franziu o cenho imaginando quem era.

A garota continuou parada e então a campanhia tocou novamente, seguido de um grito alto de Mia.

_ Ana!

A morena arregalou os olhos, sabia bem para o Mia estava chamando- a.

Por que era tão difícil de entender? Ela não podia ir, havia dito o dia inteiro!
Mia não sabia o quanto era difícil tudo aquilo para Ana.

A garota pegou o roupão de Teddy e o enrolou como pôde, recebendo uma risada do mesmo enquanto descia rápido as escadas em direção a porta principal, porém, ela paralisou quando parou de frente para a madeira.

"Nunca abra a porta para ninguém que não seja eu."

Era uma das regras claras de Jack.

Jack era bom naquilo: em ditar as regras. E Ana se achava boa em segui-las. Para alguém que nunca fora acostumada a receber um não, ela se achava incrível em nunca desobedecer Jack por mais absurdo que fosse. Talvez porque era sua natureza ser daquela forma, obediente, dócil... Submissa. Ou talvez fosse Jack quem fizera aquilo com ela , o homem era um dominador nato, um verdadeiro ditador que fazia Ana obedecer até mesmo sem ordens pronunciadas. Mas sempre por medo, nunca fora respeito como ele queria ter. Aquilo Ana nao daria a ele.

Não depois de tudo o que ele mostrou ser, do monstro que era.

A garota abriu a porta em seguida, segurando Teddy com firmeza nos braços.

_ Você pensou? - Mia disparou.

Ana abriu a boca mas a garota a interrompeu.

_ Você tem que levar o Teddy, mamãe está louca para vê-lo e disse que não aceita um não como resposta - ela disse firme - Nao é, pinguinzinho - brincou com Teddy.

_ Eu não sei, Mia, Teddy acabou de sair do banho...

_ É só colocar uma roupa nele. Por favor, Ana, vai ser divertido!

Ana quebrou a regra de nunca abrir a porta para ninguém, ela queria mesmo quebrar mais uma regra? Não importava se Jack não estava lá, ele iria saber. Ele sempre sabia de tudo.

Mas até que não foi um bicho de sete cabeças como Ana estava esperando, todos paparicavam Teddy e como o bebê exibido que ele era, gostava de toda a atenção que recebia.

E a casa não era nem um pouco como a sua, fora completamente reformada, a única coisa que continuava ali era sua casa na árvore, bem perto do pequeno lago na parte de trás do Jardim.

Todos estavam no jardim perto da piscina, havia poltronas grandes e confortáveis espalhadas por ali. Ela não tinha piscina quando morava ali.

Ana havia deixado Grace pegar Teddy e se afastou um pouco, respirando o ar livre e admirando o bonito jardim da casa enquanto Teddy era o centro das atenções. Ele realmente havia ganhado a todos.

A garota mirou Mia brincando com o bebê no colo de Grace, quando sentiu alguém ao seu lado.

_ Oi - Ana cumprimentou.

A morena ainda se surpreendia com Christian, como ele era bonito e ao mesmo não era o tipo de garoto que se exibia.

Ela gostava dele.

Putz, ela gostava de verdade!

E nem se lembrava mais de como era aquela sensação, a sensação de gostar de algo por gostar mesmo.

_ Teddy sabe como conquistar as pessoas - Christian brincou.

Ana sorriu de lado e continuou mirando o bebê, mostrando a todo momento que ainda estava ali e ele não precisava chorar.

Mas não durou muito tempo, tendo Christian de repente segurando sua mão.

Seu coração disparou e as palavras se atropelaram.

_ Espera, eu preciso ver o Teddy... - ela murmurou enquanto puxava sua mão.

_ Por que você é tão diferente? - ele questionou antes que a garota pudesse se virar.

Ana mordeu o lábio inferior e pressionou a mão na própria coxa, ainda sentindo a formigação no lugar em que Christian a tocou.

_ Diferente como? Eu não sou diferente - ela respondeu num tom baixo, mirando o lago no meio do jardim.

_ Não é? Você nem parece ter dezessete anos, está sempre fazendo a coisa certa como se fosse morrer se algo desse errado - Christian acusou.

Ana engoliu em seco e o olhou de relance.

_ Eu gosto das coisas certas - murmurou.

_Você gosta ou tem que fazer tudo certo? - ele se aproximou mais, os ombros ate chegaram a se tocar antes de Ana se afastar o tanto que ele se aproximou. - Qual é o problema? Isso não  é normal - ele falou indicando o fato dela ter se afastado. - Eu sei que não é só comigo, você se afasta de todo mundo, nunca olha nos olhos e parece estar sempre pensativa, como se precisasse se concentrar em tudo o que faz até na coisa mais simples - ele comentou.

Ana não percebeu, mas estranhamente seus olhos estavam cheios d'água, como se Christian jogar aquelas verdades em sua cara fossem facas em seu coração. Porque eram mesmo verdades, eram coisas que ela fazia e não  podia parar. Ela nunca poderia. Ela não  podia ser "normal", não  podia ser uma adolescente que tira C em matemática e sai as sextas com os amigos. Ela nem podia ter amigos.

Ela precisava se concentrar em lembrar de cada pequena coisa que tinha que fazer, precisava fazer certo e perfeito. Não tinha tempo de ser normal.

_ Eu só sou assim - ela sussurrou, virando-se para o outro lado quando sentiu de repente uma lágrima quente escorrendo por sua bochecha.

_ Ei, me desculpa, eu não  quis... - Christian pegou sua mão novamente e a virou para ele, de tão próximo os corpos se tocaram levemente.

Ana o encarou, a visão embaçada pelas lágrimas que agora desciam sem parar.

Ela não conseguia evitar, chorava com as coisas mais simples, como se estivesse no limite o tempo inteiro. E ela meio que estava mesmo.

_Você não fez nada - ela o interrompeu, limpando o rosto com as costas da mão, inutilmente.

_ Por que você está chorando? - Ele tocou seu rosto e Ana sentiu o coração disparar novamente.

Havia muito, muito tempo que ela não  sentia o toque humano daquele jeito, com tanta gentileza e carinho. Teddy era bruto na maior parte das vezes e ao menos sabia o que estava fazendo quando babava seu rosto a procura de um alívio para a gengiva inchada.

Era tanto tempo que Ana não  conseguiu não permitir aquilo, ela apenas fechou os olhos e deixou a sensação tomar seu corpo.

Christian deslizou as costas da mão por sua bochecha, limpando dali duas lágrimas e então com a ponta dos dedos foi ate seu queixo, deslizou pelo maxilar e subiu para seus lábios, tocando o inferior com o polegar de forma tão gentil que parecia um beijo macio.

Ana voltou a abrir os olhos e mirou os lábios de Christian. Ele se aproximava perigosamente, e estava claro o que iria fazer.

E Ana queria.

Ela só queria um momento, apenas alguns minutos de paz em que não precisaria se lembrar de tudo, de todas as regras de Jack, de todas as ameaças e todas as coisas de Teddy. Ela só precisava ter dezessete anos por alguns minutos. E por um momento, ela sentiu aquilo. Sentiu que poderia ter esperanças de que uma hora os barulhos iriam cessar, que toda aquela merda que tinha se tornado sua vida era passageira. Os lábios de Christian estavam sobre os seus e tudo parou. Era apenas um toque, nada exagerado. Mas profundo o bastante para tranquilizar até mesmo o furacão de sua mente. E também foi como uma enxurrada de batidas em seu cérebro.

Ela somente queria esquecer o mundo e suas obrigações para beijar Christian, sentir todas aquelas sensações loucas que um beijo proporciona.

Mas ela não podia.

Jack proibia.

Nada de garotos.

Nada de garotos incluía nada de beijos.

Ele não estava ali, mas ainda assim era proibido. Ela não  podia quebrar mais regras. E só aquele toque dos lábios de Christian com certeza já deixou diferente. E Jack iria notar. Ele sempre notava tudo.

_ Precisa parar - foi tão baixo que nem Christian teve certeza de ter escutado corretamente, mas parou.

Ele soltou sua mão devagar e tocou sua cintura, colando ainda mais seus corpos, o que fez a respiração de Ana parar, os narizes se tocando levemente e os olhos um no outro.

_ A Mia te contou, nao foi? - ela sussurrou, afastando o rosto um centímetro, nao querendo perder o contato com o corpo dele.

Christian tocou de leve os lábios nos dela.

Ana suspirou.

_ Eu caí, tudo bem? Não pense outra coisa e muito menos ela. Eu sempre esbarro em todos os lugares... - ela desatou a falar, e Christian tocou novamente os labios nos dela.

_ Não dá para fingir que não gosto de você, okay? - ele sussurrou contra sua boca, quase tocando os lábios novamente, e Ana ficou paralisada, parando de falar. - Eu quero ser sincero, jogar limpo. A gente mal se conhece, você é difícil e complicada, eu tenho um milhão de perguntas e de alguma forma eu sei que não posso te fazer nenhuma. Mas eu estou apaixonado por você. O seu jeito fofo e centrado, a forma como você sempre se preocupa com outros estarem bem, seu jeito quase gentil de dizer que quer ficar sozinha, eu estou apaixonado por isso. Eu estou apaixonado pelos seus olhos, mesmo que você pareça mais do que perdida o tempo todo, eu estou apaixonado pela sua voz, pelo seu cabelo, pelo seu corpo mesmo que esteja coberto com mais roupa do que o necessário. Eu estou completamente apaixonado pela sua inteligência e seu jeito meio arrogante de mostrar que sabe das coisas. Eu estou apaixonado por você mesmo que não tenha dito quase nada gentil para mim. Eu penso em você o tempo todo, eu me preocupo com você o tempo todo porque eu sei que tem alguma coisa errada. Mas também está tudo bem se você não corresponde, só queria que você soubesse que eu não vou desistir de você, eu sei que não está tudo bem como você faz questão de dizer a cada minuto do dia.


×××

O Teddy é filho do Jack, mas nao é filho da Ana, gente, fiquem tranquilos 🤙✌

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