50 Tons de Uma Cicatriz

::: Capítulo 9 :::

::: Capítulo 9 :::

"Se você tem medo do amor, você tem coragem de quê?"

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: 27 de maio de 2020 :

Ana conseguiu não desviar o olhar, mesmo que quisesse muito, e sustentou o cinzento claro e bonito que havia nas íris do garoto a sua frente que acabou de se declarar para ela.

_ Não  deveria... - ela disse finalmente. - Eu não sou assim, eu não sou o tipo de garota que as pessoas deveriam gostar, eu só dou problema, sabe? Eu canso, causo desastres na vida das pessoas e você... é perfeito demais para passar por isso.

_ Ana... - ele tocou seu rosto novamente, mas a garota se afastou por completo dessa vez, levantando-se.

_ Desculpa, não posso romantizar algo que eu sei que vai te machucar - ela confessou. - É melhor pararmos... Com tudo isso. Logo você esquece esse negocio de se apaixonar por mim. Acredite, eu sou tudo o que você não precisa nesse momento.

Doeu. E doeu para caramba ela dizer aquelas coisas. Doeu porque eram verdades e doeu porque ela sabia que estava abrindo mão de talvez a melhor pessoa que podia ter no mundo.

Mas ela sabia do que Jack era capaz.

Christian balançou a cabeça e mirou o lago por longos segundos, então suspirou.

_ Você tem dezessete anos - voltou a encará-la - e acha que é errado alguém gostar de você - ele concluiu e deu passo para ela, prendendo-a contra o corrimão da ponte do jardim. - Tem noção do quanto isso é horrível? O quão ruim pode ter sido algo que aconteceu com você para que chegue nesse estado?

Ana baixou a cabeça e tocou as duas mãos no peito dele, indicando para que ele se afastasse e a deixasse sair. Mas ele não o fez.

_ Dois dias depois que nos conhecemos, você estava na biblioteca lendo um livro com capa estranha chamado Mr. Romance, foi a primeira vez que eu você sorrindo, e logo em seguida você riu. Eu acho que nem você percebeu que havia rido, foi perfeito, a sua risada é perfeita, não foi forçado e você só continuou lendo como se estivesse em outro mundo. E você parecia feliz. É uma droga pensar que você precisa de um objeto inanimado para te fazer sorrir e estar em outro mundo para ser feliz.

Ana o encarou. Ela com certeza não havia percebido aquilo.

Christian tocou a testa na sua e ela fechou os olhos ao sentir o calor do corpo dele totalmente no seu.

_ Quando você riu, eu tive certeza de que iria ter você, porque eu preciso da sua risada pelo resto da minha vida. Entao, não importa o que você diga ou o que você faça, não vou desistir de você.

Ana mordeu o lábio inferior e soltou o ar que não havia percebido que estava prendendo, e lá estavam mais lágrimas em seus rosto, escorrendo de forma silenciosa e apressadas.

Ela engoliu em seco e sentiu a dor do nó em sua garganta.

Estava pronta para dizer que ele precisava se afastar naquele momento, seu limite de toque ja havia sido ultrapassado, ela tinha um discurso enorme em sua cabeça com razões para que o Grey parasse com aquilo, que ela mesma iria se afastar.