Choque frontal

De JoanaBLP

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Alice Hill era doce, simpática e inocente, era uma rapariga que sabia o que queria. Até que ele chegou e foi... Mais

Epígrafe
Voltar atrás
Perdida
Encurralada
Arrepiada
Sem limites (+18)
Boatos
Portman?
Rumo certo
Concerto
Beija-me!
Marcada
Envergonhada
Acampamento- Parte 1
Acampamento- Parte 2
Acampamento- Parte 3 (1)
Acampamento- parte 3 (2)
Problemas
Jogo Perigoso
Polícia
Festa (1)
Coração a mil
Descontrolo
Imperfeitos
Concentrada
Rendida
Apanhados
Amigos
Clube de combate
Surpreendido
Coragem
(Re)encontros
Feliz
Tintas
Destruída
O passado do Brandon
Apoio
Noite no cais
Razão ou coração?
Telhados de Vidro
Vícios
(Ex)plicações
Proposta
Recomeço
Surpresa
Tocada
Faculdade
Opostos
PAZ
Kit
Reviravolta
Perdido
Gelado
|Não estás sozinho|
Aviso
Verdade
Nervosismo
Jack's Birthday
Corpo em corpo
|Viagem de carro|
Verdades Secretas
Confronto
Dama de copas
Um susto
Apartamento
Crescer
Inseguranças
|Onde é que estás?|
Amar dói
FIM!
Cena extra
LIVRO 2

Invadida

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De JoanaBLP

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Tento me contorcer na cadeira onde fiquei sentada as últimas horas. É inútil o nó está demasiado bem apertado e a pouca força que me resta estou a guardá-la para lhe acertar em cheio no rosto mal se aproximasse.

A minha voz estava rouca de tanto gritar por ajuda e a minha pele arrepiada pelo frio. Estava praticamente nua.

A dor na cabeça estava finalmente a passar e o homem alto encapuçado que tinha entrando à pouco na pequena cabana ainda não tinha sequer dito uma palavra.

E isso irritava-me profundamente.

Quero saber quem é.

Quero saber como é que vim aqui parar.

-Não faço a mínima ideia de quem és ou porque estou aqui, mas não estava sozinha a minha família e os meus amigos vêem-me procurar.

Olhei pela janela de novo, era cedo, talvez ainda estivessem a dormir.

Brandon...

Vai achar que a culpa foi dele, como sempre.

-Não vi nada do que estavas a fazer ontem, nem vou falar sobre isto mas tens que me soltar. - argumentei miseravelmente.

A resposta não veio, de novo.

-Se não me soltares agora vai ser pior.

-Quem diz que te quero soltar? - a voz veio baixa e com um tom de deboche.

Ignorei o comentário e tentei de novo.

-Ao menos podias me explicar porque raio estou aqui. Talvez te tenhas enganado, sou só uma campista a passar o fim de semana. - fiz uma pausa, absolutamente nada. - Não quero problemas. - acrescentei à pressa.

-Claro que não queres problemas Alice, sempre foste uma pessoa calma.

Abri a boca num óbvio sinal de espanto, nem tanto assim, mas na mesma não deixava de ficar surpreendida.

Conhecia aquela voz.

Ouvi aquela voz durante anos.

O meu primeiro beijo surgiu depois de me afeiçoar à voz dele.

Queria vomitar.

-Harry? - perguntei já sabendo a resposta.

-Avisei-lhes que eras minha Alice, porquê é que me subestimam sempre. - sorriu, o típico sorriso que me enfeitiçou quando o rapaz educado me ajudou com os livros na biblioteca.

Esse rapaz era ele, tão diferente agora, ou só mais ele próprio?

-Inclusive achei que o jornal seria suficiente para assustar o Brandon.

-Então foste mesmo tu!?

-Em parte.

Aproximou-se de mim e senti o perfume que usava desde o dia em que o conheci, aquele perfume tão característico.

-Brie? - revirei os olhos, tinha a certeza que a loira estava metida nisso.

-Uma parceira quase à minha altura. Não imaginas o quão mais fácil é manipular pessoas quando estão tão apaixonadas por alguém que não as ama. Não ser correspondido magoa Alice, magoa para caralho.

-Isso não é desculpa.

Sentia repulsa pelo homem à minha frente, mas também já não era a mesma rapariga de há uns anos atrás.

Agora sabia com o que contar, agora sabia a verdadeira natureza do Harry.

Ele não sabia a minha.

E isso era o meu trunfo.

-Sei que é difícil largares alguém. - comecei com calma e ele olhou curioso para mim.

-Achas sinceramente que sou a única capaz de te fazer feliz? Não sou Harry, nunca me amaste e ambos sabemos isso.

-Isso é mentira. - olhou para mim intensamente.

Tinha medo dele, mas não o podia demonstrar.

-Não não é. Quando amas alguém deixas a pessoa ser feliz independentemente de estar contigo, quando amas alguém não a trais e definitivamente não a prendes. - olhei para as minhas mãos apertadas.

Riu-se rápido.

-Engraçado.

Levantei as sobrancelhas sem perceber.

-Quando o Brandon te traiu perdoaste-o. Porquê é que gostas tanto dele Alice?

Aproximou-se mais um pouco, a mão tocou na minha perna nua e tive vontade de pedir-lhe para parar mas isso teria consequências piores.

Harry ironicamente faz me lembrar todas as razões para amar o Brandon.

Ele provoca o tipo de borboletas completamente erradas no meu estômago e o toque provoca muita coisa em mim, nem um pouco parecido com todas as coisas que sinto com o meio irmão.

Não é amor dele por mim que o faz fazer este tipo de coisas, é o ódio ao irmão, é a inveja.

Pensei, ponderei e acreditem que não era difícil responder.

Poderia passar horas a falar do que gostava no Brand.

-Quem diz que gosto? - o meu olhar era demasiado duro, demasiado puro.

Ele ia acreditar porque não tinha outra opção.

E porque as pessoas acreditam no que querem ouvir.

-Continua Alice.

Sentia a respiração dele no meu rosto e a mão subia mais um pouco nas curvas das minhas pernas. Fechei os olhos com força e controlei o nojo.

-Queria a tua atenção Harry. Sempre quis a tua atenção. - não parecia convencido. - Lembras-te do dia em que nos conhecemos?

-Como se fosse ontem. - sorriu levemente.

-Nunca deixei cair os livros realmente, vi-te antes disso e estava demasiado encantada. Sabia quem eras e queria que reparasses em mim, não queria parecer patética então fui contra ti de propósito.

Isto não era totalmente mentira, queria que ele reparasse em mim mas os livros caíram porque sou mesmo desastrada.

-No dia em que te vi na cama com ela... - disse um pouco constrangida. - Queria perder a minha virgindade contigo Harry, queria que fosses o meu primeiro porque te amava.

Também não era totalmente mentira, tirando a parte de o amar. Sentia-me quase obrigada a fazê-lo, como se lhe devesse isso por ser o namorado perfeito.

Seus olhos estão em mim. Devorando-me.

Ele queria-me. E percebi que tinha feito a pior jogada da minha vida, tendo provocado e subestimado o Harry.

Isso era errado, era fudidamente errado.

-Sei que estás a mentir. - entreabriu os lábios e o meu corpo tremeu verdadeiramente.

Olhei para todo o lado menos para ele.

Algo, alguma coisa, alguém me ajude.

-Também sei que já não és virgem Alice e acredita que isso deixa-me mesmo muito chateado. - apesar do medo mantive sempre o olhar. - Não fui o teu primeiro.

A boca dele afundou na curva do meu pescoço e beijando-o com calma e desejo roçou a respiração quente no meu ouvido, terminando o que havia começado a dizer.

-Mas posso ser o último.

Ele vê a minha confusão e mágoa e parece divertido com o jeito perverso com que me afecta. E eu detesto isso quase mais do que detesto quando me toca.

(Esta cena pode conter cenas fortes e para os mais sensíveis recomendo que passem à frente)

-Por favor Harry, não tens que fazer isto. - peço ansiosa e desesperada.

-Mas eu quero Alice, quero mesmo muito fazer isto, ainda mais quando sei o quão incrível deves ser para prenderes o meu querido irmão.

Penteia os meus cabelos despenteados e não sei mais o que fazer.

A culpa foi minha.

-Ainda por cima facilitas-te tanto as coisas linda, sozinha de roupa interior num lago a meio da noite. - suspirou com puro deboche. - Estavas à minha espera?

-Vai te fuder. - cuspi-lhe.

Agarrou-me com força no rosto, magoando cada pontinha no meu coração.

-Foi nisto que te tornaste Alice? Numa puta suja e mal educada? - por alguma razão a frase pareceu-lhe irritar bastante.

E era bom tirá-lo do sério, dava-me tempo e neste momento o tempo era tudo o que tinha a meu favor (ou não).

-Sou exactamente a mesma Harry. - soltei com puro sarcasmo. - Mas tens razão não sou e nunca fui a menina perfeita que querias que fosse, se imaginasses a quantidade de coisas que fiz com o Brandon ou pelo Brandon.

-Cala-te. - soltou irritado.

Agora apertava-me o pescoço com força, podia ter resistido mas não queria. Queria provocá-lo, queria que ele soubesse porque é que é o rapaz mais nojento à fase da terra.

Porque só alguém muito cego não via isso.

-Odeio-te tanto Harry! As coisas que fizeste ao Brandon, as coisas que fizeste aos teus pais, o que estavas prestes a fazer a tua mãe para te salvares. Mas ainda tenho mais pena de ti. - ia dizer tudo o que tinha guardado.

-Tenho tanta pena tua Harry. Tenho pena porque sei que nunca foste amado e nunca vais saber o que é amar alguém. Agora percebo porquê tanto ódio ao Brandon, apesar da personalidade difícil é alguém tão fácil de amar. Não deve ser simples crescer e ver o irmão a conquistar todos os corações das pessoas que sempre quiseste que te amassem, a tua mãe, a tua avó, os teus amigos, eu...

Continuei porque não tinha nada a perder.

-Todas as pessoas que estavam perto de ti acabavam sempre por amar o Brandon e mesmo o teu pai Harry... o teu pai podia não o amar, mas garanto-te que também não te amava. A única forma de tu teres pessoas perto de ti é por medo ou manipulação.

-Num primeiro olhar podes parecer perfeito, podes enganar até os mais peritos mas é quando reparamos nos detalhes que percebemos que alguma coisa de muito errada se passa contigo. Era demasiado ingénua para ver isso, quis acreditar que eras o rapaz que sempre disseste ser, o rapaz que antes de me beijar pediu-me licença, o rapaz que me perguntava sempre como estava depois de terminar de ler um livro porque sabia que chorava sempre.

E agora fui eu a consumi-lo.

-Esse rapaz não eras tu pois não? Era o Brandon.

Recebo uma grande bofetada no rosto e virou-me triunfante.

Não por muito tempo.

-Não tens noção de tesão com que fiquei por te ouvir falar, tens razão Alice esse rapaz não era eu, mas agora sou.

E isto doeu mais do que a pancada de alguns segundos antes, isto definitivamente doeu muito mais.

Os beijos no pescoço nu voltam e toca subtilmente na alça do meu sutiã. Era uma afirmação de poder, não tinha qualquer capacidade de resposta sem ser abanar a cabeça e pedir repetidamente que parasse.

-Por favor Harry!

Os meus gritos saiam cada vez mais desesperados. E o desgraçado simplesmente tentava forçar a entrada da língua na minha boca.

-É melhor se ficares quieta. - rugiu com uma intensidade assustadora.

Não queria desistir, não iria desistir mas e se?

Afasto os pensamentos tristes da minha cabeça e tento me concentrar em maneiras de parar o que está prestes a acontecer.

E estou louca para parar isso. A minha cabeça está literalmente doendo de pensar tanto. E o meu corpo não para de tremer o que dificulta bastante.

-H. - ganhei a sua atenção.

H era a alcunha que eu falava para ele no tempo em que namorávamos, Harry adorava quando a usava o que só acontecia quando abria verdadeiramente os meus sentimentos.

-Olha para mim, sou eu a Alice. - os meus olhos encheram-se de lágrimas.

Por momentos vi um pequeno arrependimento passar nos olhos do rapaz, mas foi tão rápido que nem deu tempo para assegurar que não era da minha imaginação.

-Para de resistir, vai ser pior se tiveres tensa e não quero que estejas tensa. Quero te pronta para mim.

Porra como isso era nojento, como eu queria chorar naquele momento.

Harry Portman ia me violar e eu não podia fazer nada quanto a isso.

-E vais me beijar com desejo e parar de ter medo de exprimir o que estás a sentir. Sei que no fundo estás a gostar e que me ansiavas secretamente. Tenho todo o prazer em satisfazer os teus desejos mais íntimos.

Fecho os olhos e peço a Deus uma oportunidade, uma ideia, algo que afaste o corpo dele do meu o mais rápido possível e de preferência para sempre.

Tenho a pele molhada por lágrimas, mas ele não se parece importar.

Os meus olhos permanecem fechados, tento fingir que isto não é verdade.

*

"Que bom ver-te irmão, sabia que mais tarde ou mais cedo acabarias por me encontrar."

Próximo capítulo

*

Olá!

Eu sei, eu sei... intenso?

Odeiam o Harry? Como não odiar depois disto.

Demorei quase quatro horas a escrever o capítulo, mas sinto-me feliz e satisfeita com cada palavra escrita apesar de detestar a situação.

Não se esqueçam de votar e dizer o que acharam deste capítulo!

Muitos beijinhos,

Jo
















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