Vincent (romance gay)

By NatanCaetano

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::: LIVRO COMPLETO ::: Daniel é um jovem de vinte e um anos que mora com a mãe e com o novo padrasto em um... More

Sinopse
Entrada I
Entrada II
Entrada III
Entrada IV
Entrada V
Entrada VI
Entrada VII
Entrada VIII
Entrada IX
Entrada X
Entrada XI
Entrada XII
Entrada XIII
Entrada XIV
Entrada XV
Entrada XVI
Entrada XVII
Entrada XVIII
Entrada XIX
Entrada XX
Entrada XXI
Entrada XXII
Entrada XXIII
Entrada XXIV
Entrada XXV
Entrada XXVI
Entrada XXVII
Entrada XXVIII
Entrada XXIX
Entrada XXX
Entrada XXXI
Entrada XXXII
Entrada XXXIV
Entrada XXXV
Entrada XXXVI
Entrada XXXVII
Entrada XXXVIII
Entrada XXXIX
Entrada XL
Entrada XLI
Entrada XLII
Entrada XLIII
Entrada XLIV
Entrada XLV
Entrada XLVI
Entrada XLVII
Entrada XLVIII
Entrada XLIX
Entrada L
Entrada LI
Entrada LII
Entrada LIII
Entrada LIV
Entrada LV
Entrada LVI
Entrada LVII
Entrada LVIII
Entrada LIX
Entrada LX
Entrada LXI
Entrada LXII
Entrada LXIII
Entrada LXIV
Entrada LXV
Entrada LXVI
Entrada LXVII
-- Agradecimentos --

Entrada XXXIII

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By NatanCaetano

Fala, caderno...

E aí? Como tá? Tudo bem? Comigo também; tudo indo. Hoje teve drama aqui em casa. Não por minha causa, claro (porque, você sabe, eu não sou de me alterar, muito menos de fazer drama), nem por causa do Bruno, que, embora faça um draminha de lado de vez em quando, também não teve participação no evento. Então quem, de todos os personagens que já apareceram aqui, é a rainha do drama? Isso mesmo, muito bem! Leonor. 

Pois é. Hoje, mais cedo, dona Leonor Braga veio me prestar uma visita. Sim, uma visita aqui em casa. Estava eu na sala, na hora do almoço, assistindo jornal; Bruno lá fora, colocando as roupas pra lavar na máquina. De repente, a campainha toca desesperadamente (por que as pessoas têm a mania de tocar a campainha mais de uma vez? Elas acham que quem estiver em casa não escutou da primeira vez?). Como eu já estava na sala, perto da porta, fui ver quem era. Pelo olho mágico, vi minha mãe parada, batendo o pé no chão rapidamente. Abri a porta e, ao me ver, antes mesmo de falar oi, ela já foi entrando feito um relâmpago e perguntando em voz duas vezes mais alta que o necessário: “Que história é essa que você é garoto de programa, Daniel?!”. Fechei a porta, olhei bem pra cara dela com um olhar bastante suspeito. Só pode ter sido o filho da puta desgraçado do marido dela que bateu com a língua dos dentes, porque ele é a única pessoa que poderia ter contado isso pra ela. Ainda assim, só por desencargo de consciência, perguntei, sem alterar um decibel do meu tom: “Quem te falou isso?”. “Não interessa quem falou, Daniel! Só me diz que não é verdade!”. Ela jogou a bolsa no sofá, colocou as mãos no quadril e ficou me olhando com um olhar de autoridade (?) e raiva. Eu nem tinha tirado a mão da maçaneta ainda. Retribuí o olhar dela com um de profunda indagação, achando realmente o máximo ela se sentir no direito de me cobrar qualquer coisa. Caminhei devagar até um dos sofás da sala e me sentei com uma perna dobrada sob a outra e meus braços sobre o encosto. “É verdade, sim”, eu disse.

Aí começou o show. Ela se sentou no sofá e enterrou o rosto nas mãos. Sabe aquela cena típica do filho que conta pros pais que é gay e todas aquelas frases lugar-comum do tipo “Onde foi que eu errei?”, “Por que você está fazendo isso comigo?”, “Isso é falta de Deus na sua vida” e por aí vai? Me senti na mesma situação; eu só não sabia que o arsenal de frases clichés dela era tão extenso, porque, olha, eu ouvi de um tudo. Em silêncio, só observando, imóvel. E ela sentava, levantava, andava pra lá, andava pra cá, colocava a mão na testa, segurava o quadril, olhava pra cima, olhava pra mim, gritava, chorava... Aí o Bruno apareceu. “O Bruno sabe disso?”, ela perguntou, olhando pra mim e apontando pra ele. “É claro que sabe. O Bruno sabe de tudo”. “Como é que você foi deixar isso acontecer com o Daniel, Bruno?!”, ela perguntou — já falei que ela soava duas vezes mais alto e estridente do que o necessário e o de costume? “Eu não tenho responsabilidade nenhuma sobre o Dan, dona Leonor. Ele já é maior de idade faz um tempinho”, ele respondeu, indo pro quarto — já falei o quanto eu amo esse moleque?

Bom, em dado momento ela percebeu que eu não falava nada e me ofereceu o turno: “Você não vai falar nada?!”. Dei de ombros. “Você quer que eu fale o quê?”, perguntei, “Você já sabe da notícia, já disse tudo que queria... É isso. Não vou me defender; não acho que estou fazendo nada de errado”. Olha, eu sei que ficou nisso: ela tentando me provar quão errado eu estou e eu tentando provar o quanto nada que se meter na minha vida ela tem. Nenhum de nós dois foi muito bem sucedido nisso. O Bruno não se meteu; foi pro quarto dele e ficou quieto, ouvindo a discussão, certamente. Só me faz passar vergonha, minha mãe. Foi embora depois de quase uma hora de bate boca. E foi embora pisando duro, achando ruim eu ter escondido o que tenho feito e mentido pra ela o tempo todo. Não foi bem mentira... Ok, foi mentira, mas foi uma mentira necessária, e a cena de hoje prova isso. Não dá pra conversar/explicar as coisas pra minha mãe, caderno: ela sempre entende do jeito dela e julga do jeito dela, então deixa ela achar que eu estou nas esquinas com o pinto pra fora esperando os coroas passarem pra me levar pra qualquer beco; não me importa muito.

Aliás, mudando de assunto, eu ia vir aqui ontem falar sobre isso, mas acabei me esquecendo: saí com o Paulo. Lembra que eu comentei que ele falou comigo de um filme que ia estrear e ele queria ver? Pois é. O tal do filme estreou e eu, conversando com ele (ah, é, a gente meio que tem se falado bastantinho por SMS), dei a entender que, se ele quisesse ir ver comigo, por mim tudo bem. Ele entendeu o recado, obviamente, e aceitou minha companhia. Fomos ontem numa sessão à noite. E, cara, você acredita que não aconteceu absolutamente nada? Eu não sei se eu deixei escapar alguma coisa ou se fiz uma leitura errada das intenções dele, mas a gente literalmente assistiu ao filme inteiro. Compramos pipoca, refrigerante e tal e nos sentamos um ao lado do outro, é claro. Eu, particularmente, fiquei me sentindo aquele adolescente que leva as namoradinhas pro cinema, senta nas últimas fileiras e dá uns amassos lá, às escondidas. Acho que fiquei esperando esse momento acontecer; o momento em que ele ia colocar a mão sobre a minha, ou passar o braço pelo meu ombro e depois me beijar... mas não. Assistimos ao filme e só. E no final ele ainda falou: “Você gostou? Eu esperava mais...”. Ou seja: ele realmente prestou atenção no negócio. Eu também prestei, mas acho que fiquei mais apreensivo do que atento... Acho que ele não quer nada comigo mesmo, não, só amizade. E calma: não estou reclamando nem nada; só achei curioso o fato de não ter rolado nada, porque, na minha cabeça, era muito óbvio que rolaria. Enfim. Achei o filme bem legal.

E essas foram as notícias do dia... Ah! Ontem, também, o Bartô me ligou! Tava com saudade do coroa, acredita? Acho que ele conseguiu fazer a esposa desencanar um pouco. Ele disse que queria me ver, mas tem que esperar o final de semana, por segurança, que ele não quer dar bobeira. Ele ficou de me ligar pra gente combinar alguma coisa. E, por falar em coroa, acho que fiquei/estou torcendo, de certa forma, pro JP me ligar de novo... Aquela menina, Clarissa... Alguma coisa nela me despertou a curiosidade. Mesmo que o negócio do vovô seja ficar brincando de montar parzinho e, da próxima vez, ele queira me colocar pra transar com outra menina, eu queria vê-la de novo; só por ver mesmo. Não sei se vai ter uma terceira vez, mas espero que aconteça. Torça por mim, você aí.

Bom, vou ficando por aqui. Se alguma coisa excepcional acontecer amanhã, eu volto, senão, nos falamos quando tiver novidades. Fica na paz, ok? Abração!

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