Simply Happens [H.S]

By gabriela231d

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Ela, uma menina ofuscada pelo próprio medo de se mostrar as pessoas. Sendo muito difícil conseguir desifrar... More

1°- Capítulo.
2°- capítulo.
3°- capítulo.
4°- capítulo
5° - capítulo
6°- capítulo
7°- capítulo
8°- capítulo
9°- capítulo
10°- capítulo
11°- capítulo.
12°- capítulo
14°- capítulo.
13°- capítulo.
15°- capítulo.
16°- capítulo
17°- capítulo.
18°- capítulo.
19- capítulo.
20°- capítulo.
21°- capítulo.
22°- capítulo.
23°- capítulo.
24°- capítulo.
25°- capítulo.
26°- capítulo.
27°- capítulo.
28°- capítulo.
29°- capítulo.
30°- capítulo.
31°- capítulo.
32°- capítulo.
33°- capítulo.
34°- capítulo.
35°- capítulo.
36°- capítulo.
37°- capítulo.
38°- capítulo.
39°- capítulo.
40°- capítulo
41°- capítulo.
42°- capítulo.
43°- capítulo.
44°- capítulo.
45°- capítulo.
46°- capítulo.
47°- capítulo.
48°- capítulo
49°- capítulo.
50°- capítulo.
51°- capítulo.
52°- capítulo.
53°- capítulo.
54°- capítulo.
55°- capítulo.
56°- capítulo.
57°- capítulo.
58°- capítulo.
59°- capítulo.
60°- capítulo.
61°- capítulo.
62°- capítulo.
63°- capítulo.
64°- capítulo.
65°- capítulo.
66°- capítulo.
67°- capítulo.
68°- capítulo.
69°- capítulo.
70°- capítulo.
71°- capítulo.
72°- capítulo.
73°- capítulo.
74°- capítulo.
75°- capítulo.
76°- capítulo.
77°- capítulo.
78°- capítulo.
Fim.
Agradecimentos e recadinhos.
Epílogo.
Wedding And Party ( capítulo bônus)

79°- capítulo

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By gabriela231d

Ouçam com
Never Be Alone - Shawn Mendes.
Ou Unconditionally - Katy Perry.

Depois de um banho rápido, que serviu para me fazer relaxar um pouco, diminuir a sensação estranha no meu estômago e até mesmo me ajudar a compreender o que aconteceu nos últimos minutos, vesti minhas roupas rapidamente, peguei tudo que precisava, e sai de casa.

Mary parou de perguntar o que eu iria fazer quando expliquei de um jeito rápido o que ela queria tanto saber. Depois disso, ela apenas me desejou boa sorte e voltou a assistir sua série, arrumando qualquer desculpa para adiar a conversa com Michael.

Assim que peguei o primeiro ônibus para o centro, mandei uma mensagem para Adam, avisando que me atrasaria um pouco hoje, mas que recompensaria depois. Coloquei os fones de ouvidos em seguida, deixando Friends de Ed Sheeran soar em meus ouvidos e me concentrei em olhar as ruas através da janela do ônibus, independente de quantas vezes já tenha feito isso.

De algum modo, não era como se eu estivesse ali mesmo.

Estava ansiosa, preocupada e hesitante, mesmo sabendo que era o certo a se fazer agora. Eu sentia isso. Sentia que era e sabia que podia me arrepender muito se não o fizesse.

E a última coisa que queria agora era de mais arrependimentos. Mais lamentações para meu currículo já extenso.

Preciso parar de ser boba, porque já fui mais tempo do que realmente tenho sobrando.

Merecemos uma última conversa.

Desço na parada mais próxima do prédio dele, dês daí já torcendo para que ele esteja lá. Não saberia onde mais procura-lo, já que liguei para seu trabalho no caminho, quando lembrei da hipótese dele talvez estar lá também, e a Sra. Berkeley me garantiu entre uma pequena conversa amigável que ontem foi seu último dia.

Não quis pensar muito, apesar de falhar nisso também, no que ela comentou sobre Harry ter andado ainda mais para baixo durante essas últimas semanas, o que a fez estranhar, já que para ela, a chegada da sua viajem deveria o fazer ficar feliz, não triste.

Não sei se preciso dizer que o nó se atou imediatamente na minha garganta e o sentimento de culpa apertou meu peito com um pouco mais de força.

Eu estava sendo tão estúpida.

Sabia disso. Tanto que não me deixei esquecer disso enquanto adentrava o prédio, e me aproximava do balcão da recepção, onde Dean folheava um jornal, parecendo bastante concentrado.

De alguma forma, me forçar a lembrar que fui uma tola me dava coragem para continuar a tentar consertar as coisas.

Limpei a garganta e não precisei mais do que isso para ter os olhos do gentil senhor em mim. Dean abriu um sorriso amigável imediatamente, deixando o jornal de lado.

- Doce, Bella.- sua voz soou surpresa, mas com a mesma simpatia que eu me lembrava. - Quanto tempo.

Apesar do nervosismo, e da dificuldade em expressar algo bom agora, não pude evitar um sorriso de volta.

- Como vai, Dean?

- Muito bem. Quase não sinto que estou velho e com um monte de dores. - brincou. Eu sorri, desviando o olhar em seguida. - Acredito que veio aqui para ver o menino Harry, certo?

- É, na verdade eu queria..-

Não pude terminar a frase, porque o barulho do elevador chegando no andar e a porta do mesmo se abrindo, me chamou mais atenção, porém só não me tirou toda a atenção, porque o que viria depois disso, seria o verdadeiro motivo de eu congelar e meu coração parar de bater dentro do meu peito.

O ar parecia denso demais agora.

- Dean, faça o favor de dizer para Louis que existe limite de peso e que ele não pode levar tudo que ele quer na merda da mala. Ele não quer me escu-

Harry me nota, parecendo surpreso demais para também conseguir terminar a frase. Ele está segurando uma caixa grande, aparentemente cheia, e Louis está logo atrás dele, ainda dentro do elevador, segurando outras duas caixas, uma encima da outra, o que atrapalha bastante sua visão.

- Já disse que chegando lá eu pago a diferença de peso, cara. Pare de encher o coitado do Dean.

A voz de Louis soa sôfrega, pois ele estava largando as caixas no chão, dentro do elevador.

Mesmo estando com os olhos em Harry, o encarando de volta com a mesma intensidade que ele fazia comigo, ouvi quando Louis suspirou, parecendo cansado e logo em seguida senti o olhar surpreso dele, quando ele finalmente percebeu que eu estava aqui.

- Hm... Okay... - Louis murmurou depois de um certo tempo - Vou levar isso no estacionamento e já volto. - avisou, apertando em um dos botões que provavelmente leveria-o até o estacionamento. - Pensando bem, talvez eu não volte não.

Assim que as portas do elevador se fecharam, ouvi quando Dean limpou a garganta, e se ajeitou na cadeira. Pela primeira vez consegui oscilar o olhar do de Harry e senti o rubor em minhas bochechas imediatamente.

- Bella...

Não consigo decifrar de que maneira meu nome soou. Mas é evidente como só o fato de ouvi-lo dizendo, toca o mais profundo de mim.

Limpo a garganta e tento recuperar a coragem que me trouxe até aqui.

- Oi.

É pouco, mas já é um começo e melhor do que não dizer nada.

- Por que está aqui?

Harry finalmente pergunta.

Engulo em seco, diante a pergunta, apesar de não notar nada além do que confusão e curiosidade em seus olhos.

- Ora, para que mais? Para vê-lo, rapaz.

Dean responde antes que eu possa, e de certa forma o agradeço por isso.

- E eu ia falar o quanto é bom vê-la de novo. - Dean sorriu para mim. Retribui do melhor jeito que pude. - Não é verdade, Harry?

Harry não responde. Apenas continua me encarando, como se ainda tentasse entender o que está acontecendo. Engulo em seco, mais uma vez. Respirar não está sendo nada fácil quando tenho sua atenção inteiramente em mim.

- É verdade? - Harry pergunta para mim. E eu entendo rapidamente do que ele está se referindo.

Ele parece querer muito uma afirmação de minha parte. Talvez por não acreditar que eu realmente estou aqui.

Mas eu estou aqui. E por ele.

- Sim. - respondi. - Podemos conversar?

Harry não responde, apenas desvia o olhar depois de um certo tempo e caminha até o balcão, colocando a caixa sobre o mesmo. Sua t-shirt branca e a bermuda de tactel escura estavam com manchas empoeiradas, mas não era como se isso fosse um problema.

- Diga para Louis levar essa caixa para o estacionamento para mim, Dean. Por favor. - Harry pede, e Dean assente de prontidão. - Diga também que vou estar no meu apartamento.

- Pode deixar.

Dean assegura e Harry assente, agradecendo. Ele olha para mim, em seguida.

- Melhor nós subirmos. - ele sugere.

Entendo imediatamente, e balanço a cabeça, assentindo. O sigo até o elevador, esperando o mesmo chegar, para nós entrarmos. Quando as portas se fecham, o lugar parece sufocante demais. Não apenas pelo silêncio ensurdecedor e a forma como não saber o que fazer me dá nos nervos, mas também o jeito como ele está tão perto, há centímetros, e eu estou suando frio com isso.

Fico ligeiramente aliviada quando as portas se abrem, já no último andar e Harry é o primeiro a sair. O sigo novamente, pelo corredor até seu apartamento, e o silêncio de sua parte me faz ficar mais nervosa. Ele abre a porta, e me olha, me dando espaço para entrar primeiro.

- Não repara na bagunça. Louis e eu estávamos arrumando as coisas, então tá meio fora de ordem.

Harry avisa, assim que passo por ele, entrando no apartamento. Estava praticamente vazio, se não fosse o sofá, o rack, e algumas caixas espalhadas, provavelmente com as coisas dele.

- Tudo bem. - Digo, me virando para encara-lo assim que ele chega ao meu lado. - Eu já esperava que você estivesse fazendo isso. - engulo. - Sabe, ajeitando as coisas. Não queria atrapalhar mas é que preciso conversar com você.

Harry me encara, parecendo pensativo, apesar de ser bem difícil continuar olhando nos seus olhos para ver isso. Estou mesmo tentando ser confiante, e para isso, sei que preciso tentar passar toda a sinceridade que eu realmente tenho sobre o que vou dizer. Quero que ele veja isso, nos meus olhos.

- Então sabia que eu estaria aqui?

- Na verdade eu liguei para a Sra. Berkeley antes, para ter certeza. Ela disse que ontem foi seu último dia.

- Hm. Sim.. - Harry começa, se afastado. - Quis trabalhar o maior tempo possível até a viagem. Tanto que acabei deixando a arrumação para o último dia. - ele suspira, e se vira para mim. - Senta.

Ele se refere ao sofá, e eu respiro antes de caminhar até o mesmo e me sentar. Brinco com meus dedos, nervosamente.

- Não tenho muito pra oferecer agora, mas um copo dágua eu ainda posso.

- Não precisa se incomodar. Obrigada.

- Pensando bem eu acho que tenho como fazer um chá, se quiser. Vou pre-

- Harry, para. - peço, com a voz cansada. Ele apenas me encara. - Você não deve e nem precisa ser gentil assim comigo. Não age como se eu não tivesse sido uma idiota com você, por favor. Isso não ajuda.

Harry continua me encarando por poucos segundos antes de suspirar e desviar o olhar. Ele hesita um pouco antes de sentar ao meu lado.

- Apenas queria fazer você se sentir confortável.

- Não, mas você não precisa. Eu fui horrível com você, Harry. Fui estúpida, e eu sinto tanto por isso. Por favor, não age como se eu não tivesse culpa.

- Bella-

- Eu fui tão egoísta. Tão babaca. E eu me arrependo tanto. Não posso aceitar que você aja como se eu não tivesse feito nada.

- Bella, eu não estou. - ele fala rapidamente, e eu o encaro. - Eu não estou dizendo isso. Mas eu não quero brigar com você, por mais magoado que eu esteja.

Harry suspira, assim que nota que eu não vou mais interrompe-lo ou contradize-lo, pelo menos não por agora.

- Acha mesmo que eu quero desperdiçar meu tempo com você assim? Brigando?

- Mas você... Nós precisamos conversar.

- Eu sei disso. Mas nem por isso precisamos brigar. Não preciso xingar você ou qualquer merda dessas.

Pisco, levemente perdida.

- Você não está chateado? Harry, nós brigamos. Eu fui babaca com você. Você.. Você precisa estar bravo comigo.

Estava tão certa de que ele iria me xingar no mínimo, quando cheguei aqui, que não conseguia acreditar que isso realmente estava acontecendo. O jeito como ele estava agindo, como se fosse nada demais, me deixava fora de mim.

- Eu fiquei magoado okay? Muito se quer saber. Mas não foi só por esse motivo que eu não te procurei essas semanas. É mais complexo que isso, Bella.

- O que? Do que você.. Do que você tá falando?

Harry suspirou.

- Escuta, eu não culpo você por não sentir mais o mesmo. Eu sei que depois de tantas coisas, tanto tempo, o sentimento muda, não é? Eu entendo que você esteja-

- Harry, não. Por favor, para. Você não está falando sério.

Me afastei, agora sim verdadeiramente incrédula.

- O que? Bella, eu entendo, por mais que seja difícil pra mim, eu entendo que você não sente-

- Harry, eu te amo. - falei, de uma vez. Olhando nos olhos dele e realmente querendo gritar em plenos pulmões. - Eu amo você. E eu não posso acreditar que você, logo você, esteja sendo o inseguro aqui.

É tão estúpido, tão inacreditável que me deixa fora de mim.

Harry engole em seco, e suspira balançando a cabeça calmamente.

- Não. Eu não estou-

- Harry, só me escuta, por favor. É a única coisa que eu peço agora.

Me ajeito no sofá, assim que ele suspira e assente, concordando apesar da hesitação. Machuca, de um jeito que eu não conseguiria explicar nem se quisesse, como ele parece quebrado vendo assim, de perto.

Como ele não parece o mesmo Harry que eu conheci, com os olhos cheios de vida e a confiança tão forte que nada parecia ser capaz de derruba-lo do seu pedestal. Como ele parece pequeno, frágil agora e eu odeio que isso seja minha culpa.

Apenas quero vê-lo sorrir como ele sorria, daquele jeito que parecia que seus olhos riam junto ao seus pares de covinhas. Quero vê-lo sem olheiras abaixo dos olhos, ou com o rosto pálido e cansado. Quero vê-lo bem, saudável. Quero ter o Harry por quem eu me apaixonei e sempre admirei, de volta.

E é pensando nisso, em tudo isso, que abro meu coração mais uma vez para ele.

- Eu sinto muito, mas muito mesmo que eu tenha cooperado de alguma forma para que você pense assim. Eu sei que no fundo você também sabe que eu ajudei a diminuir toda aquela sua alto confiança com o tempo, e por favor, não tente negar isso. Você, melhor do que eu, sabe que não é o mesmo.

- Eu odeio quando você começa com esses discursos. - ele reclama. - Nunca são bons para você.

- Harry, por favor, deixa eu falar. - ele suspira e puxa os cabelos para trás. - Eu só tô dizendo isso porque quero deixar tudo claro, antes de você ir. Não quero que fique nada pendente, ou mal entendido entre a gente. - ele me olha, e eu desvio o olhar para os meus dedos. - Naquele dia, que você foi na cafeteria, e aconteceu tudo que aconteceu, eu não estava lidando muito bem com isso, em saber que você está indo. E eu sei que talvez que devesse ter te falado, mas... Harry, eu não aguento a ideia de ser egoísta com você mais uma vez, de cometer mais um erro e estragar um sonho seu. Eu não posso te prejudicar mais.

- Do que você está falando?

- Olha, eu quero que saiba que quando eu concordei com o que você disse, sobre eu não estar me importando, com a viajem e com ficar longe de você, eu não estava, nem de longe, falando sério. Eu estava perdida, tá legal? Em como eu deveria agir, ou em o que eu deveria dizer, porque eu tenho essa necessidade em tentar acertar o máximo possível. E eu não queria errar de novo. Acho que não preciso dizer que meti os pés pelas mãos.

Harry suspira, com toda sua atenção sobre mim. Engulo em seco, e coloco os fios dos meus cabelos para trás das minhas orelhas, antes de encara-lo e continuar.

- Eu me importo, tá legal? Tanto que eu não faço a menor ideia do que fazer. Queria muito não me importar, porque talvez assim seria mais fácil de aceitar que você realmente está indo embora. - as lágrimas piscam em meus olhos mas dou um jeito de manda-las embora. - E... E o fato de eu não poder fazer nada quanto à isso, me destrói mais. Harry, eu não posso, mesmo que eu queira, pedir que você fique. Talvez você queira que eu peça, que eu implore pra você ficar comigo, e recomeçar, mas eu não posso. Porque eu não estou pronta para recomeçar ainda, entende? Não é justo com você. Eu estaria sendo egoísta demais. É o seu sonho. Eu e nem ninguém pode tirar isso de você. Então, por favor, não me odeie, e muito menos se culpe por isso. Eu amo você, Harry. Amo mais do que um dia pensei que eu seria capaz. E só você, apenas você, consegue me fazer sentir amada da mesma forma.

Era incrível. Incrível como dizer tudo isso me trazia uma paz enorme. Alívio, talvez seria a palavra certa.

O peso parecia aliviar em minhas costas, a cada palavra e sentimento confessado. Ser sincera, nunca me pareceu mais certo. Talvez eu devesse tentar mais, independente do medo que isso me causa. Aliais, ele é meu verdadeiro problema. Não seria nada mais certo ir contra ele invés de ficar fugindo.

- Consegue entender? - perguntei. - Entender tudo agora?

A necessidade de uma resposta é angustiante, e tenho certeza do quanto isso transparece em meus olhos, enquanto o encaro.

- Por favor, não me odeie. - suplico, para um Harry calado.

Quando noto o que ele está fazendo, como seu olhar oscila e ele se aproxima, não tenho dúvidas do que virá. O modo como seus lábios cobrem os meus, ficando lá por um tempinho como se fosse para apenas lembrar da sensação, daquela sensação inexplicável, até como sinto seus dedos entre os fios dos meus cabelos e a forma calorosa que ele me aproxima, me faz fraquejar imediatamente.

Também não sou tola o suficiente para dizer que eu não queria isso, dês do momento que coloquei os olhos nele. Então, por que haveria de lutar?

Não, não hoje.

Minhas mãos fazem um caminho até seu rosto, abraçando-o com cuidado e mantendo-o perto. Apesar de toda a necessidade, do desejo mútuo, o beijo é lento, como se ambos concordassemos que a única coisa que deveríamos fazer agora era apreciar um ao outro.

E eu faço isso, enquanto o sinto mordiscar levemente meu lábio inferior, e suspirar como se o agradasse tanto quanto à mim. Faço como se fosse a coisa mais importante da minha vida agora.

Me sinto inebriada, enevoada e qualquer coisa que signifique estar boba, quando nos afastamos. Meu coração martela contra meu peito, e pela primeira vez no dia, tenho certeza de que estou no lugar que eu deveria estar quando abro os olhos e o vejo.

- Isso é uma boa resposta pra você? Porque eu juro que não tenho a menor ideia do que dizer.

Sorrio, não me importando com o quão bobo seja. Harry me imita, e acaricia minha bochecha com o polegar. Sinto-me como se tivesse ido do inferno ao céu nesses minutos.

- Acho que me perdoar seria mais do que o suficiente. - digo, baixinho.

Harry suspira, antes de ajeitar meu cabelo para trás da orelha.

- Sinto tanto por tudo. Tudo mesmo. Por todo esse tempo longe de você, quando poderíamos ter passado juntos. Você não faz ideia do quanto eu me arrependo de não ter aproveitado.

- Eu também me arrependo. Tive minha parcela de culpa nisso também. Você não precisa carregar o peso de tudo.

- Harry-

- Sihh. Me ouve agora. - ele pede, e eu suspiro. - Eu realmente não sei o que deveria dizer. Eu só estou feliz por você estar aqui agora, e não quero estragar isso. Então, por favor, esquece o que já passou, porque é o que eu prometo fazer também.

- Vai me perdoar?

- Caralho, Bella, eu não te beijaria se já não tivesse feito isso. - disse o óbvio e eu mordi o lábio, tentando conter minha felicidade. Harry sorriu. - Você sempre arruma um jeitinho de se safar não é? - brincou.

- Não fala assim. Parece errado. - quase faço beicinho e Harry ri.

Ele se aproxima, deixando vários beijinhos pelo meu rosto, me fazendo rir e praticamente derreter de tanto amor. Quando os beijinhos passam para selinhos, que vão virando beijos mais demorados, a porta se abre de abrupto.

Louis está parado lá quando olhamos, com os olhos semicerrados e a expressão engraçada.

- Por que será que eu não estou nenhum pouco surpreso?

Louis abre um sorriso, que eu retribuo com certa vergonha, depois de me ajeitar no sofá e pigarrear. Harry apenas suspira ao meu lado, claramente descontente.

- E aí, já podemos comemorar que ela vai com a gente?

- Louis, não seja idiota. Ela não vai com a gente. - Harry disse se levantando, e caminhando em direção da cozinha. - Dean não avisou que tem mais caixas pra você pegar não?

- E onde é que estão as caixas, gênio? - Louis arqueiou as sombrancelhas, e eu entendi rapidamente quando notei as caixas ao redor. - Licença aí, Bella.

Louis praticamente se jogou no sofá ao meu lado, me fazendo rir ao inclinar a cabeça para trás e fechar os olhos, suspirando profundamente. Harry voltava com dois copos dágua da cozinha e parava à minha frente enquanto isso. Acabou me entregando um copo e tomou um gole do seu depois de me oferecer um meio sorriso.

- E eu? - Louis perguntou quase indignado. - Levei mais caixas que você lá pra baixo, e não mereço nem um copo dágua? Que tipo de amigo você é?

Harry revirou os olhos, e eu ri antes de entregar o meu copo dágua para Louis.

- Não estou com sede. É todo seu.

- Sempre soube que você era um anjo, Bella. Valeu. - agradeceu, olhando para Harry em seguida. - Viu só? É isso que amigos fazem. Não deixam você morrer de sede. Acho até que vou levar a Bella no seu lugar.

Ri novamente. Emma deve se divertir muito com ele. Pensando bem, os dois devem se divertir muito. Deve ser muito difícil de haver um momento tedioso entre esses dois.

- Se você não parar de reclamar, vou chutar sua bunda pra fora daqui. - Harry ameaçou e Louis revirou os olhos enquanto tomava a água.

Ele é tão debochado. Nunca deixa de ser cômico.

- Hm. - Louis começou, secando a boca com a manga do moletom. - Mas então, o que vai acontecer?

Perguntou, olhando para Harry e eu.

- Acontecer o que?

- Entre vocês dois. Como vão ficar?

- Oh..

Desviei o olhar, e encolhi os ombros, pega de surpresa.

- Para de ser intrometido, Louis. Depois você vai ficar sabendo.

- Eu só estou curioso. - Louis protesta. - Você fica um saco quando está mal e sempre sou eu que tenho que aguentar. Nada mais justo não é?

Harry praticamente fuzila Louis com o olhar, então eu decido dizer alguma coisa.

- É que nós não conversamos sobre isso ainda. - explico, chamando a atenção dos dois para mim. - Mas os planos são os mesmos. Harry ainda vai com você e eu vou ficar aqui.

- Vocês vão terminar então? Espera, vocês já terminaram. Foda-se, eu não entendo o relacionamento de vocês de qualquer jeito.

- Eu juro por Deus que se você não calar a merda da boca agora..-

- Harry, não tem problema. - digo, risonha e ele me encara. - A gente vai saber lidar bem com isso. - sorrio.

Harry continua me encarando, daquele jeito que me dava nos nervos no começo de tudo. Ele nem tenta conter o sorriso, e muito menos eu.

- Que bom então. - Louis levantou, e sorriu pra mim e Harry. - No tanto que ele não fique chorando no meu ombro o tempo todo.

- Tomlinson-

- Eu tô brincando, cara. - Louis riu. - Tenho problema em te oferecer meu ombro amigo não. Ao menos que você esteja bêbado, aí o combinado é um metro de distância, você sabe.  

Não conseguia conter o riso, principalmente com a cara impagável de Harry. Talvez ele soubesse que era dele, não somente das bobagens que Louis dizia e por isso ficou mais emburrado, me fazendo mudar de assunto de uma vez. Era engraçado, sem dúvidas, mas a única coisa que gostaria de ver agora em seu rosto era seu sorriso de covinhas.

Entre poucos minutos, Louis e Harry me explicaram o que tinham que fazer ainda hoje para a viagem, quando perguntei sobre. Combinamos então que eu passaria o dia com os dois e os ajudaria no que pudesse, grande parte de mim propondo isso para principalmente passar mais tempo com Harry.

Avisei Adam que não iria trabalhar hoje, explicando rapidamente o porquê, e sendo assegurada que estava tudo certo, afinal, segundo ele, nada era mais importante do que o amor. Me fez rir dele, por ser tão bobo e clichê, mas quando olhei para Harry, com o cabelo empoeirado e o rosto igualmente sujo enquanto tentava erguer uma caixa enorme com Louis, não tive certeza de que ele estava certo.

Passamos uma parte do dia assim, esvaziando o apartamento de Harry, já que mais cedo, Louis já tinha feito no dele e levado a maior parte de suas coisas para a casa de sua mãe, Johannah. Harry fez o mesmo, levando suas coisas para casa de Anne no fim da tarde.

Aceitei quando Harry me convidou para a janta de despedida que Anne iria fazer para ele, passando assim o restante da noite ao seu lado, aproveitando cada momento como se fosse o último.

Me senti acolhida, como estar em uma família mesmo, enquanto jantavamos, assistíamos alguns programas na sala de estar e nos divertiamos em todas as pequenas coisas daquela noite. Tudo parecia precioso demais para não ser vivido com intensidade.

Quando vi a cena de Anne abraçada em Harry na cozinha, no fim da noite enquanto já preparávamos as coisas para ir dormir, e a ouvi dizendo o quanto sentiria falta dele e o quanto o amava, me senti na obrigação de ir para fora, deixa-los sozinhos, e pegar um ar.

Minhas emoções estavam conturbadas demais.

Me sentei nos degraus da varanda, e olhei para o céu estrelado acima de mim. Sentia como se as estrelas nunca estivessem mais brilhantes. Era lindo, fascinante, e me fazia lembrar de cada momento bom que eu já passei, não apenas com Harry, apesar da grande maioria ter sido com ele, mas em geral.

Foi nesse momento, de pequena reflexão, que vi que eu iria ficar bem. Tudo iria ficar bem. Porque eu sabia o que estava sentido agora. Estava feliz e me sentia infinita.

Igualzinha as estrelas no céu.

- Quase pensei que você tinha me deixado.

O ouvi dizer, atrás de mim. Esperei que ele sentasse ao meu lado, para encara-lo, e sorrir do jeito mais verdadeiro possível, apesar das lágrimas marejarem meus olhos.

Harry apenas continuou me encarando, do mesmo jeito.

- Estou muito feliz, sabia?

Fazia ideia do quanto minha voz estava embargada mas transparecer qualquer coisa agora era o que menos me preocupava.

- Por você, por mim. Porque eu sei que ficaremos bem. Eu tenho certeza disso, Harry.

Sorri, deixando as lágrimas escorrerem em minhas bochechas.

- Eu te amo demais.

Harry parecia cada vez mais imerso. E eu me deixei ser também, quando ele me puxou para perto e me prendeu em seus braços calorosos. Me senti a pessoa mais protegida do mundo.

- Isso não é uma despedida. Sabe disso não sabe?

Assenti, com a cabeça contra seu peito e o senti beijar o topo da minha cabeça.

- Jamais conseguiria te dizer adeus, Bella.

Apertei o tecido do seu moletom com mais força, sabendo que minhas lágrimas molhavam o mesmo, e fiquei lá, sendo protegida de tudo o máximo de tempo que pude.

Todos os momentos daquela noite, todas as coisas que fizemos, os últimos beijos, os últimos suspiros, os últimos toques. Todos. Tudo. Foram guardados no lugar mais seguro e aquecido do meu coração, para que na manhã seguinte, vê-lo partir não fosse tão cruel.

Mas foi, de qualquer forma.

Obrigada por lerem!❤️
Desculpem-me qualquer erro.

Comentem e votem please.

Obrigada por todos os comentários recentes e os votos. Sério, isso me deixa muito feliz.

Amo vocês pra caralho por tudo. Vocês são incríveis demais.

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