once upon a plug {l.s}

By infactIarry

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Na qual Harry e Louis transam e não se lembram de nada depois, Louis acorda com um plug e Harry tira uma foto... More

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Trailer OUAP!
OUAP is back!
Um Milhão de Pequenas Coisas
trilogia Um Milhão de Pequenas Coisas
capítulo extra final

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By infactIarry

LOUEH

desgurpa a demora, tava nos broquinho de carnavrau (quem em segue no insta, viu as loucuras e obg pelas mensagens fofas aaaaa)

algumas coisas antes do cap (sabem que amo textos enormes e desnecessários antes do capítulo né? af)

1. obrigada pelas fotos dos doguinhos e gatíneos e hamsters até no insta (eu amo conversar com vocês, juro, me chamem, postem fotos pra eu curtir e surtar com as belezas de vocês)

2. obrigada a quem, vendo que eu estava curtindo e me divertindo e sofrendo na facul, não veio dizendo "e a att???" e sim compreendeu que eu tenho uma vida e que tenho que vive-la também, sério, vocês são xs leitorxs mais madurxs que já tive!

3. obrigada pela paciência, eu até tinha mostrado pra algumas de vocês que to escrevendo esse capítulo desde a semana retrasada mas nada saía e eu não estava gostando do resultado e enfim, saiu!!!

4. amo ocês, só isso, obrigada por tudo aaaaaa boa leitura

Louis não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo.

E não era para menos - em questão de três dias (contando a partir do dia da festa), ele já havia feito tanta coisa e vivido tanto que tudo parecia uma única bola de memórias sem começo nem fim. E, ao que parecia, a UAL inteira estava passando pela mesma coisa - quer dizer, todos os dias após o jogo do campeonato podiam-se notar festas nos corredores e dormitórios, as fraternidades e irmandades funcionavam 24 horas por dia para suprir as necessidades juvenis de seus membros, as aulas estavam cada vez mais cheias de alunos sonolentos e semi-bêbados e/ou chapados (mas nunca vazias, o que deixava Louis e o reitor orgulhosos, afinal, os alunos ainda cumpriam com seus deveres acadêmicos, independentemente das circunstâncias), as lanchonetes e barracas de comida do campus estavam cada vez mais cheias de universitários cansados demais para sair do complexo da uni para reabastecer seus dormitórios, as bibliotecas e estúdios estavam cada vez mais movimentados já que a festa de comemoração aflorara seus espíritos sociais e as atividades dos cursos individuais estavam progredindo cada vez mais, apenas deixando os professores satisfeitos.

Essa série de eventos, contudo, também significava que a maioria dos alunos estava dormindo pouco - ou dormindo em horas alternadas e em lugares não tão usuais como anteriormente, comendo porcaria - mesmo não sendo uma regra geral pois haviam opções saudáveis nos menus das lanchonetes do campus, estudando em condições não favoráveis - mas ainda assim estudando e, o mais importante de tudo, se divertindo - e muito. Mas ninguém realmente reclamava das noites recheadas de bebedeira desenfreada, sexo e drogas seguidas de dias cansativos de estudo, ensaios, treinos e mais estudo, afinal, estavam nos últimos meses e havia tanto a se fazer e tanto a se descobrir que não podiam perder tempo com coisas como sono e refeições conscientes.

Lógico que todo mundo tem um limite - e, embora se sentissem invencíveis, os jovens também cansavam.

Era domingo.

Os finais de semana são, geralmente, mais parados do que os dias da semana, justamente porque a maior parte do campus está visitando os pais, ou vice-versa. E domingos são, geralmente, o dia mais parado do final de semana. Essa combinação garantiu à Harry e Louis uma pausa de toda a loucura dos últimos dias - e que pausa merecida.

Harry passara os últimos dias treinando com o time, gravando e fotografando o ensaio do musical, beijando Louis nos intervalos e fora deles, fotografando para seus próprios trabalhos acadêmicos, estudando para seu teste na terça-feira e escrevendo sua dissertação que deveria ser entregue até quinta, além de alternando almoços com os rapazes e cafés da manhã com Louis, já que eles ainda não estavam em bons termos.

Tudo estava um caos.

E Louis não estava diferente uma vez que estava ocupado com o musical - ensinando coreografias, arrumando harmonias, ajustando cenários e finalizando figurinos, estudando para provas substitutivas (graças à festa, o reitor concordou em dá-lo uma segunda chance para compensar suas faltas), dormindo sobre trabalhos e mais trabalhos, dissertações e mais dissertações e artigos que mal cabiam em 24 horas, mas que teria que dar um jeito de fazer o mais rápido possível, e, como se não bastasse, era convidado para toda festa que acontecia no campus.

Sem exageros - toda festa. Seja ela em fraternidades, irmandades (nas quais ele nem mesmo podia fazer parte uma vez que eram apenas para garotas, mas recebia o convite mesmo assim), dormitórios, corredores, lanchonetes, bares fora do complexo da uni. Toda festa requisitava a presença de Louis Tomlinson, o rapaz que trouxera a vida de volta para a UAL.

Haviam até mesmo universitários que arriscavam dizer que ele trouxera a arte de volta à uni - o que era um título grande o suficiente para ser carregado por ombros estreitos como os do garoto.

E era aí que estava outra coisa interessante, mas tão interessante que tomara alguns muitos minutos de sono de Louis durante suas aulas do segundo período - desde que fizeram a festa e passaram por toda aquela situação com a doação de roupas, parece que o espírito artístico da universidade foi restaurado, porque, as vezes, entre tantos artigos e testes e projetos, todo o conceito de "arte" presente na Universidade de Artes de Londres é deixado de lado, e os alunos, que foram originalmente atraídos àquele lugar pelas características artísticas acabam sendo desmotivados em seus próprios talentos. E ter isso de volta, essa sensação de estar rodeado de arte e estar sempre inspirado e pronto para criar simplesmente transforma os alunos, os professores, tudo, em uma bola harmoniosa de... arte.

O quão surpreendente.

Mas ainda assim era domingo - e ainda estava exaustos da festa que compareceram na madrugada passada.

Bem...

Ainda conta como madrugada passada se o sol já havia dado as caras quando estavam indo embora?

De qualquer forma, haviam passado as últimas horas em uma festa no complexo feminino (mais um convite aleatório que Louis recebera de último minuto enquanto ele e Harry saíam do estúdio em que gravavam alguns clipes do musical sendo confeccionado, e deram uns amassos, claro), beberam uma quantidade absurda de álcool e fumaram um número ridículo de cigarros - de todos os tipos, por incrível que pareça, finalizando a noite com várias rodadas de beer pong - e estavam acabados.

Deitados na cama de Harry, ambos enrolados em edredons e moletons quentinhos, descansavam o máximo que podiam até que a loucura da semana comece novamente - e então, o celular de Louis apitou.

Era outro convite - mas desta vez, um que não poderiam recusar.

E antes que pudessem becejar de sono, já estavam levantando da cama e se arrumando para sair do dormitório - e da uni.

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Eles iriam para a cidade.

Eles sendo Harry e Louis, Chad e Patrick (dos Wolves), Barbara e Eleanor, Nick (que Louis não via há meses, na verdade, mas ainda era amigo próximo de Harry) e algumas outras pessoas nas quais não sabia o nome mas estavam sempre presentes nas festas - o que não podia ser ruim, certo?

Londres estava fria naquele final tarde de domingo, por isso, não vestiam nada muito distante de moletons da própria universidade e jaquetas, além de bonés e toucas e também não queriam pegar o ônibus, o que significava que teriam de andar pelas ruas pouco movimentadas até chegar ao seu destino - mesmo não tendo destino algum em mente.

Ah, a juventude.

Sem se importar com nada àquela altura, apostavam corridas pelo meio-fio enquanto gritavam à plenos pulmões alguma música antiga, o frio não mais os incomodando. Parecia simples - sair da uni e andar pela rua. E realmente era. Mas momentos como aqueles são os que perduram na mente e ecoam as melhores risadas no coração. São momentos como aqueles que devem ser valorizados, justamente por não conter nada de valor além de pessoas e sentimentos.

Que são, na verdade, as coisas mais valiosas, não porque as temos, afinal, não se pode ter pessoas nem sentimentos, e sim porque as cultivamos. Pessoas são como plantas, você pode regar o quanto quiser, mas se regar demais, a afoga, e se regar de menos, a mata - e, se conversar gentilmente com ela, sobre coisas boas e bobas, ela floresce, e além de uma planta, agora terá uma flor para cuidar e amar. E o ciclo se segue, os sentimentos sendo efeitos colaterais e tão fundamentais quanto a água, dependentes um do outro.

E a beleza se encontra no jardim repleto de plantas e flores que cultivou ao longo da vida, marcados por dias de sol e dias de chuva, e dependendo da pessoa, até mesmo sobrevivem névoas e secas, mas nunca, jamais deixa de ser o seu jardim.

Louis ainda era jovem mas seu jardim já florescia, ainda mais naquela tarde de domingo sem planos.

A coisa com universitários é que, na maior parte das vezes, não têm muito dinheiro - e o pouco que tem acabam gastando com drogas, camisinhas e álcool, ou lanches, é claro. Por isso, acabam marcando de sair sem rumo pela cidade.

Haviam mudado a música, e ainda gritando-a na calçada, atraíam olhares bem tortos. Louis, entretanto, virou-se para fitar Harry, andando de costas para tal, e sorriu. O maior tentava andar ao mesmo tempo em que fazia o Moon Walk, claramente em uma competição de dança com Nick, que trapaceava na Macarena. Percebendo um par de olhos sobre si, Harry aguçou a atenção até localizá-lo entre as outras pessoas do grupo, e sorriu de volta, o vento frio esvoaçando seus cabelos sem piedade.

Apressando o passo, ameaçou agarrar Louis e isso bastou para que começassem a correr - todos. Pelo menos dez pessoas correndo pelas ruas de Londres, vozes ecoando a letra de Teenage Dream da Katy Perry conforme esquivavam carros em velocidades baixas e pessoas lentas demais, apenas para parar em faixas de pedestres e dançar ridiculamente, ora ou outra ganhando buzinas ou moedas em resposta, palavras feias também ecoavam mas isso só os causavam mais risadas. Louis não sabia por quanto tempo estavam correndo, só lembrava-se de parar em um semáforo, escorado na barra de metal para recuperar o fôlego enquanto observava Harry o alcançar, ainda correndo e pular bem em sua frente para encostar a mão na luz vermelha do semáforo, batendo um hi-5 com a mão de pare.

Louis riu, e antes que pudesse raciocinar a ação, já haviam mãos em sua cintura e lábios contra os seus, o metal gélido do semáforo pressionando suas costas e causando arrepios sobre seu moletom. Ele podia ouvir os outros se aproximando e os carros passando atrás do si, mas tudo que conseguia focar era no corpo encostado ao seu, na pele ardente sob seus dedos gelados e nas palavras sussurradas contra seus lábios.

Te peguei.

Ele mordia o lábio inferior de Harry quando ouviu Eleanor gritar para correrem antes do farol fechar - e em segundos estava fora do chão, mãos fortes em suas coxas e os lábios, antes juntos ao seu, agora pressionados em sua orelha. Olhando para baixo, Louis podia ver as faixas brancas passando rapidamente, e sentiu faróis brilhantes contra seus corpos, suas mãos apertando os ombros largos para apoio, e em segundos estavam na calçada novamente, o corpo grande e forte de Harry à sua frente e os lábios gelados já retornando aos seus. Eles riam, e beijavam, e riam mais um pouco, a situação sendo processada em delay conforme a viviam.

Chad gritou algo, e sem ter ouvido direito o que era ou para quem era, Louis apenas soltou os lábios de Harry para retrucar - eles gargalhavam sem motivo algum, provavelmente não ouvido um ao outro, mas estavam felizes. O que mais podiam fazer, o sol estava se pondo em algum lugar entre as nuvens cinzas que não podiam ver e o mundo está fadado ao fim, tinham motivos o suficiente para não ligarem para condições e requisitos.

Se estavam com vontade de rir, foda-se, iriam rir.

Já cansados de andar pelo vento gélido e forte, encontraram um supermercado aberto - e decidiram entrar.

Quando Harry piscou, já estavam no corredor das bebidas alcóolicas, mas Louis tinha uma ideia diferente.

Puxando-o para longe do grupo, entraram no corredor dos produtos de limpeza, as risadas soando baixas e confidenciais conforme se embolavam em pés e braços e beijos, as poucas pessoas naquela seção os encarando como se fossem loucos - e de fato eram.

- O que está fazendo? - Harry murmurou enquanto Louis enrolava seus braços em seu pescoço e depositava quase todo seu peso no maior. - Lou! Amor, vamos cair..! - sem se controlar entre as risadas, Harry os equilibrou antes que caíssem nos desinfetantes e amaciantes e puxou Louis pela cintura, os grandes dedos apoiando-o contra seu corpo e levando-os para o meio do corredor em um beijo sem pudores, línguas se encontrando antes mesmo de seus lábios o fazerem.

- O que-- Hazz! - rindo ao final do beijo, Louis fechou os olhos enquanto roubava um selinho de Harry, acidentalmente os fazendo esbarrar em um carrinho de compras de alguém. Ainda gargalhando contra seus lábios, Harry tentou mais uma vez os equilibrar naquela bagunça de afeto e passos, mas não deu tão certo assim.

Cambaleando até que caísse sobre a pilha em formato de pirâmide de rolos de papel higiênico, Harry levou Louis consigo, ambos deitados sobre as embalagens tamanho família e espalhado-as para todo lado. As risadas ecoaram pelo corredor e em segundos, Eleanor e Patrick apareceram para checar o que estava acontecendo - e o supermercado inteiro parou para vê-los.

Harry não sabia onde enfiar a cara, as bochechas vermelhas ao mesmo tempo que dormentes de tanto rir, e com as mãos na cintura de Louis (talvez um pouco mais pra baixo do que a cintura, propriamente dizendo) obrigou o menor a permanecer sobre seu corpo, e não deixá-lo lá deitado sozinho.

Sem se importar com o que acontecia ao redor, Louis fitou o rapaz embaixo de si, os cachos espalhados entre embalagens de papel higiênico, lágrimas no cantos dos olhos verdes brilhantes e um sorriso enorme causando covinhas em suas bochechas macias. Ele não conseguia acreditar que seu coração batia por aquele rapaz, quer dizer, claro que conseguia, mas parecia ser bom demais para ser verdade.

- Oops.

- Oi. - mais risadas saíram de seus lábios e, com as barrigas doendo àquela altura, apenas permaneceram deitados por mais alguns minutos.

Quer dizer... por quanto tempo mais será que a surpresa de um casal gay caindo em uma pilha de papéis higiênicos poderia durar?

Bem, Louis desejava ficar mais tempo daquele jeito para descobrir mas Harry tinha outros planos. Erguendo-os com facilidade, os músculos dos braços flexionando sob os dedos de Louis e os empurrando para longe daquela bagunça, reencontraram o grupo ainda na seção de bebidas alcóolicas - afinal, qual bebida comprar era uma decisão de vida ou morte que com certeza definiria o rumo da noite à sua frente.

Acabaram por escolher as mais baratas e com maior teor alcóolico - ou seja, iriam escolher o caminho mais selvagem para acabar aquela noite. E ninguém realmente reclamou sobre isso.

Mas sua busca no supermercado ainda não estava no fim. Mesmo já tendo destruído a seção dos produtos de limpeza e esvaziado a seção alcóolica, ainda precisavam comprar as besteiras que iriam comer durante a bebedeira - e para isso, decidiram apostar corrida até a seção de bolachas.

Corrida de carrinhos de compras.

Em um coro de "Um, dois, um dois três já!", Harry se viu dentro de um carrinho de compras e sendo empurrado por um Louis bem risonho. Ao som de , Louis deveria ter soltado o carrinho, contudo, acabou por agarrando-se na extremidade e indo junto com Harry naquela jangada que cada vez mais se aproximava da hortifruti. Gritando para que o menor virasse o carrinho, Harry segurou as bordas e inclinou o corpo para o lado - e caíram no chão pela segunda vez em menos de uma hora, só que ao invés de cair sobre papéis higiênicos, laranjas choviam sobre suas cabeças e os acertavam sem piedade no rosto e peito.

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Eles foram expulsos do supermercado. Não antes de comprarem algumas garrafas de bebidas e alguns pacotes de salgadinhos - e uma melancia. Só por precaução.

Fora ideia de Louis, é claro.

Sem qualquer indício de que carregariam a melancia pelas ruas já escuras de Londres, sentaram-se no meio-fio do supermercado e abriram as garrafas de bebida, rapidamente passando-as pelo grupo de pessoas e, mão a mão acabavam com o líquido, cada vez mais inofensivo pela frequência com que o ingeriam.

Louis estava encostado na parede lateral do supermercado, um cigarro entre os lábios, quando Nick se aproximou, uma garrafa com poucos goles de bebida restantes ocupando seus dedos juntamente com um cigarro ainda apagado.

- Posso..? - indicando o lugar ao lado de Louis, Nick balançou o cigarro e a garrafa nos dedos. Dando de ombros, Louis tragou mais uma vez, os olhos, contudo, fixados no movimento dos carros. - Pensativo?

- Cansado, na verdade. - finalmente virando o olhar para Nick, Louis suspirou. - Foi uma semana e tanto.

- Fiquei sabendo. - Nick murmurou enrolado conforme acendia o cigarro. Somente quando o retirou da boca e cuspiu a fumaça para fora é que Louis compreendeu totalmente suas palavras. - Quer dizer, a uni toda ficou. Você meio que chacoalhou as coisas lá dentro.

Sem saber se aquilo era bom ou ruim, Louis apenas assentiu frente àquelas palavras, sem realmente fazer muito caso. Ao invés disso, focou em observar Harry - seu passatempo favorito. O cacheado estava sentado no meio-fio ao lado de Barbara e Chad, e os três pareciam emersos em um jogo de pedra, papel e tesoura infinito onde acabavam rindo e bebendo muita vodca - eles decidiam quem iria tentar abrir a melancia sem faca alguma em mãos. Louis desejou estar lá e se não fosse pelas próximas palavras de Nick, provavelmente teria ido.

- Sabe, Tomlinson, toda vez que eu vejo você e ele, assim... juntos e tal, eu lembro do começo do ano.

Franzindo o cenho, Louis trocou o peso do corpo, jogando-o para o outro joelho conforme tragava mais uma vez.

- Começo do ano? Como assim? - vendo Nick reaparecer por detrás da fumaça cinza, Louis continuou: - O que quer dizer com isso?

A resposta veio tão rápida que fez Louis se perguntar se ela já não estava ensaiada, como se Nick estivesse esperando por esse momento há muito tempo.

- Não se lembra? A primeira festa do ano? - Louis continuou com cara de paisagem. Nick riu sem graça antes de tomar um gole da bebida que segurava há tempos. - A primeira festa, Tomlinson! Quando você e o Harry nem se falavam ainda. Ele chamava você e seus amiguinhos do curso de música de Miss Broadways e sempre ficava puto quando vocês iam pras mesmas festas que a gente. Não se lembra? - e algumas coisas começaram a acender na mente de Louis, mas não o suficiente para que lembrasse da bendita festa que Nick tanto falava. - Foi a festa que ficou tão chapado, mas tão chapado que pagou um boquete pro Sandy! E ainda falou pra todo mundo que o pau dele era pequeno. - agora sim foi o suficiente para Louis lembrar da festa em questão, e ainda ficar com as bochechas quentes.

- Oh, droga. - murmurando baixo contra o cigarro, Louis cobriu uma parte do rosto com a mão, envergonhado de si mesmo. Nick riu.

- Relaxa, ele estava bêbado demais pra lembrar e nós não ligamos o bastante para contar, na época. - como se isso fosse o suficiente para acalmar Louis, Nick prosseguiu com tranquilidade, ainda não alcançando seu ponto. - Agora que lembrou de qual festa estou falando, tem mais uma coisa que quero que tente se lembrar. - Louis sentiu uma coisa estranha ao ter os olhos de Nick sobre si, não algo ruim, ele não acreditava que Nick era uma pessoa ruim ou coisa do tipo, não, longe disso. Era só que... toda aquela situação o causava estranhamento. Não sabia o que era, mas sentia-se agoniado. E se Nick percebeu, ignorou ao continuar a falar. - Tomlinson, você transou com alguém naquela festa?

Louis abriu a boca e logo em seguida a fechou, sem saber exatamente o que pretendia falar frente àquela pergunta. Quer dizer, o que Nick esperava ouvir? O que ele queria com aquilo? Claramente havia um ponto naquela conversa, se não, Louis desacreditava que Nick tomaria o tempo de levantar-se e ir fumar e beber ao seu lado. Aquilo não era conversa casual, era algo bem pontual, inclusive.

O menor estava tão desconfortável, na verdade, que Harry, emerso no jogo com Barbara e Chad, ao olhá-lo rapidamente, percebeu, como se estivessem tão ligados que momentos como esse soassem um alarme em sua mente. Se levantando e indicando que iria até lá, Harry fez Louis pensar rápido naquele momento - porque, seja lá o que Nick estava tentando-o dizer, não queria que os outros ouvissem, se não, não teria escolhido aquele momento a sós para levantar o assunto.

- Sim, por que? - cuspindo para fora, sem saber exatamente o porquê estava respondendo uma pergunta tão evasiva e tão desconexa, Louis viu Nick agir tão rápido quanto ele.

- Harry também. E tenho quase certeza de que vocês transaram naquela noite.

- Oi. - Harry disse, as mãos juntas em um aperto e os lábios pressionados, as covinhas sorrateiramente aparecendo em suas bochechas, mesmo sem sorriso algum as convidando para a festa.

Nick disse alguma coisa à ele, distraindo-o da situação, claramente, mas Louis não conseguiu ouvir devido aos pensamentos que tomaram sua mente, muitos deles. Um zumbido tomou seus ouvidos e seu coração estava acelerado, o cigarro em seus dedos não era sentido, acabando no chão sem intenção concreta de tal ato.

Louis...

Transou...

Com Harry?

Como isso era possível? Quer dizer, eles nem chegaram naquele estágio ainda - pelas contas de Louis, tudo que fizeram foi sexo oral.

E alí, escorado na parede enquanto observava Harry rir de alguma coisa com Nick, simplesmente se permitiu contar nos dedos, apenas para ter certeza de que haviam feito apenas preliminares, e nada além disso.

Nem ao menos haviam feito todas as preliminares!!!!

Como haviam transado sem Louis se lembrar?

Ele se lembraria, certo?

Certo???

Se bem que tinha poucas lembranças daquela festa que Nick estava comentando... nem ao menos se lembrava do boquete em Sandy, só sabia que havia, de fato, acontecido, pelo que os outros se lembravam de ter acontecido. Poderia esse ser o caso com Harry, também?

Se ele e Harry haviam transado e não contaram para ninguém e estavam muito bêbados para lembrar, isso significava que Nick poderia estar certo?

Que havia uma pequena - mas existente - possibilidade de ele e Harry terem transado há muito tempo atrás e não lembrarem?

Porque se isso fosse verdade, eles haviam ficado - e mais - antes mesmo de tudo acontecer. De se gostarem, de se falarem, até, porque no início do ano, ao que a memória de Louis permitia, eles não eram fãs um do outro não, o que meio que dificulta toda a questão do sexo - ou não, depende da perspectiva, claro.

Completamente confuso e pensando em círculos, Louis suspirou, o que chamou a atenção integral de Harry. Em segundos, tinha mãos em sua cintura e lábios em suas bochechas - Harry cheirava á inconsequência e juventude, ou apenas vodca. Erguendo os dedos até os enfiarem entre os longos cachos, Louis puxou o rosto de Harry para trás, possibilitando que seus olhares se encontrassem, e sentiu.

Um frio na barriga.

Aquela sensação nunca havia tomado seu sistema antes e, de certa forma, gostara dela. Ele fitou os olhos verdes e a sentiu novamente, ainda mais forte. Como se tudo que estivesse em seu estômago revirasse como um liquidificador e refletisse em cada osso de sua coluna vertebral. Ele sentiu.

Sentiu a excitação da possibilidade.

Ele passara tanto tempo imaginando como deve ser transar com Harry e desejando o fazer que, agora, ao se ver de frente com a possibilidade de já terem, de fato, transado, simplesmente sentiu-se excitado. Era como se toda a pressão de transarem pela "primeira vez" sumisse - pois poderiam já ter transado antes.

Harry, no entanto, alheio à situação, franzia o cenho. Louis deu de ombros, emerso em pensamentos e, para tranquilizá-lo, uniu seus lábios em um beijo molhado com sabor de nicotina e álcool - haviam tido muitos desse ultimamente, não que se importassem. E mesmo quando sentiu as mãos firmes em sua bunda, apertando-a sem pudores, e os lábios decididos contra os seus, ainda pensava no que Nick havia falado - desejando que, à essa altura, o mesmo já tenha retornado ao grupo e os deixado à sós por um momento.

Ele sentia-se tão... empoderado, confiante e... livre de medos, que queria explorar esse novo coquetel de sensações.

Era uma sensação estranha - estranhamente confusa e boa. Louis sempre ficava receoso do momento em que finalmente chegariam ao estágio do sexo, afinal, passaram por tanta coisa até chegar àquele momento, e conseguiram permanecer juntos, que a possibilidade de estragar tudo com uma transa o dava calafrios - pois tudo se iniciou e acabou no sexo, querendo ou não.

Mas ali, entre os braços fortes e quentes de Harry, simplesmente deixou suas pálpebras pesarem e sua língua cuidar do recado, seus dedos se aventurando por entre os fios embaraçados pelo vento e seu nariz causando calafrios quentes na pele delicada do maior - ele havia prometido a si mesmo que iria aproveitar ao máximo cada momento, e que permitiria a si mesmo ter Harry ao seu lado. E era isso que iria fazer. Independentemente de já terem transado ou não antes.

Mesmo que fosse investigar isso depois (é claro).

- Está tudo bem? - a voz rouca de Harry ecoou e fez Louis abrir os olhos lentamente, encontrando-o com bochechas rubras e respiração ofegante. Franzindo o cenho, o menor juntou ainda mais seus corpos, inclinando seu quadril até que encontrasse o de Harry. Engolindo um suspiro, o cacheado desceu o olhar até o movimento ao prosseguir, a voz dois tons mais baixa: - Hmm, o que Nick te disse?

Louis demorou alguns segundos para responder, seus olhos também presos no movimento conforme instigava o pau de Harry sobre o jeans, seu próprio membro acordando com o ato. Com uma mão cravada na cintura do menor, Harry pressionou a outra na superfície da parede, como se precisasse de apoio no momento, o rubor em suas bochechas apenas aumentando. Eles ouviam os outros conversando e rindo a poucos metros da onde estavam, mas nada mais importava no momento, presos em uma bolha quente de excitação.

- Tem certeza que quer falar sobre Nick agora? - a voz melodiosa de Louis soou baixa e provocativa, uma de suas mãos indo até o cós da calça de Harry e sugerindo coisas sujas. Os olhos verdes encontraram os seus, e duvidando de sua audácia, apenas encourajaram ainda mais Louis a prosseguir. - Mas... tem uma coisa que eu queria falar com você. - suspirando pesado, Louis encostou a cabeça na parede, alongando o pescoço em busca de ar fresco para acalmar o fervor que sentia dentro de si. Harry nunca esteve tão hipnotizado. - Uma coisa que Nick disse e me fez lembrar... - umedecendo os lábios, Louis arranhou a pele abaixo do umbigo de Harry com as unhas curtas causando arrepios generalizados.

- Te lembrou o que? - recolhendo um esforço enorme para proferir tais palavras, Harry se viu inclinando seu próprio quadril ao encontro do de Louis. E todo seu sistema congelou às próximas palavras.

- Que ainda não me comeu.

Harry demorou mais tempo do que desejava para responder verbal ou fisicamente àquilo. Seu quadril estagnou aonde estava ao mesmo tempo em que seu pau parecia arder, seu coração guiava seu corpo o suficiente para correr uma maratona e seus olhos procuraram o único lugar confiável para ter a certeza absoluta de que realmente ouvira aquilo - e não imaginara como nas outras vezes. Mas era real. Os olhos azuis o confirmavam a provocação extrema contida naquele momento.

Desejando mais que tudo conseguir formular uma resposta àquilo, Harry puxou uma longa lufada de ar para dentro dos pulmões e, lentamente, começou a reagir. Suas bochechas ardiam em excitação e suas mãos coçavam por contato, sem se conter, desceu uma para a coxa farta do menor, grudando-a ao seu quadril, seus peitorais unidos e seus olhos conectados pelo desejo - e o que disse deixou até mesmo Louis sem reação.

- Por que não vamos pra outro lugar resolver isso agora mesmo?

Contudo, Louis não demorou tanto para responder. Seus lábios exibiram um sorriso provocativo segundos antes de serem invadidos pela língua de Harry, tão decidida quanto as mãos enormes que o ergueram e pressionaram na parede de concreto, o vento gelado que cortava seus corpos sendo tão inútil quanto suas roupas no momento, o calor o consumindo cada vez mais. Todo contato parecia pouco e cada poro de seus corpos parecia em chamas, a excitação agitando suas células e causando extase em seus sistemas. Parecia tão caótico que tudo se passava a 220 KM/h ao mesmo tempo que em câmera lenta.

E então - pingos grossos de chuva começaram a cair.

Em segundos, Louis sentira suas roupas pesarem, seus cabelos cobrirem sua visão, Barbara gritar, Harry rir alto e gostoso, luzes piscarem insistentemente e trovões ecoarem ao fundo. A chuva forte os separara mas suas mãos ainda estavam entrelaçadas, seus olhares conectados transmitindo o mesmo recado.

Tinham todo o tempo do mundo pois tinham o mundo todo para si. E só o fato de explorarem o mundo tão livremente como faziam já os garatiam momentos valiosos juntos.

E com a plena ciência de que aqueles olhos verdes profundos não se esqueceriam daquela conversa intensa, Louis permitiu-se agradecer a chuva ao invés de odiá-la por quebrar o clima, aplicando o que gostava de chamar de "obrigada pela mudança". Ele adoraria ter o corpo de Harry contra o seu naquele asfalto sujo e duro, sem se importar com quem estava passando - mas também sorria e ria conforme os olhos mal ficavam abertos com tantos pingos grossos de água gelada que batiam contra seu corpo enquanto atravessava ruas e pisava em poças.

Ele passara tanto tempo culpando-se pelo que poderia ter acontecido que agora sentia-se agradecido pelo que aconteceu apesar das circunstâncias.

E o que aconteceu foi que alcançaram o estacionamento do McDonald's e dançaram sob a chuva ao som de Hollaback Girl - Harry nunca ficou tão maravilhado pela voz de Louis como naquele instante, observando-o pular e espirrar água para todos os lados conforme se divertia. A chuva caía em tamanha intensidade que parecia querer participar das festividades e o álcool fazia um bom trabalho em manter seus corpos imunes ao frio.

E então - Harry teve uma ideia.

Eles correram para o Drive-Thru do Mc e, entre dois carros, ficaram na fila como se pertencessem alí, ignorando os olhares e buzinas dos demais. A chuva caía mais amena e, embaixo do toldo, riam de alguma coisa que Patrick falava. Louis, entretanto, tinha suas mãos nos bolsos do moletom de Harry e sua bochecha pressionada contra seu peitoral, os braços fortes mantendo seus corpos juntos.

- Não, mas, cara, me escuta... - Patrick falava, a voz entrecortada pela falta de ar e pelo álcool em excesso. Harry ria antes mesmo de ouvir sua próxima fala, causando sorrisos em Louis. - O quão foda seria se fizessemos uma competição entre unis!

- O que? Cala a boca. Já temos isso, se chama Campeonato. Você deveria saber já que faz parte do time. - Barbara gargalhava entre as palavras, mais concentrada em beijar Eleanor do que na conversa propriamente dizendo. Patrick não se abalou.

- Duh, não estou falando de futebol, estou falando de talento artístico. É sério, porra. A UAL tem alunos muito fodas e fica escondendo eles naquele campus do caralho. Temos que exploraaaar. - ignorando o teor sexual das palavras de Patrick, Louis ponderou sobre aquilo, realmente achando uma boa ideia.

- Eu concordo. - murmurando, Louis chamou a atenção de todos. Patrick o direcionou um sorriso agradecido e bêbado. - Quem sabe na próxima festa não convidamos os adversários dos Wolves, só pra testar sua hipótese..?

Harry abaixou o olhar para o menor, os cachos cobrindo seus olhos e sua testa enrugada em confusão. Louis ergueu uma mão para cutucar a região, atenuando as linhas alí.

- Quer convidar os Jacksons pra festa? Eles são um saco. - Louis reconhecera a postura capitão do time de Harry imediatamente. Ele sempre a assumia quando tratava de assuntos como esse, como se fosse seu dever sempre estar em defesa dos Wolves. Louis achava fofo, embora sentisse um pouco de tesão quando o cacheado falava todo grosso e rude assim... o que o lembrava que...

- Ah, é? Um saco como os... Miss Broadway? - Louis se ergueu na ponta dos pés ao proferir as palavras de forma provocativa, olho no olho para observar de camarote a feição de Harry mudar completamente ao que ele se recordava da expressão que costumava sair de seus lábios com frequência nos anos anteriores da uni. O maior apertou as mãos geladas na cintura do menor, a respiração refletindo seus batimentos acelerados e seu sorriso curvando à provocação clara.

Então Louis ainda estava brincando?

Ótimo.

- Tipo isso. - a voz rouca retrucou, os olhos de Louis fixos no sorriso ladino ao que apoiava as mãos no ombro musculoso, sua bunda empinada pela posição dos pés recebendo a devida atenção quando as mãos de Harry desceram descaradamente. Atrás de sua cabeça pôde ouvir Barbara limpando a garganta e Nick rindo. - Nem sabia que lembrava disso ainda. - um pouco mais baixo agora para apenas Louis ouvir, Harry colou seus peitorais, o corpo do menor reagindo àquelas palavras.

- Não me lembrava de muita coisa do começo do ano. - franzindo o cenho, Harry tentou decifrar o tom de Louis, tão sugestivo quanto seu sorriso pervertido, mas observando-o se inclinar para lamber seu lábio inferior, o fez suspirar com apertos na bunda. - Muita coisa.

- O que quer dizer? - dizendo com dificuldade ao ter a língua de Louis em sua boca, determinada em causar-lhe sensações intensas, Harry os empurrou para frente conforme a fila de carros andava e avançavam no Drive.

- Quero dizer que, vai ver... - Louis suspirou contra os lábios de Harry, os próprios olhos quase revirando em excitação ao continuar. - Há muitas coisas que aconteceram mas que não lembramos... coisas quentes e... gostosas. - Harry estava em extase ao observar o corpo de Louis reagir tão bruscamente àquelas palavras, quer dizer, o menor parecia em combustão entre seus braços, os olhos vislumbrando coisas que só ele podia ver e sentir, coisas intensas que o causavam arrepios. E Harry estava morrendo de tesão para saber o que era.

- Lou... - sussurrando contra os lábios de Louis, Harry direcionou seu quadril para o do rapaz, sugerindo que, seja lá o que esteja em sua mente, poderiam concretizar naquele instante, mas o menor parecia hipnotizado demais em possibilidades para perceber. E decidindo trazê-lo à realidade, tomou seus lábios em um beijo quente.

Essa especulação que Louis estava criando desde mais cedo estava causando anseios em Harry, anseios fortes demais para um simples beijo resolver mas, infelizmente, no momento, era o que poderiam lidar. Línguas molhadas e suspiros reprimidos, mãos bobas e olhos pesados, eram o que lhes restava por agora, não que Harry esteja reclamando afinal, ter a bunda de Louis à mercê de suas mãos era tudo que queria (e talvez um pouco mais de contato e menos roupa, mas essa era outra história).

- Hazz.. - Louis murmurou entre o que pareciam ser gemidos reprimidos, a voz engatada e sôfrega pelos beijos. - Promete que... quando chegarmos na uni... - sofrendo para terminar a frase devido à falta de ar, Louis fez Harry abrir os olhos e o incentivar a continuar, a ansiedade o consumindo de dentro para fora.

- O que? Lou, quando chegarmos na uni o que..?

- Que vai me fuder até eu pedir pra parar.

Como um sussurro rouco contra seus lábios causou tanto em tão pouco tempo em seu corpo todo Harry nunca iria descobrir, mas que sentiu seu mundo inteiro virar de cabeça pra baixo e voltar, sentiu. Parecia fruto de sua imaginação, toda aquela situação, todo o bolo que compunha Louis ardendo em tesão e vontade de transar e as provocações e instigações sobre o passado e as expectativas do futuro, tudo - parecia bom demais para ser a realidade.

Mas ele ficou satisfeito ao fitar os olhos azuis e ver a certeza estampada neles - Louis estava falando sério e a falta de medo que exibia só colaborava para a animação crescente de Harry. Desde que retomaram a relação, ele vem esperando Louis se sentir confortável o suficiente para elevarem a intimidade, sempre deixando claro que quer mas também estabelecendo limites que somente Louis tinha a permissão de alterar, e ver que o rapaz estava finalmente decidido a não só alterar esses limites como também fazê-lo imediatamente apenas o garantia a sensação de ter feito a coisa certa.

Mas ali, novamente, não era o lugar certo para isso, ainda mais quando estavam tão perto assim da cabine de pedidos.

- Lou... - engolindo a excitação garganta abaixo, Harry tentou murmurar ao invés de gemer ao colar seu nariz ao de Louis, ardendo em expectativa. - Eu prometo... que vou te fuder até me pedir pra parar, e-eu... porra, eu prometo. - Louis emitiu um som semelhante à um ofego e, apertando o pescoço de Harry com força, tentou segurar seu corpo e não cair em desejo, as bochechas dormentes. - Agora não da... mas quando voltarmos, eu... eu... - Harry mastigou as palavras com vontade e Louis sentiu-se à beira de um orgasmo antes mesmo de ouvi-lo falar. - Eu vou te fuder tanto que vai se lembrar pra sempre do meu pau dentro de você.

Louis desejou poder se teletransportar para a uni naquele exato momento e ficar de quatro na cama de solteiro do dormitório de Harry conforme rebolava a bunda ao som de S&M apenas para provocar o maior o suficiente para fazê-lo perder a cabeça e assumir a pose de capitão e o ouvir xingar e socar a parede e marcar sua cintura - mas haviam chego á cabine e já ouviam Barbara e Nick gritarem os pedidos para um atendente confuso ao ver dez pessoas a pé no Drive-Thru.

Fitando o verde intenso, Louis soube imediatamente que Harry desejava a mesma coisa que ele, e isso de certa forma acalmou seu coração acelerado, mesmo que só piorasse sua ereção visível.

Alguns minutos depois, gritavam animados por, finalmente, encontrarem um McDonald's com a máquina de sorvete funcionando. E é claro que pediram vinte e três casquinhas, chamando ainda mais a gripe pós-vento-gelado-chuva-forte-gritos-na-rua-e-sorvete-à-meia-noite.

Ah, a juventude.

%%%

Era por volta das três e meia da manhã quando ainda andavam pelas ruas de Londres e debatiam qual desenho era o melhor: As Meninas Super-Poderosas ou As Três Espiãs Demais. Louis votara em Espiãs Demais sem ao menos ponderar demais sobre, contudo, Harry ainda se encontrava confuso no fator "eficiência no combate aos vilões", argumentando que as Super-Poderosas eram mais determinadas que as Espiãs e que seus vilões eram mais dificeis de lidar do que as outras.

Nick contra-argumentava e era apoiado por Chad, e Louis se viu admirando a dedicação que Harry investia em assuntos "bobos" - ele amava isso no maior.

Viajando mentalmente, contudo, Louis se viu de mãos dadas com o rapaz mais forte que conhecia, fisica e psicologicamente, e que se encontrava debatendo sobre desenhos infantis quando há apenas algumas horas atrás o provocara sugestivamente com o pau dentro de si - e se perguntou quando sua vida mudou tão drásticamente?

As vezes, é assim que acontece. Você simplesmente acorda e tudo está bem, firme e encaixado nos devidos lugares. E é esse encaixe que, ocasionalmente, chacoalha e causa desconfortos, mas logo volta ao lugar e te faz valorizar o equilíbrio (e até mesmo aproveitar a desordem passageira - sempre passageira). É esse encaixe que, ocasionalmente, dá lugar à um quebra-cabeças ainda maior quando, ao longo da vida, mais e mais peças vão sendo adicionadas. São escolhas - permanecer com a mesma figura limitada e pequena mas firme e estável ou sempre expandir e balançar conforme a melodia das memórias, desorganizada e incerta?

Louis aprendeu na prática que nenhuma das duas opções é tão suave como soam, mesmo que as palavras as transformem em poemas apelativos - mas também aprendeu que uma não anula a outra. Que a escolha de hoje não tem que ser a de amanhã e definitivamente não tem que ser a dos próximos dez minutos. Que escolher você não tem que significar abrir mão de alguém pois se seu bem-estar depende da ausência de alguma pessoa, ela nunca nem mesmo pertenceu ao seu lado. E que, acima de tudo, o amanhã é oportunidade de renovar, de ressurgir e de reviver. Não há sensação sentida que não mereça ser valorizada - nosso corpo reflete nossas ações e nossos pensamentos por um motivo, e agir bem e pensar bem significa viver bem, mas nenhum céu azul sobrevive sem a água da chuva, e a felicidade jamais será constante, pois ela é real, e vidas não são medidas, vidas são vividas.

E quando Harry ergueu um cone de trânsito no meio de uma das avenidas mais famosas de Londres, completamente vazia àquela hora da madrugada, e o colocou sobre a cabeça como se fosse uma máscara, Louis decidiu viver. Ergueu o outro e partiu para uma briga de cones - não conseguia ver Harry pela superfície opaca de plástico que cobria sua cabeça mas isso só tornava as coisas mais divertidas conforme os outros gritavam direções confusas para os dois. Tinha a sensação de que a lua gargalhava para eles - e agradeceu à chuva forte de antes por abrir o céu e possibilitar aquele momento.

%%%

Eles cruzaram o portão da uni quase às cinco da manhã e seria um exagero dizer que Harry e Louis literalmente correram até o dormitório - seria um exagero, claro, se não fosse verdade.

Mas quando abriram a porta do quarto, desejando mais do que tudo que Liam não esteja ali e sim no dormitório de Zayn, como estava fazendo nas últimas noites que Louis estivera aqui, para poderem aproveitar o tempo sozinhos até que a primeira aula começasse, tiveram uma surpresa.

- Niall!?

aaaaaaa vem monstro??????

a capacidade do Niall de sempre empatar a foda Larry é incrível né rs - alguém para essa autora 

gostaram??????

meu insta é nathaliemach_ (como sempre, estou disponível para tudo, sugestões, críticas, fotos de pets, de comida, vídeos engraçados, selfies lindíssimas, papos aleatórios e afins)

amo ocês e até o próximo (vamos rezar que a inspiração permaneça aaaa)

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Oiiee amores, uma fic pra vcs!! Irá conter: - masturbação - sexo - traição Se não gosta de nenhum dos assuntos a cima, já sabe não leia.