GOLDFIELD - Nerdices e anális...

By Goldfield

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Livro de não-ficção criado para unir críticas, análises e comentários de minha autoria sobre filmes, games, s... More

Apresentação e considerações
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Guerra Mundial Z (04/07/2013)
Homem de Aço (17/07/2013)
Pacific Rim (22/09/2013)
O Poderoso Chefão - Livro (27/09/2013)
O que é RPG? (22/01/2014)
A liberdade morre com um aplauso (08/02/2014)
Robocop de José Padilha (27/02/2014)
Lego: O Filme (23/03/2014)
A Rainha do Ar e das Sombras - Saga o Único e Eterno Rei (28/05/2014)
X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (01/06/2014)
Assassin's Creed: A Cruzada Secreta (22/06/2014)
Malévola (23/07/2014)
Assassin's Creed: Renascença (24/07/2014)
The Last of Us (29/12/2014)
O Exterminador do Futuro: As Crônicas de Sarah Connor (05/01/2015)
Vingadores: A Era de Ultron (01/05/2015)
O Exterminador do Futuro: Gênesis (04/07/2015)
Mad Max: Estrada da Fúria (07/07/2015)
Jurassic World (12/07/2015)
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Homem-Formiga (11/10/2015)
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Star Wars: Episódio VII - O Despertar da Força (17/12/2015)
The Man in the High Castle - 1a. Temporada (09/01/2016)
Batman v Superman: A Origem da Justiça (27/03/2016)
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X-Men: Apocalipse (23/05/2016)
Gotham - 2a. Temporada (e do porquê abandonei a série - 29/05/2016)
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Esquadrão Suicida (29/08/2016)
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Doutor Estranho (04/12/2016)
Star Wars: Rogue One (22/12/2016)
Assassin's Creed - Filme (22/01/2017)
Logan (05/03/2017)
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Guardiões da Galáxia - Vol. 2 (01/05/2017)
Resident Evil VII (06/05/2017)
Assassin's Creed - Rogue (04/07/2017)
Mulher-Maravilha (05/07/2017)
Homem-Aranha: De Volta ao Lar (24/07/2017)
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Uncharted - The Lost Legacy (27/11/2017)
Liga da Justiça (10/12/2017)
Star Wars: Episódio VIII - Os Últimos Jedi (17/12/2017)
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Vingadores: Guerra Infinita (13/05/2018)
Han Solo (03/06/2018)
Far Cry 5 (30/07/2018)
Filme de Metal Gear Solid: Como eu faria? (07/09/2018)
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Resident Evil 2 Remake (09/02/2019)
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Vingadores: Ultimato (01/05/2019)
Game of Thrones - 8ª Temporada (15/04/2019 a 20/05/2019)
Knightfall - 2ª Temporada (02/06/2019)
Coringa (16/10/2019)
Watchmen - Seriado (20/12/2019)
Star Wars: Episódio IX - A Ascensão Skywalker (28/12/2019)
The Mandalorian - 1ª Temporada (30/12/2019)
The Witcher - 1ª Temporada (02/01/2020)
Drácula - Seriado da Netflix (20/01/2020)
O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio (26/01/2020)
Do melhor ao pior Batman do cinema (08/03/2020)
Resident Evil 3 Remake (25/04/2020)
O Menino que Queria ser Rei (03/05/2020)
Stranger Things - Impressões gerais (28/12/2020)
Mulher-Maravilha 1984 (29/12/2020)
The Last of Us - Parte II (04/01/2021)
Impressões sobre o Monsterverse (26/02/2021)
Liga da Justiça - Snyder Cut (19/03/2021)
Godzilla Vs. Kong (03/04/2021)
Army of the Dead (23/05/2021)
Resident Evil: Infinite Darkness (08/07/2021)
Horizon Zero Dawn (22/07/2021)
O Homem do Castelo Alto - Livro (08/09/2021)
The Green Knight (14/09/2021)
Resident Evil Village (04/12/2021)
Homem-Aranha: Sem Volta para Casa (19/12/2021)
Resident Evil: Welcome to Raccoon City (23/12/2021)
The Witcher - 2ª Temporada (27/12/2021)
The Batman (02/03/2022)
King's Man: A Origem (06/03/2022)
Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (08/05/2022)
Back to the Future: The Game (12/07/2022)
Indiana Jones and the Infernal Machine (21/08/2022)
Impressões sobre a franquia 007 (30/01/2023)
O Exterminador do Futuro - Novelização (31/01/2023)
The Last of Us - Seriado (14/03/2023)
Super Mario Bros: O Filme (07/04/2023)
Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes (01/05/2023)
Guardiões da Galáxia - Vol. 3 (14/05/2023)
Indiana Jones e a Relíquia do Destino (01/07/2023)
Oppenheimer (29/07/2023)
Barbie (31/07/2023)
Twisted Metal - Seriado (04/08/2023)
Batman 89 - HQ (02/09/2023)
Superman 78 - HQ (19/10/2023)
GoldenEye 007 - Novelização (19/12/2023)
007: Cassino Royale - Livro (29/12/2023)
Assassin's Creed Mirage (09/01/2024)
007: Viva e Deixe Morrer - Livro (05/02/2024)
Horizon: Forbidden West (24/03/2024)

Assassin's Creed - Odyssey (28/01/2019)

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By Goldfield

120 horas de jogo depois (50 a mais que o Assassin's Creed Origins), a campanha principal foi terminada, assim como a vasta maioria das missões secundárias e pontos de interesse pelo mapa.

O que dizer deste jogo? É a segunda, e ainda mais determinada, tentativa da Ubisoft em transformar a franquia num RPG de ação, tendência já iniciada no Origins. Mas, se por um lado houve incrementos e evolução à engine adotada no game anterior, a produtora precisa atentar-se a corrigir certos erros e, acima de tudo, não criar uma nova mesmice, saturando os fãs, e ainda mais os jogadores não tão comprometidos, com recriações da mesma proposta todo ano.

A HÉLADE

AC Odyssey se passa na Grécia Antiga, no século V a.C., cerca de 400 anos antes de AC Origins (e, dando uma de historiador chato, comete diversos anacronismos, como referências aos filósofos estoicos ou à cidade de Alexandria antes de sequer existirem). Como regredimos a um ponto muito anterior ao momento em que os Assassinos ("Hidden Ones", nome que adotaram até as Cruzadas) foram fundados em Origins, Odyssey se foca numa época em que os vestígios da Primeira Civilização (que desencadeou todos os mistérios e artefatos que conduzem a saga) ainda eram mais acessíveis aos seres humanos, assim como descendentes diretos de sua espécie se destacavam na sociedade como semideuses. O jogo nos dá a opção de jogarmos com dois deles, os irmãos espartanos Kassandra e Alexios.

Isso não quer dizer que o clima de conspiração característico da série não esteja presente, e assim nos deparamos com o Culto do Cosmo, uma organização secreta que controla a Grécia, é precursora dos Templários e diretamente responsável pelo passado trágico do(a) protagonista escolhido(a) para se jogar. Ao longo do enredo, Kassandra ou Alexios devem desmascarar os membros do Culto, frustrar seus esquemas em busca de poder e, acima de tudo, resolver o grande trauma familiar desencadeado pelos vilões.

Família, aliás, é o grande tema central deste Assassin's Creed. É perceptível que boa parte das missões, centrais ou secundárias, giram em torno da questão, desde auxiliar um filho adotivo a ser valorizado pelo pai por seus feitos de guerra, melhorar a imagem de um sobrinho perante o tio, ou enfrentar o dilema de um governante que se tornou corrupto e aliou-se aos vilões, mas porque seus entes queridos foram ameaçados. Laços familiares são expostos e confrontados a todo momento; e cabe ao jogador, por suas escolhas (falarei mais adiante delas), determinar como agir, trilhando assim o caminho para restaurar ou não a paz familiar entre seus próprios parentes ao final do jogo. E, mais que uma simples vingança (clichê em que a série caiu há muito tempo), é essa jornada que torna a história de Odyssey uma das melhores da franquia até aqui.

A ambientação também está excelente. A Grécia Antiga foi recriada com um esmero de detalhes que, a um historiador, empolga e salta aos olhos. O mapa está maior que o de AC Origins, e há muito mais o que fazer e explorar. Figuras históricas povoam cada cidade ou templo, oferecendo encontros com o governante ateniense Péricles, o filósofo Sócrates, o pai da medicina Hipócrates, dramaturgos como Sófocles, Eurípedes e Aristófanes – vários dos quais, confesso, jamais percebera terem sido contemporâneos uns aos outros até jogar o game. Tudo regado a diálogos excelentes, cujo curso pode ser influenciado pelo próprio jogador. Além disso, a Guerra do Peloponeso, entre Esparta e Atenas, é o pano de fundo geral do enredo, o protagonista logo envolvido por suas operações e vendo-se disputando batalhas e invadindo fortes para o lado que melhor lhe aprouver – e pagar, já que jogamos com um(a) misthios, ou seja, um(a) mercenário(a). Uma pequena crítica, aqui, é que as ações do jogador ajudando um dos lados poderiam ter consequências mais nítidas no destino da guerra, ao final sendo irrelevante à trama central qual cidade-estado domina mais regiões do mapa, e as batalhas servindo apenas para conseguir recompensas ou atingir certos objetivos específicos.

Uma novidade, que era bem mais sútil em Origins, trata-se da Ubisoft ter abraçado de vez a fantasia histórica e incluído elementos da mitologia grega convivendo, no mapa, com elementos reais. Assim, enfrentamos criaturas como o Minotauro, a Medusa, a famosa Esfinge que lançou enigmas a Édipo, vários ciclopes... Dentro da lógica interna do universo do game, subentende-se que esses elementos advenham da tecnologia avançada da Primeira Civilização, vista como magia divina pelos povos antigos – embora a razão de tais criaturas terem sido criadas ou possuírem suas características jamais ser explicada (não joguei as DLCs lançadas até agora, então pode ser que alguma explique isso – se alguém quiser me corrigir, à vontade). Além disso, há uma subtrama – pequeno spoiler – envolvendo Atlântida, mas que no final torna-se vazia por ser pouco explorada e não compreendermos bem a relevância da cidade perdida à humanidade, embora seja o ponto de conexão com o enredo do presente iniciado no Origins, ainda um tanto perdido e sem rumo e não tendo a continuidade mais relevante da saga do Desmond, finalizada em Assassin's Creed III.

VOCÊ DECIDE

Desde os primeiros trailers do jogo, anunciou-se a implementação de um sistema de escolhas nos diálogos (característica marcante de RPGs), que influenciaria profundamente o gameplay da aventura. De início, achei apenas ser uma mudança cosmética a um game que parecia um grande MOD de AC Origins, apenas para me enganar redondamente: as escolhas afetam MUITO a jornada de nosso(a) protagonista. Recorrendo à Teoria do Caos, pequenas decisões, vistas como irrelevantes "bateres de asas de borboleta", podem causar severas consequências mais adiante no enredo, e inclusive determinar qual final o jogador alcançará. Apesar do sistema de autosave, o jogo cria uma lista de salvamentos para permitir carregar um registro mais antigo caso haja arrependimento por alguma escolha – e inclusive encoraja isso. Algumas repercussões de decisões demoram missões e missões para surgir, no entanto, tornando certas escolhas definitivas – e, convenientemente, aumentando e muito o fator replay do game. Algumas quests têm até três ou quatro soluções possíveis dependendo das opções do jogador, e o fato de tudo isso estar dividido entre dois personagens diferentes (embora a estrutura básica dos diálogos e missões seja, sim, a mesma) faz Odyssey ser o Assassin's Creed com maior potencial de envolvimento até aqui – sem contar outras decisões que, mesmo não afetando diretamente o enredo, existem para ampliar a interação do(a) protagonista com o mundo que o(a) cerca, desde cobrar ou não por uma missão, libertar ou não um homem acusado de atos violentos (a causa foi justa?), atender ou não o pedido de um paciente por eutanásia (uma das missões de Hipócrates), e, continuamente, decidir por se envolver em relacionamentos hetero ou homoafetivos – ou também simplesmente não se envolver com ninguém.

NÃO SÓ OS DEUSES GUIAM SUA ESPADA

Em questão de jogabilidade, Odyssey é um Origins aprimorado. Nitidamente a engine do game é a mesma (até mesmo em fatores estéticos, como fontes e menus), mas há, sim, diferenças. Além do sistema de escolhas já descrito, o combate está mais difícil e estratégico. Não há mais escudo para defesa do jogador (decisão a ser questionada, devido ao amplo uso de escudo no período histórico retratado e por praticamente todos os inimigos e NPCs, mas OK), e é preciso planejar bem as brigas em que se entrará pensando a sobrevivência do(a) misthios com que jogarmos.

As habilidades compradas conforme subimos de nível estão mais relevantes do que nunca. O combate não é uma simples coreografia de ataca/esquiva, principalmente com grupos grandes de inimigos. É preciso adquirir sabiamente "power ups" para quebrar defesas, causar mais dano, restaurar vida, dentre outros. Isso leva a um planejamento minucioso dos combates que enriquece a experiência, sendo um dos pontos fortes da dificuldade ter aumentado. Destaque para a habilidade "Chute espartano", de longe a mais divertida do game e talvez de todos os Assassin's Creeds: um chute indefensável que lança o oponente alguma distância para trás, gerando "one hit kill" se ele cair de uma distância considerável, como o topo de uma muralha ou borda de um penhasco. Antes, no entanto, torna-se necessário atrair o inimigo até essa localização vulnerável. Apenas esse exemplo demonstra como o combate funciona em Odyssey, requerendo mais cérebro do que músculos.

Talvez ouvindo a críticas ao jogo anterior, a habilidade de Assassinar voltou a ser mais relevante e poderosa, valorizando o jogador que opta pelo "Stealth" e não encarar os inimigos em campo aberto. Seguindo a tendência de escolher, é possível optar por investir mais pesado nas habilidades de luta, infiltração ou, ainda, atacar à distância, o uso do arco bem mais complexo e diversificado do que em Origins. Enfim, é um sistema que abarca mais diferentes tipos de jogadores, tornando a jornada empolgante e recompensadora.

Claro, nem tudo é perfeito. Como dito antes, o mapa de Odyssey é enorme e repleto de atividades e locais, porém não pude deixar de me sentir entediado com missões repetitivas – problema de games de mundo aberto que surge mais neste jogo do que no Origins. Felizmente, um incremento foi não precisar invadir ou completar locais mais de uma vez para atender a missões caso tenham sido desbravados antes, o(a) protagonista simplesmente afirmando já ter adquirido tal item ou já ter eliminado determinado alvo se essa ação foi feita antes inconscientemente quanto a ser parte de uma missão – premiando o jogador que costuma explorar totalmente o mapa de uma região antes de cumprir as quests disponíveis. No entanto, ainda assim certos lugares só existem por tabela, como as tumbas perdidas: simplesmente temos a sensação de todas serem iguais umas às outras, possuindo puzzles ridículos como empurrar estantes para abrir caminho e só servindo para fornecer pontos extras de habilidade. Em Origins, tínhamos o charme de explorar túmulos egípcios e um design muito mais atraente a tais localidades – algo que poderia ter sido repensado, ou descartado, em Odyssey.

As decisões estranhas não param por aí. Diferente de games anteriores, nem todos os baús ou vasos em casas podem ser esvaziados pelo jogador, alguns tendo a marca vermelha de "roubo" e fazendo os NPCs próximos (civis, não soldados) atacarem o(a) protagonista sem pestanejar. Isso é compreensível e até imprime certo realismo ao game, mas também se aplica a quaisquer lutas iniciadas numa cidade, mesmo contra soldados: civis pegam armas do chão, vassouras ou, com os meros punhos, partem para cima do jogador. Isso se torna um problema rapidamente, pois os civis derrubados não fornecem XP, adrenalina (necessária para utilizar as habilidades especiais), e, em grande quantidade, comprometem qualquer estratégia que o jogador houver elaborado para concluir os objetivos de um local.

Como carregamos diversos itens, desde armas a partes de armadura (que podem ser incrementados e personalizados nos ferreiros), é uma questão de tempo até o jogador estar carregado de tralhas que nem sempre usará, como equipamentos de nível inferior ou simples "loot" adquirido de inimigos mortos ao qual não se dá muita relevância. Estranho o bastante, a partir de uma determinada quantia de itens, o jogo decide que você "atingiu o limite" e o personagem não pode mais correr, sendo necessário eliminar alguma peça imediatamente. Além de não ser realista (você corria normal portando 299 espadas, só fica lento com 300), é uma regra que atrapalha o fluir do jogo e impõe um manejo a mais de recursos que não precisaria estar ali, servindo basicamente para obrigar o jogador a utilizar o depósito de seu navio para estocagem – totalmente descartável.

Por falar em navio, chegamos a outro ponto negativo do game: desequilíbrio. As batalhas marítimas, de longe, são a coisa mais frustrante de Odyssey. Incrementadas de Assassin's Creed Black Flag (inclusive com o cântico dos marujos, agora em grego!), seriam divertidas se os navios inimigos não fossem fortes demais em ataque e defesa, obrigando o jogador a evoluir rápido o Adastreia (navio do personagem principal) se quiser ter alguma chance – o que é agravado por algumas missões marítimas serem da história principal, e com isso, mandatórias. Logo o jogador acaba optando por evitar combates marítimos totalmente – já que lutar com 3 navios ou mais torna-se suicídio – e até se intimida em explorar o mar aberto atrás de missões ou locais submersos para não topar com navios piratas.

O desequilíbrio não ocorre apenas no mar. Em terra, apesar dos Mercenários que caçam o(a) protagonista serem desafio interessante (outra mecânica vinda do Origins e ampliada), há desafios como animais lendários e as criaturas míticas (Minotauro, ciclopes e companhia mencionados anteriormente) extremamente difíceis e frustrantes de enfrentar, mesmo tendo o jogador já subido aos níveis máximos (algo similar aos elefantes do Origins). Meu gameplay foi todo na dificuldade "Difícil", e acabei obrigado a baixá-la para ter alguma chance nessas missões – as das criaturas míticas, inclusive, sendo obrigatórias para a sub-trama de Atlântida. Ou seja, ao invés de serem desafios direcionados somente a jogadores hardcore, tais combates, se não travados, impedem a revelação de parte importante da história, por mais que muito acima de quaisquer outros desafios que o jogador tenha enfrentado.

Por fim, temos os bugs. Talvez por ter jogado este game num tempo menor em comparação ao lançamento do que ocorreu com o Origins, eles chagaram a incomodar em certos momentos. Travadas ou quedas de velocidade (principalmente invadindo fortes, quando há muitos elementos na tela), missões bugadas (NPCs que deveriam ser protegidos atacando o jogador, ou uma missão inteira sem conclusão se o jogador houver explorado antes um local ao qual ela manda você ir), e até troféus que não surgem como deveriam. Essas falhas não comprometem a experiência como um todo, mas a afetaram mais do que em títulos anteriores da série – e são algo a ser combatido se ela almeja voltar a ter lançamentos anuais.

FIM DA ODISSEIA

Mesmo tendo seus problemas, AC Odyssey é um jogo lindo, bem produzido e extremamente imersivo. Historicamente fiel, construído em cima de ampla liberdade ao jogador e possível de ser desfrutado lenta ou rapidamente, com foco na trama central ou nas inúmeras histórias ocorrendo em seu mundo, priorizando o combate ou a infiltração, dando maior valor à família ou à vingança – e assim moldando, por nós mesmos, o destino de nosso personagem. Um game recomendado aos fãs e não fãs da saga, para descobertas incríveis sobre o berço do Ocidente e possibilitar viver uma ótima sucessão de aventuras. Que a Ubisoft continue aprimorando a direção escolhida para a série, apare as arestas como o escultor Fídias e, corrigindo as falhas existentes, não faça de cada lançamento uma Caixa de Pandora.

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