No teu abraço

By SamLRamos

271K 24.2K 14.1K

Caio e Rafael. Impossível falar de um sem falar do outro. Vizinhos, melhores amigos. Juntos cresceram, brinca... More

PRÓLOGO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
CAPÍTULO 36
CAPÍTULO 37
CAPÍTULO 38
CAPÍTULO 39
CAPÍTULO 40
CAPÍTULO 41
CAPÍTULO 42
CAPÍTULO 43
CAPÍTULO 44
CAPÍTULO 45
CAPÍTULO 46
CAPÍTULO 47
CAPÍTULO 48
CAPÍTULO 49
CAPÍTULO 50
CAPÍTULO EXTRA
CAPÍTULO 51
CAPÍTULO 52
AVISO!
CAPÍTULO 53
CAPÍTULO 55
CAPÍTULO 56
CAPÍTULO 57
CAPÍTULO 58
CAPÍTULO 59
AVISO IMPORTANTE
CAPÍTULO 60
CAPÍTULO 61
CAPÍTULO 62
CAPÍTULO 63
CAPÍTULO 64
CAPÍTULO 65
AGRADECIMENTOS

CAPÍTULO 54

2.3K 245 160
By SamLRamos


Caio acordou meio atordoado e com uma dor de cabeça horrível. Abriu os olhos com dificuldade, a claridade que entrava pela janela parecia feri-los como se alguém tivesse arrastado o sol para bem próximo dele. Vinny estava sentado ao seu lado corrigindo uns trabalhos dos alunos e quando percebeu que Caio havia acordado deixou os papéis de lado.

— Finalmente acordou — disse virando-se para ele.

— Que horas são? — perguntou Caio com uma voz arrastada.

Vinny sorriu.

— Muito tarde.

Caio deitou novamente e levou as mãos à cabeça.

— A minha cabeça parece que vai explodir.

— Não é para menos, você bebeu demais ontem. — Ao dizer isso voltou a pegar os papéis e sua expressão, antes leve, se tornou um pouco sombria. Ou talvez fosse só a imaginação de Caio.

— É, acho que eu exagerei. — Caio ficou olhando Vinny por um momento, enquanto ele voltava a corrigir os trabalhos. Tentou lembrar o que tinha acontecido na noite anterior, mas suas memórias estavam nubladas. Só conseguia lembrar com clareza até o momento que o karaokê havia acabado e só tinham ficado ele, Vinny, Guilherme e Rafael. Depois disso só havia trechos de lembranças confusas e Caio não conseguia diferenciar o que tinha sido realidade e o que tinha sido sonho. — Vinny... o que aconteceu ontem à noite? — Ao ouvir a pergunta Vinícius parou, ainda olhando para o papel em sua mão. — Eu não lembro muito bem o que aconteceu depois do karaokê.

Vinny olhou para ele novamente.

— Do que você lembra?

— Quase nada — disse após pensar um pouco. Olhou para Vinny novamente. — Eu... falei ou fiz algo que não devia?

Vinny ficou parado, olhando para ele sem dizer nada por um instante.

— Você... — Parou, como se pensasse no que dizer. — Você foi exatamente você. — Então começou a juntar os papéis que estavam na cama.

Caio não ficou satisfeito com a resposta que Vinny lhe deu, algo parecia errado e a expressão dele estava meio estranha. Mas achou que talvez fosse só impressão sua, então não insistiu.

— Eu vou sair um instante — disse Vinny, levantando-se da cama. — Se quiser café tem na garrafa. Eu fiz há pouco tempo.

— Onde você vai?

— Ao supermercado, preciso comprar umas coisas. — Então deu um selinho em Caio. — Eu volto logo. — E saiu.

Ainda um pouco confuso e com uma dor de cabeça horrível que o impedia de pensar direito, Caio levantou-se e foi se arrastando até o banheiro, pois sua bexiga parecia prestes a estourar de tão cheia. Em seguida lavou o rosto e se olhou no espelho, seu semblante definitivamente não era dos melhores. Cobriu o rosto com as mãos e sussurrou entre os dedos "O que aconteceu ontem, Caio?". Sentia uma luzinha de alerta dentro da sua mente dizendo que ele havia esquecido algo importante. Mas como não conseguia mesmo lembrar, decidiu ignorar essa luzinha.

Enquanto ia até a cozinha, olhou no celular se havia alguma mensagem. Nada. Estranho, nem Rafael havia falado com ele. Pensou em mandar uma mensagem para ele, mas logo depois desistiu e colocou o celular sobre a mesa enquanto se servia de uma xícara de café. "Abençoado café!", murmurou ao sentir o cheiro do líquido preencher seu olfato.

***

No estacionamento do prédio, Vinny estava dentro do carro com o olhar perdido e um semblante triste. Lembrava novamente de tudo que tinha acontecido na noite anterior. Quando Caio lhe perguntou sobre o que tinha feito, teve vontade de dizer tudo e falar o quanto aquilo o havia magoado. Mas pensou melhor e preferiu não falar nada. Se Caio não lembrava, era bem melhor, também tentaria esquecer. Por que remexer ainda mais esses sentimentos?

Mesmo que tudo isso ainda continuasse machucando.

Sentia algo em sua garganta, como se uma mão invisível o sufocasse, e seus olhos ardiam. Ele se sentia prestes a desabar, por isso não pôde ficar perto de Caio por mais tempo, por isso teve que sair. Ele precisava colocar isso para fora, ele precisava falar, precisava de uma pessoa amiga. Então pegou o celular e ligou para quem saberia como acalmar seu coração.

— May?

Oi, Vinny!

— Eu posso ir aí na sua casa?

Aconteceu alguma coisa? — Perguntou preocupada ao perceber o tom de voz dele.

— Eu só... preciso do seu colo um pouco. — E quando disse isso sentiu uma lágrima correr por sua bochecha.

Foi alguma coisa com o Caio? Vocês brigaram?

— Não. Mas tem a ver com ele sim.

Então vem. A gente conversa enquanto eu te faço um cafuné, que tal?

Vinny sorriu.

— Perfeito.

Então desligou o celular, enxugou os olhos, respirou fundo e ligou o carro, saindo logo em seguida.

***

Depois de tentar comer algo, Caio ainda sentia sua cabeça pesada e dolorida, então resolveu dormir mais um pouco enquanto esperava Vinny voltar para casa.

Quando ouviu o barulho da porta abrindo, voltou a acordar. O quarto estava mergulhado na semiescuridão do crepúsculo e ele só pôde distinguir a sombra de alguém andando pelo quarto e tirando a roupa.

— Você demorou — disse Caio sentando na cama.

— O supermercado estava cheio — disse pegando a toalha —, além disso eu passei na casa da May antes.

— Da May? Aconteceu alguma coisa?

— Não. Só senti vontade de conversar com ela, estava com saudade.

— Ah.

— Você está com fome? Eu comprei lasanha, se quiser pode esquentar enquanto eu tomo banho. — Então foi para o banheiro.

Enquanto ouvia o barulho baixo do chuveiro, Caio pegou o celular para olhar a hora. Não havia nenhuma chamada e apenas algumas mensagens pouco importantes. Mas ainda nenhuma mensagem de Rafael. Então resolveu enviar uma para ele. A mensagem chegou, mas não foi visualizada. Caio respondeu às outras mensagens e em seguida olhou mais uma vez a que tinha enviado para Rafael. Ainda não visualizada. Então bloqueou o celular e o colocou no bolso. Foi até a cozinha e viu as muitas sacolas com as compras que Vinny havia feito. Encontrou a lasanha congelada e já estava levando ela até o micro-ondas quando teve uma ideia melhor. Começou a guardar as compras enquanto esperava Vinny sair do banho. Quando o ouviu voltando para o quarto foi até lá.

Vinny estava só com a toalha em volta da cintura e procurava uma roupa para vestir. Caio se aproximou e o abraçou por trás. Começou a beijar lentamente seu pescoço o que fez Vinny sorrir e virar um pouco o rosto para encontrar seus olhos. Então Caio falou:

— Eu pensei que a gente podia sair um pouco, jantar fora... o que você acha?

Vinny colocou a mão direita sobre a mão de Caio em sua barriga.

— Eu não estou com cabeça para sair, além disso eu preciso terminar de corrigir aqueles trabalhos.

Caio achou que isso não parecia uma desculpa muito convincente e quis perguntar novamente se alguma coisa tinha acontecido, mas se Vinny já tinha dito que não era nada, por que agora seria diferente? Talvez Caio só estivesse um pouco paranoico mesmo.

— Tudo bem, a gente fica em casa. — E voltou a beijar seu pescoço e suas costas.

As mãos de Caio foram descendo pela cintura de Vinny, soltando a toalha e deixando-a cair no chão, até que chegaram onde queriam. Vinny fechou os olhos, sentindo aqueles toques e beijos. Depois de um tempo assim, virou para Caio, o puxou para os seus braços e o levou até a cama. Tirou suas roupas apressadamente e continuou a beijá-lo. De repente Vinny parou e olhou bem dentro dos seus olhos como se procurasse por algo. Então passou a mão levemente pelo seu rosto e sussurrou:

— Você está aqui?

— O quê? — perguntou Caio, confuso.

— Você está realmente aqui comigo?

Caio não entendeu o que ele estava falando. Como assim? Mas ele parecia tão sério e até um pouco preocupado. Então Caio sorriu e puxou seu rosto para mais perto.

— É claro que eu estou aqui. Onde mais eu estaria? Eu estou totalmente aqui com você. — E o beijou.

Parece que essa resposta foi o suficiente, pois Vinny voltou ao normal e continuaram o que haviam começado.

***

Rafael tinha acabado de acordar quando viu a mensagem de Caio. Ainda era cedo, pelo menos para um domingo, o sol nem estava tão alto no céu e o calor típico de Fortaleza ainda não tinha chegado ao nível "não consigo mais ficar na cama senão cozinho". Estava prestes a responder quando ouviu alguém bater na porta. Logo depois a porta foi aberta.

— Levanta, preguiçoso! — disse Caio entrando no quarto.

— Caio? — disse sentando na cama e esfregando os olhos. — Eu ia te responder agora mesmo.

— Eu já tinha começado a pensar que você estava me ignorando, afinal desde sexta não dá sinal de vida e ontem eu te mandei essa mensagem e você me ignorou.

— Eu não ignorei, eu nem vi. É que... eu passei o dia todo fazendo umas coisas da faculdade e a noite estava muito cansado, então dormi cedo.

— Ah. Eu cheguei ontem à noite e pensei em vir aqui, ainda bem que não vim.

— Você estava na casa do Vinny?

— Era, mas ontem ele estava ocupado com umas coisas da escola então achei que fosse melhor ele ficar só.

Rafael ficou olhando para ele como se quisesse falar alguma coisa, mas não soubesse como. Até que perguntou meio hesitante.

— Então... está tudo bem com vocês, né?

Caio achou aquela pergunta um tanto estranha e franziu levemente o rosto.

— Está. ...Por quê?

— Por nada. Foi só uma pergunta. Que bom que está tudo bem. — Levantou da cama. — Você já comeu? — perguntou enquanto caminhava até a cozinha, com Caio logo atrás.

— Já. — Chegaram na cozinha e Rafael sentou-se à mesa. Colocou café numa xícara. Caio sentou de frente para ele. — Rafa, sobre sexta-feira... — Rafael desviou o olhar ao ouvir "sexta-feira", parecia meio sem jeito — eu acho que eu acabei bebendo demais, não é?

— É — disse ainda sem olhar nos olhos de Caio —, você bebeu um pouco demais. — Então deu uma risada sem graça, olhando para a xícara com café em suas mãos. — Mas não se preocupe, isso é mais normal do que você imagina. Relaxa.

— Deve ser, mas é um pouco difícil relaxar quando você não lembra o que aconteceu e o que você fez durante horas enquanto você estava completamente bêbado.

Ao ouvir isso, Rafael olhou para ele novamente.

— Você não lembra? De nada?

— Pouca coisa. Praticamente nada depois do karaokê. — Rafael não disse nada ainda olhando para ele. — E eu que pensei que essa história de amnésia alcoólica fosse ficção.

— Pois é, acontece — disse Rafael rindo.

— Eu perguntei ao Vinny se eu tinha falado ou feito alguma coisa que não devia, mas ele disse que não.

— Ele disse isso?

— Foi. Por quê? Eu fiz alguma coisa?

— Não. Quer dizer, nada que uma pessoa bêbada não faça normalmente. Falar algumas besteiras, dançar, essas coisas.

Caio riu, mas no fundo não estava convencido com a resposta de Rafael, nem com a resposta de Vinny. Algo ainda dizia lá no fundo da sua mente que eles estavam escondendo alguma coisa, algum detalhe importante. Mas ele sabia quem lhe falaria se tivesse realmente algo a mais nessa história.

Portanto mudou de assunto.

***

Na segunda pela manhã, Caio finalmente encontrou quem ele queria. A pessoa que lhe daria as respostas.

— Guilherme, meu querido amigo! — disse ao abraça-lo.

Após o abraço, Guilherme olhou para ele com a sobrancelha levantada.

— Diz logo.

— O quê?

— O que você quer de mim, Caio.

— Ué, por que você acha que eu quero alguma coisa? — A sobrancelha de Gui subiu um pouco mais. Caio riu. — Ok. Guilherme, por favor, me diz o que aconteceu na sexta? Eu não consigo lembrar, mas tenho a impressão de que eu deveria. E parece que está todo mundo me escondendo alguma coisa.

— Ah, é isso! — disse com um sorriso. — Claro que eu te conto, vamos sentar — disse apontando para um banco próximo.

— Ai, meu Deus! — Então sentaram no banco de frente um para o outro.

— Hmm... deixa eu ver... eu começo pela parte do "eu nunca", onde você ficou falando um monte de coisas que normalmente não falaria...

— Ai, meu Deus...

— ... ou pela parte em que você foi dançar e fez um striptease pro Rafael?

— O QUÊ?

— Tudo bem, não chegou a ser um striptease completo, porque o ele e o Vinny te pararam, e não foi só para ele. Ah, ainda teve aquela parte quando você foi se despedir do Rafael e quase deu um beijo na boca dele, sorte que ele virou a cabeça a tempo e só pegou no cantinho. — Caio o encarava com um olhar de espanto. — Então, por onde eu começo?

Caio respirou fundo e respondeu:

— Pela parte do "eu nunca".

Então Guilherme falou sobre tudo que havia acontecido. Sem deixar nada de fora.

***

No início da noite, Caio estava terminando de se arrumar para ir até a casa de Vinny falar com ele, quando recebeu uma mensagem.

V: "Amor, eu estive pensando em aceitar seu convite para jantar fora. O que você acha?"

C: "Acho ótimo. Eu já estava indo para sua casa."

V: "Pois não precisa vir, eu passo aí daqui a pouco. Bjo."

Caio terminou de se arrumar e foi para a sala esperar por Vinny. Desde que conversou com Guilherme sentia dentro de si um misto de culpa, tristeza e ansiedade. Ele sabia que havia magoado Vinícius e eles precisavam falar sobre isso. Vinny era o tipo de pessoa que guardava tudo para si, mesmo que isso o machucasse. Se Caio fosse esperar para que ele voluntariamente dissesse o que estava sentindo em relação àquele dia, talvez esse momento nunca chegasse. E ele não queria deixar esse assunto ser varrido para baixo do tapete como se não fosse algo importante. Eles tinham um relacionamento, Caio lhe devia uma explicação ou pelo menos um pedido de desculpas. Por mais que Caio agora desejasse nunca ter sabido o que aconteceu, sabia que era melhor saber e poder se desculpar. Estava envolvido nesses pensamentos quando ouviu o barulho da campainha.

Quando abriu a porta Vinícius sorriu para ele e o beijou. Vinny logo percebeu que Caio estava com um ar estranho, como se estivesse triste ou algo assim.

— O que foi?

— Entra. — Caio foi até o sofá e sentou. Vinny fechou a porta e o seguiu. — O Guilherme me disse tudo que aconteceu na sexta. — Vinny parou e olhou para ele. — Eu sabia que você e o Rafael não estavam me falando tudo, então pedi que ele me contasse.

Vinny sentou ao lado dele no sofá.

— O que ele te disse?

— Tudo. Todas as coisas que eu falei e que eu fiz. — Vinícius baixou a cabeça e desviou o olhar. Como ele não disse nada, Caio continuou: — Eu estou... tão envergonhado. Eu nem sei o que te dizer. Eu realmente não queria ter feito nada disso, me desculpe. Foi só porque eu estava bêbado.

Vinny olhou para ele.

— Pelo contrário, Caio. Justamente por você estar bêbado que você teve coragem de fazer o que queria, ser totalmente sincero.

— Não, não. Eu não estava pensando direito, eu não estava sendo eu mesmo. Eu nunca faria algo assim se eu não estivesse bêbado, eu não magoaria você dessa forma. — Parou por um instante e então continuou com uma voz baixa e quase suplicante. — Me desculpe. Eu não queria magoar você, Vinny. Eu nunca quis magoar você.

Vinícius olhou para ele e o observou um momento e então lentamente balançou a cabeça em confirmação.

— Nisso eu acredito em você, Caio, eu sei que não foi intencional.

— Mas... por que você não me falou nada? Por que não me disse o que tinha acontecido e o quanto isso tinha te machucado? Acho que era algo importante para se falar.

— Quando você disse que não lembrava do que tinha acontecido eu pensei que seria melhor não mexer mais nisso, que era melhor tentar esquecer também. Eu tinha medo de me magoar ainda mais se eu fosse mais fundo, até porque... eu... eu não queria ter que admitir o obvio.

— Que obvio?

Vinny respirou fundo e depois de tempo falou:

— Que você ainda é apaixonado pelo Rafael, que você não consegue esquecer o que vocês tiveram. Que eu nunca vou conseguir ter você só pra mim, ele vai estar sempre entre nós.

Então olhou para Caio como se o desafiasse a falar que não era verdade. Caio encarou aqueles olhos verdes, brilhando devido às lágrimas que começavam a se formar. Não podia mentir para ele, não era justo. Mas também não podia falar a verdade e o machucar ainda mais. Ficou parado um tempo sem saber o que dizer, até que resolveu falar.

— Eu não vou negar. — Vinny virou o rosto, enquanto balançava a cabeça para cima e para baixo. Aquela lágrima que havia se formado finalmente desceu por sua bochecha. — Mas você só está parcialmente certo. Quanto à primeira parte eu confesso que... ainda sinto alguma coisa por ele, eu não sei exatamente o quê. Ele foi a primeira pessoa por quem eu me apaixonei, nós temos uma história complicada, além disso nós somos melhores amigos, crescemos juntos... Tem muito sentimento confuso e complicado aqui dentro ainda, isso é verdade. Mas quanto à segunda parte você está enganado.

Vinny voltou a olhar para ele.

— Como eu estou enganado? Você está dividido, Caio, isso é bem obvio. Uma parte de você está presa a ele e você não consegue deixar. Você sempre está comigo pela metade e a outra está lá... — sua voz falhou um pouco. — com ele.

—Não, isso não é verdade. Eu estou aqui com você, Vinny, só com você.

— Naquele dia deu pra ver muito claramente o quanto você ainda o deseja.

— Vinny, olha pra mim. — Vinícius olhou para ele novamente. Caio levou uma mão até seu rosto e com o polegar enxugou lentamente suas lágrimas. — Eu não posso evitar sentir o que eu sinto, mas eu escolho o que eu quero. E eu quero você. Só você. Eu decidi ficar com você porque eu te amo e você é uma pessoa maravilhosa e eu tenho muita sorte de ter você. Por isso eu estou disposto a fazer dar certo. Eu só preciso saber se você também está disposto.

Vinny pegou a mão que ainda estava em seu rosto e segurou entre as suas. Em seguida, levou ela até sua boca e a beijou. Ainda segurando a mão de Caio, disse:

— Sim, eu também estou disposto a fazer nossa história dar certo. Eu amo muito você, Caio, eu não vou desistir de você tão fácil.

Caio sorriu e colocou a outra mão sobre a dele.

— Ótimo. — Então o beijou.

Continue Reading

You'll Also Like

16.7K 856 108
Dylan é um adolescente normal prestes a completar 18 anos, o mesmo perdeu a mãe cedo e mora apenas com o pai, que é um empresário ranzinza que não dá...
147K 13.3K 57
A vida de César Bitencour começa a mudar no dia em que seu pai morre, ao mesmo momento em que este descobre a traição de seu melhor amigo envolvido...
64.8K 4.6K 11
💖EU SOU A FANFIC BR Q VC ESTAVA A PROCURA MEU AMIGO💖 [CONTEXTO] Sn estava voltando para casa de uma festa bêbada com seus amigos Um de seus amigos...
2.9K 246 29
SINOPSE: Ander e Sebastian são duas pessoas com ideais totalmente diferente e de lugares totalmente diferente. Por ironia do destino, eles têm que ap...