Lembrados

By morgankylos

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Dois anos se passaram desde que Morgan tinham voltado de sua partida. Amanda Specktrum e Gabriel retornaram d... More

Prólogo
Parte 1
O Vampiro que Terminou de Contar
Antigos Donos
Julgamento do Príncipe
Livros Trazem Um Velho Inimigo
Determinação para Encontrar
Lembranças de um Passado Esquecido
Parte 2

A Morte seria Mais Reconfortante

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By morgankylos

Roman, o líder do Coletor dos Mortos, um feérico dentre vários que viveram em Faerys. Agora estava ele de volta para o mundo onde nunca pensou que retornaria. Ele ancorou seu navio na costa da Corte do Verão. Era assim que o povo de Faerys se dividia, quatro cortes: Verão, Primavera, Outono e Inverno.

Roman estava familiarizado com ambas as quatro, mas ele temia cada uma delas. O passado que ele não podia esquecer ainda corria em suas veias, correndo cada parte do seu ser. Pelo menos os dois.

Cameron Hamniel, um Coletor que muitas vezes causava mortes desceu no navio junto com Roman. Cameron tinha cabelos escuros agora, não mais loiros acastanhados. Os olhos violetas ainda estava em alta.

― Tem certeza que quer ir até eles?

― Tenho que pegar uma coisa antes de ir para Grogon ― afirmou Roman ao colocar a espada sobre a bainha. Ele tinha que confirmar o que Morgan Kylos tinha contado a ele. Roman não queria acreditar que parte de sua vida ainda poderia viver nas mãos de um ser como Elys Vaghbur.

Roman caminhou calmamente na clareira perto litoral da Corte do Verão. O sol estava por entre as árvores altas e escuras que lá haviam, o verde se misturava a luz do sol e ao azul do céu, como uma aquarela. Enquanto os Coletores faziam sua coleta, ele não tinha com o que se preocupar.

Quando ele deu por conta estava dentro do Vila do Sol, a capital da Corte do Verão. Ele viu feéricos correndo de um lado para outro do alto, alguns tinham peles de cor dourada. A vila era em uma enorme fenda, feita por terremoto não muito antes de Roman fugir. Ele sabia que tinha que ser rápido naquele vilarejo, ou perderia a vida por um simples objeto que mostraria verdade.

O sol estava ficando mais quente no centro da Vila onde comerciantes vendiam qualquer coisa que pudesse ser vendida: roupas, joias, livros, comida etc. Roman tirou o colete devido calor e seu peito ficou exposto. Ele estava começando a desidratar. Roman notou que não mudara de aparência quando pisou em Faerys como sempre fazia, a pele morena como cobre ficava mais clara e os olhos cinzentos com o cabelo cor de palha. Ele achou estranho. Não se importou, seu objetivo era maior.

A sua frente vinha guardas da Corte com uniformes em cor de folha. Ele não sabia para onde correr. Não tinha asas para que pudesse voar, se corresse, os guardas correriam atrás dele. Quando tentou correr, uma flecha acertou seu ombro com rapidez, Roman foi jogado no chão e foi levado para o castelo do Rei alto da fenda que era Vila do Sol. .

Colocado em uma cela escura e sem o mínimo de luz durante dias sem comida, ele sentiu-se culpado por não acreditar em Morgan. O tempo poderia ser diferente para eles lá em Myustic, mas ele ainda estava sob a magia dos Coletores ― se algo acontecer com ele, eles sentiram imediatamente.

Ele sentia-se um idiota por ter voltado para seu país natal, ele nunca deveria ter feito isso. O que ele estava pensando?

Quando a porta da cela se abriu para corredor vinham duas pessoas que olharam para vestimenta esfarrapada de Roman – uma camiseta branca e uma calça rasgada.

As duas figuras estavam encapuzadas, mas quando ambas tiraram os capuzes suas identidades foram reveladas. Uma garota de cabelos tom ouro queimado e olhos cinzentos como fumaça, ela tinha feições simétricas como as Roman, o nome dela era Roseli. O outro era quase que um gigante, sua pele transmitia calor, sua armadura era feita de cobre escuro, ele era o rei da Corte do Verão ― Sunx.

― Uma recepção calorosa como essa ― disse Roman em sarcasmo. ― Não queria que minha irmã me visse assim, eu queria estar bem arrumado.

― Cale a boca, Roman. ― Roseli o repreendeu. ― Você não deveria estar aqui.

― Eu sei disso ― admitiu Roman.

― Então, o que veio fazer aqui?

― Procurar o Espelho do Sol ― explicou Roman, ele revirou os olhos. ― Só ele poderia responder as minhas dúvidas.

-― Sabe de uma coisa ― falou Sunx. ― Roseli tem sorte de não ter nascido burra. ― Ele tirou uma besta de trás da armadura, e junto estava uma aljava com flechas grossas de ferro puro. As flechas parecia brilhar mesmo sem a presença de luz. ― Roman Phablo, você está sentenciado ter assassinado Rowena Snowhite, a quem estava jurado pelos Espíritos. Seus crimes são pagos com a morte. ― Pegou uma flecha de ferro usando uma luva impermeável para que não queimasse sua mão com o ferro puro.

Sunx olhou para Roman com felicidade nos olhos, um certo prazer. O passado de Roman dizia ele não tinha sido uma boa pessoa. O feérico líder da Corte do Verão colocou a besta em direção a Coletor.

― Você sempre quis muito fazer isso, não quis?

― Esperei por isso minha vida inteira ― ele puxou a corda da besta.

Roseli estava sem expressão no rosto, Roman notou que ela estava gostando de ver aquilo ― pois um sorriso estava estampado no rosto. Roman tinha feito Roseli sofrer muito em toda sua vida, não existia a amor de irmandade a ser compartilhado, nada, somente ódio e rancor.

Quando Roman tentou dizer algo, uma flecha foi lançada contra peito de Roman. O sangue escorreu assim que seu corpo queimou ao sentir o ferro frio. Feéricos não tinham humidade ao ferro.

― Que os Espíritos da Natureza tenham pena de você.

O corpo de Roman já não existia mais.

Em uma dimensão não muito longe alguém iria sentir sua morte.

***

― Então quer dizer que eu estava escrevendo em você? ― perguntou Griffen para Morgan enquanto andavam pelo vasto caminho de grama. O sol estava se pondo ao oeste dali e o céu estava numa mistura de azul com laranja. ― Esse tempo todo que viajei com Roman, fui relatando as coisas em você?

― Isso mesmo, nunca sai do seu lado. ― respondeu Morgan com um sorriso. Seus olhos se fechava totalmente fazendo pés de galinhas. ― Era como sentir a ponta da caneta em minha pele... ― Griffen parecia assustado, seus olhos âmbar estavam mais escuros que antes, talvez pelo pânico de saber todas essas coisas. ― Mas o que importa é que contei a vocês tudo que contar.

Morgan ficou entre Amanda e Griffen e se jogou por entre ele em um abraço forte

― Mesmo que vocês ainda não lembram, vocês pelos menos vocês acreditaram em mim.

Curt não tinha razões para não acreditar em Morgan. Morgan dizia com tanta vitalidade as coisas que parecia que estavam dentro das histórias que ele contava, do passado de seus pais, Amanda e Griffen. Ele nunca pensou que uma divindade do mundo onde vivia poderia ter te sequestrado. Nunca tinha pensado que Griffen era seu verdadeiro pai, pois sempre vivera sozinho em Awall, pelo menos até perder Hela.

Ele estava feliz por descobrir a verdade.

De longe era possível ver o vilarejo de Zmaj e o castelo estava com as luzes acessas brilhando sob as janelas de vidro azul esbranquiçado. Curt não sabia para onde ir, pois queria ficar com seus pais, mas tinha que avisar Kaime e Kyara sobre o que tinha acontecido.

― Para onde vamos? ― perguntou Curt.

― Eu realmente não sei ― respondeu Griffen. – Estávamos na Dimensão Terra até ontem durante a noite, não posso dizer que quero voltar para lá.

― Podem ficar na minha casa ― disse Morgan. ― A casa onde os filhos de Jane moraram era a minha casa. Fiquem lá o que quanto vocês quiserem. – Amanda e Gabriel trocaram olhares e Curt realmente não entendia o que aquilo significava. Os olhos amarelos de Curt brilharam. ― Vou andando... ― disse Morgan com uma voz baixa e triste enquanto caminhava para leste dele, onde a noite já caíra.

Amanda e Gabriel caminharam em direção ao vilarejo, com Curt ficando ali naquele vasto espaço de grama. O garoto de 16 anos olhou para seus pais, sentiu-se um pouco estranho, como se algo estivesse para acontecer.

Tanto seus pais quanto Morgan Kylos caíram no chão aos berros. Eram gritos de dor, como se tivesse quebrando uma perna. Curt ficou divido sobre quem ajudar primeiro, quando Curt correu para ajudar seus pais, porém uma linha de chamas impediu a passagem de Curt, ele olhou preocupado para os pais.

― Roman! ― gritaram os três ao mesmo tempo, o tom de suas vozes eram como se eles estivessem perdendo algo.

Curt começou a ficar nervoso por não poder fazer nada. Então que o som de ruflar de asas cortou o som do fogo crepitando. O ruflar parou quando mais outro grito rompeu o céu.

Uma garota de cabelos loiros caiu dos céus com suas asas escuras quebradas. Ela olhou para Curt com seus olhos azuis. Círculos de fogo se criaram em volta de cada um deles, quando os gritos sessaram, as chamas se apagaram.

―Faça algo garoto ― disse o anjo. Deu mais um grito de dor. ― Não pode ser...

― O que aconteceu...? ― perguntou o garoto ao reconhecer que aquele anjo era Moonllyn, uma das pessoas que sabia se Morgan estava dizendo a verdade. ― Moonllyn...

O fogo só aumentou depois que Moonllyn apareceu. Amanda, Griffen e Morgan gritavam ainda mais de dor e Curt não podia fazer nada para parar aquilo, foi então que... perante todas as dores que eles sentiam, os quatro foram jogados para trás com um impulso e as chamas se apagaram. Curt correu para ajudar os pais.

― Mãe! Pai! – Curt estava desesperado, ele tinha que saber se eles estavam bem. Não queria perder seus pais logo agora que os conhecera. – O que foi aquilo? – Ambos os dois estavam com os olhos perdidos, confusos.

Curt observou os antebraços esquerdos de seus pais estavam com uma queimadura em formato de símbolos. O de Griffen era um meio rosto em cor escarlate e o de Amanda era um símbolo que dava a interpretar como a luz espectral, logo os braços de Griffen começaram a se preencher com marcas que adornais no braço esquerdo. A Marca de Elys. Gjengangers.

― Morgan ― disse Griffen entre a dor. ― O que é isso?! ― Sangue escorreu de sua boca como se tivesse recebido um soco. Ele tentou tocar seu braço, mas parecia doer ao toque. ― Está queimando!

Morgan do outro lado gritou.

― Algo aconteceu com Roman ― ele tentou se levantar, mas logo caiu no chão.

― Curt – chamou Griffen ao filho. ― Corte meu braço! ― O braço do pai de Curt estava totalmente roxo, como se aquilo estivesse infeccionado, uma infecção se espalhando pelo corpo. Griffen com o braço ainda não infeccionado pego uma faca longa que estava por entre suas vestes. O metal brilhou com a luz das estrelas.

― Não posso fazer isso... ― Curt engasgou e olhou para faca em sua mão. ― Eu não tenho coragem de fazer isso com meu próprio pai...

Curt por alguns segundos rápidos perdeu controle de seus movimentos, como se alguém o controlasse ― como cordas controlassem uma marionete. Os olhos de Griffen ficaram azuis, como se o céu estivesse tocando a íris de seus olhos.

Curt sem controlar seus atos passou a faca com toda sua força pelo braço esquerdo de Griffen, o sangue escorreu como uma cachoeira e o osso estava amostra. Curt vomitou tudo que tinha comido ao ver a carne exposta. Por alguma razão, o corpo de Griffen foi fechando o ferimento, fazendo um coto de pele lisa. As linhas continuaram a se espalhar por seu corpo, indo até metade de seu rosto, se misturando as antigas que iam dos cantos de seus olhos ao peito.

Seus olhos tinham voltado a cor âmbar de sempre ― como se nunca tivessem se tornado azuis. Curt lembrou do que Morgan tinha contado sobre Elys, de como os olhos de Griffen tinham ficado quando estava possuído por ela. Mas como ele teria esses olhos se Elys estava morta?

Moonllyn carregava Morgan nos ombros, os olhos do vampiro estavam caídos e como vidro quebrado. Gabriel Griffen olhou para o amigo e a preocupação passou a tomar conta de seu olhar. Sangue escorria de sua boca, como se ele estivesse vomitado sangue puro.

― Vou olhar sua mãe ― disse Griffen para o filho e saiu mancando com o sangue escorrendo do braço cortado. ― Fique aqui com Morgan e Moonllyn.

Curt ajudou a colocar Morgan na grama. Moonllyn não parecia ter ficado muito ferida fisicamente, mas internamente as coisas devem ter se chacoalhado. Morgan deitado sobre a grama verde sobre o céu escuro, notou Curt, tinha uma certa beleza. Ele olhou para Curt com pena nos olhos. Os mesmos de Morgan estava perdidos, o verde brilhava ao olhar pelo céu claro.

― Desculpa, não posso mais proteger você ― disse pegar nas mãos de Curt e apertar com força. ― Selene, eu sinto muito. ― Ele estava delirando.

― Mas eu... ― começou Curt a dizer, porém Moonllyn disse para não dizer nada. Os cabelos loiros de Moonllyn balançaram com o vento. ― O que aconteceu...?

Morgan já tinha fechado os olhos quando foi responder. Curt, com a audição de lobo, conseguia ouvir o coração do vampiro bater lentamente, ganhando vida. Corações de vampiros não batem, eles estão mortos.

― Morgan ― disse Curt com a voz falha. ― Você é humano novamente. 

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