Entre o céu e o inferno - A g...

By MarcosFaria1

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A mística cidade de Valis tornar-se-à improvável cenário de eventos que influenciarão diretamente no rumo de... More

Prefácio
Capítulo I - Despertar em meio ao coro dos anjos
Capitulo II - O anjo terrestre e o pequeno querubim
Capítulo III - Aquela que sonha com o amanhã
Capítulo IV - A morada do anjo
Capítulo V - Um toque de morte
Capítulo VI - Um lugar entre o céu e o inferno
Capítulo VII - O conhecimento oculto
Capítulo VIII - A Esmeralda do anjo Rafael
Capítulo IX - O culto ao espírito fragmentado
Capítulo XI - A Espada de Miguel
Capítulo XII - O demônio de cabelos vermelhos
Capítulo XIII - A mesma capa para livros diferentes
Capítulo XIV - Uma paixão em meio à guerra
Capítulo XV - Matheus e Daniel no Jardim do Éden
Capítulo XVI - O Assassino de Amirom (Primeira Parte)
Capítulo XVII - A revelação dos sonhos
Capítulo XVIII - Trabalho noturno
Capítulo XIX - As peças no tabuleiro
Capítulo XX - Os guardiões de Amanda
Capítulo XXI - O Demônio vermelho ataca
Capítulo XXII - Os sobreviventes da dor
Capítulo XXIII - O Assassino de Amirom (segunda parte)
Capítulo XXIV - O Destino de Daniel
Capítulo XXV - O Confronto
Capítulo XXVI - A luta do anjo contra o demônio
Capítulo XXVII - Matheus enfrenta a morte
Capítulo XXVIII - Revelações que os sonhos não trazem
Capítulo XXIX - O Início
Capítulo XXX - Caso concluído

Capítulo X - A melodia do caos

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By MarcosFaria1

Era tarde da noite e à medida que adentravam no subúrbio da cidade, Daniel e Matheus podiam ver os "rockeiros" e "punks" movimentando-se em grupos na direção da tal casa noturna que já se fazia presente entre os prédios de maior estatura por meio de pilastras de luz que indicavam sua localização. Matheus não conhecia a cidade, sua primeira impressão era de um lugar rico. Os fortes elementos europeus presentes na arquitetura, os imensos arranha-céus traziam uma imagem de prosperidade, mas agora ele podia ver a pobreza. Ruas velhas e sujas, mendigos se aquecendo em fogueiras feitas nas latas de lixo, homens suspeitos nos becos escuros, prostitutas, casas e prédios abandonados e decadentes, mostraram ao jovem Matheus que a alma da cidade era outra. Havia algo ruim naquele ar, nisso Daniel estava certo.

"Parece que não é só uma casa noturna não é?" Perguntou Daniel enquanto olhava discretamente para as calçadas movimentadas.

"Eu não vi muitas casas noturnas para saber se isso é estranho ou não. Para ser exato, não que eu me lembre, mas eu arriscaria dizer que não vejo nada demais em uma casa noturna com música pesada e pessoas exóticas". Matheus respondeu com seu olhar de desdém enquanto apoiava o rosto na mão esquerda e olhava pela janela do carro as pessoas seguindo o caminho para a origem das luzes que cortavam o céu como espadas de luz.

"Eu sinto! Esta cidade não é só mais um lugar cheio de problemas sociais, Há algo ruim, uma nuvem negra que adoece esse lugar, por isso eu vim ficar aqui por uns tempos, sinto que tenho algo a fazer... Uma missão..."

"Isso é com você, Se tem o poder de sentir algo além do obvio, vou confiar na sua intuição. Mas não vejo nada demais nessas pessoas. Estão se distraindo da dor de uma existência desprovida de sentido. Estão preenchendo uma lacuna em suas almas..."

"Não entendi. Do que estamos falando? Você não acha que vim até aqui só porque esses "punks" parecem "louvar" o demônio, está?"

"Desculpe, mas me parece que estamos procurando "uma agulha no palheiro", ou melhor, seria mais fácil se assim fosse porque saberíamos o que estamos procurando, mas no nosso caso, nem isso..."

"Entendo seu ceticismo. Só peço que confie em mim..."

"Tudo bem Daniel, tenho fé em você. Nada mais apropriado se tratando de um anjo de carne e osso". Matheus sorriu.

"Sabe não gosto desse seu humor, mas gosto de você". Daniel devolveu o sorriso e voltou o olhar para o destino. "Chegamos!"

Daniel estacionou seu carro em uma esquina onde havia muitos outros veículos. Do outro lado diante do casarão uma fila de motos estacionadas enfeitava o lugar. A musica alta se fazia estridente em todo o quarteirão. Pequenos grupos de amigos se embebedavam na rua. Os prédios ao redor da casa noturna eram abandonados e estavam em ruínas, à escuridão deles chamou a atenção de Matheus enquanto ele descia do carro. Seus olhos negros refletiam a profundidade do abismo e ele se sentia observado.

Aquele momento introspectivo foi quebrado pelo barulho da porta do carro se fechando. "Tudo bem?" Daniel perguntou ao perceber a distração de Matheus.

"Sim, só uma impressão estranha". Matheus começou a andar na direção da casa noturna.

"Gosta desse tipo de som? Para mim é caótico demais". Daniel perguntou enquanto atravessavam a rua.

"Até onde sei sou eclético para música". Matheus respondeu quando de repente uma cadeira voou de dentro do lugar pela janela quebrando o vidro em pedaços. "Parece ser um interessante lugar. As pessoas estão se divertindo!" Comentou diante da cena.

"Depende do que chama de diversão Matheus!" Daniel disse aumentando o som da própria voz quando abriu a porta dupla e uma onda sonora bombardeou os dois jovens.

O som altíssimo, as luzes caóticas, o cheiro de cigarro bem como a fumaça deixavam o lugar com uma atmosfera alucinógena. As pessoas se balançavam com o som e estavam tão envolvidas naquilo que ninguém deu atenção aos dois novos visitantes. O lugar estava tão cheio que era impossível não esbarrar nas pessoas agitadas. Daniel fez um gesto indicando o balcão que tinha alguns espaços vazios. Matheus concordou com a cabeça e ambos tentaram passar entre as pessoas distanciando-se um do outro no processo.

No meio da grande aglomeração de pessoas uma confusão desencadeou uma serie de empurrões que fizeram com que Daniel se separasse de Matheus, que por sua vez ficou em um lugar privilegiado para ver o motivo do pandemônio. Uma luta.

Quatro homens trajando roupas de motoqueiros circulavam em torno de um homem que não demonstrava qualquer tipo de medo ou hesitação. Matheus achou estranho, pois os agressores eram fisicamente perigosos além da vantagem numérica. O alvo deles não parecia estar preocupado. Seus cabelos avermelhados e arrepiados brilhavam com as luzes, sua postura revelava um físico impecável como as esculturas dos artistas gregos em homenagem aos seus deuses. A camiseta negra apertada deixava expostos os braços musculosos e a tatuagem que subia do antebraço até metade do pescoço. A figura eram feixes tribais semelhantes a chamas negras, Seu queixo era quadrado com uma cova no meio como os desenhos dos heróis de quadrinhos.

As pessoas estavam excitadas pelo clima e pela música. Esperavam um espetáculo gratuito para suas almas sedentas por violência. Um dos motoqueiros sacou uma faca pequena, mas letal e tomou a iniciativa dos ataques, desferindo facadas no ar já que o homem de cabelos vermelhos se desviava facilmente apenas com passos curtos sem sequer levantar os braços até que devido a aproximação dos corpos, pode segurar a mão do motoqueiro que segurava a faca e com a outra agarrou a sua nuca. Com uma força bruta forçou para baixo e desferiu uma joelhada potente que fez seu inimigo cuspir sangue antes que um segundo ataque usando o cotovelo como um martelo o levasse ao chão.

A platéia vibrou com um nocaute rápido e mortal que até intimidou os demais agressores, contudo um deles encontrou coragem em um pedaço de madeira e avançou com toda brutalidade que pode, o homem de cabelos vermelhos foi ao seu encontro erguendo o braço esquerdo que receberia a fúria do ataque. A madeira explodiu com o contato, partindo-se ao meio enquanto o braço direito cruzou o ar acertando com uma tremenda força o rosto do motoqueiro que foi projetado no ar até a multidão próxima a Matheus que testemunhava a perícia daquele sujeito que submetia seus inimigos à sua força.

Daniel chegou à frente e quando começou a procurar Matheus no meio de toda aquela confusão, percebeu que havia duas escadas nas extremidades da casa que levavam para um segundo andar onde havia mais pessoas dançando. Matheus! Gritou ele em vão algumas vezes. Eu vou subir e ver se eu consigo achá-lo olhando lá de cima. Disse para si mesmo enquanto voltava a passar no meio da multidão para chegar até a escada mais próxima.

Enquanto isso, Matheus se deu conta que havia sido empurrado mais uma vez pela agitação até um segundo salão do primeiro andar da casa. Quando deu meia volta para ir até o balcão encontrar Daniel, percebeu um vulto no meio da agitação que se balançava sensualmente. O efeito hipnótico fez tudo ficar suspenso no ar, o tempo desacelerou, Matheus começou a caminhar naquela direção e à medida que o fazia, conseguia ver mais claramente a dona das curvas que faziam a realidade se render ao seu encanto. A calça de couro refletia feixes de luz e o branco da blusa folgada sobre o corpo se metamorfoseava pelas cores das mesmas luzes caóticas, a transparência parecia revelar um corpo esculpido por artistas de grande talento.

Em um dado momento, os cabelos negros que se balançavam e apesar de não serem longos encobriam o rosto de modo que apenas os lábios pintados de vermelhos aparecessem, abriram-se por completo, a pele branca e delicada davam ênfase aos olhos azuis sensualmente decorados com tinta preta. Matheus foi bombardeado por um calor no peito, uma falta de ar fez sua boca ficar levemente aberta para uma respiração ofegante, quando voltou à razão estava tão próximo dela que era evidente sua perplexidade diante da jovem que o fitou com orbes azuis e o recebeu com um sorriso malicioso.

"Você é o anjo dos meus sonhos?" Ela disse enquanto envolveu o pescoço de Matheus com suas mãos delicadas.

Matheus permaneceu em silêncio deslumbrado. Seu corpo se deixou levar pelos movimentos da jovem e eles dançaram juntos ao som daquela melodia. O cheiro do lugar se rendia a doce fragrância daquela moça aos sentidos de Matheus.

Ao subir as escadas Daniel viu uma menina de cabelos curtos negros até o queixo e mecha vermelha que não devia ter mais do que doze anos. Aquilo havia lhe chamado atenção. Apesar das roupas góticas ela não era imperceptível na multidão, talvez pela idade. O que uma criança esta fazendo aqui? Ele perguntou a si mesmo nos pensamentos.

"Oi! Está perdida?" Daniel não se conteve ao chegar perto da menina que ficava apoiada ao corrimão olhando as pessoas dançando na parte de baixo da casa.

"Não, pareço? Acho que você que está perdido". A criança respondeu olhando para Daniel com cara de poucos amigos e em seguida desviou o olhar.

"Ok! Desculpe-me, só queria ajudar porque achei estranho... ok, Até mais". Daniel sem graça passou por ela e começou a procurar Matheus olhando do alto da escada.

"Preocupe-se com você e seu amigo, não sabe onde estão se metendo". A criança disse ao sair do lugar e subir o resto da escada.

"O que? Conhece o Matheus?"

"Não, mas vocês chamam atenção demais e tem gente que não vai gostar da presença dos dois". A menina aponta o dedo em uma direção.

Daniel assustado olha para o lugar indicado e vê Matheus com uma bela jovem. Simultaneamente, percebe que uns vultos negros na multidão estão cercando seu amigo.

"Quem são eles?". Daniel pergunta para a criança, mas ela já não estava mais lá. Então disparou na direção de Matheus empurrando algumas pessoas ao descer rapidamente pela escada.

Matheus olhou diretamente nos olhos azuis e viu uma criatura de bom coração que sufocava uma dor com sorriso de esperança. Meu nome é Amanda. Ela disse sussurrando em seu ouvido.

"O meu nome é Matheus". Ele respondeu em baixo tom.

Amanda olhou diretamente para Matheus e de repente sua expressão começou a mudar lentamente. Você não é o anjo dos meus sonhos! Então você só pode ser...Ela disse com olhos de medo e largando Matheus que ao perceber o susto tenta segurar a mão da jovem.

"Não entendo, Não! Não tenha medo de mim!" Disse Matheus impedindo ela de se soltar e fugir.

Quando de repente percebeu que estava cercado por vultos negros. Matheus soltou a mão de Amanda que correu na direção da saída. O que querem? Ele perguntou ao pressentir uma intenção assassina.

Daniel atravessando a multidão bate de frente com Amanda que assustada olha em seus olhos. Ambos se estranham por um segundo até que ela sorri aliviada.

"Você é o anjo! Vai me proteger dele?" Ela aponta em uma direção e quando Daniel olhou e viu a multidão se abrindo e no meio Matheus com os braços erguidos, enquanto três homens de negro e encapuzados são arremessados pelo ar.

"Mas o que está acontecendo aqui?" Daniel fica perdido e assustado com a situação.

"Fica aqui, eu já volto!" Ele diz para Amanda e parte na direção de Matheus.

As pessoas se afastam percebendo a "briga".Matheus fica em prontidão esperando os três homens armados com pequenas lâminas em formato de foice que até então eram vultos negros disfarçados na multidão.

"Matheus o que está acontecendo?" Daniel chega ao seu lado segurando seus braços acreditando que se tratava de alguma confusão desnecessária.

"Olhe para eles!". Matheus falou sério.

Quando o fez, Daniel viu as figuras humanas que através de "espasmos" e distorções revelavam faces diabólicas sob o capuz negro entre os flashs de luz. As pessoas não percebiam o que estava acontecendo. Para eles se tratava apenas de mais uma briga de rapazes por causa de uma garota.

"Parecem possuídos por alguma coisa". Daniel falou enquanto erguia os braços para defender o amigo.

O homem que estava mais a frente dos três rosnou como se desse uma ordem e os outros dois dispararam na direção de Daniel e Matheus atacando-os com as laminas pequenas porem mortais que cortavam o ar com sonoridade.

Matheus se permitiu levar um corte no peito apenas para ter proximidade o suficiente para agarrar seu adversário para em seguida força-lo para baixo enquanto desferia uma joelhada atordoante para depois erguer seu braço direito e desferir uma cotovelada como um martelo sobre o oponente o levando ao chão inconsciente. Percebendo que sabia lutar ou que havia aprendido a manobra ao ver o homem de cabelos vermelhos anteriormente. Daniel com maestria esquivava dos ataques e quando teve oportunidade, agarrou seu inimigo, colocou o pé no peito dele e se jogou para trás rolando no chão projetando-o por cima de sua cabeça de costas contra a distante parede. Um impacto tão doloroso que se fez ouvir.

Quando olharam para o terceiro atacante, Daniel e Matheus perceberam que ele recuava intimidado até que resolveu correr na direção contrária. Daniel ia correr na direção dele quando Matheus segurou seu ombro.

"Onde ela está?"

"O que? Ela está bem ali... Para onde ela foi?" Daniel percebe que a jovem desapareceu.

"Temos que descobrir o que ela tem a ver com isso. Ela sabia que não sou um humano comum".

"Se a gente ficar se envolvendo nessas lutas no meio de multidões, isso já não vai ser surpresa para ninguém! Vamos, ela deve ter saído! Daniel correu na direção da porta. Ela também sabia sobre minha natureza". Disse.

Matheus olhou uma última vez para os seus agressores e percebeu que eles já não estavam mais ali, em seguida, correu seguindo Daniel.

"Ela não está aqui!" Diz Daniel ao parar na entrada da casa já do lado de fora. Vamos nos dividir para procurá-la? Pergunta olhando para os lados.

"Não sei se é uma boa ideia nos separar. Eles podem voltar com mais aliados e nos pegariam em desvantagem. Vamos juntos no seu carro". Disse Matheus.

"Está certo. Ela não deve estar longe. Com o carro dá tempo de procurá-la por todo o quarteirão, vamos!"

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