Entre o céu e o inferno - A g...

By MarcosFaria1

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A mística cidade de Valis tornar-se-à improvável cenário de eventos que influenciarão diretamente no rumo de... More

Prefácio
Capítulo I - Despertar em meio ao coro dos anjos
Capitulo II - O anjo terrestre e o pequeno querubim
Capítulo III - Aquela que sonha com o amanhã
Capítulo IV - A morada do anjo
Capítulo V - Um toque de morte
Capítulo VII - O conhecimento oculto
Capítulo VIII - A Esmeralda do anjo Rafael
Capítulo IX - O culto ao espírito fragmentado
Capítulo X - A melodia do caos
Capítulo XI - A Espada de Miguel
Capítulo XII - O demônio de cabelos vermelhos
Capítulo XIII - A mesma capa para livros diferentes
Capítulo XIV - Uma paixão em meio à guerra
Capítulo XV - Matheus e Daniel no Jardim do Éden
Capítulo XVI - O Assassino de Amirom (Primeira Parte)
Capítulo XVII - A revelação dos sonhos
Capítulo XVIII - Trabalho noturno
Capítulo XIX - As peças no tabuleiro
Capítulo XX - Os guardiões de Amanda
Capítulo XXI - O Demônio vermelho ataca
Capítulo XXII - Os sobreviventes da dor
Capítulo XXIII - O Assassino de Amirom (segunda parte)
Capítulo XXIV - O Destino de Daniel
Capítulo XXV - O Confronto
Capítulo XXVI - A luta do anjo contra o demônio
Capítulo XXVII - Matheus enfrenta a morte
Capítulo XXVIII - Revelações que os sonhos não trazem
Capítulo XXIX - O Início
Capítulo XXX - Caso concluído

Capítulo VI - Um lugar entre o céu e o inferno

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By MarcosFaria1

Quando os primeiros raios de sol começavam a tocar a terra, já havia pessoas transitando nas calçadas úmidas, O trânsito intenso mostrava o mau humor das pessoas já nas primeiras horas do dia que iniciavam com a jornada de trabalho. Outras por outro lado apenas acordavam cedo para se exercitar pelas ruas. A maioria nas proximidades da praia da cidade. O sol tímido que lutava contra as nuvens não permitia aquelas pessoas desfrutarem das áreas brancas, as ondas pareciam geladas e quando explodiam nos rochedos próximos a ponte que dava entrada na cidade, se transformavam em mais neblina que encobria a beleza natural do lugar.

A cidade de Valis não era tão diferente das demais. Não a primeira vista. Era necessário estudá-la e com um olhar perspicaz desvendar seus mistérios que muitas vezes eram discretamente ofuscados.

A arquitetura era uma contradição, o antigo e o novo coexistindo harmonicamente. Era possível imaginar a cidade cem anos atrás apenas observando os prédios antigos que ainda existiam, em sua maioria, muito bem conservados, Por outro lado, os demais lutavam contra a força implacável do tempo e do descaso insistindo em estar lá entre as grandes obras da arquitetura moderna.

Valis possui muitas praças. Herança de uma época luxuosa, de onde seus primeiros cidadãos vindos de uma Europa em guerra, trouxeram consigo a arte e requinte. Talvez até o clima seja fruto dessa raiz, o branco nublado tinha em si um aspecto bastante europeu. O gótico era marca dessa época e se mantinha vivo nos casarões e igrejas antigos que enfrentavam a modernidade com força.

"Bom dia Matheus! Acordou cedo, hein?". Daniel apareceu na porta do escritório onde Matheus se alojava, encontrando o sentado na mesa entre duas pilhas de livros.

"Bom dia, na verdade eu não... Esquece... Muitos livros interessantes, você lê muito?" Matheus perguntou fechando um livro entre as mãos.

"Lia bastante. De uns tempos para cá não tive muito tempo, filosofia? É muito bom, é lindo, mas para você que está cheio de perguntas pode ser ainda mais forte". Daniel comentou ao ver que o livro que ele segurava tratava se de um "Historia da filosofia – volume VIII".

"Sim". Respondeu Matheus em uma apatia que já lhe era peculiar enquanto baixava as mangas da blusa para que as cicatrizes em seus pulsos não fossem percebidas por Daniel. "Era cedo demais para falar sobre aquilo", pensou.

"Vamos, um café gostoso está esperando por nós e quero lhe falar sobre uma coisa". Disse Daniel arrumando seus cachos loiros que até então estavam desajeitados.

"Como quiser". Matheus acompanhou Daniel até a grande mesa enfeitada com um belo café da manhã.

"Sirva-se Matheus, eu quero lhe falar sobre hoje, tenho que ir a um lugar especial e não sei ao certo o que tem lá, mas seria interessante que me acompanhasse, afinal suspeito que seja como eu, um anjo terrestre e que tem a mesma missão que eu.

"Não tenho muito que fazer, Eu espero por sua amiga, até lá só tenho você como companhia".

"Há... Há... Isso não parece um elogio, talvez um lamento, sou tão chato assim?"

"Não foi isso que quis dizer".

Calma, estou brincando. Daniel sorriu até fechar os olhos.

Que lugar pretende ir? Disse Matheus se mantendo apático ao tomar café quente em uma xícara.

"Uma casa noturna, que fica em uma área marginalizada da cidade".

"Área marginalizada?"

"Ora, não achou que Valis era um lugar diferente do resto do mundo, aqui há muitos problemas sociais como em qualquer outro lugar". Daniel disse com a face levemente melancólica.

"E sua jornada tem algo haver com isso?"

"Na verdade não. Os problemas sociais são responsabilidades de todos nós enquanto cidadãos, mas minha outra natureza, a "angelical" digamos assim, tem outros problemas, ou melhor, desafios".

"Entendo esse mundo oculto por trás dos eventos, que presenciei". Matheus completou o raciocínio.

"Sim, desde que cheguei eu "senti" algo nesse lugar, algo de ruim, mas minhas tentativas de desvendar tem sido um fracasso".

"Acredita que esse lugar pode abrir as portas para esse mundo oculto da cidade?". Matheus perguntou, sua expressão era de curiosidade, algumas coisas pareciam lentamente se encaixar.

Sim, aqui é um lugar bom para se viver, mas está acorrentado em algum tipo de "peso", que leva as pessoas daqui a uma alienação anormal. Lentamente se tornará um inferno sobre a terra.

"Então existem demônios?"

"Sim e não". Disse Daniel olhando para a janela por onde entravam tímidos raios de sol junto ao vento que balançava as cortinas brancas.

"Como assim?" Matheus demonstrava-se impaciente com a resposta ambígua.

"O que existe entre o céu e o inferno?"

"A terra?"

"Sim. Não há nenhum demônio verdadeiro na terra. São seres poderosos demais, a terra também não é lugar para os anjos, por isso minha raça, de origem angelical mais carnal".

"E o que enfrentamos ontem? Aquilo não era um demônio?"

"Uma variação da idéia"

"Seja mais claro". Disse Matheus um pouco impaciente.

"Vou lhe contar uma historia..."

Daniel se levantou e foi até a janela onde ficou encostado a olhando para os feixes de luz solar que atravessavam as nuvens e caiam entre os prédios tocando a terra.

"Em uma era da gênese do mundo, havia anjos que observavam o destino da humanidade, eram chamados de "Vigilantes". Até então, contudo, eles começaram a desejar as mulheres humanas abandonando o céu para se unirem com essas mortais. O fruto, uma raça híbrida chamada de Néfilins".

"Isso é bem estranho, inacreditável até, mas explica muita coisa". Matheus foi até Daniel e se encostou ao outro lado da janela observando junto dele a paisagem.

"É. O final é mais chocante. Os Nefilins eram seres especiais, "poderosos da antiguidade", pois tinham dons de origem não natural, poderes especiais, Deus enviou o dilúvio para limpar a terra dessa raça, mas ao que parece o sangue persistiu de geração em geração, por isso temos alguns seres incomuns entre os frágeis humanos".

"Talvez, eu seja um, Pensou nisso?" Perguntou Matheus introspectivo.

"Foi a primeira coisa que me veio à cabeça, mas nefilins não tem a intuição de usar seus dons para ajudar as pessoas como você fez. Eles dão um sentido para aquela frase, "O poder corrompe, o poder total corrompe totalmente".

"Então estou entre o céu e o inferno, entre anjos e meio-demônios e nem sei quem ou o que eu sou?". Matheus sorriu sarcasticamente.

"Os homens são assim, você não está sozinho". Daniel deu um sorriso de leve.

"Ah sim! Estou aliviado. Quando partimos?". Matheus perguntou após um tom de sarcasmo e se debruçou no parapeito.

"Hoje à noite. Até lá fique a vontade". Daniel respondeu enquanto se dirigia até a porta de seu quarto.

"Meio difícil ficar a vontade depois de tantas revelações..."

"É... Eu sei, já passei por isso... À tarde, vamos procurar informações sobre pessoas desaparecidas, assim quem sabe a gente não descobre algo sobre você?" Perguntou Daniel tentando confortar Matheus.

"É o que podemos fazer por hora..."

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