A Resposta Das Minhas Orações

By AndyGalvao

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Admita. Você já teve uma paixonite de alguns minutos. No ônibus, no shopping, na rua, no metrô... enfim, vári... More

Prólogo
Personagens
01 - O esquecimento
02 - O valor da amizade
03 - Devaneios
04 - A Festa
05 - A busca pelos olhos azuis
06 - O fim da busca pelos olhos azuis
07 - Reencontro desagradável
08 - Uma Mudança Inesperada
09 - O Propósito
10 - Desconfiança
11 - Revivendo lembranças
12 - Expectativas Frustradas
13 - Um pedido de oração
14 - Perigo a Solta
15 - Pesadelo pra uma, alegria pra outro
16 - Se ele não lembra...
17 - Mas, eu te amo!
18 - Um choque
19 - "Eu estraguei tudo"
20 - Revelações
21 - Um bebê?
22 - Consequências da verdade
22 - (parte 2)
23 - Um convite especial
24 - Um pedido de perdão
25 - Anna e Lucas, o que aconteceu?
26 - Reconciliação com Deus
27 - Sonho com o passado
28 - Uma nova missão
30 - Coração despedaçado
31 - Fim?
LIVRO 2

29 - Histórias de vida

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By AndyGalvao

Capítulo longo!
Se deliciem!

“Você nunca entende alguém de verdade até considerarmos as coisas pelo ponto de vista dela.”

•~•~•~•

Leonardo chegou mais cedo na loja, ficou esperando do lado de fora o dono, seu Oliver, chegar para abrir. Apenas ele tinha a chave.

Os outros vendedores chegaram, eles eram bem íntimos e conversavam animadamente. Leonardo não tinha muito o que fazer. Não tinha celular, pegou um livro na mochila e começou uma leitura. Leu duas páginas quando se sentiu obrigado a olhar para cima, ou melhor, para a garota parada na frente dele. Ela tinha um sorrisinho nos lábios. Era muito atraente, mas ele não sabia seu nome. Percebeu que a farda dela era de uma loja de maquiagem, e ela estava muito maquiada e... Bonita.

--- Bom dia – ele disse confuso, sabendo que era o certo a dizer, pois ela parecia estar esperando.

--- Bom dia – ela tinha um sotaque chiado, um dxi na voz. Parecia do sul. – posso sentar aqui? – olhou para o lado dele no banco de madeira envernizada que ficavam espalhados no shopping, para descanso dos clientes.

“O banco é público”, ele pensou em dizer.

--- Claro.

Ela sorriu, colocou a mão no ombro dele e andou com uma rebolada e sentou. Ele, por sua vez, quando percebeu que não conseguiria ler, fechou o livro e colocou sobre a perna, descansando o braço por cima.

--- Nunca te vi por aqui – ela disse com aquele sotaque notável. – você é novo?

--- Sou sim. Mas não muito. Apenas não saio muito da loja. – disse educadamente.

Em outro tempo Leonardo estaria achando aquela situação no mínimo proveitosa. E no mínimo, aproveitaria o momento. Mas aquela mulher não conseguiu despertar nada nele.

--- Você é tão gatinho. Deveria deixar que o mundo visse mais a sua beleza. – tocou a unha em gel do dedo indicador no queixo dele.

--- Prefiro economizar para usar apenas quando necessário. – sorriu e se esquivou dela.

--- Uau, garoto difícil.

Ele não respondeu nada. Oliver chegou, ele deu graças a Deus e entrou na loja. Percebeu que ele lhe lançava olhares. No mínimo havia visto quando a garota se jogava pra cima dele. Deve ter entendido mal a situação, mas não disse nada.

Lá pelo período da tarde, Lara chegou. Ela estava distante... Pensativa. Estava no caixa e nem percebeu quando um cliente estava impaciente esperando que ela acordasse para passar suas compras. Ela acordou quando viu algo balançando na frente do rosto dela, a mão do Leonardo. Olhou para ele de uma forma diferente, pois ele sentiu algo diferente, era um olhar profundo. Mas infelizmente ele precisou interromper. O senhor já estava quase desistindo. Ele achou por melhor passar as compras dele.

--- Aconteceu alguma coisa? – perguntou assim que o homem saiu. – você está distraída... Parecendo o dia que a gente se con... – se calou, quando deu por si.

Ela pegou no ar e não deixou pra lá.

--- Se...? – perguntou.

Leonardo pensou um pouco. Abriu a boca para falar e...

--- Lara! Que bom que te achei! – Nicolas chegou de repente ofegante e com pingos de suor na testa. Colocou um braço no balcão e outro ele usou para pedir um tempo pra se recompor.

Lara ficou observando confusa, mas ela queria mesmo era saber outra coisa. Mas qual foi sua surpresa quando ela virou-se e Leonardo não estava mais lá.

--- Ele não perde por me esperar.

--- Calma, calma. Já falo! – Nicolas disse. – é que... Quero sair com a Marília hoje. Você poderia ficar com o Paulo Leandro?

Pensou por um momento.

---- O bebê, Lara. – ele explicou.

--- Aaaaah! – sorriu – não – fechou a cara e se virou para sair detrás do balcão. Ele a seguiu.

--- Vai, Lara. Por favor, não tem ninguém de confiança que eu possa deixar!

Ela andava e ele ia atrás.

--- Não gosto de crianças, Nicolas! Vou de sabe! Não sei lidar com elas!

--- Mas... – se calou – tudo bem... Conhece alguém que possa? Não quero ter que levá-lo.

--- A Megan gosta de crianças. Posso levar ele pra casa dela e a gente fica de olho.

Ele ficou com o olhar iluminado.

--- Obrigado! – abraçou ela e foi embora.

--- Podia ter me ligado – ela falou sozinha enquanto olhava para a porta.

--- Você e sua mania de falar sozinha – disse uma voz no pé do seu ouvido, ela sentiu como se seus pelos do braço quisessem sair do corpo dela.

--- Você está dando muitos indícios de que me conhece a mais tempo – olhou para cima, nos olhos dele – e é verdade, não é?

Ele deu um sorrisinho, aproximou-se devagar do rosto dela. Ela se apoiou na prateleira nas suas costas e seu fôlego estava indo embora. Ele achou divertido seu efeito nela. Desviou a boca da boca dela e aproximou ao ouvido da menina, dizendo:

--- Você é bem difícil de esquecer.

E saiu.
Ele sempre saía.

~•~•~•~•~

--- Aqui tem uma mamadeira, Megan. – pegou o objeto da bolsa que Marília havia deixado – mas... – ficou olhando para o frasco – só tem água aqui. Não entendi.

Megan, que estava com ele no colo, estendeu a mão para pegar a mamadeira e com um sorriso, disse:

--- Ela mandou a água morna apenas para misturarmos a massa e preparar o mingau. Deve estar lá dentro o leite e a farinha. Me dá aqui a bolsa – indicou e Lara a entregou.

Lara ficou observando como sua amiga parecia feliz com aquele bebê nos braços. Parecia ser íntimos e ela o tratava como se fosse alguém da sua família. Desde que Isaque sumiu, era difícil vê-la feliz da vida. Lara sentia medo que ela pudesse se transformar em alguém que ela sempre guardou dentro de si.

--- Como você está? – escapuliu. E Lara se arrependeu no mesmo minuto.

Megan a olhou, colocou a mamadeira na boca do bebê e, olhando para ele, disse:

--- Tem sido muito difícil... Eu me pergunto o tempo todo aonde ele está... Eu fico preocupada com ele e... – fechou os olhos para controlar as lágrimas – eu sei que ele não merece. Mas meu coração ainda pertence a ele... E ele nem imagina.

Lara se compadeceu da amiga. As lágrimas estavam difíceis de segurar.


--- Você merece o melhor homem do mundo, amiga. E com certeza Deus está preparando um para você.

Colocou uma mecha de cabelo dela atrás da orelha, segurou o seu ombro num abraço e sentiu algumas lágrimas molhando o pequeno Paulo.

Leonardo observava aquilo sentado no último degrau de cima da escada. Ele estava com um livro na mão. De repente a concentração e fascínio por leitura estava retornando. E ele nem se imaginava mais lendo aquele livro de capa preta, como estava lendo agora: a bíblia.


Um tempo mais tarde, quando Megan acabou caindo no sono por ter feito o bebê dormir, Lara ficou sozinha na sala mexendo no celular. Dona Hannah tinha saído, então, sim. Estava sozinha. Ou, pelo menos era o que pensava.


--- Oi... – disse Leonardo, descendo a escada com suavidade para não acordar Megan e o pequeno.


Ele estava com o cabelo molhado e seu cheiro preencheu toda a sala. E... Que cheiro bom! Lara se viu com os olhos presos nele. E de repente tudo veio a sua cabeça: o dia que se viram a primeira vez, quando se reencontraram, o sonho da noite passada e... A imagem dele fumando. Mas o sonho...


--- Tá tudo bem? – perguntou quando parou na frente dela.

Ela ficou olhando para ele por um momento antes de balançar a cabeça e se concentrar no celular.


--- Tá sim.


Ele se sentou do lado dela no sofá.


A TV estava ligada, passando algum desses programas que passam durante a noite de um dia qualquer. Mas o som da TV era inaudível à Lara, já que o som do seu coração batendo forte dentro do peito era mais alto. Porque estava tão nervosa perto dele? Nunca mais se vira assim.

--- Qual a história dele? – Leonardo disse, ganhando um olhar confuso de Lara – do bebê. Qual a história dele?


--- Ah... Marília me disse que a irmã mais nova namorava um cara super legal, que ela nunca conseguiu conhecer, mas é o que todo mundo diz. E aí traiu o cara com o melhor amigo dele – suspirou – daí eles fugiram. Ela engravidou, voltou e ele... Bom, Marília nunca viu. Acho que ele negou a paternidade, sabe? Aí como a irmã dela não está cuidando do bebê, Marília o trouxe. Ela tem experiência com crianças. Trabalhou um tempo num berçário.

--- Uau. Tão novo... E já passou por tanta rejeição – olhou para ele – coitado.


Lara ficou calada, apenas balançando a cabeça e sentindo aquele cheiro bom que vinha dele.


Como se desse seus pensamentos, ele disse:


--- Você está tão estranha comigo hoje. Eu fiz alguma coisa?


--- Huum... Não. É só que... Tive um sonho estranho e ainda não consegui decifrar.


--- Sonho?


Leonardo levava sonhos muito a sério. E isso atiçou a sua curiosidade.


--- Fala baixo! – olhou para Megan, que estava dormindo tão serene e o bebê no bebê conforto.


--- Vamos para o meu quarto – ele se levantou. Lara ergueu uma sobrancelha. – ok. Isso soou um tanto estranho. Então... Hum, vamos para a cozinha?


Lara se levantou e o seguiu. Quando se sentaram, ele ficou olhando para ela, e ela sentiu arrependida de ter falado.


--- Bom... Eu sonhei com o céu – olhou para ele – talvez não seja interessante para você. – baixou os olhos para encarar suas mãos.

Jogou um verde para saber como estava a situação de Leonardo com Deus. Só assim ela entenderia o que deveria fazer.

--- Por que não é interessante pra mim? – questionou parecendo ofendido.

--- Bom... Parece algo espiritual. Pessoas desviadas se incomodam com esse tipo de coisas, não?

Ele ficou calado. Ela o analisou. Parece que tinha deixado ele sem saída. Presumiu que estava no caminho certo.

--- Sonhei que estava nascendo uma nova vida, um bebê. Ouvi até um choro... Mas não era um bebê, era uma pessoa que estava voltando para Cristo. Era no céu, mas parecia um hospital, todos de branco, como se fossem médicos e enfermeiros, mas eram anjos... A nova vida era preciosa, o cirurgião disse. – pausa – Ele entregou-a mim. Deus me deu a missão de cuidar dessa vida. Eu não sei como, mas... 

Leonardo engoliu em seco.

--- Quando foi isso? Quando foi esse sonho? – foi a única coisa que conseguiu dizer.

--- Foi... Essa noite. – ela afirmou, observando o nervosismo dele. Ela estava emocionada. Parece que ele tinha mesmo voltado pra Deus.


Leonardo sentiu um arrepio percorrendo o seu corpo dos pés a cabeça. Levantou da cadeira de repente. Não poderia olhar ela nos olhos. Não poderia deixar que ela o visse chorando.

Deus vinha sendo fiel a ele em todos os momentos da sua vida que ele se fez de cego, mas tudo estava vindo à tona agora de forma que não poderia negar o que estava diante de seus olhos.


--- Acho que... – ele começou – você sabe quem é essa vida?


--- Me foi revelado o nome, mas não acho correto dizer, sabe?


Leonardo, ainda de costas, enxugou o rosto.


--- Eu me entreguei a Cristo novamente... Essa noite e... – se virou para olhar para ela, mas foi surpreendido com um abraço. Um abraço que nunca mais sentiu na sua vida inteira. Um conforto, e mesmo ela sendo mais baixa, ele sentiu um conforto imenso, como se estivesse em casa. Percebeu que ela chorava, e lhe apertava.


--- Eu tô taao feliz por você! – olhou para cima e sorriu – eu sabia que aí dentro, nesse coração de pedra, Deus ainda iria se fazer presente novamente! Eu nunca acreditei quando alguém me dizia que pau que nasce torto, morre torto. Pois eu ouvi uma pessoa dizer que Deus é carpinteiro. – sorriu em meio a lágrimas – você é precioso para Deus, Léo. Nunca esqueça disso – segurou seu rosto com as duas mãos – eu não sei o que já aconteceu com você, mas saiba que Deus nunca te deixou e nunca te deixará.


Ele sorriu, com o rosto molhado ainda. Ouviram o barulho do portão se abrindo. Ele se desesperou e saiu, se desfazendo do afago que ela estava dando.


Como sempre... – ela pensou, secando o rosto – sempre vai embora na melhor par...


Seu pensamento foi interrompido quando, numa velocidade surpreendente Leonardo reapareceu na cozinha, e como se lesse seus pensamentos, ele disse:


--- Obrigado, mas não gosto que me vejam chorar. Acho que... Você foi a primeira – sorriu e lhe deu um beijo na bochecha.


E saiu, mas dessa vez, se despediu.


A noite seguiu. Dona Hannah agora estava em casa, Megan tinha acordado e elas brincavam com o bebê. Estava tudo tão tranquilo dentro de Lara. Uma paz e tranquilidade...


Logo Marília e Nicolas chegaram, agradecendo muitíssimo a Megan por ter cuidado tão bem do menino.


--- De nada, flor. Gostei dele como se fosse um sobrinho. Pode trazer ele sempre que precisar.


Deram um abraço e foram embora cada um para sua casa.
Lá pela noite, dentro do quarto e repassando todas as coisas desse longo dia na mente, Lara se ajoelhou e começou a orar:

Senhor, primeiramente eu quero te agradecer por todas as coisas boas que o Senhor tem me proporcionado. Estou vivendo muita coisa boa, ignorando as ruins... Ainda não tive a chance de falar contigo sobre o sonho que me deste. Mas se é para eu ajudar o Leonardo nessa nova jornada da vida dele, o Senhor pode contar comigo. Sabes que eu já o adotei em oração há tempos. E, Senhor, embora eu não saiba o que tenha acontecido com ele, eu te peço que o cure, que ele libere o perdão que tanto o machuca e o leva para cada vez mais fundo.

E, pegou no sono. Acordou com o despertador. Abriu os olhos... Já era de manhã e ela lembrou que não teria aula. Ela iria a loja. Percebeu também que estava deitada na cama, mas não lembrava de ter deitado e... Não lembrava também de ter colocado um alarme com a descrição “ir à loja”


Relevando tudo, se ajoelhou agradecendo por acordar mais um dia. Riu muito com Ruth na hora do café da manhã e seguiram para a loja, depois de terem ouvido Nicolas relatar sobre como estava sendo namorar com Marília.


--- Bom dia – saudou a todos. Sentiu olhos azuis surpresos ao vê-la ali tão cedo. Ela nem imaginava que os olhos surpresos dele tinham mais a ver com o coração acelerado do que com a presença dela. Mas na verdade a presença dela que causou esse efeito, não é? Ah, mas o que importa é que ele está lá todo bobinho olhando para ela.


Lara o olhou e viu um brilho surpreendente.


Na hora do almoço eles começaram a conversar. Lara queria muito saber sobre a sua vida, sobre tudo, então resolveu ser bem direta.


--- Léo... – ele a olhou com um sorrisinho de canto – eu sempre quis saber... Sabe, eu já te vi. Faz uns dois anos e...


--- Lembro muito bem!


Ela encarou ele.
Simples assim? “Eu lembro bem?”


--- E porque não admitia isso?


--- Um mistério é mais gostoso – riu comendo uma batata.


--- Sabe, quando eu te vi a primeira vez, você tinha esse mesmo brilho nos olhos que tem agora. Você era evangélico né?

--- Ah... Sim. – respondeu.


Depois de uma pausa, ele disse:


--- Eu passei por muita coisa depois daquilo.

Seu olhar estava distante, como se relembrasse tudo com dor.
Lara deixou que ele falasse.


--- Meus país se separaram quando eu era criança. Muito novinho e já fui rejeitado pelos dois. Minha mãe se mudou pra Minas e eu fiquei em Pernambuco com meu pai. Até que a esposa dele não me queria mais – suspirou – tento perdoar toda a humilhação que aquela mulher hipócrita me fez, mas é tão difícil... – baixou o olhar para a mesa – ela me xingava sabe? Já quis até vir bater em mim. E eu... Bom, eu já avancei pra ir pra cima dela, mas meu pai me impediu.


Lara levou as mãos à boca.


--- Fui chutado. Passei uns dias aqui antes de ir. Eu tava na igreja ainda. Fiquei na casa de Megan. A menina que você me viu no shopping era uma amiga – fez aspas – meus colegas da praça sabe? Passei muito tempo aqui em João Pessoa. Pude conhecer o grupinho que você faz parte. Mas eles não eram meus amigos.


Continuou:


--- Quando eu voltei para Minas, já desviado e usando drogas, meu primo, o irmão da Megan, Paulo, conseguiu me levar para igreja. Me apresentou a amiga dele: Letícia. – sorriu balançando a cabeça – eles dois me incentivaram tanto, Lara! Você não tem noção. Eu fiquei outra pessoa. Até que comecei a namorar com a Letícia. Ela era incrível. Éramos um trio, sabe? Pra sair, pra chorar, pra orar. Sempre nos três.


Ele fez uma longa pausa.


--- Até que... Ela me traiu. – sorriu de novo – com meu melhor amigo. Meu primo, o irmão da Megan.

Lara arregalou os olhos.


--- Eu nunca mais soube dele. Ele sumiu. Não sei exatamente o porquê. Não tenho notícias de Letícia. Mas sei que ela continua por aí, no mundo. Como se nada tivesse acontecido. – respirou um pouco – eu me afundei nas drogas. Mas dessa vez foi pra valer. Eu não queria mais saber da igreja.. sentia que até Deus tinha me rejeitado. Digo, eu fui rejeitado por meus pais, meus melhores amigos, minha namorada, meu primo... Não tinha mais ninguém por mim. Ninguém que se importasse. Eu sou tratado como a ovelha negra da família. E isso me dói tanto! Eu só queria ser alguém normal, sabe? Até que fui chutado de novo. Agora para a casa dos meus tios. Que, sinceramente me surpreendeu muito a forma como me tratam. Ao contrário da sua amiga, Anna. Ela já teve uma queda por mim – riu olhando pra ela – por isso ela é tão assim comigo. Me trata como um nada. Diferente de você e da Megan... Acho que mesmo sem terem falado diretamente, foram vocês quem me fizeram ser quem eu estou sendo agora.

~•~•~•~•~•~

Genteeee o que vocês acharam disso?
Espero que tenham gostado do capítulo!
Beijos ❤️
Deus abençoe vocês 💖



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