Queime Tudo (DEGUSTAÇÃO)

By AndresaRios

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GATILHOS: feminicídio, estupro e violência. Rainha da beleza, líder de torcida e a garota mais rica da cidade... More

queime depois de ler
queime o prólogo
queime christine, o carro assassino
queime o cemitério maldito
queime a garota infernal
queime o pacto
queime carrie, a estranha
queime as mãos de tesoura
queime o drink no inferno
queime o demônio
queime quem dorme com o inimigo
queime as falsas intenções
queime a morte do demônio
queime o aniversário maldito
queime os jogos mortais
queime a viagem sem volta
queime a hora do pesadelo
queime tudo por ela
queime o jogo perigoso
queime a hora do pesadelo
queime o bar
queime a psicose
queime a atração fatal
FINAL ALTERNATIVO, LIVRO 2 E VERSÃO DA AMAZON
CAPA E SINOPSE DA NOVA VERSÃO
Prólogo (nova versão)

queime o amaldiçoado

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By AndresaRios

NA NOITE EM QUE ELIZE PRESCOTT NÃO MORREU

Diana atendeu à ligação de Scott J. Adams no segundo toque, acordando em um sobressalto já com as mãos no celular e os olhos procurando a exata hora daquela madrugada.

Três e trinta e nove, pontualmente.

— Diana, você precisa me ajudar.

O tom desesperado foi o suficiente para que a garota saísse da cama sem fazer mais perguntas, procurando uma jaqueta e uma touca que lhe esquentassem o suficiente para que ela enfrentasse o frio do lado de fora.

— O que aconteceu?

— Eu matei Elize.

Não era aquilo que ela esperava. Na verdade, Diana pensou que aquela ligação fosse sobre mais um dos problemas de Scott com o padrasto. Os dois costumava brigar feio quando ele sentia necessidade de interferir nas discussões entre sua mãe e o homem rude que ela havia colocado dentro da residência Adams. Quando aquilo acontecia, Scott era expulso de casa no meio da madrugada e sempre acabava indo parar na mansão de Diana em busca de abrigo.

Mas também não ficou surpresa quando descobriu que se tratava de Elize. Apesar de assassinato não ter passado pela sua cabeça, os dois brigavam tanto que poderia facilmente ser uma ligação de socorro para o impedimento do caos.

Tarde demais, ela pensou.

— Onde você está?

— Descendo a avenida Manning. Me encontra na casa da árvore com algumas roupas em dez minutos, por favor.

A última frase a deixou confusa, mas Diana obedeceu e foi até o armário da parede sul do seu quarto e procurou algumas roupas. Ela tinha uma calça de Scott de quando ele havia se jogado na piscina da mansão e precisado trocar de roupa, mas não encontrou nenhuma camiseta. Acabou pegando uma das suas, a com o modelo mais largo possível, e então desceu as escadas até sair de casa e estar no jardim.

A casa da árvore não era usada para brincadeiras por Diana e Scott desde que eles tinham catorze anos, e por isso ela acabou se transformando em uma espécie de depósito de bebidas para quando festas surgissem. As paredes de madeira tinham sido escondidas por caixotes de tequila e cigarros, e por isso, talvez, Scott não parecesse muito sóbrio quando Diana subiu a escada precária e deu de cara com ele.

— Por que você tá quase pelado?

Fazia tanto frio que fumaça seca escapava pelos lábios de Diana, mas Scott não parecia sentir nada mesmo estando apenas de cueca. O estado catatônico no qual ele se encontrava e o sangue que sujava as suas mãos acabaram fazendo Diana desistir de perguntar qualquer coisa, porém. Ela apenas entregou as roupas para ele.

— Ela está mesmo morta?

Scott fez que sim com a cabeça, ainda sem se mexer. As roupas pousadas em seu colo foram insignificantes, porque ele não as tocou ou as olhou.

— Sim. No triturador de ossos da Frigorifica Prescott, mais precisamente. Queimei as minhas roupas e as dela para que nada me ligasse ao crime, mas me sinto a droga de um psicopata agora.

— Você provavelmente é.

O olhar que Scott lhe lançou em seguida foi estranho, como se ele estivesse concordando com ela.

Então Adams finalmente colocou a camiseta justa e a calça jeans trazidas por Diana, finalmente incomodado pelo frio que não era muito típico de noites Californianas, e pegou uma garrafa de tequila de dentro dos caixotes.

Diana finalmente relaxou. Se ele estava bebendo, então ainda era o Scott. Mesmo que aquele fosse um Scott totalmente ferrado.

— Você vai me contar o que aconteceu? — ela perguntou.

Adams havia acabado de esvaziar a garrafa em um gole:

— Prefiro não falar sobre isso agora. Mas você confia em mim, não confia?

Ela sorriu:

— Sempre.

...

No dia seguinte Scott acordou ainda na casa da árvore, com o sol batendo em seus olhos e Diana adormecida entre seus braços. Já não estava mais frio, e ele sentiu as costas suadas, o pescoço grudento por causa do clima quente da Califórnia sofrendo com o sol do meio dia.

Se sentindo estranho ele levantou, deixando Diana encolhida entre os caixotes de bebida e cigarros. Scott olhou para o chão: havia terra espalhada por todos os lados, como se algo ou alguém tivesse andado pela casa da árvore com os sapatos sujos.

— Você saiu durante a noite? — ele perguntou, e Diana acordou com o som de sua voz.

— Não. Por quê?

— Alguém esteve aqui.

— O quê? Quem?

Scott respirou fundo. Estava sendo paranoico. Ele mesmo havia entrado na casa da árvore com os pés sujos após andar descalço por toda a avenida Manning, então as marcas só poderiam ser suas.

— Preciso ir — ele disse, se levantando.

Havia usado a tequila dos caixotes para tirar o sangue de suas mãos, portanto estava limpo. A coisa mais alarmante em Scott naquela manhã eram as olheiras absurdamente escuras e a camiseta feminina tamanho G moldando o seu corpo. Aquilo, porém, poderia ser ignorado se ele tentasse ser discreto até chegar em casa. Ninguém realmente achava aquele tipo de coisa anormal na Califórnia, onde todo mundo era um pouco maluco.

Scott se levantou, levando uma garrafa de tequila antes de sair da casa da árvore. No jardim de Diana os funcionários já cortavam grama e limpavam estátuas, todos espalhados pela mansão para garantir que ela continuaria perfeita aos olhos de seus chefes.

Nenhum deles estranhou a presença de Scott.

Eles estavam acostumados com as visitas de Scott J. Adams, o mascote pobre da família. Ou pelo menos era isso o que Scott pensava sempre que percebia os olhares que lhe eram direcionados. No fundo, todo mundo sabia que Diana só conversava com ele porque ele era bom de cama. Não havia surpresa nisso, apesar de ferir um pouco do orgulho de Scott.

Ele saiu da mansão e andou até a sua casa em uma caminhada de uma hora. Estava sem dinheiro, sem carro e sem ânimo para ao menos tentar pegar um ônibus de graça. A viagem até a residência dos Adams também lhe faria bem visto que ele precisava encontrar uma ótima desculpa para ter perdido o carro. A única coisa que sua mãe e seu padrasto sabiam era que ele havia saído com Elize, nada mais. Queria que continuasse daquele jeito.

Quando Scott estava a apenas alguns quarteirões de casa ele viu Emmet, um de deus amigos da escola. Ele era o outro mascote pobre de Diana, mas não era tão bom assim de cama.

— Que noite, hein, Scott?

Emmet só sabia sobre Elize e a festa dos Prescott porque Adams havia desabafado toda a sua vontade de não comparecer ao evento para ele, mas, naquele momento, parecia ter muito mais conhecimento sobre tudo o que havia acontecido do que qualquer um dos convidados.

— Foi bem louco, mesmo. Mas eu não fiquei até o final.

— Por quê?

Scott pensou em toda aquela confusão. Pensou no fogo queimando as suas roupas e as provas de que havia assassinado Elize Prescott; pensou na noite na casa da àrvore e no sangue de suas mãos passando pelo rosto de Diana enquanto eles transavam.

Parecia que tudo era um sonho.

— Elize convidou um dos empregados da festa para a mesa de jantar e eu decidi ir embora antes que os pais dela colocassem a culpa em mim.

— Por que eles colocariam a culpa em você?

Scott sorriu, mas não entendeu o porquê:

— Porque eles acham que a pobreza é contagiosa.

...

Quando entrou em casa Scott sentiu um cheiro estranho no ar, como se algo estivesse pegando fogo. Primeiro ele pensou que pudesse ser um incêndio, mas então outra coisa passou pela sua cabeça, e por mais insano que parecesse, ele cogitou a hipótese de ser Elize.

— Scott, me ajuda aqui!

Ele correu para a cozinha com o grito da mãe, ajudando-a a segurar a forma de lasanha sem pensar muito bem sobre as queimaduras que sofreria por encostar no alumínio quente.

A lasanha caiu no chão, espalhando molho pelo piso branco, e com o barulho estrondoso o padrasto de Scott saiu da sala para ver o que estava acontecendo.

— Mulher inútil — ele xingou.

Amava lasanha.

— Vou fazer outra, Greg, pode deixar — a mãe de Scott disse, recolhendo o macarrão do chão.

Greg levantou os olhos para o enteado, dando uma risada sarcástica quando reparou no que Scott estava usando:

— Você parece uma bicha.

— E você parece com fome.

Não foi uma resposta inteligente, mas afetou Greg, que ficou enraivecido com a ideia de que não almoçaria seu prato preferido tão cedo.

— Eu devia fazer você comer essa forma.

Aquele era o sonho de Scott, na verdade — não comer a forma da lasanha, claro, mas ter um motivo para socar a cara de Greg sem que sua mãe o culpasse depois. Ela sempre acabava defendendo o padrasto, e aquilo era exaustivo. Mesmo quando Scott teve um dos braços quebrados ainda aos dez anos a culpa caiu nele. Sorte foi que, quando cresceu, ele aprendeu a se defender com sarcasmo e ironia, e mesmo que os dois tivessem saído no soco uma ou duas vezes nada muito mais grave que alguns hematomas aconteceu.

— Scott, eu preciso ir trabalhar. Você termina a lasanha para mim?

Scott olhou para a mãe um pouco confuso, descrente daquela ideia, mas foi outra coisa que lhe chamou a atenção:

— Você nunca trabalha nesse horário.

Lívia sorriu:

— É que os Prescott me contrataram! Você não vai acreditar. Me ligaram hoje mesmo, pela manhã, me oferecendo uma vaga na faxina. Acho que uma das antigas empregadas foi demitida.

Scott levantou uma sobrancelha, nervoso com a menção ao nome dos Prescott. Eles não haviam sentido falta da filha? Por que de repente queriam contratar a sua mãe?

Adams sentiu como se o molho da lasanha derramado no chão estivesse aumentando, e enquanto sua mãe falava sobre o novo emprego (a empregada que saiu tinha uma filha, então o quarto dela tinha dois ambientes. Vou ficar com o cômodo maior!) a cozinha ficou cada vez maior, cada vez mais pegajosa e cada vez mais parecida com o que ele imaginava ser o inferno.

Inferno.

Scott lembrou de Elize.

Estaria ela no inferno?

Provavelmente sim. Ele ainda se lembrava de todas as coisas ruins que Elize havia feito em vida, principalmente ao lado dele.

— Garoto, anda logo que eu estou com fome!

A voz de Greg andou pela casa como uma maldição, parando nos ouvidos de Scott de um jeito que atrapalhou até mesmo os seus profundos pensamentos a respeito de Elize Prescott.

De um jeito ou de outro ele sabia que, independentemente de onde ela estivesse, não poderia estar em um inferno pior que o dele.

...

CONTINUA

N/A: confesso que fiquei com pena do scott. e vcs?

até janeiro <3

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