Eren - A Conquista

By WalberMendes

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Jaar Derni, um Feiticeiro de Guerra, que forçado a esconder sua identidade, se exila na pequena cidade de Ol... More

Nota do escritor
Capítulo 1 - Último Dia (Prefácio)
Parte 2
Parte 3
Capítulo 2 - Não Matarás!
Parte 2
Parte 3
Capítulo 3 - Fragmentações
Parte 2
Parte 3
Capítulo 4 - O Destino
Parte 2
Parte 3
Capítulo 5 Lembranças
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 1
Parte 2
Parte 3
NOTA/GLOSSÁRIO
Capítulo 7 - Segunda Estrela
Parte 1
Parte 2
Parte 3
CAPITULO 8 - A ESFERA DA ALIANÇA
PARTE 1
PARTE 2
CAPITULO 9 - RASEVIR
PARTE 1
PARTE 2
PARTE 3
CAPITULO 10 - TEMOR, ESPADA, LIVRO
PARTE 1
PARTE 2
PARTE 3

Capítulo 6 - Dança no Mar

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By WalberMendes

Quando acordara na fria cela pela manhã, sentia uma imensa fome, não havia comido nada desde o encontro na taberna com Danyer. Quando fora deixado preso na cela pelos marujos Jeff e Hevort, eles não trouxeram nem um prato de comida durante toda a noite.

Durante toda madruga havia sentido o balançar do navio, assim, vomitava quase a todo momento, parou somente quando seu estomago ficara vazio.

Após um longo momento ao acordar, levantou-se do monte de feno e fora sentar em um pequeno caixote, sentia as pernas bambear, que o fez lembrar dos dois únicos momentos em que sentiu tal fraqueza.

                                                                                   ...

Estava na Floresta do rei, ali onde por muitas vezes passeava com sua família, Wallar apreciava estar ali, gostava do ar puro, das arvores sempre verdes e amarelas, na qual as chamava de sempre-vivas.

Naquele dia estava ali por um motivo. Caçar.

Embora fosse proibido a caça na Floresta do Rei, ele não se importou, sendo filho do rei, certamente não seria punido se fosse pego.

Andava lentamente a um bom tempo com seu arco recurvo, tentando avistar algum animal. E assim continuou, até chegar em um raso riacho que descia das montanhas.

Decidiu seguir riacho acima, onde havia uma pequena lagoa cristalina onde as vezes banhava nela.

Caminhou lentamente pulando de uma pedra a outra. Ao chegar na pequena lagoa, parou imediatamente, ao ver um cervo bebendo na beira do lago.

Precisamente armou seu arco com a flecha. Mirou em sua direção, ele continuava a beber sem notar seu cheiro ou presença.

Prendeu a respiração e mirou. "Comerei você no jantar junto com minha família", pensou.

Mas antes de disparar, o cervo deu um salto e correu, tal motivo fora causado por um grande urso marrom que surgiu da mata, ele corria na direção do cervo.

No momento de sua aparição Wallar vacilou com sua mão e soltou a flecha que acertara o chão próximo ao urso, chamando sua atenção.

Ele levantou-se nas patas traseiras e rugiu alto em sua direção.

Wallar sabia que aquele comportamento de se elevar nas patas traseiras significava curiosidade do urso, não sinal de agressividade. Sabia que não devia correr.

- Santo Ményã... - disse, em seguida correu; O urso fizera o mesmo, pois ele o havia identificado como uma presa.

Correndo entre as arvores, desviando delas habilmente, arfava pesadamente. O medo e a adrenalina apertavam seu peito. Havia abandonado seu arco e aljava no momento da corrida.

A cada passo sentia o urso atrás de si, sentia sua corrida pesada e seguida de seu roco rugido e sempre sentindo sua pata em suas costas, sabia que os ursos corriam mais que ele.

Pensara em subir em uma arvore, mas o seu medo de ser pego pelos os pés, não o deixaram fazer tal coisa.

O urso chegou perto o bastante para derruba-lo com suas garras o atingindo na perna. Ao cair no chão o urso se ergueu nas patas traseiras e rugiu novamente.

Nesse espaço tempo, uma bola de luz se formou na mão de Wallar, então apertou a bola; ela explodiu liberando uma luz que rapidamente se formou em sua imagem.

Havia conjurado um espectro, sendo ele de aparência do seu conjurador; apenas o rosto não revelado.

O urso rugia ferozmente ao derrubar o espectro na sua frente; o urso o mordia, o arrastava pela terra e o pressionava com suas garras tentando arrancar seus membros, mas não afetava o espectro; ele reagia apenas a soco e chutes.

Wallar se afastava lentamente com sua perna sangrando, sua mão tomou um pequeno brilho laranja e curou seu ferimento na perna, deixando uma grande cicatriz.

O urso ainda continuava a rugir e atacar o espectro, mas logo em seguida fora atingido por várias flechas. Tentou fugir, mas fora agarrado pelo espectro, o urso voltou a morde-lo, enquanto ainda era recebido por várias flechas que vinham dentre as arvores.

O grande urso deitou e deu seu último suspiro.

Detrás das arvores saiu um homem com um arco na mão, junto de uma bela jovem e um grupo de soldados.

Era seu irmão Sendrik, ao lado de Lina, seguido de outros homens que trajavam leves armaduras de aço com adornos de cobras. Eram o grupo mercenário chamado de Serpentes, eles protegiam a floresta.

- O grande banquete - disse Sendrik, indo ajudá-lo a se levantar. - De nossa família é amanhã, e aqui está você, brincando com ursos e magia. - Estendeu a mão e o puxou.

- Quebrou a perna? - disse Lina preocupada.

- Não, apenas está doendo. - Mancou um pouco e deu atenção ao grande urso deitado.

- Que bom, preciso delas hoje. - disse Lina girando o seu belo vestido. - Preciso que seja meu par no salão de dança. Vamos, daqui a pouco inicia o ensaio.

- Espere. - disse um dos guardas caminhando até a grande fera, ele tinha um olho verde e castanho. - O que você desejava com esse urso, senhor Wallar? Era sua pele?

- Foi apenas um acidente, não esperava encontrá-lo.

- Se ele pudesse falar, certamente diria o mesmo. - disse o soldado revelando um tom de pena sobre o animal. Suspirou ao lado do urso e se ajoelhou, em seguida cavou um pequeno buraco com sua adaga.

- Existem histórias - disse enquanto cavava. - De criaturas ferozes, que protegem os animais, alguns os chamam de Guardiões. Existe um chamado de Awkzandur, dizem que tal criatura tem aparência humana, cabelos vermelhos, dentes e olhos assombrosos, roupa de folhas, carrega uma adaga e um arco; e dizem que ele tem... - Todos estavam em silencio, enquanto ele tirava sua bolsa de moedas e a enterrava.

- Pés ao contrário. - disse, como se ele mesmo não acreditasse em tal criatura.

- Ele aparece quando se desrespeita os animais, e os pune com uma tortura. - Levantou-se, após enterrar o caso de ouro.

- Pelo menos foi isso que meu pai disse, quando retornou da sua caça sem a pele de seu rosto. - Os três irmãos ali reunidos estremeceram. - Podem ir, não precisa se preocupar com ele, sei o que fazer.

- Vamos, Wallar! - disse Lina, agarrando seu braço - Quero que nossa dança seja perfeita.

Assim retornaram para o castelo, os três falavam do grande banquete de sua família, dos preparativos, e que todos os Lahar deviam estar presentes. Até mesmo o seu tio Calios, governador de Narvor, já estava no Reino-Norte para a grande festa, tal noticia o alegrou, gostava de seu tio e da senhora Dri, e seus sobrinhos, Saulo e André.

Ao chegarem no castelo, havia grande movimento dos serventes fazendo todo os preparativos necessários.

Antes de ir para salão de dança, Sendrik chamou Wallar para conversar na Ala dos Reis, onde estava cheia de esculturas de reis e rainhas antecessores, e belas pinturas.

Caminhavam lado a lado, entre as estátuas espalhadas na ala.

- Acredito que conheça toda história de Eren. Conhece sobre o primeiro rei, Dantes e a rainha Sely Ileres, que governou há trezentos anos. - Apontou para estátua de Dantes, em posição formal ao lado de sua rainha Sely.

- Do rei e rainha após ele, Nesdra e Hani Zuvenol. - Apontou para as outras duas esculturas.

- E após ele, o rei Dion e a rainha Inze Daion. - E por último, a escultura do rei e rainha que empunhava uma espada.

- Sim, todos eles foram reis de Reino-Norte e reinaram por muitos anos.

- Não mais que os Lahar's. - Andaram mais a frente, onde seguia-se várias estátuas com seus nomes abaixo.

- Após a conquista de Dario, o Puro, em Eren, Reino-Norte foi a segunda cidade a ser fundada e Dantes Ileres foi o primeiro rei. E após a morte do terceiro rei, Dion Daion, Hayfar e Lernes Lahar, - Mostrou suas belas esculturas. - Assumiram a coroa.

- E agora - Apontou para todas as outras inúmeras estátuas restantes, as última escultura pertencia aos seus avós, Jorv e Yna Lahar. - Nenhum outro governou a não ser os Lahar's. - Sendrik o encarou.

- O banquete de amanhã é importante para nós, representa nosso poder e autoridade. Representa todos aqueles que através de seu esforço, protegeram nosso nome. Governamos por mais de trezentos anos, irmão. Somos uma família forte e preciso que aja como um Lahar.

- Sobre o que você está falando?

- Qual foi a última vez que empunhou uma espada? - disse Sendrik dando atenção à escultura de Hayfar. - É preciso que sua ambição seja de acordo com nossa família, precisa aprender manejar uma espada para proteger não somente a você, mas a nós. Todos os reis e rainhas, príncipes e princesas, empunharam espadas em nome dos Lahar's, e nós como irmãos, nosso dever é proteger nossa família. - disse com tom altivo, algo que fazia Wallar ter certa admiração por ele.

- Virá tempos de guerra. - Pôs a mão no ombro de Wallar. - E desejo lutar ao seu lado, como irmão de sangue e espada. - disse encarando-o.

- Você nasceu para isso, Sendrik. Nasceu para honrar o nosso nome, todos aqui o conhecem e o respeitam, e somente você basta. - disse Wallar, mantendo o olhar firme. - Sabe de uma coisa, descobri hoje, que não consto nos papéis que sou filho de Horv e Syna, embora eu seja; porém nos papéis sou apenas um parente distante. - Seguiu em direção as pinturas. - Ninguém sabe que sou filho do rei, eles acham que sou um sulista, nada além disso.

- É preciso que todos saibam que você é um Lahar, para que somente assim se torne um? - Sendrik o encarou, com um semblante sério. - Você é Wallar, filho de Horv e Syna, irmão de Lina e Sendrik Lahar, e nada mudará isso.

- Já mudou, irmão. Como posso lutar por um nome que pouco me pertence? - disse Wallar, causando um pequeno fervor em Sendrik; a tensão que se formava rapidamente fora interrompida ao escultarem os gritos de Lina o chamando para o salão.

Ao chegar no salão, a dança ao som dos alaúdes e tambores se iniciaram, e rapidamente começou a dançar com Lina.

- Você está fedendo. - disse enquanto girava ao seu lado. - Isso, mantenha o ritmo. - disse com alegria. - Mantenha os passos ritmados, Wallar!

Ela girava e caía em seus braços, depois voltavam a dançar, de vez em quando batiam os pés no chão.

Dançaram por muito tempo, ao ponto de suas pernas quase fraquejarem.

Após Lina perceber seu cansaço, deu um tempo para seu irmão.

Depois dançou com sua mãe, Syna.

Era uma dança melodiosa, ao contrário de Lina, em nenhum momento o advertiu de seus passos errados.

- O que vocês conversavam? - disse Syna, com seus belos traços que refletiam sua essência feminina, mesmo com seus quarenta e cinco anos.

- Nada.

- Nunca os vi conversarem sozinhos, e aprecio que um dia antes de nossa festa, vocês estejam criando laços, já que vocês dois pouco andam juntos. Você passa tempo demais em algum lugar na floresta procurando pelos monstros, Olgrun, com olhos na testa e boca no umbigo, ou então, invadindo as bibliotecas do Templo, enquanto Sendrik, ajuda seu pai, com os deveres do reino.

- Não tenho mais cinco anos, mãe. - Agora havia acertados os passos de acordo com música lenta. - Mas os livros do Templo falam dessas criaturas, devia ler. - disse com um leve sorriso.

- Vocês dois não parecem irmãos. Devia conhecê-lo mais, somente assim perceberiam o quanto tem em comum.

Continuavam com a lenta e melodiosa dança, com passos simples e calmos; ao redor todos os candelabros eram erguidos, as mesas sendo limpas; E ao seu lado tinha muitas pessoas, assim como eles, ensaiavam suas danças.

- Mais uma vez, o que conversavam?

- Nada demais. - disse incomodado pela pergunta.

- Não negue para mim, filho. - Repreendeu Syna, ela suspirou. - Sei que não é mais segredo que você não esteja nos papéis de nossa família. - disse lentamente.

- Mas isso não muda nada, você é meu filho, e grande alegria você trouxe a mim quando nasceu, e grande tristeza trará se um dia deixar de ser meu garoto.

Tais palavras amoleceram o seu coração, que o fez sentir-se com cinco anos, e não mais com seus vinte e cinco.

- Seu tio Calios está com seu pai, deve ir vê-lo. Chega de dança por hoje.

Assim o fez, ao chegar na sala de seu pai, eles conversavam e sorriam alegremente; Calios tinha um poder de trazer alegria para muitos.

- Olha só, mas que surpresa mais formidável! E como você cresceu! - disse indo abraça-lo calorosamente. - Me diga, já consegue empunhar uma espada? Agora não tem desculpa, de não ter força para tal. - Voltou-se a sentar.

- Ainda não, tio. Mas brevemente irei. - Continuava em pé, de vez em quando encarava seu pai.

- Que bom, garoto. É preciso aprender a empunhar uma espada, para proteger não somente a você, mas a nós, os Lahar's. - disse com um grande sorriso e deu um gole da sua taça de vinho - Amanhã é o nosso grande dia! Santo Ményã, como estou feliz por isso. Vocês deviam visitar Narvor mais vezes, não sabem a quão bonita ela está, muitos diriam que se iguala a beleza das cidades lendárias dos Três Reis Magos. - Sorriu de forma muito contente, bebeu do vinho.

- Calios, pode nos dá licença por um minuto, por favor. - disse Horv.

- Como desejar. - disse Calios, levantando-se da cadeira. - Nos vemos amanhã, Wallar. Não vá caçar monstros com olhos na testa e boca no umbigo nas florestas. Lembre-se amanhã é o nosso dia!

Calios os deixou a sós.

- Sente-se. - Ordenou Horv, mas Wallar havia ficado em pé, não por teimosia, mas sim, por que não desejava ter uma conversa longa.

- Que seja. Sei que sua raiva, se dê pelo o pequeno problema de não estar nos papéis o seu nome. O nome Lahar.

- Vá direto ao ponto, pai. Diga a verdade.

- A verdade é que você é meu filho. Apenas isso e nada mais.

- Então porquê...

- Basta! - Levantou-se da cadeira. - Por que dá tanta importância para o livro da família? Sabe por que não está nele, mesmo sendo meu filho? Se acha que pode, então será dito. - Wallar sentiu um frio subindo em seu estomago.

- Você não merece nosso nome. Nós, os Lahar temos uma reputação a manter. Governamos a mais de trezentos anos, e não posso deixar que a você corrompa nossa linhagem. Se soubesse quem ou o que você é, certamente riscaria seu nome para nosso bem.

Wallar nada disse, apenas saiu calado.

No dia seguinte, houve muita alegria no banquete, muitos amigos, nobres, governadores das cidades de d'Sá, Oliva e todas cidades ao longo do Rio Geer compareceram a grande festa.

Calios a todo momento brindava o nome de todos, Dri conversava alegremente com Sendrik, e Saulo e André brincavam pelo salão com as outras crianças.

Lina estava bela naquela noite, dançava com perfeição com o conde Artus d'Sá.

Horv conversava ao lado de Syna, e Wallar sentara perto dos nobres convidados da família. Sentia uma alegria por estar ali, comemorando o nome de sua família. Todos reunidos, o alegrava, mas ao nascer do sol, fora o ultimo banquete que teve com sua família.

                                                                                         ...

Escutou passos vindo da escada que o tirou de seus pensamentos profundo, tão profundos que o fez esquecer de sua fome.

Após um breve segundo apareceu das escadas um marujo com um prato na mão.

Era Hevort, segurando um prato com um pedaço carne, presunto, pão e rum.

Continua na parte 1...

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