Por amor, sem amor | LIVRO 0...

By TatiLopatiuk

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Livro 3 da série "O Evangelho de Leo Messi". Pode ser lido separadamente sem prejuízo ao entendimento da nar... More

(elenco)
Capítulo 1
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capitulo 9
Capítulo 10
Capitulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capitulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
(sobre a autora)

Capítulo 2

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By TatiLopatiuk

No carro, eu vou no banco de trás. Suárez dirigindo, Couto no carona, como sempre foi. O dia foi longo e eu quero chegar em casa o quanto antes.

Como moramos todos no mesmo bairro, acabamos sempre indo juntos. Um arranjo que já foi bom um dia, mas hoje é apenas cômodo e desconfortável na mesma medida.

Couto está bravo comigo. Ultimamente, ele quase sempre está. Não me importo muito, porém detesto esse clima chato que fica, então preciso fazer algo para agradá-lo.

Encosto o queixo no encosto do banco de Coutinho, passo um braço por seu peito em um abraço, como um amigo. Nós dois sabemos que não se trata disso. Beijo seu rosto e seu pescoço repetidamente, Coutinho bufa tentando não rir, mordendo os lábios.

Suárez olha para a gente e sorri. Nós três sabemos que não se trata disso. Ele aproveita o sinal subitamente fechado, se inclina e rouba um beijo meu. Meu coração dispara, não sei explicar como o beijo dele mexe comigo. Algo a ver com o fato de sermos tão amigos, ou com ele ser tão másculo e ao mesmo tempo doce. Como de costume, me demoro demais em seu beijo. Sempre preciso desse contato para lembrar o quanto ele é imprescindível pra mim. Seus lábios grossos, a barba mal-cuidada, os dentes grandes que são sua característica. Não tem nada em Suárez que eu não ame, me inclino para beijá-lo mais e melhor. Coutinho tosse discretamente, meu braço ainda está ao redor dele e, afinal de contas, o sinal abriu.

- Sábado tem festinha na sua casa, Luís? - Eu pergunto em um sorriso, sentindo Coutinho acariciar minha mão, algo entre possessivo e receoso.

- Pode ter, se você quiser. - Suárez sorri, impassível, encarando o trânsito à sua frente e ajeitando a frente do jeans, visivelmente apertada depois do nosso beijo.

- Seria legal - Eu respondo com simplicidade.

- Então, sábado tem festinha na minha casa.

Couto segura minha mão mais forte, nada dizendo. Eu me desvencilho e volto a me recostar no assento do carro, encerrando a conversa e o contato. Já faz uns seis meses que essas festas de sábado na casa do Luis passaram a ser importantes para nós três porque já faz uns seis meses que nós passamos a usar essas festas como ocasião perfeita para transarmos a três.

Parece um pouco chocante, eu sei. Mas na verdade, a história começou bem antes e de um jeito bem simples. Não vou me deter nos pormenores aqui, daria um livro, mas longa história curta, foi isso: assim que Coutinho chegou ao Barça, ano passado, me interessei instantaneamente por ele.

E ele me enrolou o quanto pôde, até eu finalmente entender que sua vinda para o clube tinha sido um arranjo do Suárez para que ficássemos juntos. Sim, meu amigo Suárez tem esse jeitinho mesmo. Ele quis me dar o Coutinho como um presente. Mas acabou se enrolando no que sentia ou desejava, não sei. No fim, nossa relação acabou sendo conduzida de maneira que a única forma de ficarmos juntos era à três.

E assim tem sido. Eu, Suárez e Coutinho transando na casa do uruguaio sempre que temos uma oportunidade.

No entanto, passado esse tempo todo, de alguma forma isso já não nos basta mais. Para mim, sinto que falta algo, que eu não sei o que é. Algum tipo de sentimento, que seja. Para Coutinho, falta um compromisso que eu não quero assumir. Ele me quer só para si e eu não o quero em exclusividade. Para Suárez, bom... É impossível saber o que o Suárez pensa. Ele topa tudo, nunca fala sobre nosso arranjo, apenas faz.

E faz muito bem, embora seja melhor eu nem ficar pensando nisso. Ele é meu melhor amigo e eu nem deveria ter nos metido nessa confusão, para começo de conversa. Eu o amo, e às vezes penso, se não é só esse amor que ainda nos mantém nesse acordo bizarro. Um acordo que já foi sobre sexo, mas hoje é só sobre quem vai ser o primeiro a dar o braço à torcer e assumir que acabou.

Um encanto que se quebrou há tempos, mas como o sexo é bom, se mantém.

De todo modo, chego em casa e ainda não sei o que fazer. Marcamos essa noitada para o final de semana, mas ainda sinto que não é isso o que quero. É claro, sexo é bom, com os dois é incrível. Mas falta algo. O que, eu não sei.

As crianças estão fora, Antonella me recebe aos beijos. Ela é linda, é claro, perfeita. Nos conhecemos desde criança.

Vamos para a cama. Quando o sexo acaba, ela adormece.

Eu ainda estou totalmente desperto.

O que me falta, afinal? Já tenho tudo o que um homem pode desejar. Com amor e sem amor.

Falta um pouco de novidade, então? De aventura, talvez.

Mas o que eu poderia fazer?

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