Um pedido à estrela cadente

By millesousaa_

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Elizabeth Boaventura fazia o tipo tranquila, gostava de mergulhar em um romance e outro frequentemente. Sem p... More

Epígrafe
Introdução
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Epílogo

Capítulo 9

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By millesousaa_

Elizabeth saiu do hospital ciente de que estava com uma anemia branda, mas nem imaginava o porquê, já que alimentava-se muito bem, pelo menos era o que achava. Portanto, ela precisaria tomar algumas vitaminas para aumentar sua concentração de glóbulos vermelhos que, por sinal, estava muito baixa. O médico explicou que isso era normal em garotas daquela idade, no entanto, receitou também um remédio para controlar o fluxo menstrual, uma das possíveis causas da anemia.

— Você precisa cuidar disso. - Darcy falou percorrendo o caminho agora já conhecido.

— Aprecio a sua preocupação, mas ainda não entendo porquê você foi ao meu trabalho. - Voltou ao assunto que pairava sobre sua cabeça.

Darcy semicerrou os olhos e deu uma olhadela para Elizabeth, então proferiu:

— Você é bem curiosa, não? Eu gostaria de apresentar uma proposta formal, aqui no carro não é o local ideal.

— É tão sério assim? - Ela indagou franzindo o cenho.

— Depende do seu ponto de vista. - Informou impassível. - Já sei, nós podemos parar no restaurante aqui perto e almoçar, seria até bom pra você. - Deu a ideia e aguardou a resolução de Elizabeth.

Ela suspirou, sem entender tudo aquilo; contudo, acabou aceitando. Estava curiosa demais para negar o pedido, além disso, também estava faminta, pois não tinha comido nada até àquela hora.

Darcy fez um desvio e parou no restaurante de comida caseira mais próximo. Os dois desceram e acomodaram-se em uma mesa afastada dos olhos curiosos da cidade. Mesmo assim, Lizzie sabia que o assunto correria à boca pequena, tudo era motivo de bochicho e ambos almoçando juntos seria um prato cheio para eles. Afastou os pensamentos e se concentrou no homem à sua frente, estava realmente ansiosa por mais informações referente a tal proposta.

Depois que fizeram os pedidos e o garçom afastou-se, Darcy pigarreou chamando a atenção de Elizabeth para si.

— Bom, vamos lá. - Ele iniciou e parecia até um tanto nervoso. - Elizabeth, você sabe que eu tenho um projeto de construir um hotel na cidade, correto? - Questionou e a garota apenas assentiu, não queria interromper o raciocínio dele. - Então, da mesma forma, eu sei que você já tem um trabalho no momento; porém, eu gostaria de convidá-la para ser minha assistente particular. Sei que é um pouco atrevido da minha parte pedir para que largue o seu atual emprego, mas gostaria que considerasse o assunto. - Despejou e ficou claro que ele estava apreensivo pela resposta.

A postura do Darcy era rígida e séria, como se ele estivesse esperando a reação dela para relaxar. Elizabeth, por sua vez, fez menção de falar por duas vezes, mas nenhum som saiu de sua boca, ela estava surpresa e lisonjeada ao mesmo tempo.

— Olha, agradeço a proposta, mas eu nunca fiz esse tipo de trabalho antes, portanto não sei como me sairia. - Respondeu, finalmente, um pouco receosa. A resposta acabou sendo um balde de água fria para Darcy. Porém, ele ainda tinha esperanças de convencê-la. - Além do mais, eu acabei de ser registrada, seria no mínimo desrespeitoso da minha parte rescindir assim o meu contrato e deixar o Sr. José na mão. - Explicou tentando soar o menos mal-agradecida possível.

— Com relação ao primeiro empecilho apresentado, não será problema algum pra mim. Eu posso ensinar tudo o que precisará saber sobre os meus assuntos e não tem nada demais no trabalho. Você é inteligente, sei que vai tirar de letra. - Ele a elogiou de um jeito natural, ainda assim Lizzie sentiu-se enrubescer pelas palavras proferidas. Então ele continuou - Sobre o segundo tópico, eu entendo o seu receio. Mas, esses contratos de trabalho podem ser rescindidos a qualquer momento por ambas as partes. Sem ônus para nenhum dos lados e eu tenho certeza de que seu patrão poderá encontrar outra garota para substituí-la. Pelo que percebi aqui, muitas pessoas precisam de emprego e é por isso que eu gostaria de ter sua ajuda. - Darcy olhou Elizabeth nos olhos e ela sentiu-se vulnerável por um momento.

Seu olhar lhe causava sensações estranhas na boca do estômago.

— Como eu poderia contribuir para ajudar você nesse caso? - Ela indagou querendo saber mais sobre o assunto, estava ligeiramente inclinada a aceitar.

Não só porque com certeza àquele trabalho seria bem mais reconhecido, mas também pela possibilidade de ficar próxima dele. E só de pensar nisso, Lizzie empertigou-se na cadeira, como se Darcy pudesse ler seus pensamentos mais íntimos.

— Eu estou muito perdido ainda, tenho que atender telefone, organizar agenda, marcar reunião e resolver a parte burocrática do projeto sozinho. No caso, com você ao meu lado as coisas fluirão mais rápido, logo eu poderei abrir várias portas de emprego para as pessoas necessitadas da cidade. - Afirmou de um jeito bem altruísta e Lizzie abriu um sorriso instantâneo ao ouvi-lo.

— E se eu não me adaptar? - Voltou a questionar ainda sentindo-se insegura diante da nova possibilidade.

— Tenho certeza de que vai. - Darcy afirmou convicto e sorriu de volta, enquanto seus olhos se estreitavam em consequência do ato.

Elizabeth achava muito charmoso o fato de ele sorrir com os olhos também, isso passava mais sinceridade a ação.

Depois do convite o almoço transcorreu muito bem, de modo que Darcy começou a explicar à Elizabeth as atribuições da função. Pedindo para ela pensar com carinho na proposta. Lizzie assentiu e após finalizarem a refeição, ambos foram embora do restaurante. Entrementes, para sua tristeza, dona Helena estava na janela de casa bem quando Elizabeth apontou no portão, ela imediatamente saiu para interceptar o visitante antes que ele fosse embora.

— Minha Lizzie, o que faz aqui tão cedo e ainda acompanhada. - Olhou para Darcy como se ele fosse uma nota de um milhão de dólares.

— Mãe, eu passei mal e Darcy me ajudou. - Disse econômica, não queria especulações sobre os dois. - Darcy, essa é minha mãe, Helena. - Apresentou sem muita emoção.

Não queria que a mãe começasse um interrogatório.

— É um prazer conhecê-la. - Ele respondeu apertando a mão da senhora esbaforida à sua frente.

— O prazer é todo meu. - Respondeu se desmanchando em sorrisos.

— Bom, Darcy deve estar bem atarefado e já fez a gentileza de me levar ao hospital, melhor não ocuparmos muito mais o tempo dele. - Lizzie desconversou, tentando evitar que a mãe o constrangesse de alguma forma.

— Oras, o mínimo que eu posso fazer para agradecer é lhe convidando para entrar por um momento. Posso lhe servir um café ou um chá? - Dona Helena quis saber, voltando a atenção ao homem distinto ao lado de sua filha.

Elizabeth, no entanto, abriu a boca para ratificar as palavras ditas anteriormente, mas Darcy foi mais rápido e respondeu sorrindo:

— Será um prazer, dona Helena.

A senhora abriu um sorriso de orelha a orelha e já foi dando passagem para os dois entrarem, Lizzie olhou para Darcy um pouco surpresa e acabou entrando em casa, sem nada dizer.

— Vamos, vamos. Nossa casa é simples, mas é cheia de amor! - Dona Helena exclamou entusiasmada.

— Isso é o que verdadeiramente importa. - Ele afirmou seguindo-a.

Após Darcy acomodar-se na sala modesta da casa, a mãe de Lizzie saiu para buscar o café, que ele tinha prontamente aceitado em lugar do chá.

— Não se sinta obrigado a ficar, Darcy. Minha mãe às vezes passa dos limites. - Elizabeth disse, pois achava que ele tinha aceitado por educação.

— Que isso, Lizzie. Eu não faria uma desfeita dessas. - Respondeu com sinceridade. - Aliás, você se importa se te chamar pelo apelido?

— Em absoluto, eu gosto do meu apelido. - Limitou-se a dizer.

Entretanto, Elizabeth quase deixou escapar que gostava da forma como ele pronunciava despretensiosamente o apelido dela. Porém, se conteve.

Minutos depois, dona Helena apareceu com uma bandeja e colocou em cima da mesa de centro.

— Me conta, Lizzie. Por que você passou mal? - Indagou de um jeito apreensivo.

Afinal, ela já havia esquecido completamente da recusa de Elizabeth ao pedido de namoro anterior. Darcy era um peixe bem maior a ser fisgado e, aparentemente, Lizzie estava tomando as providências necessárias para o fazer. Mal sabia que a filha não estava fazendo esforço algum para conquistá-lo. Muito pelo contrário.

— O médico me informou que estou com anemia. - Ela deu de ombros como se fosse bobagem.

— Nossa, como se eu te alimento tão bem? - Dona Helena retrucou indignada.

Até então estava achando que o mal-estar de Elizabeth era um joguete para passar mais tempo com Darcy. Por este motivo, nem se preocupara.

— Mulheres são bastante suscetíveis a terem anemia, já que perdem muito ferro constantemente. - Darcy interferiu, tentando deixar claro que nem sempre a alimentação contava nesse caso. 

Elizabeth olhou curiosamente para ele e tornou a falar:

— Eu só preciso ingerir algumas vitaminas e estarei bem.

— Nesse caso, você precisa se cuidar minha filha, como vai me dar netos desse jeito?

Lizzie sentiu o rosto queimar de vergonha imediatamente e Darcy abriu um sorriso ao presenciar àquela cena.

— Mamãe, controle-se, nós temos visita. Além disso, eu ainda tenho vinte e dois anos, não penso em ter filhos agora! - Exclamou constrangida.

"Vinte e dois anos.", Darcy reforçou em pensamento.

— Oras, na sua idade eu já estava casada com seu pai e com Cecília encomendada. - Resmungou finalmente servindo o café da visita.

Enquanto isso, Darcy achava graça em tudo aquilo, Elizabeth estava visivelmente envergonhada pela mãe abordar esses tópicos na presença dele.

— Por falar nisso, cadê o pai? - Questionou tentando mudar de assunto.

Pois, já sabia que Cecilia estava trabalhando e Sophia a caminho de casa, já que estudava pela manhã.

— Foi procurar emprego e até agora não voltou.

Esse era outro assunto que não deveria ser abordado na presença de Darcy.

— O seu esposo está desempregado, dona Helena? - Darcy indagou parecendo preocupado.

— Oh sim, infelizmente. Espero que ele encontre algo logo, ainda bem que Cecilia e Lizzie estão trabalhando, nós ainda temos outra filha adolescente. - Despejou como se Darcy fosse um velho amigo da família.

Elizabeth, por sua vez, estava quase roxa de vergonha pela mãe abordar todos aqueles assuntos na frente da visita, como se ele fosse um amigo muito chegado. Lizzie queria se afundar no sofá de tanto constrangimento.

— Mãe, chega desses assuntos. O que Darcy pensará de nós! - Exclamou enfática, pois a sutileza não estava adiantando muito.

— Não se preocupe, Lizzie. Eu não pensarei nada de ruim sobre você ou sua família. - A tranquilizou, mas ainda assim a moça mantinha os ombros retesados, enquanto os lábios formavam uma linha fina devido a tensão que sentia. - Inclusive, dona Helena, eu fiz uma proposta de trabalho para Elizabeth, acredito que beneficiária todos aqui da cidade. - Ele apelou para a mãe dela.

Elizabeth sentiu o queixo quase ir ao chão com tal declaração. Apelar para sua mãe era jogo sujo, se Lizzie recusasse, ela a colocaria para fora de casa, já não bastava a recusa do pedido de namoro de Andrew. Dessa vez Lizzie não teria direito a anistia.

— Como assim, querido? Proposta? - Dona Helena perguntou com os olhos brilhando de euforia.

— Sim, eu propus à sua filha que seja minha assistente particular. - Afirmou vitorioso.

Darcy sabia que assim Elizabeth não teria como recusar, só esperava que ela não ficasse brava com ele por isso. E, por um breve momento, pelo olhar severo que Lizzie lançou em sua direção, teve receio de ter feito uma grande besteira envolvendo a mãe dela no assunto. Se amaldiçoou em pensamento, por ter agido tão impulsivamente.

"Droga, eu e minha boca grande."

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