Quem É Eva?

By BrunaHerminio

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⚠Obra Registrada na BN⚠ ⚠Plágio é crime⚠ Este livro possui versão física pela Editora Viseu ❤️ Olá... Nesse... More

Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Extra (Exposição De Fotos)
Extra (Exposição De Fotos)
Agradecimentos
⭐Booktrailer⭐
Publicação Oficial

Capítulo XIII

48 16 75
By BrunaHerminio

— Mateus... Você é o Mateus?

Estupefato, Mateus vira lentamente.

Quando ele a vê fica assustado por um instante. Em seguida um sorriso brota em seus lábios, enfeitando o rosto carrancudo de antes.

— Eva! — ele se aproxima dela — Eu não acredito. É realmente você? — ele tenta tocá-la, assim como eu fiz, mas a mão dele atravessa o espectro.

— Humanos não podem me tocar... — Eva diz.

— Eu to tão feliz... — os olhos verdes de Mateus se inundam em lágrimas — Tive medo de não poder te ver. Mesmo achando que fosse uma mentira eu quis acreditar.

— Você é tão bonito. — Eva diz nos deixando estupefatos.

— Hã? — Mateus olha interrogativo.

— Você é tão bonito quanto em minhas lembranças.

Mateus corou. Achei que nossa Eva nunca fosse capaz de dizer isso um dia. Muito menos para meu irmão.

— Você se lembrou de mais alguma coisa Eva? — pergunto ansiosa.

— Não. Ainda não, eu...

Ela leva a mão à têmpora novamente. Começa a se contorcer.

— O que está acontecendo? — Mateus diz assustado — Por que ela está assim?

— Fique calmo. É o processo de lembranças dela. — Jonathan fala.

— O que isso quer dizer? — Mateus questiona o encarando.

— Ela é uma fantasma desmemoriada. Sempre que encontramos algo sobre ela, isso acontece. Da última vez ela conseguiu se lembrar de você. Por isso fomos até sua casa. Ela não se lembrou de Lara, mas de você sim.

Mateus observa nossa fantasminha se contorcendo.

— Mas isso dura quanto tempo? — Mateus diz ansioso. Acho que ele está preocupado.

— Não temos estimativas. — digo por fim — Acredito que depende da quantidade de lembranças.

Eva para e me encara.

Não sei explicar, mas posso jurar que vi lágrimas nos olhos castanhos dela.

— Lara... — ela pronuncia docemente — Minha amiga!

— Você se lembrou de mim? — digo emocionada.

— Sim! Eu me lembro de você! Me lembro de todos nossos momentos juntas.

Começo a chorar. Não consigo descrever a felicidade que invadiu meu peito nesse instante.

— Oh Eva. Estou tão feliz que você se lembrou de mim.

Minha vontade é abraçá-la e dizer para não ter medo. Dizer que tudo vai ficar bem. Contudo não posso. Ela não pode ser abraçada. E isso parte meu coração novamente.

— Como vocês têm vivido? Como vão as coisas? — ela me pergunta com expectativas na voz.

👻👻👻

Conto para Eva o que sabemos sobre o assassinato. Ela ainda não consegue se lembrar do que aconteceu naquela noite. Estamos sentados à mesa.

— Então quer dizer que você só se lembra de ter ido lanchar comigo? — pergunto.

— Sim. As memórias param aí.

— Temos que descobrir mais coisas sobre o ocorrido na sua casa. — Jonathan diz.

— Sim, concordo com ele. — Mateus afirma — Talvez a polícia possa nos dar alguma informação sobre o caso.

— O bom seria se encontrássemos o seu pai. — digo olhando para Eva.

— O que aconteceu com ele? — Eva questiona.

— Não sabemos. Ele se mudou dois dias após a sua morte. — Mateus respondeu — Tentamos falar com ele para convencer a fazer um funeral, mas ele já não estava. Ninguém sabe para onde ele foi. Houve boatos que recebeu uma promoção no emprego, por isso se mudou.

— Você se lembra de ter recebido uma mensagem dele naquela noite? — pergunto à Eva.

— Não. Eu recebi?

— Sim. Recebeu. Lembro que estávamos conversando quando você começou a responder a mensagem e em seguida disse que seu pai pediu para você ir para casa.

— Pode ter sido porque ele queria contar sobre a promoção. — Jonathan cogita.

— Sim, faz sentido. — Mateus concorda — Vocês dois vão até a delegacia procurar alguma informação sobre o assassinato. Eu vou tentar encontrar algo sobre seu pai. — ele se direciona à Eva.

— Tudo bem. Vamos fazer isso. — Jonathan diz se levantando.

— Eu vou com o Mateus. — Eva diz — Me lembro de algumas pessoas que trabalhavam com meu pai. Se conseguirmos os encontrar ele pode perguntar se sabem alguma coisa.

— Tudo bem. — Afirmo.

👻👻👻

Jonathan e eu seguimos para a delegacia em silêncio. Pelo visto ele não é muito de papo. Mas nada que eu não possa dar um jeito.

— Eu pensei que o Mateus fosse te bater.

— Eu também. — ele ri — E se tem uma coisa que não sou bom é em bater. — ele faz gestos de socos, com os punhos fechados.

— Obrigada.

— Pelo o que? — ele me encara.

— Por ajudar a Eva a nos encontrar. — levo minhas mãos aos bolsos traseiros de meu short — Não é algo comum de se fazer. Eu estou realmente feliz em poder falar com ela mais uma vez. — faço uma pausa — Acho que realmente sou egoísta. — suspiro frustrada — Eu realmente gostaria de não encontrar a raiz do problema, só para ela poder ficar comigo por mais tempo.

— Não se culpe. Eu no seu lugar pensaria o mesmo. — Jonathan me segura pelo braço, me fazendo parar de andar — Você a ama. É por isso que está agindo assim. Provavelmente outras pessoas fariam o mesmo. Afinal, raramente temos a chance de nos despedir dos nossos entes queridos.

— Você também perdeu alguém? — quando digo isso ele me solta.

— Sim. Há cinco anos. — o olhar dele parece distante — Perdi meu pai.

— Sinto muito. — agora é minha vez de colocar a mão no ombro dele.

O toque faz com que um arrepio percorra minha espinha. Um baita frio na barriga.

Tenho certeza que não é vontade de fazer o número dois. Eu mal comi hoje.

— Estou bem. Já me acostumei com a ausência dele. — ele começa a andar me obrigando a tirar a mão do ombro dele — Ele também não foi um pai tão exemplar. Na verdade ele ficou com minha mãe por obrigação.

— Como assim? — começo a andar e fico emparelhada com ele.

— Ele tinha outra mulher. — Jonathan suspira — Segundo minha mãe ele saía com outra mulher. Minha mãe engravidou então ele decidiu se casar com ela. Mas nunca foi feliz. Ainda menos quando a amante dele se casou e teve filho. Acho que ele supôs que fosse dele o bebê. Minha mãe o aturou por cinco anos. Foi quando ele começou a beber demais. Ela então pediu o divórcio. Por isso fomos embora daqui.

— Então quer dizer que você já morou aqui. — constato — Mas o que aconteceu depois disso? Ele voltou com essa outra mulher?

— Não. A mulher não quis deixar o marido dela para ficar com ele. Pelo visto ela também não sabia de minha mãe. Ambas foram enganadas por ele. — Jonathan respira fundo — Mas ele confirmou que a criança era dele.

— Uau! Que história. Parece novela mexicana.

— Sim. — ele sorri — Uma histórica dramática. Quando ele ia levar a criança para eu conhecer, a mulher sofreu um acidente e faleceu. Logo depois ele descobriu que estava com câncer de próstata.

— Então você não conheceu seu irmão ou irmã?

— Isso. Mas sei que era uma menina. Ele mencionou uma vez. — avistamos a delegacia — A garota não sabia dessa trama toda. Por isso que ele não a procurou, mesmo após saber que podia morrer a qualquer minuto.

— Entendo. — olho para frente e depois volto a encará-lo — Você não tem vontade de conhecê-la? — pergunto curiosa.

— E dizer o que? — ele me encara — "Oi, sou seu meio-irmão. Vamos ser uma família feliz?".

Nós rimos.

— Não é uma boa ideia. — Afirmo.

Entramos na delegacia e avistamos um policial.

— Bom dia. Nós estamos procurando informações sobre um assassinato que ocorreu há três anos.

— Larinha como vai seus pais? — o policial me pergunta, deixando Jonathan com cara de tacho.

— Eles estão muito bem, senhor Geraldo. — sorrio — O Senhor poderia nos ajudar? Estamos procurando informações sobre o assassinato de Eva Oliveira.

— Ah sim. Eu me lembro desse caso. Venham comigo, o delegado saberá informá-los. Ele estava no primeiro ano dele aqui, na época.

Jonathan me olha interrogativo antes de começar a acompanhar o velho policial.

— Foi um caso muito chocante para nossa pacata cidade. — Senhor Geraldo continua — As pessoas ficaram assustadas. Ainda mais quando foi encontrado outro corpo dois dias depois.

— Outro corpo? — Jonathan questiona.

— Sim. — Senhor Geraldo responde. — Bom dia delegado. Esses jovens gostariam de saber mais sobre o caso Eva Oliveira.

— E quem são eles? — o homem engravatado diz secamente.

— Sou Lara Miranda Garcia. Esse é meu amigo Jonathan Fernandes. — estendo minha mão — Somos amigos de Eva. Estamos fazendo um memorial para ela. Mais precisamos saber ao certo o que ocorreu. — só uma mentirinha branda...

— Compreendo. — ele pega minha mão — Sou o Delegado Assis. — ele solta minha mão — Eu estava chegando a essa delegacia quando tudo ocorreu. — ele se senta novamente — Por ser um município pequeno a mídia não ficou em cima. Mas o caso é um pouco maior do que parece.

— Como assim? — Jonathan pergunta.

— Não foi apenas a jovem Eva que foi assassinada. — ele pega uns documentos na gaveta — Na verdade ela foi a penúltima que chegou aos nossos conhecimentos.

— O senhor quer dizer que se trata de um assassinato em série? — digo perplexa.

— Sim. Mas o incomum é que Eva destoou totalmente do perfil de garotas assassinadas. As outras eram de família pobre e moravam na zona periférica. Por isso não repercutiu tanto. E as pessoas não encontraram relação. Mas o método utilizado foi o mesmo. Vejam. — ele coloca algumas fotos sobre a mesa — Os braços e as pernas foram amarrados. Com o teste foi descoberto que houve crime sexual. E um ataque final com um punhal, no do coração.

Meu estômago embrulha.

Como pode um ser humano fazer isso com outro?

— Mas o que os levou a crer que o caso de Eva foi o mesmo?

— O modo como ela foi apunhalada. Foi o mesmo.

— E por que não tem fotos dela neste portfólio? — pergunto intrigada.

— Porque a Eva não morreu com aquele ataque...

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