Simply Happens [H.S]

By gabriela231d

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Ela, uma menina ofuscada pelo próprio medo de se mostrar as pessoas. Sendo muito difícil conseguir desifrar... More

1°- Capítulo.
2°- capítulo.
3°- capítulo.
4°- capítulo
5° - capítulo
6°- capítulo
7°- capítulo
8°- capítulo
9°- capítulo
10°- capítulo
11°- capítulo.
12°- capítulo
14°- capítulo.
13°- capítulo.
15°- capítulo.
16°- capítulo
17°- capítulo.
18°- capítulo.
19- capítulo.
20°- capítulo.
21°- capítulo.
22°- capítulo.
23°- capítulo.
24°- capítulo.
25°- capítulo.
26°- capítulo.
27°- capítulo.
28°- capítulo.
29°- capítulo.
30°- capítulo.
31°- capítulo.
32°- capítulo.
33°- capítulo.
34°- capítulo.
35°- capítulo.
36°- capítulo.
37°- capítulo.
38°- capítulo.
39°- capítulo.
40°- capítulo
41°- capítulo.
42°- capítulo.
43°- capítulo.
44°- capítulo.
45°- capítulo.
46°- capítulo.
47°- capítulo.
48°- capítulo
49°- capítulo.
50°- capítulo.
51°- capítulo.
52°- capítulo.
53°- capítulo.
54°- capítulo.
55°- capítulo.
56°- capítulo.
57°- capítulo.
58°- capítulo.
59°- capítulo.
60°- capítulo.
61°- capítulo.
62°- capítulo.
63°- capítulo.
64°- capítulo.
65°- capítulo.
66°- capítulo.
67°- capítulo.
68°- capítulo.
69°- capítulo.
70°- capítulo.
71°- capítulo.
73°- capítulo.
74°- capítulo.
75°- capítulo.
76°- capítulo.
77°- capítulo.
78°- capítulo.
79°- capítulo
Fim.
Agradecimentos e recadinhos.
Epílogo.
Wedding And Party ( capítulo bônus)

72°- capítulo.

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By gabriela231d

N/A: se possível, ouçam com Stay da Rihanna. E boa leitura💖

Eu estava encarando fervorosamente o vestido azul, e da cama, ele parecia estar me encarando de volta, como se estivesse me desafiando a vesti-lo.

A toalha branca abraçava meu corpo nu e o escondia, e se eu não estivesse tão nervosa em como o vestido ficará em mim, talvez já era para mim estar na sala, esperando pelo Harry.

Talvez isso pudesse ser mais fácil se Mary estivesse aqui, me apressando e dizendo que vou me atrasar se demorar mais tempo, mas, bem, ela não estava. Mary me deixou sozinha no momento em que Michael chegou, e agora os dois provavelmente estão a caminho de alguma casa para buscar um dos amigos dele e a acompanhante do mesmo, algo que foi combinado por eles segundo Mary.

No entanto, felizmente, ela me ajudou com a maquiagem e o cabelo antes de ir pelo menos, e agora falta somente o vestido. Eu tinha consciência de que se não tivesse pegado no sono há algumas horas, e acordado com Mary praticamente gritando no meu ouvido para mim me arrumar senão não iria dar tempo, já estaria pronta, antes que ela aliais.

Bem, não foi o que aconteceu.

Eu estava cansada, muito mesmo. Tive que trocar o horário de hoje com Courtney por causa do baile, e o movimento na cafeteria na parte da manhã é muito maior do que a tarde. Sem falar no quanto eu tenho trabalhado nos últimos dias, mais até que o necessário para falar a verdade.

Então assim que deitei na cama, a princípio somente para descansar um pouco, parecia que algo estava me puxando para baixo e deixando meus olhos cada vez mais pesados. Não consegui controlar.

O único problema é que agora, a insegurança me bateu drasticamente, me deixando ainda mais ansiosa do que já estava. Nunca, nos três últimos anos, me imaginei indo para esse baile, e saber que não só vou ter que passar por isso, mas também vou ter que passar por isso com Harry, é ainda mais desesperador.

Se eu ao menos pudesse ser um pouquinho mais confiante hoje. Somente hoje.

Quando minhas mãos começaram a literalmente suar, balancei a cabeça e respirei fundo, me acalmando e finalmente parando de perder tempo. Retirei a toalha do meu corpo, e rapidamente vesti minhas roupas íntimas. Em seguida, peguei o vestido azul marinho, que minha mãe comprou para mim, fazendo-me um grande favor com isso para dizer a verdade.

Posso dizer que fiquei surpresa quando encontrei o vestido sobre minha cama na quinta, assim que cheguei do trabalho, pois para mim uma das últimas coisas que ela estaria preocupada nesse momento seria com o meu vestido de formatura.

Mas depois me lembrei de quem eu herdei a mania de me manter ocupada, seja como for, principalmente quando estou tendo problemas, e quero esquecer, e então não foi difícil abrir um sorriso para ela e abraça-la na manhã de sexta, não só como agradecimento mas também por necessidade.

Não quero que ela se sinta sozinha, como acho que está se sentindo agora, porque sei muito bem como é se sentir assim.

Solidão é o pior sentimento que alguém poderia sentir. Consome nossas almas aos poucos e a devasta, até existir somente a casca de uma pessoa, ou nem isso.

Realmente, não quero isso para ela. Nem eu e nem Mary.

Assim que coloquei o vestido, sem muitos problemas, ajeitei-o em meu corpo, e me senti desconfortável quase que instintivamente. Não estava apertado, e o tecido era confortável abraçando meu corpo, mas ainda sim, me sentia estranha por estar usando-o.

Realmente, é um processo de passos lentos. Como a Dra. Collins disse.

A renda cobria todo o tecido da parte superior, e a meia manga era composta somente dela. Estava mais que agradecida pela minha mãe conhecer meus gostos e não ter comprado algo tão chamativo, como o vestido de Mary por exemplo. Mas como previsto, a cor roxa lhe caiu muito bem e combinou com as mechas recém feitas em seus cabelos. Ela ficou linda, como de costume.

Assim que o arrumei em meu corpo, dobrei o braço para trás, tentando alcançar o zíper e fechar o vestido para colocar os saltos de uma vez e descer. Mesmo que Harry também esteja atrasado.

Espera, ele ainda vem não é? Eu espero muito que ele não desista disso. Deus, ele não iria desistir assim, sem avisar. É claro que não. Harry vai estar aqui em..

- Bella? Já está pronta? Harry acabou de chegar.

Minha mãe apareceu na porta entreaberta do meu quarto, abrindo-a e me examinando com os olhos. Foi exatamente nesse momento que minha garganta ficou mais seca do que o deserto do Saara.

- Droga. - sussurrei para mim mesma, me esforçando para alçar o zíper do meu vestido, mesmo continuando a falhar miseravelmente. - Só um minuto, mãe.

Enquanto eu estava praticamente me contorcendo para alcançar o fecho, consegui reparar minha mãe atrás de mim, pelo flexo no espelho.

- Precisa de ajuda, Bella?

Suspirei, deixando meus braços caírem ao meu lado em derrota.

- Por favor.

Minha mãe subiu o zíper com uma facilidade ridícula, e abriu um pequeno sorriso assim que seus olhos admiraram minha imagem refletida no espelho.

Não iria dizer, mas até eu estava impressionada com a imagem à minha frente. A trança embutida que Mary fez em mim, usando somente os fios superiores e deixando o resto solto, ficou perfeita. A maquiagem um pouco mais perceptível mas adequada também ajudou muito no processo de me deixar apresentável, pois nós duas sabemos que qualquer coisa mais escura e chamativa do que isso me deixaria parecendo uma palhaça, por causa do meu tom de pele e das sardas.

O vestido pareceu cair bem em meu corpo, e por mais difícil que seja acreditar, ajustou minha silhueta, a deixando parecer mais fina do que realmente é.

Eu parecia estar bonita de uma certa forma. Não sei, ou talvez apenas diferente.

- Está linda, filha.

Não sabia porque, mas seus olhos me passavam um sentimento de orgulho e satisfação tanto quanto sua voz trêmula, e isso fez um sorriso igualmente pequeno nascer em meus lábios.

Pequeno porque eu ainda conseguia ver perfeitamente os cacos do seu coração através do seus olhos.

- Obrigada, mãe. - me virei para ela, encarando-a de frente e respirando fundo. - Como ele está?

- Lindo e nervoso. Mas não conte que eu que disse, ele me pediu segredo. - eu sorri, imaginado como ele deve estar lá embaixo agora. - Assim posso não contar à ele que você também está.

- Não estou nervosa.

Não era verdade. Eu estava mais do que nervosa para vê-lo, principalmente depois do que aconteceu quarta. Realmente queria me bater no momento em que acordei e lembrei do acontecido, mas pelo menos, eu espero que ele faça o que eu pedi. Espero que essa noite seja agradável, e que eu não tenha que me sentir nervosa assim o tempo todo, mesmo perto dele.

- Tá. - ela quase revirou os olhos. - Está pronta agora?

- Ah, deixa eu só...

Calcei meus únicos saltos rapidamente, torcendo para que eu ainda saiba como andar com eles. Coloquei mais um pouco do meu perfume e peguei minha pequena bolsa escura, contendo tudo que eu necessito.

Respirei fundo uma última vez, fazendo questão de me lembrar do que a Dra. Collins disse; confiar em mim mesma, como confio em quem amo. Eu sabia que precisaria muito disso hoje.

Quando me virei, minha mãe ainda estava me esperando.

- Ok. Estou pronta.

- Então tá, vamos descer logo.

Assenti, seguindo-a para fora do quarto. Meus passos eram hesitantes tanto por causa dos saltos quanto pelo nervosismo, mas a necessidade de vê-lo logo me fez deixar isso um pouco de lado. Quando cheguei no topo da escada, a primeira coisa que consegui ver foram os cabelos rebeldes dele, algo que eu realmente não queria que mudasse pois aquilo conseguiu de uma maneira só dele combinar com o que veio em seguida.

Os ombros largos e cobertos pelo tecido do blazer preto, a calça social igualmente escura e os sapatos ilustrados deixaram-o deslumbrante, porém o empacto conseguiu ser maior ainda quando ele se virou, deixando-me admirar e me afetar com sua beleza estonteante.

Nossa..

Nunca consegui imaginar Harry com roupas sociais antes e provavelmente era porque ele sempre deixou muito claro que odeia isso, se sentir preso em uma gravata, mas é inegável que ele fica bem assim. Muito bem.

- Oi. - eu meio que sussurrei, e suspirei ao mesmo tempo, me segurando no corrimão da escada para ter certeza que não estou caindo.

O verde no seus olhos nunca foi mais vivo, enquanto passeava pelo meu corpo de baixo a acima e me fazia corar.

- Oi. - ele finalmente respondeu, quando desci mais alguns degraus, evitando seu olhar intenso.

Quando ergui meu olhar novamente, ele se aproximava de mim, e parava no primeiro degrau, como em uma cena de filme clichê adolescente. Em seguida, ele sorriu para mim, do seu jeito torto de sempre.

- Você 'ta linda. - ele disse, em alto e bom som. Mas seu sorriso conseguiu me abalar mais.

Mordi o lábio inferior timidamente.

- Você também. - respondi.

Quando ouvimos o pigarreio de minha mãe, provavelmente de propósito, ele parou de me encarar e ambos viramos a nossa atenção para ela, que já estava no meio da sala, mesmo que eu não tenha visto quando isso aconteceu. Eu sei, estava ocupada admirando Harry e sua camisa escura, que realça muito a pele leitosa e sensível do seu pescoço.

- O que acham de uma foto uh?

- Mãe, eu acho melhor não.

- Por quê não? Eu preciso registrar esse momento, Bella. A Mary também tirou. Vamos lá, não vai doer.

- Mãe..-

- Ei, tudo bem. - Harry me interrompeu e em segundos se pôs ao meu lado. - Não vai doer. - ele sussurrou pra mim.

Harry abraçou minha cintura, e me puxou para perto, encostando-me nele. Suspirei em derrota e segui meu olhar para minha mãe com uma câmera fotográfica em mãos, depois de mandar um olhar repreensível a ele que apenas o fez sorrir.

- Não esqueça de sorrir. - ele sussurrou e eu fiz o meu máximo para não revirar os olhos agora.

Tirada a foto, ou no mínimo duas pela demora, minha mãe baixou a câmera e sorriu satisfeita.

- Ficou linda. Vou fazer questão de revelar e dar uma para sua mãe, Harry. Claro, se você quiser.

- Tudo bem, Sra. Cooper. - ele sorriu.

- Hm... Acho melhor nós irmos então. - eu avisei, e Harry assentiu, me ajudando a descer as escadas e ir até a porta.

- Não volte muito tarde, ok? Já avisei a Mary que se ela quiser dormir na casa do Michael tem que avisar antes.

- Ok, mãe.

Abracei-a antes do Harry se despedir fazendo o mesmo, e em seguida, saimos para a varanda.

- Cuide bem dela, Harry. - minha mãe pediu, e eu imediatamente me virei para encara-la.

- Mãe. - resmunguei, em tom repreensível. Harry riu levemente ao meu lado.

- Prometo que eu vou, Sra. Cooper. - ele sorriu para ela, e então, sua mão voltou a pousar sobre minha cintura enquanto ele me guiava até sua moto, estacionada no meio fio da calçada, em frente a minha casa.

Gostaria de não estar corando feito um tomate maduro.

- Espero que não se incomode em irmos de moto. - ele disse, em tom cauteloso. - Caso contrário, a culpa é do Dean. Ele quem me garantiu que você não iria me dar um pé na bunda por causa disso. - Harry sorriu.

- Quem é Dean?

- O porteiro do meu prédio. - Harry me entregou um capacete. - Ele já tem uma certa idade, então só por isso confiei no que ele disse.

- E ele alguma vez levou uma garota para o baile da escola de moto?

- Não cheguei a perguntar, na verdade. - Harry disse fingindo estar pensativo, e eu sorri. - E então, tem problema?

Ele subiu na moto, e me encarou, com o capacete posto e a moto ligada.

- Tenho escolha? - ele encolheu os ombros e eu revirei os olhos afetuosamente, antes de colocar o capacete e subir com cuidado na moto. Arrumei meu vestido e tive certeza de que andar de moto com vestido não é tão apropriado, ou confortável. - Tem sorte que a escola fica perto.

- Verdade. - eu sorri.

Assim que abracei a cintura dele, firme e forte porque ainda restou algum receio em mim em andar de moto dês da última vez, Harry deu a partida e eu passei os cinco minutos seguintes sentindo o ar batendo contra o meu rosto e vendo as ruas passando como um borrão pelos meus olhos.

Quando chegamos, Harry deixou sua moto estacionada entre dois carros no estacionamento quase vazio da escola. Também consegui ver o carro de Michael enquanto nós saíamos do estacionamento e andávamos até a entrada, logo após de eu ter desamassado a saia do meu vestido com as mãos e ouvir Harry reclamar do quanto desconfortável e ridículo é andar de roupa social em uma moto.

E é claro que eu ri disso, quando chegamos na fila de jovens bem vestidos para entrar no ginásio que era onde acontecia o baile e vinha todo aquele barulho de música alta e vozes.

A escola estava decorada com luzes dês da entrada. A primeira coisa que eu vi quando chegamos foram as luzinhas coloridas penduradas nos postes distribuídos pelo solo acimentado, no propósito de guiar até a porta da entrada, decorada com uma grande faixa brilhante, dizendo " Baile de formatura " acima do arco de balões coloridos por onde as pessoas passavam para entrar, e onde Lola Gilbert mantinha seu lugar, como membro do Grêmio estudantil, recebendo e sorrindo para todos. Eles realmente fizeram um bom trabalho com a decoração.

- Está tudo tão lindo. - comentei, impressionada. - E tão cheio também. - sussurrei, tentando aquietar meu estômago palpitante.

Harry limpou a garganta, ajeitou seu blazer e me deu o braço, me fazendo acreditar que o olhar que ele me lançou queria dizer que ia ficar tudo bem. Eu apenas suspirei e tentei sorrir, pensando, não pela primeira vez nesta noite, no quanto sortuda eu sou por estar com o Harry agora, entre todas as pessoas.

- Graças a Deus que eu não estou usando essas gravatas borboletas horríveis. - ele comentou baixinho enquanto a fila andava rapidamente, e eu segurei a risada. - Espero que não se importe por eu estar mais básico do que todos aqui. - ele me olhou, diretamente.

- Você não está básico. Está mais elegante do que qualquer um aqui, juro.

- Isso foi um elogio então? - Harry abriu um pequeno e torto sorriso e eu desviei o olhar rapidamente, corando e dando de ombros. - Bom, o importante é só sua opinião mesmo.

Agradeci mentalmente quando finalmente chegou a nossa vez de entrar. Lola abriu um sorriso imediatamente, como fazia com todos que passavam por ela para entrar e admirei-a por estar fazendo isso com tanta categoria. Eu acredito que não teria o mesmo talento.

- Harry. Bella. Que bom que vieram. É ótimo ver vocês de novo. - ela mantinha a voz alegre e querida.

Harry e eu sorrimos para ela, apesar de saber que não era cem por cento verdadeiro aquilo, já que Lola nunca foi tão próxima de nós dois, ou de mim pelo menos, e por saber que ela provavelmente dizia aquilo para todos que passaram por ela hoje a noite.

- Também é bom te ver. - Harry disse com um sorriso.

- Bem, entrem e divirtiam-se.

- Obrigado. - Harry e eu dizemos em uníssono.

Havia uma cortina de fitas brilhantes bloqueando a visão para o ginásio, e me vi apertando mais do que o necessário o braço de Harry com o nervosismo, e isso com certeza foi o motivo dele ter me olhado imediatamente.

- O que foi?

- Nada. Só é um pouco de nervosismo indesejado.

- Tudo bem se sentir nervosa. Também estou nervoso por mais ridículo que isso pareça.

- Por quê está se sentindo nervoso?

- Estou te levando ao baile, quer motivo maior que esse? - Harry meio que sorriu e envolveu seu braço no meu com mais firmeza, como se estivesse nos encorajando.

É isso que eu estava falando quando disse que Harry merecia uma pessoa melhor. Mesmo sabendo que não deveria continuar pensando dessa forma, não consigo deixar esse pensamento para trás. Ainda acho que ele merece uma pessoa que consiga fazer coisas normais, triviais como esta sem problemas, sem parecer que é um grande sacrifício.

Penso que nunca vou conseguir me perdoar por tornar as coisas complicadas para ele, por deixar tudo tão problemático como eu. E talvez hoje eu devesse tentar, de verdade, me superar e me divertir com ele.

A verdade era que me sentia aliviada por ter ele do meu lado e pela primeira vez na minha vida sentir que não preciso enfrentar isso sozinha.

- Então que tal entrarmos logo e acabar com essa tortura? Está pronta? - ele franziu o cenho levemente e eu balancei a cabeça, assentindo.

- Estou.

Quando finalmente entramos, podemos ver de cara a decoração linda e redondamente abundante do ginásio; o piso cinzento estava salpicado com fitas brancas e papel crepom, as arquibancadas estavam decoradas de cabo a rabo com luzes e pompons provavelmente das líderes de torcida, e um globo brilhante pendia do teto, jogando feixes de luzes para todos os lados. Havia uma mesa ao canto, com caixas de som e equipamentos provavelmente do DJ que tocava um remix de Paradise do Coldplay neste exato momento.

As pessoas com trajes de gala se distribuíam pelo ginásio, mas a maioria estava dançando no meio da quadra, e tinha mais pessoas aqui do que eu me lembrava que estudavam nessa escola. Eu sabia que mal reparava nisso, mas realmente, era bastante gente.

- Hm.. Ok. - Harry disse, inclinado-se para perto do meu ouvido. - Sabe o que devemos fazer agora?

Se Harry não estivesse aqui, eu provavelmente estaria na cola da Mary e das meninas agora, mas elas provavelmente estão se divertindo com seus pares e acho um pouco difícil achar alguma delas no meio de tanta gente inquieta.

- Eu acho que...- olhei ao redor mais uma vez, mais confusa e perdida do que quando cheguei. - que não faço a mínima ideia.

- Que tal uma bebida então? - Harry sorriu sugestivo e me guiou até as mesas de bebidas antes que pudesse aceitar.

Por algum motivo, talvez segurança para que não sirvam nada que contenha álcool, a mesa das bebidas era também a mesa onde os professores estavam agrupados, servindo o que parecia ser basicamente suco de frutas em tons avermelhados.

Consegui reconhecer alguns enquanto nos aproximavamos, em especial a Sora Naty, que estava linda em um vestido vermelho, e parecia muito animada pelo tamanho do sorriso, o Sr. Williams e o Professor Finn que trajavam ternos de cores diferentes mas com a mesma elegância. O professor Finn foi o primeiro que nos notou e abriu seu sorriso encantador.

- Srta. Cooper e Sr. Styles. - saúdou, em tom humorado. Ele não tinha o costume de ser tão formal como os outros professores. - Fico contente em vê-los novamente.

- Igualmente, professor Finn. - respondi, mais baixo do que o desejado porém a música alta não me ajudou muito.

- Está deslumbrante, Bella. Com todo o respeito ao acompanhante. - Professor Finn brincou com Harry e eu apenas consegui corar quando Harry colocou seus olhos em mim, com um sorriso largo. - Querem uma bebida sim?

- Sim, por favor. - Harry respondeu.

Ele assentiu e começou a derramar com uma concha da bebida em um copo vermelho.

- Já pensaram para qual faculdade querem ir? - perguntou casualmente, erguendo o olhar para Harry e eu enquanto entregava um copo para mim e enchia outro.

- Hm.. Bem, meu plano sempre foi Oxford. Acho que não pretendo mudar. - dei de ombros.

- É uma ótima escolha. - sorriu gentilmente. - E você ainda tem tempo pra pensar também. O trimestre começa só em setembro e eu me lembro de mandar sua carta de recomendação para Oxford. Só não lembro de ter feito isso com Harry. Acho que não tivemos essa conversa não é? Se teve, pelo menos não foi comigo.

Percebi perfeitamente quando a postura de Harry endureceu imediatamente, sua mandíbula se apertou e ele parecia no mínimo desconfortável.

- Ahm.. É. Só conversei com o Sr. Walther sobre isso na verdade.

- Oh, sim. Me desculpe pela intromissão, Harry. Apenas me preocupou você não ter falado algo sério como isso com alguém. Mas se já falou, que bom. - o professor voltou a sorrir e entregou um copo cheio para Harry. - Sempre me preocupo demais com essas coisas. - ele brincou e eu sorri, tentando quebrar o clima estranho. - Bom, se divirtam e tenham uma boa noite. Nos vemos por aí.

- Obrigada. - disse, e me afastei com Harry da mesa de bebidas. Quando o encarei novamente, assim que paramos em um espaço menos movimentado, ele parecia menos desconfortável mas ainda preocupado com algo. - Tudo bem?

- Uh? Ah, sim. - tentou um sorriso.

- Mesmo? Você pareceu desconfortável quando ele tocou no assunto da faculdade.

Harry me encarou, parecendo ter um empasse consigo mesmo. Franzi o cenho, o incentivando.

- Harry?

- Não é nada. Não se preocupe, eu apenas não acho que hoje seja uma noite para falar sobre isso, entende?

Engoli e assenti, mesmo não estando cem por cento convencida disso. Ele provavelmente tinha motivos para não querer me dizer e eu não queria pressiona-lo e nem nada parecido, então apenas deixei para lá.

Como não perco o costume, tive que cheirar o líquido do meu copo primeiro, discretamente. Não sei muito bem porque faço isso. Deve ser uma mania estranha.

- Bella? - ouço a voz familiar da minha prima chamar mesmo com todo o barulho em volta e viro minha atenção para ela, que se aproximava com Michael. - Oh meu Deus, Bella, você tá maravilhosa!

Mary se aproximou e segurou minhas mãos, me encarando com seu sorriso enorme e animado.

- Obrigada, Mah.

- Desde quando você tá aqui? Por que não me avisou quando chegou?

- Eu não sei. Não queria atrapalhar vocês. - ela revirou os olhos e acabou reparando em Harry ao meu lado no processo. Seu cenho franziu imediatamente e ela parecia impressionada.

- Wow, quem diria que eu ia ver Harry Styles em uma roupa social.

Harry revirou os olhos em divertimento, como sempre fazia quando Mary implicava com ele e eu acenei para o Michael ao lado de Mary quando ele me comprimentou primeiro. Ele estava muito bonito de smoking mas muito mais inédito do que o Harry por estar usando isso. Realmente, não é a cara dele algo assim.

- O que é isso que vocês estão bebendo? Não me diga que é aquele negócio que eles estão servindo. - eu assenti para Mary, e ela errugou o nariz imediatamente. - Ew, isso tem gosto de xarope.

- Então deve ser por isso que você parece estar quase bêbada. Onde arrumaram bebida alcoólica?

- A gente comprou e trouxe. - ela deu de ombros e balancei a cabeça em desaprovação, cruzando os braços. - Ah qual é? Isso não teria a menor graça se eu estivesse sóbria.

- Okay, Mary, mas só saiba quando parar.

- Tá, tá. Relaxa. - sorriu persuasiva para mim em seguida. - Vem, eu quero te mostrar para as meninas e todos que eu vê pela frente.

- O quê? Não. Não sou um troféu pra você ficar me mostrando, Mary.

- É só um minuto.

- Não. Para com isso.

- E o que vai ficar fazendo? Vai ficar aqui, olhando os outros se divertirem? - franziu o cenho e sabia que ela iria fazer de tudo para me arrastar junto com ela para tudo que é canto desse ginásio, por isso, quando olhei em volta e vi a multidão dançando no centro da quadra, agi rápido.

- Não, Harry e eu vamos dançar agora. - alcancei a mão de Harry, e o puxei para longe de Mary e Michael.

- Mas Bella... -

- Tchau, Mary.

Harry e eu passamos entre as pessoas com certa dificuldade, e quando consegui avistar a arquibancada, não demorei a seguir até ela. Assim que chegamos, deixei meu copo no primeiro degrau e suspirei, aliviada. Quando olhei para o Harry, ele me encarava confuso e ao mesmo tempo divertido com a situação.

- Desculpa. Só precisava me afastar antes que ela conseguisse me arrastar por aí.

- Tudo bem. Eu acho que ela só está meio bêbada. - Harry também largou seu copo sobre o degrau da arquibancada.

- Meio bêbada ou não, Mary sempre está querendo trazer atenção para mim. Nunca vi.

- Olha, que tal esquecer isso agora e me conceder a honra de uma dança uh?

- Harry, eu estava mentindo. Eu não sei dançar.

- É claro que sabe. Vem.

- Harry...-

- Eu não vou aceitar não como resposta hoje, Cooper. - ele disse, me puxando pela mão para o meio da quadra.

- Mas e as bebidas?

- Mary tem razão, aquilo tem gosto de xarope. - ele parou mais ou menos no meio da quadra e no mesmo momento a música eletrônica foi substituída por Stay da Rihanna, na versão original. Minha garganta secou no mesmo segundo.

As pessoas ao redor rapidamente começaram a dançar com seus pares, espalhando-se mais pela quadra e eu suspeitei que tudo isso fosse uma grande piada com a minha cara.

Harry estendeu a mão para mim, e como eu demorei porque ainda estava receosa em dançar com ele, especialmente com essa música, ele me puxou pela cintura, encostando meu corpo no seu e fazendo minha mão pousar sobre seu ombro. Harry começou se mover com a música, devagar e calmamente, me guiando a fazer o mesmo, apesar de eu nem ter ideia do que está acontecendo ou do que estamos fazendo agora.

Tudo porque consigo sentir perfeitamente sua respiração batendo contra o meu rosto pela proximidade excessiva, pela maneira como suas pálpebras parecem pesadas enquanto seus olhos encaram intensamente meus lábios e como eu não consigo respirar direito porque estou fazendo o meu melhor para não parecer abalada com tudo isso.

Minha nossa.

Seus olhos estão tão verdes, e seus lábios parecem estar tão perto, que quase posso sentir a textura dos mesmo com isso. Estou ficando inebriada, faço ideia disso e penso que posso enlouquecer se continuar esse silêncio entre nós. Ainda consigo ouvir a melodia da música que nos embala e algumas vozes no fundo da minha cabeça, mas elas estão em segundo plano para mim agora.

- Não é tão difícil como parece quando nos soltamos, uh?

Um meio sorriso cruzou seus lábios, e juro por Deus que sua voz soou como um sussurro para mim.

- Onde aprendeu a dançar? - consegui perguntar, com a voz fraca.

- Acho que gostar de filmes românticos serviu para alguma coisa, mas não diria que isso seja o significado de dançar. Ou pelo menos, não bem.

Sua voz estava tão calma e baixa.

- Pra mim é.

- Talvez porque você sempre consegue ver algo bom nas coisas que não envolvam você.

Ergui meu olhar dos seus lábios rosados para seus olhos extremamente verdes, mas voltei rapidamente porque estava amando a maneira como eles se moviam enquanto as palavras saiam.

- Queria saber o que viu quando se olhou no espelho hoje, porque eu juro que não deve chegar nem perto do quanto linda você está.

Sua mão pressionou-se em minha cintura e me manteve de pé quando senti minhas pernas vacilaram. Meu coração parecia querer voar para fora do meu peito de tão forte que ele batia.

- E como estamos sozinhos agora, ou quase. - sorriu, se referindo as pessoas ao redor. - Faço questão de repetir o quanto bonita você está, Bella.

Minhas bochechas coraram imediatamente. E o fato dele estar me olhando tão diretamente não diminuiu meu constrangimento.

- Eu já agradeci na primeira vez, não?

- Na verdade você apenas me devolveu o elogio.

- Hm.. Então eu agradeço agora. - sorri levemente, ainda envergonhada.

- Não precisa, sabe, porque eu não pretendo parar de elogiar agora. Temos a noite toda ainda.

Não fazia ideia do que ele queria tirar com aquilo, e minhas forças já estavam evaporando do meu corpo com esse pequeno momento flertando com Harry. Quer dizer, estamos mesmo flertando, como no começo?

O pior de tudo, é que eu ainda não aprendi a lidar bem com elogios.

- Então você vai me fazer ficar vermelha o resto da noite?

- Não é como se não ficasse bem, você sabe. Talvez seja o que eu mais goste em você.

- Talvez?

- Não tenho certeza do que eu gosto mais, mas isso está entre minhas coisas favoritas. - corei fortemente, tentando me esconder de um jeito mais sutil possível apesar de falhar miseravelmente.

- Acho que já dá para parar por aqui com os elogios, não é? Antes que eu exploda ou algo assim. - tentei fazer uma piada mas minha vergonha ainda estava ali.

- Sabe, você disse tudo, ou pelo menos boa parte do que o álcool te deixou dizer aquela noite, e apesar de ser da maneira errada, eu gostei de saber daquilo. - seus lábios repuxaram-se levemente, em um sorriso discreto e genuíno. - É bom saber que não sou o único um tolo apaixonado. Sabe, isso mexe com o ego de qualquer um.

Meus movimentos pararam no mesmo momento, fazendo Harry parar junto comigo. O encarei, não sabendo muito bem o que sentir.

- Harry, você prometeu que não iria tocar nesse assunto.

- Eu não prometi, não. Lembro de todas as minhas promessas e tenho certeza de que essa não é uma delas. Talvez porque você desligou na minha cara, e fez questão de me dar boa noite, quando sabia que a última coisa que eu iria conseguir fazer depois daquilo, era dormir.

Engoli em seco, meus olhos piscando abalados e sem reação. O que era suposto eu dizer agora?

- Por quê está fazendo isso? Você sabe muito bem que não podemos, então por que está me torturando assim?

Os dedos dele enrolaram-se em minha cintura e me puxaram para perto dele novamente, um pouco mais firme do que a primeira vez. Parada no meio de pessoas dançando, senti o calor da mão de Harry sobre minha bochecha, e não consegui esconder meu estremecimento com o ato ternuroso que tanto tenho sentido falta. Sua respiração voltou a se chocar contra a minha, a proximidade voltando a me afetar e a necessidade me atraindo cada vez mais para ele.

- Não sou eu quem te torturo, Bella, é você que não se deixa sentir. Você quem censura sua vontade. Não me condene por saber o que eu quero e não ter medo de dizer.

A forma como seus lábios estavam tão próximos, a forma como bastava eu apenas me inclinar para alcança-los, despertou minha necessidade por ele de um modo, que se alguém não tivesse esbarrado em nós com tamanho descuido, eu teria finalmente sentido seu gosto de novo.

- Oops. Acho que tropecei. - quando virei a cabeça e vi quem era, tive certeza que alguém só podia estar de brincadeira comigo.

Um sorriso debochado e irônico estampava seu rosto metido e eu queria mesmo que isso fosse um grande e abominável pesadelo.

- Stacy. - Harry murmurou, em um tom duro de desgosto. Senti perfeitamente seu braço enrolar-se em minha cintura e seu corpo alto se colocar um pouco a minha frente, como se quisesse me proteger. - O que você quer aqui?

- Nossa, quanta grosseria para um rostinho tão bonito. - sorriu, dissimulada.

Stacy vestia um vestido rosa shock, provavelmente mais chamativo do que qualquer outro vestido daqui porque todos sabem que ela adora atenção. Atrás dela, o novo capitão do time de basquete dês da saída do Harry do time do colégio, Jack Connor, parecia um segurança, não só pelo terno e ombros grandes demais, mas pela forma como parecia estar ali para protege-la de qualquer um que apresentasse perigo. Era no mínimo intimidante.

A verdade era que não via ele e Stacy dês que acabamos o ensino médio, e eu estava mais que agradecida por isso, porque não aguentava mais os olhares de ódio que ela me mandava quase todas as manhãs e o medo constante que eu sentia dela poder fazer algo contra Harry e eu, porém, felizmente, depois da conversa que Harry teve com ela o que ele me disse que não ter sido nada fácil mas que pareceu funcionar já que ela não fez nada contra nós.

Talvez Mary tenha uma pequena intromissão nisso, mas nada tão relevante quanto Harry dizer na cara dela para cuidar da própria vida.

Mas agora, me sinto no mínimo receosa com ela por perto. Ela e seu guarda costas que tem duas vezes o tamanho de Harry.

- Stacy, diz logo o que você quer ou então vai embora. Ou ainda não aprendeu a cuidar da sua própria vida?

Meu coração disparou quando Jack deu um passo a frente mas Stacy o parou com a mão imediatamente, o que ele obedeceu como um cachorrinho. Sério, qual é o problema dessa gente que não conhece o senso de amor próprio?

- Sabe, estou começando a ficar magoada com você, Harry e essa raiva gratuita. O Harry que eu conhecia, era muito mais divertido e gentil.

Como ela consegue ser tão dissimulada? Céus, eu não consigo acreditar. Ela não mudou nada.

As pessoas em volta começaram a dançar de qualquer jeito quando a música eletrônica voltou, e eu me vi agarrada no Harry, tanto por causa disso, tanto por causa do medo que eu sentia dele partir para cima do Jack ou algo assim.

Sem problemas hoje, por favor.

- Qual o seu problema, Stacy? Sério, eu não consigo entender você. Você parece aqui, esbarra na gente de propósito e traz essa merda de atrás para me intimidar, a troco de quê? O que você pretende com isso? Minha atenção? Porque se for isso, está perdendo seu tempo.

A expressão superior de Stacy de repente mudou drasticamente para uma irritada, seus braços finos descruzam-se e ela cerrou os punhos. Ela provavelmente não esperava algo assim de Harry.

- Sabe qual é o seu problema, Harry? Você se acha muito. Tudo tem que ser sobre você, não é? Tudo é sobre você e essa merda de garota. Eu mal me importo com você e com o que você vai fazer com ela, se vão ter filhos e vão viver felizes para sempre como em uma droga de filme meloso. Foda-se. Sejam felizes, eu não me importo.

- Ótimo. Agora cai fora.

- Eu não tenho que sair porque você quer. Sai você.

Quando Harry estava pronto para debater, agarrei seu braço e fiz ele me olhar.

- Ei, tudo bem. Não precisa brigar por isso. Apenas vamos sair de perto deles.

Assisti seu pomo de Adão movimentar-se quando ele engoliu em seco, e logo em seguida suspirar e assentir.

- Que coisa linda. Vê Jack, ele faz tudo que ela pede, só porque é ela. Como o amor é lindo.

Meu sangue ferveu em minhas veias, me levando ao meu limite com ela e sua falta de respeito com todos que passam por ela, com a maneira como ela adora pisar nos outros e ri disso, ri da dor do outro. Da maneira como não existe compaixão ou alguma bondade dentro dela. Estava tão farta dela, tão farta da falta de amor que lhe faltava e como ela distribuía ódio para todos. Eu não aguentava mais, por isso, apenas por isso, me virei novamente para ela e parei em sua frente, encarando-a cara a cara. Meu estômago palpitou com isso mas eu o ignorei.

- Perdeu alguma coisa aqui?

- Não, mas eu espero que você tenha conseguido tudo que queria hoje, Stacy. Espero muito que tenha conseguido a atenção que tanto deseja, espero que sua vida algum dia seja menos infeliz e solitária, e espero que um dia você veja o quanto fútil e infeliz você é. Quem sabe quando esse dia chegar você consiga tratar as pessoas de forma igual e consiga ter todo o amor e a atenção que te faltam agora. - fiz o meu melhor para dizer em alto e bom som para que ela conseguisse ouvir todas as palavras e acho que pela forma como ela tremia de raiva, eu consegui. - Tenha uma boa noite.

Assim que me virei, segurei a mão de Harry que parecia tão surpreso quanto eu mesma por dentro. O puxei para longe das pessoas dançando e só parei quando cheguei em uma parte vazia da arquibancada.

Tinha mais pessoas do que imaginava que teria na arquibancada, sentadas sozinhas segurando copos vermelhos e olhando as pessoas dançando, totalmente imersas por pensamentos eu suponho. Quando me sentei no degrau de concreto, Harry não demorou a sentar do meu lado, perto o suficiente para mim sentir seu calor corporal e cheiro.

- Desculpa, tá legal? Eu não queria problemas hoje, mas ela... Ela não sabe quando parar. - suspirei frustada, tapando meu rosto com as mãos.

- Ei. - Harry segurou minhas mãos, retirando do meu rosto e me encarou com um sorriso no mínimo divertido. - Bella, você não precisa pedir desculpas. Sério, aquilo foi, sabe, wow!

Eu acabei rindo, e tapando meu rosto novamente. Ouvi-o rir também e ele voltou a segurar minhas mãos.

- Não é legal rir disso. - lembrei, não querendo estranhar o prazer que eu sentia por finalmente dizer alguma coisa e melhor, uma coisa coerente, mas não era totalmente certo. - Eu sei que ela merecia, mas gostaria que isso nem tivesse que ter acontecido. Estragou todo o clima da noite. - suspirei.

- Não estragou não. Se Louis estivesse aqui diria que só apimentou as coisas e eu concordaria muito com ele. Mas poderia ter acontecido em outra hora, no entanto. - Harry sorriu e eu empurrei seu braço. Ele riu e eu corei, segurando um sorriso.

Ficamos em silêncio por um momento, cada um aparentemente alheio aos pensamentos e eu só conseguia pensar no quanto isso foi um grande passo. Dizer o que eu penso, ter coragem para dizer sem querer saber das consequências. E era mágico como pequenas atitudes como essas conseguiam me melhorar, de alguma forma, mesmo que minimamente. Como conseguiam me fazer ver as coisas de outra forma, de um jeito mais possível mesmo que ainda um pouco difícil.

Eu estava orgulhosa por estar aqui, no meu baile de formatura, com Harry, por ter dito tudo que sempre estive instalado em minha garganta quando tive a chance. Eu estava orgulhosa por estar lidando com o baile e estar perto do Harry um pouco melhor do que eu imaginava e eu queria continuar assim. Não queria encontrar razões para me desanimar agora, porque sabia que isso era mais do o suficiente para hoje, mas ainda não terminou.

- Bella. - virei a cabeça para Harry assim que ele me lembrou que ainda estava aqui. - Hm.. Olha, não era meu plano inicial e nem nada parecido, porque eu não quero que você pense que eu já estava pensando nisso dês do começo, mas, - ele respirou e umideceu os lábios para continuar. - Se você quiser, se não estiver com tanta vontade de ficar aqui como quando chegamos, podemos, sabe, ir para o meu apartamento, encomendar uma pizza e sei lá, jogar conversa fora.

Harry parecia tão sem jeito em propor aquilo, talvez porque ache que eu pense nisso de uma forma inapropriada, mas a verdade era que eu gostei da ideia assim que ela deixou seus lábios.

- Eu vou entender se você não quiser ir, porque já está meio tarde mesmo para isso, mas não queria que nossa noite terminasse agora. Tão rápido. Sabe, ainda preciso te elogiar mais do que isso. - ele sorriu e eu soltei uma risadinha tímida.

É claro que ele precisa.

- Apenas quero passar mais algum tempo com você.

- Bom, tem sorte por eu querer conhecer seu apartamento, caso contrário, seu plano de me tirar do baile iria por água abaixo.

Sorriu, exibindo suas covinhas profundas.

- Declaro-me um homem sortudo então.

Obrigada por lerem! ❤️
Desculpe-me qualquer erro.

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