No teu abraço

By SamLRamos

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Caio e Rafael. Impossível falar de um sem falar do outro. Vizinhos, melhores amigos. Juntos cresceram, brinca... More

PRÓLOGO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
CAPÍTULO 36
CAPÍTULO 37
CAPÍTULO 38
CAPÍTULO 39
CAPÍTULO 40
CAPÍTULO 41
CAPÍTULO 42
CAPÍTULO 43
CAPÍTULO 44
CAPÍTULO 45
CAPÍTULO 46
CAPÍTULO 47
CAPÍTULO 48
CAPÍTULO 49
CAPÍTULO 50
CAPÍTULO EXTRA
CAPÍTULO 51
AVISO!
CAPÍTULO 53
CAPÍTULO 54
CAPÍTULO 55
CAPÍTULO 56
CAPÍTULO 57
CAPÍTULO 58
CAPÍTULO 59
AVISO IMPORTANTE
CAPÍTULO 60
CAPÍTULO 61
CAPÍTULO 62
CAPÍTULO 63
CAPÍTULO 64
CAPÍTULO 65
AGRADECIMENTOS

CAPÍTULO 52

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By SamLRamos


A manhã chegou radiante. Todos acordaram cedo e logo estavam imersos nos preparativos para o casamento. Vinícius tinha saído para resolver algumas coisas e quando Caio acordou ele já não estava lá. Foi até a cozinha e tomou café em meio à correria de pessoas de um lado para o outro da casa, falando com ele rapidamente para logo continuarem o que estavam fazendo. Quando voltou para o quarto para se arrumar também, Vinny estava saindo do banho.

— Bom dia, amor — disse após beijar Caio rapidamente. — Eu tenho que correr aqui porque eu sou padrinho e também vou levar o noivo.

— Tudo bem, eu vou me arrumar rapidinho, mas se quiser pode ir na frente com ele e eu vou depois.

— Não, dá tempo. Eu espero você. — Então deu um sorriso que Caio retribuiu antes de ir para o banheiro.

Quando saiu do banho Vinícius estava de frente para o espelho terminando de se arrumar.

— Uau! — disse Caio ao ver Vinny vestido no terno preto clássico. — Que homem é esse?

— Gostou? — perguntou Vinny dando uma voltinha.

— Adorei. — O olhar de Caio se demorou um tempo a mais na parte de trás da calça dele, o que fez Vinny rir. — Mas, sério, você está muito lindo.

Vinny voltou a se olhar no espelho.

— Eu devia usar mais terno, não é? O que você acha de eu começar a dar aula assim?

Caio deu uma gargalhada junto com Vinny.

— Nossa, ia dar muito certo. Ainda mais naquele calor maravilhoso de Fortaleza.

— É, não dá. Vou deixar só para o nosso casamento mesmo. — Caio não disse nada, pois o comentário o pegou de surpresa. — Eu vou ver se o Felipe já está pronto, já que eu passo aqui pra gente ir. — E saiu do quarto.

Caio se arrumou rápido e logo Vinícius voltou para que fossem para a igreja. No carro também foram os pais de Vinny. Felipe parecia bastante nervoso e a todo momento seus pais falavam alguma coisa para tentar acalmá-lo, relatando fatos do dia do casamento deles e sobre a vida de casado. A igreja não ficava muito longe, então logo eles chegaram. Desceram do carro e ficaram na frente da igreja, esperando para começar as entradas.

Mayra, que seria madrinha e entraria na igreja com Vinny, já estava lá esperando, com Manuela ao seu lado segurando o bebê nos braços. Vinny perguntou por Heitor e ela lhe disse que ele havia ficado na casa da avó em Fortaleza. Pouco tempo depois todos os padrinhos, damas e pajens, também estavam lá. A noiva não deixou de seguir a tradição e se atrasou um pouco. Quando o carro dela finalmente parou em frente à igreja, Caio entrou com Manu e sentaram numa cadeira próxima de onde os padrinhos sentariam.

Então começou o cortejo de entrada e em seguida a cerimônia. O padre fez um sermão muito bonito falando sobre o amor e o compromisso do casamento, os noivos fizeram os votos e trocaram alianças. Quando Caio percebeu, a cerimônia já havia acabado, ele nem percebeu o tempo passar.

Vinny levou os noivos até o salão onde aconteceria a recepção. Caio e ele sentaram numa mesa com Mayra, Manuela e outros amigos deles. Caio achou bom conhecer os amigos de escola de Vinny, mas e alguns momentos se sentiu meio sobrando, principalmente quando eles começaram a falar sobre coisas que tinham acontecido na infância e adolescência deles. Caio percebeu que Manu também estava se sentindo assim, então os dois acabaram fazendo companhia ao outro na maior parte do tempo.

Após o almoço, Vinny convidou Caio para dançar. Ele ficou meio envergonhado no início, mas logo aceitou e se sentiu bem à vontade dançando com Vinny, junto com outros casais. Não demorou muito e os noivos se saíram da festa, pois viajariam em Lua de Mel.

Aos poucos os convidados foram embora e Vinny convidou Caio para ir até o mirante. Sentaram em um banco, Vinny já sem o terno e com a blusa solta.

— Eu nunca tinha ido a um casamento — disse Caio ao sentar.

— Sério?

— Sim. As pessoas ao meu redor não casam. — E riu.

— Eu já fui a alguns. A minha família adora casar, todo ano algum primo meu está casando. E quando não é minha família são meus amigos de infância.

— Eu achei tão bonito. Todo o ritual, a simbologia, a emoção... um momento de celebração do amor. Gostei.

— Verdade. E um dos casamentos mais bonitos que eu já fui foi o da May. Elas estavam lindas e radiantes. Foi simples, mas foi perfeito. E por ser um casamento homoafetivo, foi ainda mais importante para mim.

— Eu imagino. Deve ter sido lindo.

E ficaram lá, sentados, olhando para o mar. Caio tentou o quanto pôde não pensar em Rafael naquela viagem, mas era muito difícil. A todo momento alguma coisa o fazia lembrar. O mirante onde estava sentado naquele momento, a praia, as ruas, a pracinha em frente à igreja, tudo isso lembrava aquela viagem que eles fizeram juntos. Todo esse assunto de casamento o lembrava das muitas vezes em que eles haviam sonhado juntos em se casar na praia... Esse pensamento o levou a outro, de Vinny falando com tanta naturalidade mais cedo "Vou deixar só para o nosso casamento mesmo". Será que isso um dia aconteceria? E se sim, como seria? Como será que Vinny imaginava o casamento deles, ou será que ele nunca pensou sobre isso? Caio estava curioso. Será que ele deveria perguntar? Não. Ainda era muito cedo.

— No que você está pensando aí tão distraído? — perguntou Vinny, trazendo Caio de volta à realidade.

— Em nada. Só olhando o mar, como ele é lindo.

— Verdade. Eu nunca canso de olhar para ele. — Então olhou para Caio novamente. — Vamos descer até a praia?

— Pra quê? Eu estou cansado.

— Deixa de preguiça — disse Vinny se levantando e puxando o braço de Caio para que ele levantasse também. — Vamos entrar na água.

— Desse jeito? — disse Caio apontando para as roupas que eles usavam.

— Qual o problema?

— Não. Eu não vou entrar na água assim.

— Tudo bem, mas eu quero pelo menos sentir a água, nem que seja só nos pés, antes da gente ir embora.

Caio levantou.

— Ok.

Desceram até a praia e foram andando pela areia enquanto o sol se inclinava cada vez mais em direção ao horizonte. Vinny tirou o sapato e dobrou a calça até quase a altura dos joelhos, em seguida foi até onde as ondas podiam tocar seus pés. Caio o observou por um momento e então o seguiu. Ficaram ali por algum tempo, os braços de Caio envolvendo a cintura de Vinny, observando a imensidão do oceano.

— Quando eu morava aqui às vezes eu vinha até a praia e ficava aqui por horas só olhando o mar e pensando como seria se eu pegasse um barco e fosse em direção ao horizonte... — falou Vinícius. — Era uma ideia que me atraía bastante e eu ficava imaginando o que eu encontraria por esse mar a fora. Aventuras? Criaturas fantásticas? Uma ilha mágica onde eu poderia ser quem eu era sem que ninguém me julgasse ou me odiasse por isso?

Caio olhou para ele.

— Eu era só um garoto — disse Vinny sorrindo. — Mas bem que eu queria que esse lugar realmente existisse.

— Eu também — Falou Caio quase num sussurro.

E então lembrou do dia em que ele, Rafael e Amanda estavam voltando da festa da Lili e Rafael foi espancado por três caras que não gostaram de ver eles dois de mãos dadas. Naquele dia ele sentiu mais do que nunca o ódio que as pessoas podiam sentir por eles, apenas por acharem que sua forma de amar era errada. Então ele entendia muito bem o desejo do garoto Vinícius de muito tempo atrás e do homem Vinícius de hoje. Pensar nisso o deixou triste e ele também desejou, olhando para o mar, que esse lugar realmente existisse, ou que viesse a existir um dia.

— A gente tem que ir embora, amor — falou Vinny, olhando para o sol que descia rápido no céu. — Eu estou muito cansado e prefiro não pegar a estrada de noite. — Caio concordou. — Eu bem que queria ver o sol se pôr aqui com você, mas... — Deu de ombros.

Caio o beijou.

— A gente vai ter muitas outras oportunidades de vir aqui ver o sol se pôr e fazer tudo que você quiser — disse Caio.

— Eu adorei essa promessa. Você vai ter que cumprir. — E o beijou novamente. Então começaram a andar. — Olha, Caio! — disse apontando para uma quiromante numa barraca improvisada na praia. — Vamos ler nossa sorte?

Caio riu.

— Você acredita nessas coisas?

— Não. Mas estou curioso para saber o que ela vai dizer. Vamos?

— Não. Eu não sei se eu quero saber minha sorte. Eu nunca fui uma pessoa de muita sorte mesmo.

— Você é uma pessoa de muita sorte sim, afinal tem um namorado como eu. — Caio riu. — Bonito, inteligente, legal, sabe fazer uma massagem ótima.

— Esqueceu de dizer que é modesto também.

— Claro. Tô brincando. Mas vamos.

Foram andando em direção à mulher. Assim que se aproximaram e pararam diante dela, a mulher falou:

— Quer que eu leia sua mão, Vinícius?

Vinny e Caio se entreolharam, meio espantados por ela ter acertado o nome dele.

— Sim. De nós dois — disse Vinny.

— Me dê aqui sua mão. — Então ele abriu a mão e entregou à mulher. Ela olhou por um tempo as linhas e então começou. — Eu vejo uma grande mudança na sua vida. Algo que você queria muito vai acontecer. — Vinny sorriu e olhou para Caio. Ela continuou. — Porém, sua felicidade será abalada e você terá que tomar uma decisão difícil. — Ele sentiu um calafrio percorrer seu corpo ao ouvir essas palavras. — Você terá que reencontrar seu equilíbrio. — Ela olhou para Vinny, que estava com o cenho franzido, e sorriu. — Não se preocupe, Vinícius. Confie no seu coração. Você saberá tomar a decisão certa. — Então soltou a mão dele.

Vinny se afastou lentamente, pensando no que ela havia acabado de dizer. A mulher olhou para Caio e sorriu.

— Agora você.

Caio hesitou um pouco. Não tinha certeza se queria saber o que ela iria lhe dizer. Olhou para Vinny, mas ele estava com o olhar distraído. Então ele se aproximou e levantou a mão lentamente. A mulher segurou sua mão e ficou olhando atentamente para ela.

— Sua linha da vida é bem intensa e confusa. — Olhou para ele. — Muitas dúvidas nessa cabecinha, não é? — Caio não respondeu e ela voltou a olhar para sua mão. — Mas tem algo aqui que não é confuso, algo bastante claro. Eu vejo um amor muito forte. Bem intenso. — Caio estava com medo de ouvir o resto, mas permaneceu ali. — Eu vejo uma pessoa, cuja vida está completamente entrelaçada na sua... — Apertou os olhos, como se tentasse focar em algo. Olhou novamente para Caio. — Rafael. Esse nome te diz alguma coisa?

Caio puxou a mão rapidamente. Seu coração começou a bater acelerado. Olhou para Vinny, que estava sério ao seu lado, o encarando com um olhar que Caio não conseguia decifrar.

— Claro que me diz alguma coisa — disse voltando a olhar para a mulher. — Ele é meu melhor amigo, é normal que nossas vidas estejam entrelaçadas.

A mulher o olhou por um instante, em seguida olhou para Vinny e então voltou a olhar para Caio.

— Claro — disse sorrindo. — Deve ser isso. O que poderia ser mais forte que uma amizade verdadeira, não é?

Caio concordou. Vinícius continuou sério.

— Vamos, Caio — disse ele —, está tarde.

— Vamos.

Vinny pagou a quiromante e saiu andando na frente com pressa. Caio o seguiu, tentando acompanha-lo, mas só havia andado alguns passos quando sentiu alguém tocar seu ombro. Virou e viu que era a mesma mulher que havia lido sua mão.

— Caio, você sabe que não era amizade o sentimento que eu vi — sussurrou ela, em seguida se afastou.

Então ele apressou o passo e alcançou Vinny.

***

No caminho de volta o silêncio preenchia o carro. O barulho do motor e da música baixa que tocava eram os únicos sons existentes ali. Caio estava inquieto e aflito com tanto silêncio. Vinny havia estado calado desde que voltaram da praia. Haviam se despedido de todos e pegado a estrada antes do pôr do sol, e ele tinha permanecido distante todo esse tempo. Caio não sabia se esse silêncio tinha alguma relação com o que a quiromante havia dito, mas tinha quase certeza que sim. Não sabia se ele estava chateado, triste, ou não era nada disso. E não aguentava mais ficar sem saber.

— Vinny — disse ele, enfim.

— Oi — disse sem olhar para ele.

— Por que você está tão calado?

— Por nada, só não tenho nada a dizer.

— Você está assim por causa do que aquela mulher falou?

— Não.

— Tem certeza?

Vinny olhou para ele.

— Por que você está me perguntando isso?

— Porque você está estranho desde que a gente falou com ela.

— É impressão sua. — E voltou ao silêncio.

Após um instante Caio falou novamente.

— Você disse que não acreditava nessas coisas.

— E não acredito.

— Então por que isso está te afetando?

Vinny olhou para ele novamente.

— Eu não acredito nessas coisas, mas... eu fiquei pensando no que ela falou porque foi bem estranho, não foi? Por exemplo, como ela sabia meu nome? E mais, como ela sabia o nome do Rafael?

— O seu nome não é tão difícil ela saber, afinal você é de lá e nesses lugares pequenos todos sabem o nome de todo mundo. E acho que o Rafael foi coincidência mesmo.

— Muita coincidência, não acha?

Caio não respondeu. Então o silêncio voltou a ocupar o lugar. Ele continuou olhando para Vinny enquanto este mantinha os olhos fixos na estrada à frente. Caio tentou entender a expressão no rosto dele. Não parecia chateado. Nem sua voz denunciava isso. Ele parecia triste. Parecia que algo o machucava por dentro. E vê-lo assim fazia o coração de Caio doer.

— Vinny, vamos esquecer o que essa mulher falou? Não era verdade. Eu te amo. Isso é verdade.

Vinny olhou para ele mais uma vez. Soltou a mão direita do volante e segurou a de Caio. Sorriu levemente.

— Eu também amo você, Caio. Muito. Eu vou tentar esquecer isso. Prometo. — Então beijou a mão dele e voltou a segurar o volante e olhar a estrada.    


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Espero que esteja gostando da história. Não esquece de comentar o que está achando, o que espera para os próximos capítulos. E também deixar seu voto. ;)

Um abraço,

Sam

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