Lados Paralelos #Wattys2019

By Mikalves19

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LIVRO REGISTRADO- PLÁGIO É CRIME. Luna era uma garota comum, mais uma entre tanta gente que vivia no conjunto... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
AVISO
BOA NOTICIA
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7 - parte I
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Bônus DG
Capítulo 20
Capítulo 21
Bônus
Capítulo 22
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Aviso
Capítulo 33
Capítulo 34
AVISO
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
AJUDA!!!!
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Epílogo

Capítulo 23

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By Mikalves19

Oi queridxs!

Vi muita gente perguntando se falta muito para o Dante e a Luna se encontrarem, então para matar a curiosidade eu vou dizer. Eles vão se encontrar no capitulo 25 hehehehe

Disse que postaria esse capitulo segunda, mas não dei conta de terminar. Acabei de escrever agora (02h39), duas horinhas atrasada ( para não perder o costume hahahaha)

Espero que gostem. Comentem, quero saber o que estão achando.

Beijinhos e até mais.

SEM REVISÃO

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Luna

Alguns meses depois


Eu estava nua, parada de frente para o espelho do guarda-roupa e me fitava.   Não sabia dizer que tipo de sentimento eu tinha, era estranho, mas magnifico. Eu estava gerando um bebê e aquilo tinha feito alguma coisa mudar dentro de mim. Eu me contemplava e e admirava as mudanças que aconteciam no meu corpo. Meus seios estavam maiores, minha barriga redonda já estava com um tamanho que eu não conseguiria esconder por muito tempo. Eu levei a mão até meu ventre e sorri quando o bebê se mexeu embaixo da minha pele. Eu amava quando ele se mexia, era tão bom. Na primeira vez que aconteceu eu fiquei um tanto assustada e triste. Assustada porque foi uma sensação completamente nova e triste porque a  primeira pessoa que me veio na mente foi o playboy. Meu impulso na hora foi pegar o telefone para ligar para ele, mas quando fui discar seu numero me lembrei que ele tinha partido. 

Já fazia uns três meses que o playboy havia morrido, mas eu ainda não tinha me acostumado com a ausência dele. Na verdade eu nunca me acostumaria. Eu saia de casa todos os dias e olhava para o portão do seu bloco na esperança de vê-lo. As vezes, quando acontecia alguma coisa, eu ligava para seu numero sem perceber. Eu pensava nele todos os dias. Me lembrava da forma como ele me olhou na primeira vez que eu o beijei, na expressão séria do seu rosto e do seu olhar firme enquanto me esperava entrar em casa. Nunca poderia imaginar que aquele beijo, aquela noite, me levaria até aquele momento. Eu jamais esqueceria o playboy. Eu tinha o amado, ainda o amava e amaria para vida toda. Era estranho pensar que ele havia passado na minha vida sem que eu soubesse nem mesmo seu nome verdadeiro, sem eu conhecer sua historia, mas tinha marcado para sempre. Agora ele tinha partido, mas havia deixado um pedaço dele comigo. 

Minha gestação já estava completando cinco meses e eu havia descoberto na ultima ultrassom que seria um menino. Havia dado o nome do meu pai para ele, Miguel em breve estaria nos meus braços. Aquela era a unica coisa que me dava alegria e me fazia ter força para continua nos últimos meses. 

Depois de ficar alguns minutos parada em frente ao espelho, eu me troquei. Não queria correr o risco de alguém chegar em casa e me ver. Eu ainda estava mantendo minha gravidez em segredo, apesar dos comentários e fofocas que rolavam pelo conjunto. Eu não havia engordado muito, mas a minha barriga era visível. Eu sempre andava com roupas mais escuras e largas, mas mesmo assim já dava para notar. Eu sabia que não conseguiria manter aquela gravidez em segredo por muito tempo, minha mãe mesmo já havia jogado no ar a sua desconfiança, mas eu neguei. Eu negaria enquanto pudesse, porque sabia que depois que minha mãe descobrisse minha gestação, as coisas ficariam ainda piores para mim e minha vida já não andava fácil desde que o playboy havia morrido. 

Eu vivia me sentindo vigiada enquanto estava no conjunto. O Dg me perseguia, agia como se eu fosse sua mulher ou coisa do tipo. Ele tinha expulsado a Sabrina e a mãe dela do conjunto e agora tinha dado para vigiar meus horários, ligava para saber onde eu estava, era um doente que vivia de me infernizar. Nem mesmo sair do conjunto sem sua autorização eu podia. Eu me sentia uma prisioneira, estava de pés e mãos atadas. Acredito que se não fosse o fato do Marcão sempre estar por perto era a unica coisa que impedia o DG de tentar alguma coisa comigo. Meu amigo era o único apoio que eu tinha naquele momento. Estava me valendo mais do que família, era meu porto seguro. Dizia ele que estava tentando arrumar uma forma de acabar com aquela situação e eu acreditava nele. Na verdade eu até me dispus a ajudar, mas o Marcão negou minha ajuda. Disse que era melhor eu não me envolver por eu estar gravida e eu acabei deixando de insistir. Em uma coisa o Marcão estava certo: eu também tinha que pensar no meu filho, não podia me colocar em um risco maior do que aquele que eu já corria.

Me troquei rapidamente, tinha aproveitado que estava sozinha para poder me trocar no quarto, mas não podia dar bobeira. Eu já não dormia na cama com a minha mãe desde que minha barrida começou a despontar justamente para esconder, agora eu dormia sozinha em um colchão que eu colocava na sala, porque se ela ou o Fael me vissem ou tocassem na minha barriga, veriam na hora que eu estava gravida. Não podia ficar dando aquela brecha para eles me pegarem, se eles estavam desconfiados, teriam certeza se me vissem.

Eu escolhi uma blusa de moletom e uma calça legging, dava para disfarçar um pouco, mas quando me olhei no espelho suspirei frustrada. Do jeito que minha barriga crescia, não conseguiria esconder por mais do que uma semana. Eu tinha que arranjar um jeito de contar, eu tinha que criar coragem, mas ter consciência da reação do Fael e da Dona Rosa não me encorajavam. Não que eu estivesse com medo, longe disso, eu era dona do meu nariz, me sustentava e ajudava a manter aquela casa, não era nenhuma menininha para ter medo,  eu só não queria me aborrecer e me entristecer mais do que já estava e eu sabia que era isso que ia acontecer quando eles descobrissem. Sem contar que linguarudo do jeito que meu irmão era, a historia chegaria aos ouvidos do Dg em dois tempos, e sabe-se lá o que aquele maluco iria inventar para me atormentar. 

Depois que me troquei, eu fui para a sala, ajeitei meu colchão no chão e liguei a TV. Ia colocar um filme para passar, mas quando liguei a televisão estava passando o Jornal e o rosto da Carol estava estampado na tela. Eu senti meu coração dar um pulo e aumentei o som.

"...a estudante Carol Souza, noiva de Heitor Fênix, filho mais novo do empresario Cristiano Fênix, acaba de chegar na residencia da família do empresario. A jovem foi mantida em cativeiro por três dias por um antigo sócio da companhia Fênix. Segundo fontes, o alvo do sequestro seria a esposa do empresario Cristiano Fênix. Apesar de ter sido mantida em cativeiro por três dias, o a família Fênix só entrou em contato com a policia hoje, apos o resgate. A assessoria de impressa do empresario Cristiano Fênix declarou em nota que a família não informou as autoridades sobre o sequestro por medo de ameaça dos sequestradores. O resgate foi realizado hoje, por seguranças particulares e pelo próprio empresario e seu filho Heitor Fênix, por volta de 08h00. Carol Souza foi encaminhada para o hospital Vilela e apos ser medicada, recebeu alta e já se encontra na mansão Fênix.

Em seguida fique com a reportagem exclusiva sobre o sequestrador e toda a trama que envolveu uma das famílias mais ricas e influentes do mundo. Amor, vingança, ódio, ressentimento de anos e o inicio de tudo: o rapto e cativeiro de Camila Fênix, esposa do empresario mais rico do pais, fato ocorrido há vinte cinco anos, mas que reflete na família Fênix até os dias de hoje. Aqui é Carlos Viana do Jornal da noite."

Quando o jornalista acabou de falar eu estava de boca aberta. Então era por isso que a Carol não respondia as minhas mensagens nos últimos dias. Minha amiga havia sido sequestrada! 

-Meu Deus, que coisa mais maluca!- eu exclamei em voz alta.

Peguei meu celular no bolso da blusa e disquei para casa do Heitor. Minhas mãos até tremiam de nervoso. Eu precisava falar com a Carol. Precisava saber como ela estava.

O telefone tocou por varias vezes, até que uma mulher atendeu.

-Residencia Fênix. Boa noite.- 

-Boa noite. Eu gostaria de falar com a Carol.- eu pedi.

-Sinto muito. A senhorita Carol não pode falar no momento. A família Fênix não vai se pronunciar sobre o ocorrido. Se a senhora busca alguma informação sobre o sequestro entre em contato com a assessoria de impressa do senhor Fênix.-ela foi educada, mas direta.

Pelo jeito ela estava pensando que eu era algum tipo de jornalista ou coisa do tipo.

-Não. Acho que você não entendeu.Eu não sou jornalista.  Aqui é a Luna. Sou amiga da Carol. Morei com ela no conjunto. Se você falar com ela, tenho certeza de que ela vai querer me atender.- eu esclareci.

-Nesse caso guarde um momento que eu vou verificar se ela pode te atender.- a mulher respondeu do outro lado da linha.

Eu aguardei um tanto ansiosa. Demorou uns cinco minutos até que a voz da Carol soou do outro lado da linha.

-Luna!- ela exclamou.

-Carol, eu acabei de ver você na TV. Como você tá?!- eu perguntei em uma exclamação.

-Ah Luna...é tão bom ouvir sua voz.- ela respondeu e começou a chorar.

A Carol parecia nervosa, até soluçava de tanto chorar e eu senti meus olhos se encherem de água também. Acabou que no fim das contas, ao invés de conversar, nós duas estávamos chorando no telefone.

"Calma Cacau, não fica nervosa assim. Vai fazer mal pro bebê." eu ouvi a voz do Heitor ao fundo e arregalei os olhos surpresa.

-Você está gravida?!- eu perguntei.

-Estou...descobri hoje.- a Carol respondeu.

Eu comecei a rir de felicidade. Quer dizer então que a Carol teria um bebê! Aquilo era tão bom. Minha amiga sempre foi tão sozinha, agora estava formando uma família com o noivo dela. As coisas estavam se ajeitando para a Carol e aquilo me alegrava.

-Ah cacau, essa noticia é maravilhosa!

-Eu estou feliz, mas também estou um pouco assustada. O Heitor que não se aguenta de felicidade. Está achando que eu sou de porcelana agora. - ela brincou.

"Mulher gravida fica mais sensível Carol. Tem que ter mais cuidado." ele reclamou ao fundo.

-Pelo jeito agora ele não vai te dar sossego. Aguarde que a  paranoia dele vai piorar.- eu brinquei.

O Heitor já era cismado em circunstancias normais, agora então ficaria impossível. 

-Eu já estou sentindo. Ah Luna, vem aqui. Eu queria tanto ver você. Quero te ver.- a Carol falou com um tom choroso.

"Fala para ela que eu peço para o motorista ir busca-la e leva-la em casa se ela quiser." o Heitor falou ao fundo outra vez.

-Você ouviu Luna? O Heitor está disponibilizando o motorista. Amanhã é domingo, você nem tem desculpa de trabalho. Vem para cá, nem lembro qual foi a ultima vez que você veio me visitar. Eu estou morrendo de saudade. Se eu pudesse ir no conjunto já tinha ido aí te buscar a força.- a Carol insistiu.

Eu respirei fundo, ultimamente eu não andava com espirito para nada, mas não podia negar um pedido daqueles. Fazia mesmo muito tempo que eu não ia visitar a Carol. Para ser sincera, depois que ela tinha se mudado para a mansão Fênix, eu só tinha a visto duas vezes. Minha amiga agora tinha uma vida muito diferente. A Casa onde ela morava era tão grande que tinha até CEP próprio, tinha lago, jardim, piscina, quadra de tênis, futebol e vólei, sem contar na área verde e na própria casa que era tão grande e luxuosa que parecia coisa de filme ou novela. Dizer que a família do Heitor era rica era eufemismo, eles eram magnatas, podres de rico, tinha até jatinho. Apesar de todos me tratarem bem nas vezes que eu fui lá, eu me sentia deslocada. Para quem já estava acostumada com a quebrada, a casa onde a Carol vivia agora era coisa de outro mundo. Um mundo que não era meu.

Não estava muito animada para ir, eu queria almoçar com o Marcão na casa dele como costumava fazer nos últimos meses, mas a Carol tinha passado por um momento difícil. Ela também era minha amiga de anos, tinha me dado força mesmo que de longe, não podia recusar aquele pedido dela.

-Está bem. Eu vou.- eu disse por fim.

-Muito obrigada Luna. Você não sabe como eu quero ver você. O motorista vai te buscar as 09h00. Pode ser?- ela perguntou.

-Pode sim.Agora eu vou te deixar descansar. Você deve estar precisando depois disso tudo.- eu respondi.

-Sendo bem sincera eu estou mesmo caindo de sono. Na verdade eu tô ficando com sono o tempo todo.

-É normal. Eu fico assim até hoje. Aproveita e dorme bem, porque depois que nascer não vai ter jeito.- eu respondi com um sorriso.

-Eu te dou o mesmo conselho.- a Carol brincou.

-Até amanhã Carol.

-Até. Fica com Deus. Beijo.

-Amém. Outro para você.- eu respondi e desliguei o telefone.

Depois de falar com a Carol eu me senti mais tranquila. Me deitei no colchão e coloquei um filme para passar. Não assistia mais filmes de romance nem ação, porque sempre me lembravam o playboy e me faziam chorar. Eu tinha prometido para mim mesma que não choraria mais, não podia me deixar fraquejar. Tinha que ser forte e firme por mim e pelo meu filho. Não nego que quando lembrava do playboy não conseguia me conter, mas no mais, eu me mantinha firme. Nem mesmo  por conta daquele desgraçado do DG eu chorava mais, doía as coisas que ele fazia, eu sofria, mas enfrentava resignada. Não me deixava desmoronar porque tinha esperança de quem em breve eu daria um jeito de sair daquela situação. Eu tinha fé. Aquilo não ia durar para sempre, eu sentia que não.

Coloquei um filme de comedia para passar e fiquei assistindo enquanto esperava o sono vir. O filme não me fez rir, na verdade nada me fazia rir a não ser meu filho desde o dia que eu tinha perdido o playboy, mas pelo menos o filme não me fez chorar. Eu o assistir apática, apenas para passar tempo. quando era por volta de 23h00, minha mãe chegou em casa.

Ela tinha saído para ir ao shopping com a mãe do Riquelme, afinal de contas as duas eram amigas desde antes de eu namorar com aquele traste. Assim que a dona Rosa entrou pela porta, olhou para mim deitada na cama no chão com um olhar estranho e desconfiado. Ela não falou nada no primeiro momento, passou reto para a cozinha e eu continuei prestando atenção no filme.

-Você está sabendo da nova?- minha mãe perguntou da cozinha depois de um tempo.

-Não ando sabendo de nada.- eu respondi indiferente.

-A Márcia conversou com os meninos da boca e eles deixaram o Riquelme voltar para cá.- minha mãe falou.

Eu até poderia ficar com raiva, mas aquela noticia me foi indiferente. Não fazia a minima diferença na minha vida se o Riquelme voltasse. Agora que eu estava gravida, tinha certeza de que ele não ficaria atras de mim. Riquelme era do tipo de cara que não assumia nem ele, imagina se ele ficaria atras de uma mulher que esperava filho de outro? Ter o Miguel na barriga afastaria aquele traste de mim e eu agradeci a Deus e ao playboy mais uma vez por aquela dadiva. Aquilo era o playboy me ajudando mesmo depois de morto.

-Bom para ela.- eu respondi e dei de ombros.

-Ela disse que o Playboy mandou o Riquelme correr daqui por sua causa. Porque vocês dois tinham um caso. É verdade?- minha mãe perguntou com uma expressão fechada.

-O Playboy mandou o Riquelme embora  daqui porque ele era um covarde e o playboy não era homem de aceitar covardia.- eu respondi séria.

Minha mãe saiu da cozinha, parou na minha frente e me encarou séria.

-Levanta.- ela mandou.

Eu a encarei de volta e senti meu coração dar um tranco dentro do peito.

-Por que?- eu perguntei.

-Levanta daí agora Luna. Eu quero ver tua barriga.- ela mandou.

Eu até pensei em negar e ficar deitada, mas sabia que não tinha mais jeito de esconder nem eu queria também. Já estava cansada de ficar me escondendo e fingindo dentro da minha própria casa. 

Tirei as cobertas de cima de mim, me levantei do colchão e parei de frente para minha mãe. A primeira coisa que ela fez foi levantar a minha blusa. Minha mãe paralisou assim que viu minha barriga nua. O volume que minha barriga estava indicava o tempo de gestação, mas eu permaneci parada. Deixei ela olhar. 

A dona Rosa pareceu ficar inerte por alguns instantes. Sua expressão não demonstrava surpresa, no primeiro momento sua expressão não demonstrava nada, mas quando ela levantou o rosto para mim seu olhar era de raiva.

-Quem é o pai? É aquele vagabundo?- ela perguntou.

-De que isso importa. O filho é meu. Eu vou cuidar sozinha.- eu respondi.

-Quem é o pai Luna?- ela voltou a perguntar um tanto exaltada.

Eu abaixei a minha blusa na hora e cruzei os braços.

-Eu sou o pai e a mãe dessa criança.- eu respondi séria.

E não deixava de ser verdade. O playboy estava morto, por mais que eu quisesse que ele estivesse ali, ele tinha ido embora. Meu filho não teria pai na certidão nem na vida, eu seria pai e mãe.

-É o playboy? Eu sei que você estava transando com aquele marginal. Todo mundo no conjunto sabe que você se encontrava com aquele vagabundo. O filho é dele?- minha mãe perguntou com raiva.

-Eu não vou dizer quem é o pai. O filho é meu. É só isso que a senhora tem que saber.- eu fui firme na resposta.

   A memoria do Playboy ficaria para sempre comigo e um dia eu falaria dele com o nosso filho, mas eu não iria revelar o nome do pai para ninguém. Não queria ouvir minha mãe falando do playboy, nem me julgando, eu não suportaria ouvir as pessoas falando dele comigo de forma tão desrespeitosa, o chamando de vagabundo e ladrão como tanta gente andava falando pelo conjunto. Era isso que iria acontecer se eu revelasse para minha mãe que o playboy era o pai. Ela ficaria me jogando na cara que eu tinha engravidado de um bandido que tinha roubado da própria boca, de um cara que tinha morrido cheio de bala em uma vala, ela resumiria o playboy a um merda só para me atingir e eu não suportaria. Eu tinha me apaixonado por outro playboy, eu tinha me apaixonado não pelo traficante gerente da boca, eu tinha me apaixonado pelo homem que eu não sabia o nome, o homem que eu via naquele olhar firme e penetrante que só ele tinha. Eu havia me apaixonado pelo homem que me chamava de menina com carinho, que me olhava de um jeito que aquecia meu coração. Eu tinha amado e ainda amava o homem generoso e corajoso que não pensou duas vezes antes de ajudar a minha amiga ou meu irmão, que não tinha medo de enfrentar o que quer que fosse para fazer o que achava certo. Aquele playboy que eles diziam ter roubado o Dg e tentado fugir, o playboy que o Dg se orgulhava de dizer que havia implorado pela vida quando foi pego roubando, não era o playboy que eu conhecia. Eu sabia que aquilo era mentira, por mais que eu não tivesse provas do contrario.  

Ninguém conhecia o playboy como eu conhecia, ninguém sabia como ele era um homem paciente e amoroso, nem em como ele se preocupava comigo, em como ele era um homem corajoso e inteligente.O playboy podia sim ser um traficante e esse era um lado dele que eu não me orgulhava, mas ele era mais do que aquilo. Ele era muito mais complexo do que o rotulo que eles davam para ele. Já era difícil ouvir os buchichos dos outros na rua, eu não suportaria ouvir minha mãe me jogando aquilo na cara todos os dias por conta daquela gravidez.  

Eu encarei minha mãe com firmeza e esperei ela dizer alguma coisa, mas ela ficou em silencio. Seu rosto começou a tremer e de repente senti um tapa queimar no meu rosto.

-Vagabunda.- ela falou entredentes e me acertou outra vez.

Eu fiquei parada, em silencio e com o peito doendo. Não queria revidar e piorar a situação, mas minha mãe não se contentou com dois tapas e um xingamento.

- COM QUANTOS VOCÊ FICOU ALÉM DAQUELE TRAFICANTE DE MERDA PARA CHEGAR NESSE PONTO?  SUA VAGABUNDA. VOCÊ NÃO SABE NEM QUEM É O PAI DESSE BASTARDO.- ela gritou e levantou a mão para me bater mais uma vez.

Quando ela foi me acertar uma terceira vez eu segurei sua mão. Tinha uma vontade de chorar, mas me segurei. Eu não choraria mais. Não me permitiria ser fraca.

-Agora você me chama de vagabunda, mas quando quis que eu deitasse com um traficante para salvar a pele do seu filho, abrir as pernas para qualquer um era um  ato de heroína para a senhora. Você chama o playboy de traficante de merda, mas esquece que foi ele que salvou seu filho que por sinal está trabalhando na boca nesse exato momento. Se ele é um traficante de merda, o que o Fael é?.- eu falei com raiva.

Ela parou ofegante e no momento seguinte abaixou a mão. 

-Eu não vou sustentar filho seu Luna. Tu vai ter que se virar sozinha. Se quis abrir as pernas agora arque com as consequências.- ela falou com raiva.

-Pode ficar tranquila. Eu trabalho para isso mesmo. Sustentei seu filho, agora vou sustentar o meu. 

-Você sustentou quem aqui Luna? Eu recebo pensão do seu pai desde que ele faleceu.

-Que não é merda nenhuma. Dá para pagar as contas e olhe lá. Essa mordomia que o Fael e você tiveram desde que meu pai morreu fui eu que banquei com meu trabalho.- eu respondi com raiva.

Nunca joguei aquilo na cara da minha mãe, porque aquilo não era do meu feitio, mas já estava cansada de ser tratada daquele jeito. 

 -Ainda bem que seu pai não está aqui para ver o que você se tornou Luna. Uma vagabunda, que não sabe nem quem é o pai do próprio filho. Ele morreria de desgosto de você. Pois agora você pode guardar seu dinheiro para cuidar do seu filho. Você vai precisar. Diferente de mim que tive um homem para assumir os meus filhos, que não me deixou desamparada, tu vai ter um filho sem pai e a vida não costuma ser fácil para mãe sozinha.- minha mãe respondeu, me deu as costas e entrou para o quarto.

Eu ouvi a porta batendo e me sentei no sofá. Confesso que o nó na garganta e dor no peito me fizeram encher os olhos de água, mas eu respirei fundo, me segurei e não chorei. Não me permitiria chorar. Se eu começasse a chorar desabaria e eu sabia que aquilo fazia mal para meu filho. Me levantei, bebi um copo com água para me acalmar e voltei para a cama. Me deitei, voltei a assistir meu filme e quando terminou eu fui tentar dormir.

Naquela noite eu sonhei com o playboy como na maioria das vezes e acordei até bem. Eu tinha passado a gostar de sonhar com o playboy, sentia ele mais perto de mim. Assim que abri os olhos, fui direto para o chuveiro tomar um banho e quando entrei no quarto para pegar roupa, minha mãe ainda dormia. Naquele dia eu decidi vestir um vestido. Não ficaria mais escondendo a minha barriga já que agora minha mãe sabia. Escolhi um vestido antigo que eu tinha, mas custava usar. Era de alças, amarelo e de pano leve. Batia na altura dos joelhos. 

Quando me olhei no espelho com o vestido até esbocei um sorri. Não é que tinha ficado bonito. Deixava o formato da minha barriga redonda bem visível e mostrava bem o volume. Eu passei a mão pela barriga e sorri sozinha. Nem eu mesmo tinha notado o quanto minha barriga havia crescido, de tanto que eu a escondia dos outros.

-É Miguel. Você está ficando bem grandinho. Vai puxar o papai.- eu sussurrei para ele.

Quando terminei de me trocar, já era 09h10 e o motorista da mansão já estava na porta do prédio. Eu peguei minha bolsa, sai de casa, desci as escadas e fui até o carro.

-Bom dia Augusto.- eu cumprimentei o motorista.

-Bom dia senhorita Luna. - ele respondeu e deu a partida.

Durante o caminho até a mansão Fênix, eu mandei uma mensagem para o Marcão avisando que passaria o dia na casa da Carol para ele ficar tranquilo. 

Quando cheguei na mansão já era por volta de 10h00 da manhã. O carro mal estacionou na porta e a Carol saiu de dentro da casa. Minha amiga tinha uma tala imobilizando o braço e um olho inchado, mas o sorriso radiante que ela tinha no rosto era o que mais chamava atenção.

Assim que eu desci do carro, ela desceu a pequena escadaria que ficava na entrada e veio correndo para me abraçar.

-Não corre Carol. Você pode cair.- o Heitor falou vindo atras dela, mas a Carol não deu ouvidos.

-Luna!- ela exclamou enquanto tentava me abraçar com um braço só.

-Oi cacau.- eu respondi com um sorriso.

-Eu estava com tanta saudade.- 

-Eu também. Tenho tanta saudade de você cacau.- eu confessei enquanto a apertava.

-Oi Luna. Como vai?- o Heitor perguntou, educado como sempre.

-Eu vou bem.- eu menti.

A Carol me pegou pelo braço e saiu me puxando para dentro da casa. A Sra. Fênix estava no hall junto com a Agatha, irmã do Heitor e assim que elas me viram, começaram a falar. A família do Heitor era um amor, tinha conhecido há algum tempo na minha primeira visita àquela mansão e me surpreendi com eles. A Carol era mesmo muito abençoada, tinha encontrado um príncipe e a família dele ainda era maravilhosa. Eles a tratavam muito bem.

-Luna, que bom que você chegou. A gente estava te esperando para o café.- a Sra. Fênix falou quando me viu.

-Menina, esse vestido ficou lindo em você. Acredita que eu nem tinha notado que você estava gravida?! Você está de quantos meses?- a Agatha perguntou.

-Cinco.- eu respondi pela primeira vez sem medo.

-Olha só. Eu estou com um mês a menos que você. É menino ou menina?

-Menino. Vai se chamar Miguel, era o nome do meu pai.- eu respondi com orgulho.

-O meu também é menino. Vou colocar o nome de Cristiano, como meu pai também.- a Agatha respondeu.

-Meu sogro está todo derretido.- a Carol falou em voz baixa para mim.

-Eu ouvi isso Carol.- uma voz grave soou.

Era o Sr. Cristiano Selig Fênix, o homem que colocava medo até em bandido. Dava para entender, a primeira vez que eu conheci o cara também me senti intimidada. Na verdade eu ainda ficava um pouco, mas a Carol já parecia muito a vontade com o sogro, porque estava com um sorriso de orelha a orelha para o homem.

Cristiano Selig Fênix era um homem de cinquenta e sete anos, forte, tinha a altura do playboy, branco e com uns olhos azuis que pareciam um céu de meio dia sem nuvens. Era serio e um tanto amedrontador, mas quem o via com a esposa chegava a ficar de boca aberta, o homem amolecia todo. A mãe do Heitor era uma mulher de cinquenta e um anos, tinha a pele da cor da minha e os cabelos cacheados. Era mais baixa que eu e magra, devia ter no máximo uns cinquenta quilos. Os dois eram um contraste impressionante, mas eram visivelmente apaixonados. O Sr. Fênix sempre ficava com uns olhos de menino quando olhavam para ela, isso que era engraçado.

Ele veio andando até chegar atras da esposa e a abraçou por trás.

-Quem está toda derretida com os netinhos é a pequena aqui.- ele se defendeu.

-Eu não aguento quando você quer dar uma de durão Cris. Ele está todo derretido sim Gatinha. Até chorou quando você disse que daria o nome dele para o bebê.- a Camila o entregou.

-Pequena...- ele reclamou.

-É para você deixar de ser bobo. Contei sim e é verdade. Chorou sim. E eu estou toda derretida também. Não tem nenhum problema nisso Cristiano. - ela confirmou.

-Está bem. Eu admito, mas também com uma homenagem dessa. Agora podia vir uma menininha né? A gente já tem o Cauã e o Neto, bem que podia vir uma garotinha. O que você acha Carol?- o Sr.Fênix falou com os olhos brilhando.

-Vamos ver o que Deus vai mandar. Eu quero que venha com muita saúde.- a Carol falou com um sorriso contagiante.

Eu fiquei só observando a animação da família do Heitor com a gravidez da Carol e pensei em como na minha casa tudo era diferente. Eu ficava muito feliz pela minha amiga ter encontrado um lar para ela. A Carol não passaria pelo que eu estava passando e aquilo me aliviava. Pelo menos uma de nós duas tinha dado sorte no amor. 

Depois de ficarem alguns minutos conversando nós fomos para a mesa. O Cauã me deu uma abraço assim que me viu. Agora a Carol tinha a guarda do garoto e os dois pareciam muito felizes com aquilo. Ele já até chamava a Carol de mãe.

Nosso café da manhã foi bom. O almoço também. Passei o dia todo com a Carol. Ficamos um tempo na piscina depois de almoçarmos e quando foi por volta de três horas da tarde, o Heitor foi dar as aulas de desenho para o Cauã e para  o neto da governanta, a Agatha foi praticar piano, os pais do Heitor subiram para o quarto. Eu fiquei na beira da piscina com a Carol e eu observava o jardim quando a voz da Carol soou do meu lado.

-Agora que a gente está sozinha. Pode me contar o que aconteceu.- a Carol falou.

-Do que você está falando Carol?- eu me fiz de desentendida.

-Eu te conheço Luna. Você está com um jeito de que aconteceu alguma coisa. Me fala o que é?- ela pediu.

-Eu estou bem Carol. Você é quem foi sequestrada. Me fala como você está.- eu tentei me desviar.

-Eu estou bem. Fui medicada. Não sofri nada que não vou me recuperar. Daqui uma semana estou boa. Agora me diz o que aconteceu com você.- a Carol insistiu.

Eu olhei para ela, respirei fundo e cedi. Até porque eu precisava mesmo desabafar.

-Minha mãe descobriu que eu estou gravida. A gente teve uma briga feia ontem porque eu não quis dizer quem era o pai.- eu contei cansada.

-Porque você não diz?-

-Não quero que ninguém fique falando mal do playboy comigo. Se eu contar que ele é o pai, minha mãe não vai me dar sossego. Já basta o que eu tô passando com a morte dele.- eu falei com a voz engasgada.

A Carol ficou em silencio e eu também fiquei. Até que ela voltou abrir a boca.

-Luna, eu conversei com o Heitor e ele concordou em emprestar a cobertura dele para você morar com o bebê.- a Carol falou.

-Eu não quero Carol.- eu respondi imediatamente.

-Luna, por favor, deixa de ser cabeça dura. Você mesmo me disse que o Dg fica te perseguindo no conjunto. Aceita o apartamento, é de coração. Pensa no Miguel. Eu estou pensando em você e no meu afilhado. Você tem que sair de lá.- a Carol falou um tanto aflita.

-Não é orgulho nem teimosia Carol.Eu não posso. Por favor, não insista. Eu agradeço de coração, mas eu não posso aceitar.- eu respondi com firmeza.

Tudo que eu mais queria era sumir daquele conjunto, mas o Dg nunca me deixava esquecer da sua ameaça de matar minha mãe e o Fael. Por mais decepcionada que eu estivesse com os dois, eu não podia fazer aquilo. Não podia ir embora com o risco daquele maluco descontar a raiva dele nos dois. Eu nunca teria paz se a minha família fosse assassinada por conta de um romance que eu tive com um traficante. Eu tinha que permanecer no conjunto até dar um jeito de contornar aquela situação.

A Carol olhou para mim, respirou cansada e se calou. Por um pedido meu, nós mudamos de assunto. Conversamos sobre coisas mais amenas e ela me disse que já estava pensando no nome que daria para o bebê dela. Segundo a minha amiga o Heitor já estava tão ansioso que tinha marcado tudo quanto é tipo de exame para ela fazer com menos de um dia de descoberta da gravidez. A Carol disse que ele tinha falado que havia dado o golpe da barriga ao avesso para segura-la, que agora a Carol não tinha mais jeito de correr do casamento  e eu me acabei de rir. O Heitor era uma figura.

O dia que eu passei na mansão foi muito agradável e quando a noite chegou eu até fiquei triste. Pensar em voltar para casa e encontrar minha mãe estava me fazendo ficar angustiada, mas eu deveria estar preocupada era com outra coisa. Havia me esquecido que tinha um problema muito pior. Um problema chamado DG.

Era por volta de 21h00 quando o motorista da mansão parou com o carro em frente ao portão do meu bloco. Eu me despedi do motorista, desci do carro, mas quando entrei no meu prédio dei de cara com o DG.

Ele estava com a expressão fechada, os braços cruzados e a arma na cintura era visivel.

-Onde tu tava?- ele perguntou em voz baixa e deu um passo na minha direção.

-Eu...eu...eu

-Para de gaguejar e me responde porra!- ele falou exaltado.

-Fui na ca...casa da Carol.- eu respondi.

O DG se aproximou mais de mim, e eu fui andando para tras. Minhas pernas tremiam, na verdade eu estava me tremendo inteira. Quando ele me pegou pelo braço com força e me jogou contra a parede eu tive que engolir o grito, porque sabia que o deixaria com mais raiva. Eu me encontrei com as costas contra a parede e ele se aproximou de mim, tirou a arma da cintura e levou o cano até a barra do meu vestido. Logo em seguida ele levantou o pano até acima da minha barriga e me olhou com ódio.

-Tu tá buchuda daquele desgraçado?- ele rosnou entredentes.

Sua voz era baixa, mas eu senti a o ódio contido nela.

-Não. O filho é meu.- a voz do Marcão soou atras de nós dois.

O Dg se afastou de mim na hora e olhou para o Marcão. Eu estava aliviada de ter meu amigo ali, mas notei que se não agisse naquele momento, quem ficaria em uma situação ruim seria o Marcão. Eu vi nos olhos do Dg, o problema dele era comigo...não importava quem era o pai daquela criança que eu carregava, ele continuaria me perseguindo e passaria a perseguir o marcão também se eu sustentasse aqueça historia. Não queria que o Marcão se tornasse mais um alvo. 

Quando o Dg deu um passo na direção dele, eu me coloquei na frente. Não sei de onde tirei coragem, só sei que quando dei por mim já tinha parado na frente do Dg.

-É mentira. Eu e o Marcão nunca tivemos nada, nem beijo na boca. Para eu ter engravidado do Marcão, só se tivesse ficado com ele na mesma época em que eu ficava com o playboy. Você acha que o playboy não saberia que eu estava o traindo com outro cara da biqueira?.- eu falei firme e olhando nos olhos do Dg.

-O playboy podia ser um desgraçado, mas não era burro.- o Dg falou e seu rosto tremeu de raiva. 

No momento seguinte eu senti ele agarrando meus cabelos com força e me prensando contra a parede.

-Ah.- eu gritei de susto.

-TU FICOU MALUCO!- ouvi o Marcão gritar e ele puxou o DG pelos ombros.

Quando ele me soltou eu mal estava me aguentando de pé. Minhas pernas estavam moles e minha barriga endureceu. O Marcão estava prestes a acertar o Dg, mas antes que ele cometesse aquela loucura que o colocaria na mesma vala que o Playboy, eu puxei o Dg pelos ombros e fiz a ultima coisa que eu pensei que faria na minha vida. Beijei aquele desgraçado.

Sua boca tinha um gosto horrível de maconha e vodka. Ele passou os braços em volta de mim, me prensou contra a parede e na hora eu senti sua ereção crescer. O esforço que eu tive que fazer para não vomitar foi grande. Seu beijo era violento, e ele puxava meus cabelos. Quando eu consegui afastar a sua boca da minha eu tive que puxar o ar com força para não desmaiar.

-Eu quis tirar. Eu não queria ter o bebê, mas não consegui fazer o aborto. Eu não tinha dinheiro para pagar, tentei fazer em casa, mas não deu certo. Eu nunca quis um filho. Eu só ficava com o playboy por que ele era gerente. Não quero o bebê. Eu vou dar para adoção assim que nascer. Eu não quero ter nada do playboy comigo. Um dia você me disse que eu mesmo ia pedir para ter você, e eu estou pedindo DG. É só o tempo do bebê nascer.Por favor me dá só o tempo dele nascer. Eu vou me livrar do bebê.-  eu menti.

O Dg me olhou por alguns segundos e deu um sorriso que me fez arrepiar dos pés a cabeça. Sua raiva pareceu retroceder um pouco, porque ele só mordeu meu lábio inferior e enfiou a mão dentro da minha calcinha.

-Eu te disse boneca. Um dia tu mesmo ia querer. Tu ainda vai sair no lucro. Deixou o gerente e vai pegar o patrão da porra toda.- ele falou por fim e se afastou de mim.

O Dg voltou a guardar a arma na cintura, olhou para o Marcão com um sorriso irônico e deu as costas para nós. Quando o Dg saiu do prédio o Marcão estava me olhando com uma expressão incrédula. 

-O que foi que tu fez Luna?!Porque você não me deixou assumir o bebê? - o Marcão perguntou visivelmente sem acreditar.

-Se você fizesse isso seria o próximo a ser jogado na vala Marcão. Eu ganhei tempo para nós Marco. Agora eu tenho quatro meses para resolver essa historia. eu respondi séria.

-E se a gente não consegui resolver isso Luna? Você acha que o Dg vai fazer o que contigo depois que tu tiver o Miguel? O que tu acha que ele vai fazer com o seu filho quando perceber que tu mentiu?

-Se a gente não resolver até lá eu já sei o que fazer Marcão. Não precisa se preocupar. Não vou desfazer do meu filho, nem vou deixar esse desgraçado chegar perto dele. Eu vou tirar o Dg do meu caminho de um jeito ou de outro.- eu respondi séria

Não estava orgulhosa do que havia feito, mas também não me arrependia. Eu sentia uma vontade louca de chorar por estar naquela situação, por ter que passar por tudo aquilo, mas não o fiz. Eu já sabia que choro não resolvia nada naquele mundo que o playboy tinha me colocado, ali a gente precisava ter presa e eu criaria as minhas e  afiaria as minhas garras. quando o Dg viesse me procurar ele não me encontraria com medo. Eu iria para cama com ele e e faria aquela ser a ultima noite que ele teria. Eu mataria aquele desgraçado antes dele sonhar em colocar as mãos no meu filho.

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