Eu esperava qualquer coisa da Marina, menos que ela estaria linda e sedutora para o nosso jantar. Que bocão vermelho era aquele? Fiquei louco de tesão só com essa visão. Nosso jantar foi divertido, mas controlar algo que acho que foi ciúmes acabou comigo, todos os homens olhavam para ela, até mesmo o garçom que nos atendia. O pior de tudo era imaginar que eles a desejavam tanto quanto eu. Aliás, tinha algo muitooo pior, eu estava com ciúmes, porra!! Eu nunca na minha vida imaginei ter ciúmes de alguém.
Acho que a Marina não está muito acostumada com bebidas, ela estava meio altinha e nem bebeu muito do vinho que escolhi pro nosso jantar. Fui galanteador o tempo inteiro, elogiei-a sempre que pude, demonstrei meu desejo e a acariciei sempre que tive oportunidade.
Eu já estava louco com todos olhando para ela, então sugeri que fossemos embora, Marina não se importou, aliás, me deu um sorrisinho bem safado. É hoje!!! Quando estávamos saindo do restaurante, ela me disse que precisava voltar, pois queria ir ao banheiro. Eu ofereci irmos ao hotel onde estou hospedado, não escolhi esse restaurante à toa, sabia muito bem onde terminaríamos a nossa noite. Ela não se opôs e fomos direto para o hotel.
Quando chegamos ao quarto do hotel, mostrei onde ficava o banheiro e a Marina se encaminhou pra lá. Eu estava animado e precisava ficar a vontade, tirei o blazer e a gravata e abri alguns botões da camisa. Percebo que a Marina está saindo do banheiro, linda com os sapatos nas mãos e com aquela boca vermelha e convidativa. Não pensei duas vezes:
- Nada vai me impedir agora de borrar esse batom. – Disse agarrando o seu cabelo. – Você me provocou o jantar inteiro.
Merda, que telefone é esse tocando? É o da Marina, ela atende, mas percebo que irá desligar logo. Comecei a desabotoar a minha camisa, eu tenho pressa, estou louco de tesão e quero dar tudo e mais um pouco para Minha Doçura.
Ela desligou o celular e resolvi me fazer de desentendido:
- Onde paramos? – pergunto com um sorriso safado.
- Acho que em algo sobre meu batom. – diz retribuindo o sorriso.
Era incrível ver como a Marina estava entregue, transamos muito e era delicioso a escutar gozar. E eu queria mais, mais e mais... Por isso não resisti ao acordá-la de um jeitinho especial, me enfiei entre as suas pernas e fui provar do seu sabor. Delicioso, como tudo da Marina. Ah, Marina, você é a minha perdição.
Caímos em um sono profundo e quando acordei não a encontrei em lugar nenhum. Por incrível que pareça me senti decepcionado. Esperava tê-la em meus braços nessa manhã, e ter mais algumas horas de sexo incrível com aquela mulher, que cá entre nós é uma delicia na cama, mas ela não me permitiu esse prazer. Que porra está acontecendo comigo? Nunca senti nada disso, nem pela Sara, que foi a mulher que decidi casar, que prometi estar com ela até que a morte nos separasse. Hoje pela primeira vez, arrependo-me dessa promessa estúpida e percebo que poderia ter muito mais do que o que a Sara me oferece. Será? Eu, Camilo, estou amando? Isso é possível, Santo dos Conquistadores???
Chega de tanto pensar! Isso é coisa de gente fraca. Levanto-me e vou ao banheiro, preciso trabalhar e esse rostinho lindo precisa estar perfeito para as minhas fãs.
No caminho para o trabalho, o meu celular toca e vejo que é a Sara. Droga, hoje realmente não estava a fim de papinho, mas preciso falar com ela.
- Bom dia, querida! Como estás?
- Camilo, você pode me dizer onde estava ontem a noite? Liguei algumas vezes e você não atendeu e nem teve a decência de retornar a ligação. – que horas ela ligou? Merda, deixei o celular no silencioso e esqueci de conferir.
- Princesa, estava com uma dor de cabeça terrível, deitei cedo e peguei no sono. Deve ter sido o remédio que tomei. Desculpe-me. Me diz, do que você precisa?
- De apenas uma coisinha: quero nossa casa comprada até o fim dessa semana. – que merda está acontecendo?
- Eu te prometi e vou cumprir. Diga-me, por que toda essa ansiedade, Princesa?
Ela fica muda e demora bastante para responder. Eu gelo.
- Apenas saudades, meu amor. – ela nunca foi tão esquisita ao dizer isso como hoje.
- Também estou com saudades, preciso desligar, estou dirigindo. Beijos.
Tem alguma coisa errada, será que aconteceu algo com a Sara e ela não quis me contar? Já vi que teremos problema vindo aí. Que grande merda!
Até que percebo que estou indo ao trabalho, mas hoje é domingo. Céus onde é que estou com a cabeça, não é possível que a vontade de ver Marina é tanta que já estou me perdendo nos dias da semana? Grande merda! Nem mal chegou e está enlouquecendo a minha vida. Dou meia volto e retorno para o hotel.
Vou o restante do caminho pensando na Marina, no quanto ela é uma mulher leve, divertida e sexy. Por que não a encontrei antes? Tenho certeza que me apaixonaria por ela sempre, mas agora o que posso fazer, tenho a Sara e todas as promessas que fiz a ela.
Consigo sentir o cheiro da Marina em mim, o seu toque, os sons dos seus gemidos, a forma como ela me apertou ao gozar. Realmente, ontem fui um homem de sorte.
Tive um domingo de merda, minha vitalidade está no lixo. Só fiz dormir, dormir e dormir. Na manhã seguinte, acordo pouco disposto, mas preciso retornar ao trabalho, me arrumo e sei que estou perfeito como sempre.
Chego ao jornal e só desejo uma coisa, encontrar a Marina pelos corredores, ouvir sua voz e ter o prazer de vê-la sorrir. Preciso tê-la de novo, preciso encontrá-la e sentir igual ou mais do que essa noite que passamos juntos.Que só de lembrar... Melhor ocupar minha cabeça com trabalho. Foco Camilo!
O dia passa se arrastando, faço de um tudo, mas não a encontro em
lugar algum. Até parece que está se escondendo de mim ou me evitando.
Não consigo falar com mais ninguém, além da sua secretária. E o que é
uma merda, não tenho o número do seu celular. Sou realmente um idiota
e burro.
- Redação, boa tarde, Carla falando.
- Oi Carla, eu gostaria de falar com a Marina.
- Quem gostaria, por gentileza?
- É o Camilo, Carla. Pode passar a ligação
- Infelizmente não posso, pois a Senhora Marina – sinto um tom meio
hostil em sua voz ao dar ênfase na palavra “senhora” – saiu parao
almoço.
- Mas às três e meia da tarde?
- Pois é. Cada um sente fome em horários diferente. Posso ajudar em
algo mais? – Tenho a impressão de que Carla não vai com a minha cara.
Secretária petulante.
- Não! – digo e desligo o telefone.
Só tenho uma opção, esperá-la na saída do prédio. Isso se ela voltar a
empresa. E é exatamente isso que faço. Mais tarde quando a vejo saindo
do prédio, saio do carro e começo a andar na sua direção, mas quando
observo ela para em frente a uma lanchonete e vejo que ela não está
sozinha. Acaba de entrar com um homem. Quem é esse cara? E o que ele
está fazendo com a Marina? A fisionomia dele não me é estranha, mas
não consigo associá-lo de onde posso conhecer. Estou parado de frente
a lanchonete feito um adolescente inconsequente, sem me importar com
os carros atrás de mim, que estão buzinando pedindo passagem. Desço do
carro e fico observando-os da calçada. Dentro do estabelecimento Marina
parece está se divertindo com aquele homem. Um cara alto loiro. Mas de
onde eu conheço?
- Droga! – estou muito puto.De repente, eles se levantam para pegarem a comida, percebo o olhar dele para Marina, ele está atrás dela e não para de olhar para suabunda. Infeliz. Ela não percebe nada, chego a sentir arrepios de tanta fúria. Quando voltam à mesa, o homem que está com ela, percebe a minha presença e me encara. Ele me olha com desprezo. Por quê? O encarei de volta já que não devo nada aquele sujeito. Olho novamente para ele e já
não me encara mais, porém segura uma das mãos de Marina e com a outra
ele acaricia o seu rosto. Que merda é essa? Marina está gargalhando
bastante, como se estivesse ouvindo a mais engraçada das piadas. Mas
eu não gosto nada disso. Porra. Como um flash me lembro. Já sei quem é
o cara, sempre conversamos sobre demandas do Jornal, ele trabalha
conosco, só não recordo o nome desse bundão.
Ao voltar meu olhar pra ele, agora quem me vê é Marina. Seu sorriso se
desfaz em questão de segundos, seu semblante muda, ficando séria e
distante. Parece ter ódio no olhar. Novamente ela dá atenção para o
homem que está com ela e parece retribuir o carinho e atenção que ele
esta empenhado em lhe oferecer.
Ela não me olha mais, eles seguem para o caminho da saída e eu fico igual um trouxa parado no meio da rua, até que alguém se esbarra em mim e solta um palavrão Eu sabia, essa mulher seria a minha perdição e agora estou aqui, completamente enlouquecido. Entro no carro e dou alguns murros no volante. Não sou homem de perder mulher alguma, eu é que as deixo. A Marina será minha de novo e ela irá descobrir isto em breve. Estou estressado e resolvo ir embora, já cumpri todas as minhas atividades do dia no trabalho.
No caminho para o hotel, passo novamente por Copacabana, preciso beber uns chopps, relaxar e ver mulheres bonitas. Sento no mesmo quiosque e peço um chopp atrás do outro e perco as contas de quantos pedi, não quero mulher alguma, hoje minha mente e meu corpo só pensam na Marina. Começo a me odiar e me xingar por isso, acho melhor voltar pro hotel. Pago a conta e vou embora.
Chego no hotel e já são mais de 23 horas, quando paro na recepção sou informado de que tem uma mulher me aguardando no saguão do hotel. Instantaneamente me animo, certeza que é a Marina, apenas ela e a Sara sabem onde estou hospedado temporariamente. Lógico que não é a Sara, então só pode ser a minha morena, Minha Doçura. Me apresso e vou direto ao saguão e uma certeza eu tive: Estou sendo castigado. Que porra a Sara está fazendo aqui?
Ela está de costas para mim, mas é impossível não reconhecer a minha própria mulher. Sou obrigado a colocar a minha máscara, aproximo-me, coloco a mão em seu ombro e digo:
- Princesa, que surpresa é essa?
- Isso são horas, Camilo? Cansada de te esperar, estou há um tempão te esperando e essa merda de celular caindo na caixa.
- Meu celular caindo na caixa? – automaticamente pego-o no bolso e constato, sem bateria. – Me perdoe, Princesa. Sem bateria – E mostro o celular para ela.
Ela fica meio emburrada, eu nunca deixo a bateria do meu celular descarregar. Nem eu me reconheço.
- Venha aqui e me dê um abraço, estou louco de saudades. – digo, tentando amenizar.
Ela dá a volta e me abraça. Mas fica enfurecida ao perceber que eu estava bebendo e que foi além da conta.
- Bebendo, Camilo? Você mal chegou aqui e já está na farra? – diz, irritada.
- Princesa, o dia hoje foi difícil. Por isso tomei umas cervejinhas. – digo sendo sincero, ao menos uma vez na vida.
Sara apenas me olha por uns segundos, depois abre um sorriso, segura minha mão e diz:
- Vamos para o quarto, sei como te curar de todo e qualquer problema.
A Sara é sempre assim cuidadosa, lembra muito a minha mãe. Por mais que tente brigar comigo, ela nunca consegue. No fim, ela sempre me oferece amor e cuidado. Por vezes queria que ela gritasse, me batesse, exigisse que eu fosse um homem de verdade para ela. Só que é sempre assim, essa constante de tranquilidade, paz e cuidado. No inicio do nosso casamento, achava tudo isso perfeito. Mas depois do segundo ano, confesso a vocês, estou cansado dessa rotina. Sempre fui descarado, mas tudo isso da Sara me cansou e me fez só querer pegar outras mulheres.
Fomos pro quarto, tomamos banho de banheira juntos, ela cuidou de mim mesmo. Massagem, carinhos e beijinhos, mas fiquei com uma sensação estranha, algo estava diferente nela. Terminamos nosso banho e fomos direto pra cama, claro que transamos e isso ajudou a aliviar as minhas tensões.
Pego no sono, começo a sonhar... É ela, a Minha Doçura, veio me visitar. O sonho começa excelente, mas termina com ela beijando aquele bundão.
Acordo de péssimo humor e me deparo com meu segundo problema: Sara. Além de tudo preciso encontrar nosso novo lar. Dou uma desculpa de que preciso chegar mais cedo, me arrumo correndo e vou pro Jornal. Espero que possa conversar com Marina civilizadamente e eu pare com essa neura toda.
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Próximo Capítulo: 10/08/2014