Capítulo 07 - Marina - Verdade?? Sim, a mais pura verdade.

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Sai do hotel que o Camilo está hospedado e fui direto pra minha casa tomar um banho, fazer algo correndo pra comer e iria me encontrar com Sara. Conforme combinado ela me ligou no domingo bem cedinho. Apesar de ser domingo concordei em me encontrar com ela em um shopping. Não era perto da minha casa, resolvi escolher esse lugar exatamente por isso, não quero que nada seja vinculado com o meu pessoal, e sei lá, vai que um dia eu encontro com ela por ai. Já que eu não sou nenhuma profissional e não tenho nenhum escritório para isso.

Cheguei com uma meia hora de antecedência, resolvi olhar algumas vitrines antes. Quando deu o horário marcado fui ao encontro da Sara, que me disse com qual roupa estaria. Não foi difícil reconhecê-la com uma blusa rosa e um casaco de oncinha, sentada lendo um livro como disse que estaria. Ela era uma mulher aparentemente jovem de longe.

            - Senhora Sara? – perguntei para a jovem moça magra que estava sentava. Tinha um cabelo curto loiro um pouco bagunçado, uma aparência triste, mas ao me ver forçou um sorriso no rosto.

- Sim, você deve ser a Sra. Bertozzi. – disse ela ao levantar para me cumprimentar.

- Isso mesmo, muito prazer – apertou minha mão.

- Nossa... Como você é nova e bonita. – Sara me observava ou me analisava com esse elogio?

- Obrigada Sara, mas posso ser nova na idade, mas minhas qualificações e experiência não irão deixar a desejar. – noto que a feição dela muda ao me ouvir. Posso não ter nada disso mais malicia e lábia é comigo mesmo. Isso posso agradecer aos anos naquela empresa.

- Bem, por onde eu devo começar?

- Vamos então pelo começo de tudo. – abri minha bolsa, peguei um papel e uma caneta para anotar as informações. – por que você me procurou?

- Estou com uma desconfiança de que estou sendo traída pelo meu marido. Não morávamos no Rio de Janeiro...

- Deixa adivinhar, pelo sotaque você é da Bahia? – resolvi descontrair para quebrar aquele clima pesado que estivesse se formando.

- Exatamente, bem observadora, mas com esse sotaque não dá para negar. Mas como eu estava dizendo, não é de hoje que eu venho desconfiando. Mas só despertei agora depois da mudança dele para o Rio, visto que já tínhamos quase fechado negócio para comprar uma casa aqui e eu descubro que ele dispensou o vendedor, e as imobiliárias ele sequer tem procurado, eu liguei pra todas e ele não tinha feito sequer a visita dos apartamentos e casas.

- Mas seria apenas por isso, pelo fato dele não ter comparecido aos lugares que disse ter ido, a sua desconfiança?

- Não. Minha desconfiança é por questões mais sérias.

- Tipo? – gente esse “negócio” de ser detetive gera uma curiosidade tremenda.

- A minha desconfiança é por conta dos perfumes e batons baratos nas roupas, cabelos nas roupas, sem contar as diversas mentiras.

- Entendo.

Depois de termos combinado as questões de preço e como seria o serviço já estava começando a ficar com dó da Sara. Mas eu tinha que me manter calma e com uma aparência serena. Mas fiquei em choque quando ela me contou o acontecimento que pra ela foi o pior de tudo.

- Eu confesso que já não estava mais procurando ele na cama como antes mas na última semana em Salvador no dia do nosso aniversário de casamento ele não só apenas esqueceu, mas chegou completamente bêbado em casa, e eu como uma boa mulher acreditei em todas as mentiras. – Já estava prestes a interrompê-la e dizer que sentia muito. Era demais ter que escutar aquilo, mas ela mesmo assim continuou – Pois bem, ele disse ser super apaixonado por mim e eu lá feito uma manteiga derretida, cedi aos seus encantos e na hora H ele me chamou de Renata. O pior foi dizer que estava com a cabeça cheia de problemas no trabalho, e que essa Renata era a sua nova substituta na repartição, ficou o dia inteiro passando o trabalho pra ela. Só que ele não se recordava que o substituto dele era um homem. Depois disso ele só me chama de Princesa, Querida...

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