Chegamos na escola e corri para o meu armário, olhei para ver se havia alguém em volta, e retirei um pequeno alfinete da minha mochila. Pressionei o botão. De repente me senti dando voltas e tudo ao meu redor estava azul bebê. Eu estava dentro do meu armário, o 320.
Eu acho que a Nathy me deu cerveja, ao invés de refrigerante. Fiquei doida? Como posso estar dentro de um armário?! Ele era grande e eu era pequena. Como em um cômodo. Havia um sofá rosa claro, como os paninhos que eu havia colocado nas prateleiras, e um relógio preto no meio daquela "sala", como o relógio que eu havia colocado na porta interior do armário, e havia uma grande mesa branca com materiais escolares, os meus materiais que eu guardava ao fim das aulas, e havia uma grande tela mostrando tudo o que estava acontecendo fora do meu armário. Antes de eu me perguntar o que era tudo isso, uma grande televisão de plasma situada na frente do sofá, me respondeu. Para falar a verdade, uma mulher começou a falar, uma mulher que estava na televisão.
— Bem-vinda, Madison! Eu serei a sua guia.
— Primeiramente, o que é isso tudo?
— Bem, a cada século, um aluno diferente se depara com um pequeno botão vermelho em seu armário. Esse botão nunca aparece na mesma escola duas vezes. O sortudo que tiver a curiosidade de pressioná-lo em uma validade de 2 dias, se depara com essa sala. Minha função é guiá-la em suas aulas. Qualquer dúvida que você possuir, basta me consultar que eu saberei, e assim, você se tornará a melhor aluna da escola. Detalhe: A sala é extremamente secreta.
— E quem criou isso?
— Não chame de isso, chame de A Sala 320, que é o número do seu armário. E não existe quem criou A Sala, é uma questão fantástica, ou seja, ninguém iria acreditar se você dissesse que entra dentro do seu armário e ele se torna uma grande sala com uma guia que responde todas as suas perguntas relacionadas a escola. Isso é magia.
— Magia? Eu só posso estar sonhando!
— Se eu estivesse em seu lugar, provavelmente diria a mesma coisa. Porém, isso não é um sonho, é real. Pelo menos para você e para mim. E para os outros alunos, que acredito que foram somente 2 desde a criação d'A Sala. Bem-vinda.
— Tudo bem, deixa eu ver se entendi. O meu armário se transforma em uma grande sala quando eu pressiono um pequeno botão vermelho...
— Somente na primeira vez, agora basta você se posicionar na frente do seu armário e apertar bem forte esse colar — disse ela, e um lindo colar vermelho escuro e brilhante apareceu magicamente.
— Ok, e o tempo lá fora fica paralisado quando eu estou aqui dentro?
— Não necessariamente. Quando você desejar, você pode parar 5 minutos do tempo lá de fora e usá-los aqui. Mas isso é caso de emergência.
— E você responde qualquer pergunta minha?
— Só as referentes à escola. Mas também posso ser uma ótima conselheira, ha ha ha.
— Tá, isso não teve graça. Agora eu preciso ir para as minhas aulas. No intervalo eu volto aqui. Como faço para sair do meu armário?
— Aperte o colar novamente.
Eu coloquei o colar no meu pescoço e me senti rodando novamente, logo eu estava de fora do meu armário e a Aly estava parada do meu lado.
— Oi, Maddie! Como você foi parar aí? Nem vi você chegar...
— Oi, Aly! Nossa, seu cabelo está bonito hoje — disse eu para mudar de assunto.
— Você gostou? Estou testando um babyliss novo.
Nesse momento, Dylan estava vindo em minha direção. Ele tinha cabelos pretos e rebeldes, como os do primo (só que bem mais escuros), e estava usando uma roupa bem diferente do uniforme, estava usando uma jaqueta de couro. Ele me olhou com seus olhos azuis.
— Olá, Maddie.
— Oi, Dylan. Como sabe meu nome?
— Bem, parece que a sua amiguinha Julie está contando para todo mundo como você arruinou a festa dela.
— Ah, é isso. Bem, mas eu já pedi desculpas e disse que foi um acidente, porque realmente foi.
— Sei, gostei muito do que você fez. Aquela loura oxigenada merece uma lição. Acredita que ela estava dando em cima de mim?!
— Ah sei. Que convencido você, nossa.
— É sério, e aliás...
Ele foi interrompido pela diretora Rockwood que vinha gritando:
— Sr. Lewis! Na minha sala agora! Quantos vezes devo dizer que é proibido vir a escola sem uniforme!... Ora, ora... Srta. Olivander, você também está se enturmando a esse sujeito, para minha sala agora!!! — ela berrou.
Antes que eu pudesse me explicar, fui puxada pelo Dylan, que disse:
— Vamos, srta. Olivander, temos muito a conversar.
— Quem você acha que é? — sussurrei.
Fomos encaminhados a diretoria e estávamos sentados esperando pelo castigo. Eu olhava com tanta raiva para o Dylan, ele nem era meu amigo e eu ia ficar encrencada por causa dele. Mas antes de pensar mais um pouco, Josh invadiu aquela sala.
— Eu avisei a ele que a senhorita estava ocupada, Srta. Rockwood — tentou argumentar o segurança da sala da diretora.
— O que é isso, Lewis? — ela perguntou.
— Diretora, a Maddie não tem culpa de nada, eu a pedi para verificar umas tarefas com o Dylan, e agora ela está...
— Quem é Maddie?
— Madison, quero dizer. É costume chamar pelo apelido, perdão.
— Não me encha de detalhes. Está liberada, Olivander. E se você for vista em meio a uma encrenca novamente, já sabe...
— Sim, senhora... quero dizer, senhorita. Obrigada. — E olhei com raiva para o Dylan.
— Josh, por que você fez isso? —perguntei quando saímos da diretoria.
— Você é minha amiga, não é?! Faria o mesmo por mim.
Para ser sincera, eu não sei se faria o mesmo por ele, mas apenas fiz que sim com a cabeça.
Fomos para a primeira aula, e a Nathy também estava lá. Ela me olhou com cara de "o que aconteceu?" e eu respondi por meio de sinais que depois contava para ela. Pelo o que eu pude perceber, Dylan era um bad boy, e andar com ele, significava ficar encrencada. Mas parece que a Julie não se importava muito com isso, porque se o que ele falou é verdade, ela estava afim dele. Tanto faz. Tenho um peixe bem maior para pescar. O armário 320, ainda não estou convencida de que aquilo não passou de um sonho. Acho melhor verificar na hora do intervalo.