Simply Happens [H.S]

By gabriela231d

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Ela, uma menina ofuscada pelo próprio medo de se mostrar as pessoas. Sendo muito difícil conseguir desifrar... More

1°- Capítulo.
2°- capítulo.
3°- capítulo.
4°- capítulo
5° - capítulo
6°- capítulo
7°- capítulo
8°- capítulo
9°- capítulo
10°- capítulo
11°- capítulo.
12°- capítulo
14°- capítulo.
13°- capítulo.
15°- capítulo.
16°- capítulo
17°- capítulo.
18°- capítulo.
19- capítulo.
20°- capítulo.
21°- capítulo.
22°- capítulo.
23°- capítulo.
24°- capítulo.
25°- capítulo.
26°- capítulo.
27°- capítulo.
28°- capítulo.
29°- capítulo.
30°- capítulo.
31°- capítulo.
32°- capítulo.
33°- capítulo.
34°- capítulo.
35°- capítulo.
36°- capítulo.
37°- capítulo.
38°- capítulo.
39°- capítulo.
40°- capítulo
41°- capítulo.
42°- capítulo.
43°- capítulo.
44°- capítulo.
45°- capítulo.
46°- capítulo.
47°- capítulo.
48°- capítulo
49°- capítulo.
50°- capítulo.
51°- capítulo.
52°- capítulo.
53°- capítulo.
54°- capítulo.
55°- capítulo.
56°- capítulo.
57°- capítulo.
59°- capítulo.
60°- capítulo.
61°- capítulo.
62°- capítulo.
63°- capítulo.
64°- capítulo.
65°- capítulo.
66°- capítulo.
67°- capítulo.
68°- capítulo.
69°- capítulo.
70°- capítulo.
71°- capítulo.
72°- capítulo.
73°- capítulo.
74°- capítulo.
75°- capítulo.
76°- capítulo.
77°- capítulo.
78°- capítulo.
79°- capítulo
Fim.
Agradecimentos e recadinhos.
Epílogo.
Wedding And Party ( capítulo bônus)

58°- capítulo.

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By gabriela231d

Estou encarando o teto do meu quarto, tentando entender porque sinto como se meu coração tivesse sido pisoteado e retirado para fora do meu peito.

Fazia tempo, fazia muito tempo que eu não sentia isso. Sentia como era estar magoada, como é cruel estar. Mas no entanto, eu sei que é diferente de antes. É muito mais cruel e esmagadora, porque foi causada por uma pessoa que eu ganhou minha confiança e consequentemente meu amor. Uma pessoa que me fazia sentir especial, uma pessoa que parecia estar aqui para mim e que nunca iria me julgar e jogar as coisas na minha cara. Mas no entanto, foi isso que aconteceu e talvez seja por isso que é cem vezes mais doloroso.

É tão doloroso, como se eu tivesse uma flecha no meio do meu peito e a medida que eu lembro, ela é recolocada, me machucando mais.

Sinto como se tivesse perdido a essência disso. De tudo isso. Sinto como se eu tivesse acordado, de um longo e encantado conto de fadas, onde eu encontrava a pessoa perfeita que me fazia sentir desejada, como se eu realmente fosse boa para aquilo.

Fiquei pensando, relembrando tudo, de todos os momentos, para chegar a conclusão de que, ele está certo. Harry está certo em dizer que sou egoísta, que só penso em mim mesma. Ele está certo e os porquês são evidentes.

Nunca parei para pensar nele, e em como ele se sentia. Era apenas, eu, eu, eu. Em tudo. Eu sempre fui desconfiada dele e sempre o julguei pelo o que eu via, não pelo o que ele era. Eu, mais uma vez, jogava os meus problemas paranóicos encima dele, para ouvi-lo dizendo que não tinha nada errado comigo quando evidentemente tinha. Mais uma vez, eu sou problemática e a culpa disso é minha por não ver o lado dele, não ver ele. Eu não o via, não percebia-o e não dei a atenção merecida à ele. No fim, eu sou o problema, novamente.

Harry merece alguém que o entenda, que o mereça, que seja fácil de entender, que seja tão encantadora quanto ele é, que o faça feliz, e que seja normal. Ele merece mais, ele merece o melhor e não sou o melhor para ele.

É difícil acreditar em como as coisas mudam, de uma hora para outra. De repente, o que parecia ser incansável se torna exaustivo. De repente, o que parecia ser eterno, e honestamente, eu queria que fosse, na verdade sempre foi instável. Eu apenas fechava os olhos e tentava acreditar que esse dia nunca chegaria, como se faz quando se ama uma pessoa e não quer perda-la.

Mas isso uma hora ou outra iria chegar, como eu mesmo sabia, como eu mesmo o disse aquela vez, no dia em que sentamos na varanda e senti-me encantada com aquele rapaz, mesmo não admitindo. Disse a ele que nada era eterno e que não me imaginaria em um relacionamento como esses de conto de fadas. Ele me fez morder a língua porque foi exatamente isso que eu vivi, mas por outro lado, estava certa em dizer que não essas coisas não duram muito tempo.

O fim sempre chega.

Tivemos momentos incríveis, que eu jamais, mesmo se quisesse, conseguiria esquecer mas isso agora, acabou. A minha gratidão por ter tido algo tão maravilhoso é grande e eu estou ciente da minha decisão. O que não quer dizer que eu não possa sofrer porque, merda, eu o amo. Eu o amo tanto que chega a doer e é por isso que estou o livrando de toda esse problema que eu sou. Para que ele possa encontrar uma pessoa melhor e que seja feliz, do jeito que não será comigo e com as complicações que vem junto.

Convenci-me que o que estou fazendo é por ele e que mesmo que posso estar criando uma cratera no meu peito, sei que posso, -- espero -- conseguir viver com isso.

A noite foi terrivelmente desconfortável. Tirei pequenos e inúmeros cochilos durante toda ela e de manhã, acordei ainda mais cansada, como se não tivesse dormido nada.

Não falei com ninguém ontem, nem desci para jantar e convenci surpreendentemente Mary dizendo que eu estava com uma cólica horrível. Meus pais devem ter acreditado nela porque não vieram me chamar mas mesmo eu afirmando que não tinha fome, Mary me trouxe uma sopa, me forçando a comer. Ela insistiu perguntando se tinha acontecido alguma coisa mas continuei dizendo que era apenas indisposição.

Continuei no quarto a manhã inteira, com os pensamentos me atormentando, todos praticamente sobre ele, e sobre a história do seu pai. Uma história que me faz sentir muito por ele. É difícil acreditar que Anne tenha mentido sobre esse assunto, de tal maneira mas revendo os fatos, consigo entende-la.

É claro que esconder isso dele não foi certamente a melhor coisa a se fazer e imagino que ele esteja a se sentir traído, mas acredito que essa foi a forma menos dolorosa que ela achou para dizer sobre toda a situação. Dizer que seu pai tinha morrido certamente não é uma coisa legal, obviamente para um criança, mas dizer que seu pai o abandonou, simplesmente porque não se importava com ele era ainda pior. Imagina o quanto rejeitado, ele, e Gemma se sentiriam? Talvez se sentem, agora.

É óbvio que ninguém gosta de crescer em uma mentira, eu não gostaria por exemplo, mas posso entender que Anne não teve tanta culpa. Ela apenas queria protegê-los de um fato doloroso, além do mais, Robin sempre esteve presente e é visível o quanto Harry e Gemma gostam dele. Eu penso que talvez esse seja o motivo de ela dizer-lhes essa grande mentira, porque sabia que de alguma forma, Robin poderia ser o pai que eles precisavam.

Eu realmente não sei mas entendo o quanto difícil deve estar sendo para eles. A última coisa que queria agora, era que Harry estivesse magoado, mas eu poderia tê-lo ajudado, confortado ou apenas ouvido tudo que ele sentia sobre isso, se ele não tivesse me tratado da forma que tratou. Não que isso importe muito agora, não quero guardar mágoa dele, ele tinha motivos para estar irritado e eu entendo. Aquilo só serviu para mim ver o óbvio; não vamos dar certo.

Mary saiu para o curso à uma da tarde e disse que voltaria tarde, porque iria na casa do Michael, para jantar com a Sra. Clifford, e o Sr. Clifford. Uma janta que estava sendo adiada por muito tempo por Mary mas que Michael finalmente conseguiu convencê-la de ir. Ela é meio medrosa quando se trata dessas coisas.

Eu fiquei feliz por ela, bem, felicidade não é a melhor palavra para me definir agora, mas fiz o que pude. Ela merece estar feliz com o Mike, eles evidentemente se gostam muito, e adoro vê-la tão completa como ela está agora. Ele definitivamente a faz feliz.

O meu plano era ficar o dia inteiro na cama, esperando que o sono perdido na noite, aparecesse ou apenas ficar relendo meus livros, mas minha barriga roncou, me lembrando que eu não comi nada o dia inteiro e que eu precisava me hidratar tomando nem que seja, um copo d'água.

Não faço ideia de que horas são, porque meu celular está desligado e eu não pretendo liga-lo tão cedo. Os motivos são óbvios. Me arrasto para fora da cama, relutantemente e calço minhas pantufas quentinhas antes de sair do quarto e descer as escadas, batendo corrida como uma lesma.

Faço um chá de hortelã para tentar tirar a minha dor de cabeça mas ela apenas parece crescer quando eu bebo, lembrando involuntariamente do gosto dele. Céus, não posso nem tomar um chá em paz.

Termino de tomar o chá depois de o que parece duas horas. Minha lentidão é tanta que quando ouço batidas na porta, me pergunto se realmente ouvi-as ou apenas estou delirando. Mas no entanto, as batidas continuaram, me forçando a ir até ela.

Quando chego até ela, hesito em abri-la, recebendo um choque de realidade, sabendo que a pessoa que eu mais temo em ver, se encontra atrás dela. Eu não temia em vê-lo vinte e quatro horas atrás mas no entanto, as coisas mudam em menos tempo do que isso.

Silenciosamente, rezo para que eu consiga fazer o que eu quero e que nada, independentemente do que seja, me tire a determinação. Relembrando, vai ser melhor.

Quando eu abro, encontro de cara, uma rosa segurada por uma das mãos de Harry. O gesto esmaga o meu coração, não por não ser lindo e atencioso mas por ser exatamente isso, porém, em uma hora tão errada.

- Posso entrar? - sua voz é insegura e quando olho finalmente para o seus olhos, eles estão em mim, brilhando em algo indescritível.

Levo um momento apenas admirá-lo, lembrando que nunca conheci outro ser humano com a beleza exuberante desse rapaz de cachinhos e olhos verdes. Mas vai além disso. Harry é incrível e atencioso, com sonhos afetuosos e grandes. Ele não é perfeito, mas no entanto, está muito perto de ser para mim.

- Sim.

Ele entra visivelmente sem jeito e eu fecho a porta, fechando os olhos e mordendo de leve o interior da minha bochecha no processo.

- Eu sei que é idiota eu trazer uma rosa como se fosse apagar toda a merda que disse mas... Eu... Eu não sei o que eu posso fazer para você me perdoar. - a angustia é evidente na sua voz apressada e na sua expressão culpada.

- Você não precisa se culpar tanto. Você estava chateado com a história do seu pai e tinha bebido. Está tudo bem. Eu enten.. - ele me interrompe.

- Isso não muda em nada. Eu não podia te tratar daquela forma como se... Como se eu não precisasse de você porque, porra, eu preciso de você, Bella. - de repente, me encontro congelada quando suas mãos abraçam minhas bochechas carinhosamente. - Me desculpa por aquilo, por tudo aquilo. Eu estou me sentindo tão culpando e eu mal tinha coragem de vir aqui me desculpar porque eu sei que eu te magoei com a minha merda e e-eu não queria. Eu juro que não queira.

- Harry.. -

- Mas eu estava tão chateado com a droga da minha vida que-

- Harry! - corto-o e ele para. - Me deixe falar.

- Ok... - suas mãos ainda estavam em minhas bochechas, quentes e o sentimento não era reconfortante como normalmente.

No momento, tudo que eu conseguia sentir era angústia. Uma enorme angústia e uma pressão horrível no meu estômago, como se eu pudesse vomitar a qualquer momento. Meu coração se quebrando aos pouquinhos.

- Eu sinto muito pela história do seu pai.. -

- Não precisamos falar disso agora. - ele me interrompe.

- Harry, só me deixe falar ok? - ele assente com um suspiro e seus polegares acariciam minhas bochechas.

É angustiante e tenho que fechar os olhos por um momento para segurar as lágrimas. Me afasto do toque, somente para conseguir falar.

- E-eu realmente sinto muito sobre a história do seu pai e por você saber assim. - comecei, um suspiro trêmulo esvaindo sem permissão. - Você não merecia sofrer por isso. Eu sinto tanto por você e espero que... Você consiga ultrapassar isso. Você é forte para isso, Harry, eu sei que é.

Engulo em seco com as próximas palavras. Harry piscando os olhos de volta calmamente.

- Mas independente disso, e-eu estive pensando sobre tudo. Sobre a gente, principalmente. E.. - travei.

Não sabia como dizer. Não era fácil e por dentro, bem lá no fundo, eu não queria ter que dizer. Não queria perde-lo mas era necessário.

- E? - ele repetiu. A voz rouca e grave.

- E acho que devemos terminar. - falei de uma vez. - Não vamos dar certo.

Harry apenas continuou me olhando, como se tivesse digerindo o que eu disse ou tentando acreditar que eu realmente disse.

- O quê?

- Harry, não me faça repetir. - minha voz sai tão angustiada quanto o aperto no meu peito. Isso é difícil demais para mim, mais difícil do que eu esperava.

Dói tanto.

- Mas por quê? - seu tom é urgente demais. - Eu não queria dizer nada daquilo. Eu sei que foi fodido e você está magoada mas eu não queria.

- Harry....- praticamente sussurrei. - Isso não é culpa sua. Não é por aquilo. Você estava certo. Estava certo no que disse e eu não posso continuar com isso. Só não posso.

- Mas... que porra?

Harry puxa os cabelos exasperadamente e parece tão confuso. Eu tentei me manter firme, tentei manter a postura e agir como se aquilo não me quebrasse. Mas as lágrimas já piscavam nos meus olhos a esse ponto.

- Por que está fazendo isso agora? - perguntou. Sua voz grossa demais nos meus ouvidos. - Depois de tudo, por que agora?

- E-eu não sei. - falei honestamente.

Conseguia ver, através dos meus olhos turvos, sua mandíbula trincada. Ele se aproximou em seguida, tão de surpresa que não pude evitar que uma lágrima caísse ao fechar os olhos instintivamente. Harry estava perto e isso não ajudava.

- Harry..

- Você precisa de dar um motivo. - insistiu. - Eu gosto de você. O que está errado?

- Tudo. Dês do começo. E esse era o preço a se pegar.

- Do que você tá falando?

- De mim. De como eu sou. - engoli a voz de choro, limpando algumas lágrimas das bochechas. - E-eu não sou perfeita, Harry. E você merece alguém melhor.

- Foda-se, Bella. Você é perfeita pra mim.- voltou a dizer, suas mãos abraçando meu rosto. Harry olhou no fundo dos meus olhos e eu senti como se ele pudesse enxergar minha alma. - Ninguém é melhor do que você. Nunca seria.

- Harry..- tentei dizer mas Harry e sua boca foram mais ágeis.

Não percebo quando seus lábios pressionam os meus, me pegando desprevenida. Ele me beija mas eu não correspondo e tento, inutilmente afasta-lo empurrando-o com minhas mãos em seu peito, mas ele mal se move.

Em segundos me encontro perdendo as forças dos meus braços e relaxando enquanto seus lábios se movem contra os meus. O seu gosto familiar adeentra minha boca e eu me pego o acompanhando.

Como sempre, eles parecem dizer o contrário. Sempre tão prontos para corresponder.

Isso parece certo, e tão errado. Mas tão certo. Droga, não. Eu não posso. Empurro-o mais uma vez e desgrudo nossos lábios, virando o rosto quando ele tenta me beijar de novo.

- Não. - sussuro

Nem eu mesma acredito nisso.

- Por favor.

- Não. Não podemos. - apenas fecho os olhos. - Eu não estou preparada para isso, Harry. Eu não quero mais isso, não quero continuar. - me afasto finalmente dele e quando olho, ele parece magoado. Engulo o peso daquilo. - Vai ser melhor.

Minha cabeça girava, o seu gosto ainda presente em meu lábios somente faziam as lágrimas fluírem mais livremente. A lembrança do seus lábios cheios contra os meus foi o suficiente para eu estremecer com o pensamento de poder ter sido a última vez que pude sentir aquilo.

- Melhor? - repetiu, tão descrente que soava áspero. - Melhor pra quem?! - as mãos voando, gesticulando o quão irritado ele estava agora.

Permaneço em silêncio. Provavelmente nada do que eu diria o faria entender.

- Bella? - chama.

- Você não entenderia. - sussurro de volta. - Você só.. só precisa aceitar e ir embora. Por favor, Harry.

- Você não faz realmente ideia do que tá pedindo. - seu suspiro é cansado e eu tento não encara-lo diretamente agora. - Por que parece tão fácil pra você? Por que você espera que seja fácil pra mim fazer isso?

Não respondo. Eu não saberia responder nem se quisesse.

Quando finalmente consegui coragem para o encarar, encontrei seus olhos estavam em mim, angustiados e ele parecia tão exausto; seus cachinhos moldavam ao redor do seu rosto, os olhos brilhavam mas não do jeito que me acostumei em ver. A mágoa estava presente neles, em cada extremidade da sua íris verde-clara.

- Você não me quer mais? - a dor era tão perceptível na sua voz que me faz fechar os olhos. Um segundo de silêncio se instalou entre nós enquanto eu pensei que se eu não dizer isso, que não quero-o mais, ele vai continuar a insistir e seria cada vez mais difícil.

Abri meus olhos mas mantive meu olhar baixo, balançando minha cabeça lentamente, de um lado para o outro.

- Não. Eu quero que me diga. Fale e eu vou embora agora e prometo que não procuro mais por você.

- Harry... -

- Me diga, olhe para mim e me diga que não me quer mais, Isabella. - ele exigiu, como se soubesse que isso seria de mais para mim.

Dizer com palavras é cruel, para ambos. Não sei se tenho coragem para isso, porque eu sei que ainda quero-o mas não posso, não posso continuar com isso.

Um segundo de silêncio foi o suficiente para ele dar um passo na minha direção, mas levantei minha mão, o parando enquanto meu coração se dilacerava dentro do meu peito.

Eu tinha que fazer isso. Repetia para mim na minha cabeça antes de engolir em seco, e dizer:

- Eu... E-eu não quero mais você.

Quase pude ver, mesmo não olhando, a esperança de Harry sumir subitamente, seus ombros baixarem em fracasso e sua feições caírem e eu não queria imaginar o quanto isso pôde tê-lo magoado, não conseguiria lidar com esse peso. Merda, ele já pairava em meus ombros porque pude ter certeza quando ele perguntou, sua voz rouca em um quase sussurro grave:

- Não quer?

Minha visão estava turva pela quantidade de lágrimas em meus olhos. O aperto no meu peito imensurável. Nunca senti algo parecido em toda minha vida. E só se agravou quando eu acenei com a cabeça, confirmando à ele a última coisa que poderia ser verdadeiro.

Harry ficou em silêncio por um bom tempo depois disso. Se eu não estivesse o vendo, talvez dissesse que ele nem estaria mais ali. E apesar de estar o vendo, eu também estava em outro plano. Em um lugar vago e que suas feições quebradas reflitam-se por todos os lados.

- Eu não quero me humilhar por você. - falou. Fechei os olhos ao ouvir sua voz rouca falhar. - Mas e-eu preciso saber, pela última vez, se você tem certeza disso.

Reprimi um suspiro e mordi meu lábio inferior o mais forte que pudia, enquanto assentia fracamente. Ele não pediu para que eu falasse ou que olhasse-o, como eu imaginava mesmo que temesse por isso, invés disso, ele virou-se, tão lentamente que me fez prender a respiração, fazendo meus pulmões aperta-se.

Meu desejo em que ele fosse logo embora para que eu não precisasse conter mais meus soluços, e pudesse sofrer sozinha, foi amaldiçoado quando a dor esmagadora atingiu-me, vendo a figura do rapaz alto dando as contas para mim, tão lentamente como se estivéssemos em um filme.

Meu chão começou a desaparecer embaixo dos meus pés, conforme a porta se abria, deixando que o ar gelado adentrasse a casa, e em troca, o calor aconchegante de Harry fosse embora, junto a ele. Não teve um último olhar do seus olhos intensos, não teve um último sorriso com direito a covinhas fundas a destacar em suas bochechas, e não teve qualquer palavra dita por ele, antes que ele fechasse a porta atrás de si, deixando-me livre para chorar desesperadamente, como uma criança que rala o joelho.

Obrigada por lerem!❤️
Desculpe-me qualquer erro.

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