Uma PÉSSIMA Melhor Amiga

By LeoMoreno88

708 74 55

Toda garota já passou por aquela fase da melhor amiga sair com um completo idiota. Esse era o caso de Amy, q... More

Apresentação
Personagens
I
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
IX
Agradecimentos

X

36 6 7
By LeoMoreno88

                             Capítulo 10

Amy

O Corpo docente da West High poderia ter diversos problemas, mas a falta de criatividade com certeza não era um deles. 

Durante as semanas que se seguiram, surgiu a maior tensão para descobrir qual seria o tema do baile, à medida que o grande dia se aproximava. Nos corredores da escola, não havia outro assunto além desse. Não somente pela comemoração de estarmos nos despedindo dessa fase das nossas vidas, mas pela batalha (nem tão) silenciosa que estava acontecendo entre os irmãos Capdevilla. 

Todos os anos em que Margot sempre fora a que se destacara pareciam nunca ter existido. Gabe e Julie, aos poucos, foram perdendo protagonismo, dando lugar apenas àquela briga de irmãos. O que me fazia ouvir de toda barbaridade pelos corredores. 

– Pois é, menina. Parece que o avô dos dois deixou uma herança milionária. – Ouvi um dos alunos falar. Não entendi muito bem o que aquilo tinha haver com o baile.

– A Margot está planejando matar o Arnold enforcado. – Um outro disse esse absurdo no meio da aula de álgebra.

– Dizem que o Arnold morreu e foi substituído por um sósia, tipo a Avril Lavigne. – Confesso que desse eu até ri um pouco. 

Mas pra mim, tudo isso era assunto secundário. Gabe não saía da minha cabeça em nenhum segundo. Quando me pegava só, lá estava eu, feito uma tonta, pensando nele. Aquilo que eu sempre disse que nunca faria, eu estava fazendo. Sim, podem me chamar de hipócrita se quiserem. Essa é a verdade. Eu era uma hipócrita. 

– Você está muito quieta ultimamente. – Julie me abordou, preocupada. Nós duas andávamos pelo corredor com os livros da próxima aula em mãos. – Tem algum problema? Achava que o nosso plano estava completamente sobre controle.

– E está, Jules. Não é nada. – Forcei um sorriso, tentando tranquilizá-la.

– Amy, você viu o que mentiras fizeram com a nossa amizade. – Julie argumentou, de uma forma tão sensata que eu até estranhei. – Vai, me conta.

Já cansada de guardar aquele sentimento maldito dentro de mim, gazeei a aula de química (o que não era lá muito raro. Acho que de tanto eu não ir meu nome nem chamada estava mais) junto de Julie e fomos conversar na quadra, atrás das arquibancadas, escondidas para o monitor não nos pegar. 

Contei a ela sobre como o namoro dela e de Kyle tinha  aproximado eu e Gabe. Falei do pai doente dele e as reais circunstâncias da família North, coisa que o embuste do Kyle (claro) não havia contado. 

– O Gabe estava desesperado sem ter como ajudar o pai. – Relatei, Julie segurava minhas mãos e me escutava com atenção. – Então, a Margot disse que se ele a ajudasse a ser rainha do baile de formatura, ela o ajudava com os problemas do pai.

O semblante compreensivo de Julie se tornou confuso. 

– Ajudar?

– Sei que é meio estranho ouvir o nome da Escargot e ajudar na mesma frase, mas ela fez isso só pra ganhar de rainha. – Repeti o que tinha dito, achando que Julie não tinha entendido.

– Eu sei, mas... Amy, eu passei meses andando com as líderes e ouvindo as conversas delas. Ouvi a Melanie e a Stephanie comentando no vestiário. A Margot gastou todo o dinheiro que ela ganhou. Ela está na zona vermelha. – Não consegui esconder a surpresa.

Todos da escola sabiam que a família dos Capdevilla não possuía muitos bens. A maior parte do dinheiro que os fazia parecer tão bem de vida era proveniente de um prêmio que Margot, quando criança, ganhou por posar de modelo infantil. Aparentemente, o dinheiro da premiação veio em um bom momento para a família de Arnold, que conseguiu superar seus problemas financeiros. Todavia, desde que foi emancipada, Margot passou a ter pleno controle de suas economias e usou desse dinheiro para subjugar os pais e o irmão, fazendo questão de jogar na cara de todos que era ela quem sustentava os parentes. 

Arnold sempre nos contou isso. 

– Ela não soube administrar os bens. – Julie continuou. – Disseram ainda que os pais não sabem e ela finge que tudo está sobre controle.

– Aquela vagabunda filha de uma rapariga! – Levantei em um salto, querendo estrangular aquela providência do demônio. – Ela está enganando o Gabe!

– Eu sei que a Margot é bem sem noção, mas não acha estranho ela fazer tudo isso por um posto ridículo de rainha do baile? – Julie fez uma inteligente observação.

Essa ideia de Julie fez com que todos os meus pensamentos entrassem em convergência. 

– A coroa! – Gritei a resposta, orgulhosa de minha sagacidade. – A Monica me disse que a família dela vai doar uma coroa real de diamantes para o rei e a rainha do baile!

– Ela quer ganhar a coroa e usar pra ficar rica de novo. – Julie completou meu raciocínio com perfeição.

– Ah, mas ela não vai. – Senti que era hora da antiga Amy voltar. Margot ia se arrepender de ter nascido.

No dia seguinte, o tão esperado tema do baile de formatura da West High foi anunciado. Todos os alunos vibraram com a incrível notícia de que o tema de nosso ano seria luau, e, ao final da noite, todos soltaríamos pequenos balões iluminados para fazer brilhar a nossa última noite do ensino médio. 

Infelizmente, eu não estava presente no refeitório quando o diretor anunciou aos formandos. Estava muito ocupada andando no meio do campo de futebol (e ignorando o apito do treinador Schneider). Atravessei todo o gramado, desviei da bola que quase me acertou, e logo cheguei perto das líderes de torcida, dando um belo tapa na cara de Margot. 

– Esse tapa foi por ser uma vadia. – Avisei, logo dando outro. – Esse foi por ter enganado o Gabe. – Dei mais um. – Esse foi porque eu quis mesmo. – Cruzei os braços e dei um sorriso vitorioso.

– Sua maluca! – Margot ardeu de ódio e tentou avançar em mim, mas alguém se meteu entre nós duas.

Por um segundo, até pensei que fosse algum dos meninos do time, aí lembrei que eles eram todos uns idiotas. Quem havia nos parado era Gabe, que havia surgido do nada. (Provavelmente estava gazeando também. )

– O que vocês duas pensam que estão fazendo? – Gabe quis saber, confuso por aquela briga repentina. – O que foi isso, Amy?

– Oh, Gabe! – Margot se agarrou ao braço dele como uma jiboia se agarra ao pescoço de sua presa. – Eu estava aqui e do nada essa lunática me estapeou!

– Você que é uma vagabunda! – Rebati.

– Amy! – Gabe pediu. – Calma.

– Calma? Sabe o que essa puta fez? Ela mentiu pra você! – Gabe arregalou os olhos. – Essa vaca não tem dinheiro nenhum! Nem pra ela mesma! Ela quer ganhar o concurso justamente para ganhar de volta toda a grana que ela perdeu! Não é, Melanie e Stephanie?

As duas garotas que sempre acompanhavam Margot ficaram em silêncio principalmente quando ela as encarou como se as fosse matar. 

– Meninas, vocês sentem medo dela. Amigas não sentem medo umas das outras. – Falei para as duas que se entreolharam.

– Suas idiotas, não ousem confirmar essa história absurda! – Margot ainda se fez de vítima.

– É verdade! – Melanie confirmou.

– Ela está te usando! – Stephanie acrescentou ao discurso da amiga.

Aquilo foi o suficiente para que todas as líderes de torcida ali presentes falassem coisas horríveis a respeito de Margot. Aparentemente, ela era uma amiga muito mais péssima do que eu. 

– Sua mentirosa! – Gabe a insultou. – Eu tô fora! Pode achar outro otário pra concorrer a rei com você! – Ele deu um sorriso aliviado.

– Gabe... – Margot cerrou os punhos. – Se você ou essas mal agradecidas que eu chamo de amigas me abandonarem, eu juro que...

– Que o quê? – Gabe mostrou o dedo do meio pra ela e deu aquele sorriso cafajeste que eu tanto amo. – Ah, e mais uma coisa. – Ele tirou o cigarro da boca e jogou no chão, o esmagando com toda a força. – Finge que esse cigarro era você.

Senti os dedos de Gabe se entrelaçarem nos meus e ele me puxar pra longe, fazendo Margot ferver de ódio. 

– Parece que você é minha heroína. – Gabe me abraçou por trás e eu ri.

– E você é meu donzelo em perigo. – Apertei as suas bochechas de brincadeira.

– E o que esse bom donzelo pode fazer pra agradecer a bravura dessa heroína? – Ele sorriu safado.

– Bom, eu tenho algumas ideias. – Nós dois rimos e trocamos um beijo caloroso.

Os dias que se seguiram foram os de maior expectativa. Provas finais, experimentar vestidos, tirar fotos para o anuário e arrumar toda a decoração do nosso luau praiano. Aparentemente, todos iríamos vestidos de branco. Claro que eu e Gabe nos oferecemos para ajudar com tudo, porque além de cooperarmos com uma noite que seria inesquecível em nossas vidas, poderíamos de bônus ainda ter uma desculpa para não ir a aula. 

Mas como alguém que eu não lembro disse uma vez, tudo que é bom dura pouco. Margot não demorou muito a surgir novamente, como a invocação do mal (será que inspiraram esse filme nela? Ia fazer todo sentido.) que ela era. Agora, com Kyle ao seu lado. 

– Votem em mim e no meu K para os reis do baile. – Ela fez propaganda de si mesma, como se tudo que tivesse acontecido entre ela e o falso relacionamento com Gabe nunca tivesse existido.

Mas ela não parou por aí. Nas últimas semanas de aula, panfletos absurdos falando coisas mentirosas sobre Arnold começaram a surgir pela escola, grudados aos armários. Mentiras das mais cabulosas e mais humilhantes. 

– Vocês apenas maquiaram ele para que meu irmão parecesse digno. Eu apenas mostrei o perdedor que ele é e sempre vai ser. – Foi o que ela disse quando a confrontei no banheiro feminino, durante o quinto tempo.

Meu senso maligno e o apoio de Julie foram mais do que claros em exigir que rebatêssemos com o mesmo veneno. Afinal, o que não me faltava eram podres daquele lixo humano que era Margot. 

– Olhem só, consegui editar a cara da Margot nesse corpo de lesma. – Mônica mostrou sua edição no computador e eu gargalhei. – Margot Escargot.

– Monica, eu já disse que eu te amo? – Falei entre risadas, beijando a bochecha dela de tanta satisfação.

– O que estão fazendo? – Arnold entrou na sala de informática, e no meio tempo em que ele abriu a porta para entrar, ouvi alguns garotos caçoarem dele da mesma forma que faziam antes da "transformação".

– Dando o troco naquela sua irmã vagabunda. – Respondi, mostrando a edição. – O que acha? Ah, e tem mais! Ela contou pra todo mundo que você tem um ursinho de pelúcia, então, vamos contar pra todo mundo que ela tem medo do papai noel! – Contei minha ideia.

– Não. – Aquela resposta de Arnold foi tão absurda que até pensei ter ouvido errado por um instante.

– O quê? Como assim não?

– Só não. Isso é trapaça. Não seria certo. – Ele argumentou e por um segundo realmente me questionei se Arnold poderia ser tão inocente daquela forma. – Eu sei, meninas, ela me trata mal. Mas é minha irmã. Sei que o que ela faz não é legal, mas, sei lá... Não me sentiria bem fazendo isso.

– Tem certeza? - Monica quis se certificar. – Se não salvar agora, vou perder a edição.

Arnold deu um sorriso fraco e assentiu. 

– Meu Deus, como pode alguém tão legal ser amigo de alguém como eu? – Blefei e Arnold riu.

– Vamos, grande herói, vamos tomar um refrigerante. – Monica se levantou da cadeira em frente ao computador e se espreguiçou, colocando o braço em volta do ombro de Arnold. – Você vem, Amy?

– Não, vou ficar por aqui mais um tempo.

– Tudo bem. – Monica respondeu.

– Até, Amy. – Arnold acenou e os dois saíram.

Assim que os dois deixaram a sala de informática, me virei para a parte de trás da sala onde eu sabia que Kyle estava. Margot tinha pedido a ele para nos seguir, desde cedo. 

Ele saiu de seu esconderijo (em baixo da mesa de um dos computadores, que original) e não conseguia parar de olhar para a porta a qual Arnold havia acabado de sair. 

– Eu não entendo... A Margot fez coisas horríveis pra ele e... Ele não quis se vingar? – Kyle pareceu não entender aquele raciocínio.

– Não. Arnold jamais faria isso. – Deixei meu ódio por Kyle de lado por um segundo. – Ele sempre foi assim. Não é curioso?

– Muito. Eu... se tivessem feito isso comigo... Eu jamais...

Eu assenti, sem acreditar que eu estava tendo uma conversa normal com Kyle Daniels. 

– Eu sei. Qualquer um de nós não deixaria passar. – Dei um suspiro. – Sabe Kyle, eu já fui amiga da Margot.

Kyle virou o pescoço tão rápido para me encarar que eu poderia ter jurado que havia ouvido seus ossos estalarem. 

– Você? Amiga da Margot? – Ele ergueu a sobrancelha. Totalmente descrente.

– Uhum. Eu me achava muito parecida com ela. Até mesmo achava legal o modo como ela agia. Afinal, quem não queria ser Margot Capdevilla, a fantástica modelo teen? – Dei um sorriso envergonhado ao lembrar de como eu era pateta. – Mas houve um final de semana que eu e mais algumas garotas fomos dormir na casa dela e a Margot e as outras me trancaram no porão por brincadeira. Na época, eu tinha medo do escuro. Fiquei chorando baixinho por quase uma hora, quando alguém abriu a porta. Lá estava o Arnold. – Aquelas lembranças haviam me marcado. – Ele viu que eu estava tremendo e me levou pro quarto dele, cheio de posters de animes e tal. Passou a noite acordado comigo, dizendo que eu não estava sozinha. A partir daquela noite, tive certeza que Arnold era o incrível daquela família, não a Margot.

Kyle escutou todo aquele meu relato em silêncio, até que eu finalmente me levantei. No que eu estava pensando? Era com Kyle Daniels que eu estava falando. Não era como se ele fosse mudar de ideia. 

---

O dia do baile finalmente chegou. 

Toda a orla da praia próxima à West High estava maravilhosamente decorada. 

Os alunos passavam pela cabine improvisada, onde tiravam fotos com seus respectivos pares e corriam para o espaço reservado à festa. 

Gabe e eu viemos caminhando de mãos dadas de minha casa (que não ficava muito longe). Eu estava usando um vestido de renda branco, enquanto ele usava uma blusa de botões e calça da mesma cor. 

– Quem diria. Eu estou vindo para o meu baile de formatura com Gabe North. – Comentei, apenas para provocá-lo.

– E a senhorita não poderia ter arranjado companhia melhor. – Ele continuou a provocação, me beijando a orelha.

Já na praia, encontramos Monica, que estava mais do que satisfeita em saber que haviam servido uma opção vegana de comida para os alunos. Avistamos Julie mais afastada, sentada em uma das cadeiras que estavam ali, olhando para o sol se pondo logo acima do mar. 

– Ora, se não é a rainha do baile. – Ela tomou um susto com a minha voz tão próxima ao seu ouvido. Julie se virou e me abraçou.

– Vamos ver. – Ela respondeu.

– Pensando em quê? – Perguntei, sentando ao lado dela.

– Nada demais. Apenas que esse é o fim do nosso Ensino Médio. – Ela confessou, em um tom nostálgico. – Parece que era ontem que eu e você estávamos super loucas de ansiedade pra começar os três anos que seriam os mais loucos de nossas vidas.

– E tão rápido como eles chegaram, eles se foram. – Falei aquilo que provavelmente era o que Julie também pensava.

– Oi, Julie. – Kyle parou ao nosso lado. Ele usava uma roupa branca no estilo das que todos os meninos usavam.

– Oi, Kyle. – Ela respondeu, com a voz baixa.

– Eu vou procurar o Gabe. – Dei um sorriso para Julie e até consegui dar um meio sorriso para Kyle antes de me afastar.

Dançamos, rimos, nos divertimos. Tiramos algumas fotos ridículas nas cabines até que ouvi Monica gritar: 

– Hora de anunciar o rei e rainha do baile!

Todos os alunos se amontoaram em expectativa. O diretor Fellon fez uma rápida saudação aos estudantes  e subiu em um palco improvisado que foi construído sobre a areia da praia. 

– Nosso rei do baile é... – O diretor olhou fundo para os olhos cheios de ansiedade dos alunos. Olhei de esguio para Arnold e o vi meio triste. Ele não tinha mais certeza de que iria ganhar. – Kyle Daniels!

O time de futebol urrou em apoio ao seu capitão, que recebeu vários tapinhas no ombro enquanto se dirigia ao palco e apertava a mão do diretor Fellon, que entregou a coroa a ele. 

– E a nossa rainha é... – Margot deu um passo à frente, convencida. – Julie Hayes!

Julie pareceu muito mais chocada do que Margot, que saiu pisando duro. Minha melhor amiga caminhou totalmente desnorteada até em cima do palco, onde foi coroada pelo diretor. 

– Kyle, por favor, coloque sua coroa. – Foi só aí que percebemos que Kyle não tinha colocado sua coroa. – Senhor Daniels?

Vi os dedos de Kyle apertarem aquele objeto dourado em sua mão. 

– Obrigado, diretor Fellon. Mas eu não mereço isso. – Minha boca se abriu em um "O" perfeito. – Eu não fui uma pessoa merecedora. Nem pessoa, nem amigo... – Ele olhou diretamente para Gabe. Algo me dizia que Kyle havia acabado de voltar atrás na decisão de não dar amparo ao pai de Gabe.– E muito menos namorado.

Os estudantes começaram a comentar entre si, fazendo a maior algazarra. Pensei que Julie sairia correndo de vergonha naquele minuto, mas ela parecia petrificada, olhando para Kyle com lágrimas nos olhos. 

– Eu não mereço isso. – Kyle continuou, e todos pararam para ouvi-lo. – Mas eu sei quem merece.

Kyle desceu do palco lentamente com a coroa em mãos e atravessou a multidão de alunos. Acompanhei seus pés a cada passo, o vendo parar de frente a Arnold e por a coroa em sua cabeça. 

— Ele merece. Parabéns, Arnold. Você é o cara. – Kyle o elogiou, vendo Arnold o fitar com os olhos extremamente arregalados.

Todos ficaram em silêncio, sem saber como reagir.

– Arnold! Arnold! – Gabe berrou em meio ao silêncio, gritando o nome de Arnold.

– Arnold!

– Arnold!

– Arnold!

Arnold olhou com um sorriso pequeno nos lábios todos os alunos lhe aplaudindo. Olhei para Gabe, que foi quem havia começado e ele piscou para mim. Vi Julie correr até Kyle e abraçá-lo, enquanto Monica apenas filmava a tudo com seu celular, guardando aquele dia que com certeza ficaria em nossas memórias. Beijei Gabe coberta de felicidade, enquanto os balões iluminados tomavam o céu que já estava escuro. 

Há quem diga que a adolescência é a fase mais clichê de nossas vidas. Que tudo é motivo de birra, de extrema alegria e de extrema tristeza. Mas é nela em que eu aprendi os valores que tenho, descobri o que realmente sou e penso de mim mesma, e que, no final das contas, o que os outros acham de mim não é muito importante. 

A minha história, com certeza, não é só minha, mas sim, de várias pessoas que, assim como eu, já se apaixonaram, já sofreram, já tiveram amigos e já tiveram sonhos.

E eu sempre iria lembrar de tudo aquilo com imenso carinho. De Julie, de Arnold, de Kyle, de Monica e de Gabe, como partes da minha história.

Para muitos, eu posso realmente parecer uma péssima melhor amiga. Mas o que tudo isso me ensinou, foi a não me deixar levar pelos preconceitos. Aquela fase da vida foi um dos meus maiores tesouros. 

E eu tinha plena certeza disso.



Uma PÉSSIMA Melhor Amiga.
FIM

Continue Reading

You'll Also Like

4º Gatilho By Bex

Mystery / Thriller

154K 491 3
O LIVRO SERÁ RETIRADO DO WATTPAD NO DIA 23 DE OUTUBRO DE 2020. Leonhard, um agente secreto que vive à margem da sociedade, sempre teve como prioridad...
109K 13.9K 23
Quando Marina, a cunhada de Nascimento, vem passar um tempo na casa deles para se preparar para um concurso, ele a vê apenas como uma responsabilidad...
18.5M 1.2M 91
Jess sempre teve tudo o que quis, mas quando Aaron, o sexy badboy chega a escola, ela percebe que, no final das contas não pode ter tudo o que quer...