Quando Um Conde Se Apaixona

By amorpelaescrita7

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#1 em Ficção Histórica - 17/05/2018 A casa de York está a beira da falência. Com o passar do tempo se tornou... More

Prólogo
Epígrafe
I
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
IX
X
XI
XII
XIII
XIV
XV
XVI
XVII
XVIII
XIX
XX
XXI
XXII
XXIV
XXV
XXVI
XXVII
XXIV
XXIX
XXX
XXXI
XXXII
XXXIII
XXXIV
XXXV
XXXVI
XXXVII
Epílogo
Agradecimentos

XXIII

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By amorpelaescrita7

Finalmente, saiu! Que capítulo intenso, preparem os corações!

No escritório de Edmond, o conde abria algumas cartas que precisavam de resposta visto a sua estadia no Brasil em lua de mel com a amada esposa.

Algumas cartas eram de negócios, outras de convites, outras de felicitações e desejos positivos em torno da união matrimonial entre os Hughes e os York.

Algumas cartas eram inclusive mais ousadas perguntando quando poderiam ter filhos saudáveis e fortes. Podia parecer chato e inconveniente, mas a pressão em torno de um jovem casal para produzir herdeiros era massiva e muito pretenciosa.

Alguns rezavam para que Edmond tivesse herdeiros... outras partes da família (parentes interesseiros e com poucos recursos) esperavam que Edmond nunca tivesse filhos e que a fortuna mudasse de sucessão para uma outra pessoa.

O jogo de interesses entre as famílias inglesas estava por todas as partes, motivo pelo qual Isabelle sabia que devia esconder a complicação de saúde do filho. Com a medicina tão falha na época, era quase impossível saber se o filho poderia morrer ou não, mesmo que o problema não fosse tão grave.

De qualquer forma Isabelle se agarrava ao fato de que o filho era um rapaz extremamente forte e uma vez que estava com Tayla, lutaria bravamente para não deixar a vida lhe passar ou ser consumida.

Por suas narinas sensíveis, Edmond sente um cheiro estranho passando entre a porta meio aberta.

Um cheiro desagradável, parecendo algo queimado, cinzas que incomodavam muito. Ele decide ignorar por alguns minutos, mas logo o cheiro se torna insuportável.

Ele chama um criado, que diz a ele para não se preocupar pois alguém devia estar queimando madeira para as lareiras e o cheiro logo iria passar. Tranquilo, ele se senta novamente.

- Edmond! – Isabelle grita logo que o filho se senta na cadeira. – Tem algo errado com a ala norte da mansão, aquela que está em construção... eu sinto que você deve ir até lá para conferir... não está sentindo algum cheiro de cinzas ou algo queimando?

- Eu estava, mas o criado me garantiu que não havia com que me preocupar. – Edmond falou, porém, em seu coração algo dizia para escutar sua mãe. Como algum sentimento ruim, que o dilacerava e o fazia querer ir mesmo até lá.

- Então tome por ordem se não vai por conselho. Vá até a ala norte da mansão agora! – Isabelle ordena. – Se esse cheiro de fogo for desta casa, você pode perder a estrutura...

- Irei para satisfazê-la para ficar mais tranquila. Antes, passarei em meu quarto. Minha querida senhora Hughes pode querer ver a ala norte da mansão, acredito que ela ainda não conhece.

Isabelle apenas concorda enquanto observa o filho sair do escritório e subir as escadas rumo ao seu quarto.

No caminho, ele sente seu coração se encher de alegria pois seria a primeira noite em que passariam em casa, como marido e mulher, sob o mesmo teto.

Seu coração estava preenchido com uma felicidade inexplicável e ele sentia um nó na garganta de tanta ansiedade. Minutos examinando as cartas longe de Tayla pareciam uma eternidade.

Na ala norte da mansão, o fogo destrói tudo o que encontra pela frente... como um trovão, ele chega sem aviso, faz um barulho e uma bagunça que arranca medo até dos mais corajosos.

Ao se alastrar pelo local, ele impregna um pouco perto demais do vestido da jovem Tayla que permanece sonolenta.

Ao sentir um calor tão próximo, Tayla ousa abrir os olhos, achando a situação muito estranha. Ao se observar, ela olha para os lados e pensa que morreu, mas não foi para o céu como diz em sua bíblia.

Ela estava cercada por fogo e seus olhos ainda estavam muito fechados.

Ela sente fortes dores na região da barriga e contrações incessantes.

Edmond já chegou na porta de seu quarto. Como um cavalheiro ele bate na madeira, uma, duas, três vezes. Ninguém responde. Tayla dormiu, pensou ele entre risos. Ele resolve abrir a porta devagar, mas não encontra sua esposa por lá. Edmond sente o cheiro de cinzas novamente... cada vez mais perto, cada vez mais intenso. Nesse momento, ele associa tudo em sua mente... aquele cheiro impregnado, o desaparecimento de sua esposa e como a chamavam: Dama das Chamas... Foi o suficiente.

- Fogo...– ele balbucia, sentindo o coração disparar. – Tayla! – ele grita, enquanto começa a correr em direção a ala norte, como se sua vida dependesse disso e realmente dependia, sua esposa estava lá.

Tayla tenta se levantar e se arrasta até um móvel de madeira que quase inteiro consumido pelo fogo, desmorona por cima dela. Ela vai ao chão novamente, machucando sua lombar também. Ela sente algo em suas pernas, mas não sabe distinguir o que é e nem tem forças para olhar para baixo com um móvel tão pesado. Seu vestido já um tanto manchado, sobe e deixa as pernas de Tayla expostas e suscetíveis ao fogo que encosta em sua coxa, fazendo-a gritar. Pela primeira vez em sua vida, Tayla se sentia sofrendo de verdade, chorando de verdade e não sabia o que mais doía... o fogo que encostava em sua pele e ela mal conseguia se mover para se afastar do local ou a traição de seu marido.

Tayla acreditou no que Rose disse e infelizmente não sabia que o marido foi enganado e dormiu em vez de traí-la.

Sem se preocupar se o fogo fora provocado ou não por ela, ou com sua péssima visão durante a noite e em como os seus olhos ficavam prejudicados em um ambiente tão caótico, Edmond chega em um corredor que dava até a sala onde Tayla estava.

A porta fechada, por pouco não era consumida pelo fogo também. Edmond corre até lá e entra no cômodo.

A cena que ele vê faz seu coração se despedaçar por inteiro. Um desespero toma conta do conde. Edmond sentia complicações na vista a tempos e mesmo com um fogo que confundia as cores e o formato dos objetos, ele conseguiu como que por um milagre avistar a esposa. Caída no chão, machucada com o fogo próximo de suas pernas e um vestido manchado de sangue. 

As batidas em seu peito descompassam e ficam mais lentas, suas pernas fraquejaram.

Aquela era Tayla York, sua esposa.

Ela era parte de sua vida agora e por um momento ele se sentiu incapaz de viver sem ela. Ele não podia retroceder agora, pois tinha que ser forte, lutar por ela...

Ignorando qualquer ameaça do fogo que se alastrava, Edmond como um bom herói, salva sua esposa, retirando-a delicadamente do chão e colocando sobre seus braços fortes de modo que ela ficasse o mais confortável possível.

A sensação que ele tinha era de estar carregando algo extremamente valioso e importante e assim era. Para sair do cômodo, outro desafio: o fogo era cada vez mais incidente e Edmond se viu sem opções.

Tirou seu paletó e envolveu Tayla, abraçando-a. Cobriu-a o máximo que podia e com toda a coragem que reuniu ele atravessou a chama que ardia naquele quarto.

No corredor, ele coloca Tayla no chão e se joga diversas vezes contra a parede para apagar qualquer resquício de cinza que tivesse ficado em seu corpo.

Novamente, ele levanta Tayla e dá uma última olhada na Ala norte da mansão... em reforma desde a morte do pai, naquela sala ficavam alguns pertences dele.. em breve, a maioria seria pó.

Ao encarar o chão, ele observa um objeto peculiar: um isqueiro. Algo fez com que ele se sentisse muito mal e encarasse a esposa, um tanto decepcionado: Tayla teria causado esse incêndio para prejudicá-lo?

Ele corre com a esposa nos braços pela casa e ignora todas as tentativas de sua família e criados em se comunicar com ele... Tayla precisava de um médico de urgência e naquela situação o médico da família demoraria muito. Ele resolve ir até um velho amigo médico: Dr. Richard. Em sua casa, seus criados foram até a Ala Norte depois de ver o patrão em tal estado e se esforçaram para cuidar do fogo.

Ele toma sua carruagem, coloca Tayla dentro, deitada em um banco para dois enquanto ele senta no chão, para assegurar de que ela não cairá durante o percurso.

O cocheiro particular da família escuta a movimentação e mais que prontamente está lá para seguir as vontades do patrão. Edmond indica o caminho e eles seguem rumo a casa do Doutor Richard.

- Edmond? - Tayla questiona, um tanto inconsciente...- Eu estou morta?

- Não, não está. Tão pouco mencione isso novamente. - ele disse irritado, não queria perder a esposa.

- Eu sinto dores... fortes contrações na barriga... Sinto algo escorrer por entre minhas pernas...

- É sangue. - Ed responde, sincero...- Estou levando-a em um bom médico, um velho amigo. Me prometa que vai lutar para viver até lá, eu não suportaria... - Edmond é interrrompido por um grito de dor de Tayla. 

Ao olhar para a barra de seu vestido ensanguentada, está um material ainda desconhecido para os dois, mas que os assustou: vermelho concentrado e pequeno, mas muito pequeno, cheio de sangue.

Edmond pega o pequeno material com a mão e o coloca ao lado no outro banco, sem saber direito do que se tratava.

- O que é aquilo, Edmond? - Tayla pergunta, suada e ensanguentada da cintura para baixo.

- Eu não sei, querida. Você consegue ficar quieta por pelo menos uma vez em sua vida? Olhe para seu estado! - Edmond diz e Tayla apenas concorda.

Depois de meia hora, o cocheiro os avisa que chegaram na casa do médico. Por se tratar de uma avançada hora da noite, o profissional da saúde já devia estar dormindo. Mesmo assim, sem pestanejar ele despertou de seu sono para cumprir o trabalho que lhe foi requisitado.

- Edmond? - Dr. Richard diz, de roupas de pijama para dormir, quando aparece atrás do criado que abriu a porta.

- Dr. Richard! Desculpe o incômodo pelo horário. - Edmond disse ao sair da carruagem. Se virando para pegar Tayla e entrado com a moça na casa do médico logo depois. - Minha esposa... estava em um incêndio, eu a resgatei mas ela não para de sangrar... me ajude, eu imploro.

- Deixe-me ver a moça... - Richard pede e Edmond deita Tayla no sofá da casa do médico. - Não, quero vê-la em meu consultório improvisado... Leve-a até lá enquanto eu vou chamar minha esposa que me ajuda como enfermeira. Segunda porta depois de dois corredores.

Edmond encaminha a esposa até lá enquanto faz suas próprias orações e pedidos pela vida dela.

Depois de poucos minutos, Richard chega com Anne, sua esposa e enfermeira auxiliar. Ele pede para que Edmond se afaste ou se possível saia do quarto para não atrapalhar o andamento do processo e a análise do médico.

Na época vitoriana, as cirurgias eram feitas sem qualquer uso de anestesia: O médico muitas vezes dava bebida ao paciente que levemente alterado não atrapalhava o procedimento e tão pouco sentia uma dor muito grande.

A partir do ano de 1846 (o primeiro experimento de entorpecentes em cirurgias) o uso de anestesia foi introduzido, feita pelo cirurgião escocês Robert Liston, pioneiro na técnica.

Infelizmente no caso de Tayla, ainda que Richard fosse um bom médico, ele era um doutor de cidade pequena... a pequena cidade de Watford, não a grande Londres.

O doutor ofereceu uma bebida para Tayla que sem nenhuma relutância aceitou. O uísque desceu quente por sua garganta e incomodou-a como nunca antes.

Ela sentia uma dor insuportável e parecia que cada vez mais sangue saia dela.

Tayla acabou adormecendo durante o processo que levou uma hora e meia.

Ao retirar o pesado vestido de Tayla para examiná-la, o doutor Richard observou as marcas sobre seu abdômen, parecia uma surra que alguém tinha lhe dado, mas era o móvel que tinha caído em cima da moça e o doutor não tinha conhecimento.

Ainda sim, não havia sangue na barriga, nem na cabeça, nem nos braços ou mãos e nenhum sinal de corte ou arranhão. Nas pernas de Tayla, o sangue, vermelho intenso, vinha de seu útero.

Neste exato momento, o doutor entendeu tudo.

Edmond mandou chamar a família de Tayla em casa para visitar a moça, enquanto aguardava o diagnóstico.

Tayla tinha ido dormir e o médico também, esquecendo até mesmo de relatar o que aconteceu de fato para Edmond, que estava desesperado por respostas. Amanheceu e ele ainda estava ao lado da esposa.

Passou a noite em claro, com os olhos arregalados, observando sua esposa repousar tranquila sob lençois brancos que ontem eram vermelhos de sangue.

A imagem dela em meio ao fogo ainda vinha em sua mente. E o causador de tudo aquilo o incomodava. Um isqueiro, Tayla, fogo. Tudo o que viveram na lua de mel foi uma mentira? Ela ainda queria separar-se dele e fingiu gostar o tempo todo? Poderia ela se por em risco e acabar com sua casa por um capricho? 

O doutor entra pela porta, assustando Tayla que acorda rapidamente. 

- Bom dia. - ele diz sereno e um tanto triste. - Edmond, o pai de Tayla chegou, eu preciso conversar com ela... pode receber seu sogro? - Richard pergunta e Edmond apenas concorda, segurando forte a mão de Tayla e deixando o quarto logo em seguida.

O doutor começa a andar pelo quarto, nervoso. O que ele tinha para falar não era nada fácil.

- Você tem ideia do que lhe aconteceu ontem? - ele pergunta.

- Eu... estive mal, desmaiei em minha cama e acordei em um quarto em chamas... lembro-me vagamente de tentar levantar, cair e um móvel pesado de madeira cair também, sobre mim. - Tayla omitiu a parte de Rose pois não achou necessário. Na cabeça dela, as peças não se encaixavam. Rose a deixou mal e logo depois Tayla acordou em um quarto em chamas. Chamas essas que ela não provocou... ela se pega pensando então, quem teria feito tal desastre.

- Você chegou aqui extremamente machucada, tem algumas queimaduras de 2° grau que acometeram sua derme e sua epiderme da perna e eu tentei recuperá-la da melhor maneira possível. Se manterá em tratamento. Mas não foi só isso.

- Não... - Tayla disse, ansiosa. - Não foi... eu estava sangrando... - ela admitiu, confusa.

- Eu não queria acreditar que meu diagnóstico estava correto, mas eu me lembrei que você é recém casada e jovem... - o médico tentava escolher as palavras certas para abordar o assunto.

- Seja direto, Doutor Richard. - Tayla tentava acompanhar o raciocínio, não conseguindo, ela se irritou.  

- Suas regras estão atrasadas, eu imagino. - ele disse.

- Sim, mas isso é normal em algumas... Espere. Você acha que ontem minhas regras vieram e isso explica o sangue? - Tayla perguntou, em sua inocência de menina leiga na medicina.

- Não Tayla. Não foram as suas regras o motivo do sangue. - O doutor disse e Tayla arregalou os olhos. - Você...

- Não me diga que estou grávida, doutor! - Tayla queria filhos, mas na sua situação atual com Edmond, depois de acreditar nas mentiras de Rose, ela não suportaria carregar um filho dele. - Estou grávida de Edmond?

- Não. Não está mais grávida dele. - Richard disparou e Tayla se sentou na cama, atordoada. Ela não queria estar grávida, mas perder um filho era bem pior. - Os primeiros meses da gravidez são muito delicados. Acredito que algo a deixou abalada... na noite de ontem, você passou por muitos momentos ruins naquele fogo todo. Qualquer alteração hormonal de emoção ou algo parecido podem ter efeitos irreparáveis. É raro, mas pode acontecer. O móvel que caiu sobre você só aumentou sua perda. 

- Doutor... - Tayla disse, tremendo. Ela não conseguia chorar, uma vez que estava paralisada, olhando para sua barriga. - Eu perdi uma criança? 

- Sinto muito, Tayla Hughes... mas perdeu. Eu fiz uma cirurgia de retirada final do feto, mas não encontrei ele inteiro, apenas algumas partes de pele e sangue coagulado. Durou uma hora e meia. - Doutor Richard foi sincero. - Agora você decide... eu posso contar para seu marido, mas aconselho que você mesma diga isso.

No mesmo momento, Tayla ouviu uma batida na porta. Pediu para que entrasse e seus olhos encontraram os de Edmond rapidamente. O princípio de seu aborto muito provavelmente foi relacionado com o que ouviu de Rose.

Aquela cobra tirana que despedaçou seu coração. Edmond também era culpado na mente de Tayla. Ele havia traído sua confiança.

O homem que ela estava pronta para dizer que amava, agora perdia sua confiança. Ela se jurava capaz de nunca mais conseguir perdoar Edmond e Rose pela perda de seu filho ou filha.

Seu pai também estava lá. Tayla pediu, esforçando-se para falar, implorando que Edmond a deixasse a sós com o pai. O doutor e seu marido os deixaram e então ela iniciou a conversa.

- Onde está a mamãe e minhas irmãs? - Tayla dispara.

- Passando uma temporada na Itália. - Arthur disse e Tayla desconfiou, mas não disse nada, não tinha força para insistir nesse assunto. - O que houve com você? 

- Um incêndio...

- Você provocou?

- Não! - Tayla afirmou convicta. - Eu não seria capaz...- ela disse, sentindo suas forças indo embora, se esvaindo. - Eu cai ontem, me machuquei e... perdi uma criança.

- Você o que? - Arthur perguntou, pela primeira vez se preocupando com a filha em muito tempo. - Perdeu um herdeiro? - ele estava chocado e agora Tayla também estava. Arthur não se importava com a saúde da filha e sim com o "dever" dela de garantir uma descendência. 

- Eu estou bem, obrigada por perguntar. - Tayla quase cuspiu as palavras.

- Pense pelo lado bom... - Arthur disse e Tayla passou a encará-lo com uma raiva extrema.

- Qual seria o lado bom na morte de uma criança? - Tayla indaga, sentindo uma ira sem igual em suas veias.

- Poderia ser uma menina e seria uma vergonha dar uma primeira filha menina para seu marido, os homens querem meninos.

- Sem mulheres, vocês sequer existiriam... - Tayla disse, se controlando para não dar um tapa no pai. - Pode se retirar agora que já me esclareceu o que pensou quando viu que sua primeira criança seria uma menina. Me dói o coração saber que fui uma decepção para você. 

- Não seja tão dramática, você me entendeu! - Arthur diz se levantando.

- Eu entendi perfeitamente. Vá e não volte mais a me ver. Só piso os pés na mansão York novamente para ver minha mãe e minhas irmãs. - Tayla cerrou os punhos de uma mão e com a outra ela apontou para a porta. Arthur saiu sem arrependimentos e encontrou Edmond no corredor, avisando que ele já podia entrar.

Ao ver o marido cruzar a porta, Tayla sentiu seu coração acelerar. Ela estava apaixonada por ele e jamais admitiria.

As palavras de Rose eram martelantes em sua mente. Emond tinha sido infiel e juntos, ele e Rose fizeram Tayla perder uma criança. Tayla mal conseguia olhar para ele por mais de dez segundos.

- Pode me dizer o que houve com você? O doutor não quis me contar...

- Não quero falar sobre isso... - Tayla tenta mudar de assunto enquanto observa Edmond se sentar na cama em que ela estava deitada, se aproximando dela.

- Pelo menos me diga o que aconteceu ontem... Por que você ateou fogo naquele quarto... - antes que Edmond pudesse terminar, Tayla deu um tapa em seu rosto. O tapa que ela não deu em seu pai e um tapa que Edmond não merecia.

- Realmente pensa que eu colocaria fogo na sua casa?

- Se não você, quem mais? A dama das chamas, infeliz no casamento, vi o isqueiro perto de você. Conheço-a muito bem para acusá-la disso.

- Eu dormi com você e fui sua esposa nos quase dois meses que se passaram desde o casamento. Acha mesmo que eu estava infeliz? 

- Você é imprevisível, não sei o que pensar. Tem todos os motivos para estar culpada. - Edmond diz e observa Tayla começar a chorar. Ele estava sendo muito duro com ela, mas achava necessário. - Está chorando por conta da culpa?

- Estou chorando por que perdi um filho. - Tayla gritou em meio ao seu choro. - E você é tão insensível como meu pai, como todos os outros homens. - as palavras machucaram Edmond. Ele não queria ser mal como os outros homens. - Por isso o sangramento...Eu perdi um filho seu, Edmond. Nós perdemos uma vida ontem. 

Edmond sente uma dor em seu peito e uma tristeza tão grande quanto a que sentiu quando seu pai morreu. Tayla não disse o motivo de seu desgaste emocional que a levou ao aborto. Ela não revelaria o que Rose a disse. Aquele assunto não era dela.

- Eu creio que seja melhor nós nos afastarmos... Talvez o destino não nos queira juntos...- Tayla disparou e aquelas frases mataram Edmond por dentro. - Mais tarde conversamos, me deixe sozinha.

Edmond concordou e saiu do quarto, devastado. Palavras seriam poucas para expressar a tristeza desse jovem casal. Ele se lembrou de algo que segurou na carruagem enquanto Tayla sentia as dores. Algo cheio de sangue, algo tão pequenino...

Ele correu para a carruagem estacionada em frente a casa do médico. O feto (que Edmond nem imaginava ser o que é) estava lá. Coberto de sangue, expelido em meio ao desespero. 

Edmond chorou, chorou muito, como nunca antes, abraçado com aquele ser pequenino coberto de sangue. Sua criança, seu filho ou filha.

Heeeey galera! Podem puxar minha orelha, eu demorei de novo!

Espero que tenham gostado do capítulo.

Eu quase chorei ao escrevê-lo.

Como será o futuro desse casal a partir de agora, ein?

Votem e comentem muito. Beijos e até o próximo!



















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