No teu abraço

By SamLRamos

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Caio e Rafael. Impossível falar de um sem falar do outro. Vizinhos, melhores amigos. Juntos cresceram, brinca... More

PRÓLOGO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
CAPÍTULO 36
CAPÍTULO 38
CAPÍTULO 39
CAPÍTULO 40
CAPÍTULO 41
CAPÍTULO 42
CAPÍTULO 43
CAPÍTULO 44
CAPÍTULO 45
CAPÍTULO 46
CAPÍTULO 47
CAPÍTULO 48
CAPÍTULO 49
CAPÍTULO 50
CAPÍTULO EXTRA
CAPÍTULO 51
CAPÍTULO 52
AVISO!
CAPÍTULO 53
CAPÍTULO 54
CAPÍTULO 55
CAPÍTULO 56
CAPÍTULO 57
CAPÍTULO 58
CAPÍTULO 59
AVISO IMPORTANTE
CAPÍTULO 60
CAPÍTULO 61
CAPÍTULO 62
CAPÍTULO 63
CAPÍTULO 64
CAPÍTULO 65
AGRADECIMENTOS

CAPÍTULO 37

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By SamLRamos

Caio pegou o ônibus para ir ao estágio. Era uma terça-feira, então Rafael estaria lá, ele lembrou. Passou o restante do caminho se perguntando como seria encontra-lo novamente. Será que se sentiria tão nervoso como na semana anterior? Será que vê-lo de novo mexeria com ele da mesma forma? Queria poder evitar esse encontro, mas não podia. Então a única alternativa era encarar. Pelo menos agora estaria psicologicamente preparado para isso.

Quando chegou na escola, viu Rafael sentado no sofá da sala dos professores, escrevendo alguma coisa em um caderno. Sentou ao lado dele. Pegou o celular e começou a mexer simplesmente porque não sabia o que fazer, onde colocar as mãos ou como se comportar. Percebeu que Rafael tinha parado de escrever e olhava para ele, então olhou de volta.

— Oi — disse Rafael, com um sorriso.

— Oi — retribuiu o sorriso.

— Que coincidência a gente ter ficado na mesma escola, né?

— É.

— Então, o que você está achando do estágio?

— Legal.

Sabia que não estava sendo uma conversa muito interessante, mas não tinha realmente nada para falar. Rafael deve ter percebido isso, porque não perguntou mais nada e voltou a escrever no seu caderno. Mas Caio não deixou de perceber que dessa vez não se sentiu tão estranho e nervoso ao lado dele. Só ficou um pouco desconfortável e com o coração meio acelerado, o que, comparado a vez anterior, foi quase nada. Isso poderia ser algo bom, talvez um sinal de Rafael já não mexia mais tanto com ele como antes. E também reforçava sua teoria de que na semana anterior, quando o viu no estágio pela primeira vez, teve aquela reação mais pela surpresa do que pela presença dele. Enfim, tanto faz o motivo, no momento ele só não queria ter que conversar com Rafael como se fossem meros colegas de trabalho.

Depois de um tempo, Rafael levantou.

— Eu tenho que ir. A gente se vê. — E saiu.

Pouco tempo depois, Caio também foi para a aula. Logo estava totalmente imerso no trabalho, cercado de alunos animados e agitados, que já havia esquecido da conversa deles no sofá.

Quando a aula terminou, Caio conversou alguns minutos com Alicia sobre o planejamento da semana seguinte. Depois que ela foi embora, ele se demorou mais um pouco fazendo algumas anotações. Estava guardando suas coisas, quando Vinny se aproximou.

— Oi, Caio — disse sorrindo.

— Oi, Vinny. Eu nem vi você chegando.

— Desculpa se eu te assustei, não foi minha intenção.

— Tudo bem, eu que estava distraído.

— Eu... eu estava pensando, será que você aceitaria ir almoçar comigo?

Caio ficou parado por um instante, sem saber o que dizer.

— Rápido demais?

— Um pouco.

— Foi mal. Tudo bem se você não quiser. — Desviou o olhar e enrubesceu. Caio sorriu ao ver Vinny todo sem jeito. — Mas se você quiser eu prometo que é só um almoço. Sem maldade.

— Sem maldade? Mas que tipo de maldade? Só pra eu saber.

Vinny sorriu.

— Eu prometo que eu não sou nenhum tarado nem um psicopata que vai te matar.

— Que bom, fico bem mais tranquilo.

— Se bem que se eu fosse eu provavelmente não diria, né?

— Acho que não. Mas você me deu uma carona semana passada e eu ainda estou vivo. Isso é um bom sinal.

— Exatamente.

— A não ser que você esteja esperando o momento certo para agir...

Os dois começaram a rir.

— Eu aceito — disse Caio. Então pegou a bolsa e saíram. — Sempre como no R.U. e é bom comer alguma coisa diferente de vez em quando.

— Já enjoou da comida do R.U.?

— Um pouco.

— Eu entendo. Eu já te disse que eu fui residente, então eu comia no R.U. no café da manhã, almoço e jantar, todos os dias.

— Deus me livre — disse Caio rindo.

— Mas até que eu sinto falta às vezes. Principalmente quando eu tenho que fazer comida e estou morrendo de preguiça.

— Ah, nesse caso eu concordo. Você morou na ReU quanto tempo?

— Cinco anos.

— Era legal? Quer dizer, você gostava de morar lá?

— Sim, eu gostava, era bom. Apesar de às vezes dar vontade de se jogar da varanda, ou jogar seu colega de quarto, o que é mais comum.

Caio riu.

— Mais comum jogar ou ter vontade de jogar?

Vinny também riu.

— Não. Ter vontade. Nunca ninguém jogou o colega pela varanda, pelo menos que eu saiba.

— E você, já teve essa vontade?

— Ah, tive. Principalmente o último, ele era muito chato, você não faz ideia.

— O último? E você teve quantos colegas de quarto?

— Dois. O primeiro foi o Júlio. Quando eu vim pra Fortaleza e fui morar na Residência, ele já morava lá. Ele é muito legal. A gente se deu super bem e hoje ele é meu melhor amigo. Inclusive eu moro com ele, a gente divide um apartamento. Depois que ele se formou e saiu da ReU, entrou outro cara que era um pé no saco, ainda bem que eu só tive que suportar ele por dois anos.

— Deve ser legal morar com o melhor amigo.

— É, mas ele quase nunca está em casa, vive viajando por causa do trabalho dele, então eu moro praticamente só.

— Qual o trabalho dele? Cacheiro viajante?

Vinny riu.

— Não. Ele é piloto.

— Piloto de avião?

— Sim.

— Que chique!

— Pois é. Depois que terminou a faculdade de Engenharia Mecânica ele fez um curso para ser piloto, que era o que ele sempre quis.

— E vocês dividem o apartamento desde que você saiu da Residência?

— Sim. No início a May também morava com a gente, mas aí ela casou e sabe como é, né, "quem casa quer casa". A Mayra é minha melhor amiga desde a infância, ela veio morar aqui na mesma época que eu.

— De onde você é?

— Eu sou de Paraipaba. Já foi na Lagoinha?

Caio desviou o olhar por um instante com as lembranças que vieram à sua mente, mas logo voltou sua atenção para Vinny novamente.

— Já.

— Pois é, eu nasci e cresci na Lagoinha. Meus pais ainda moram lá, com meus dois irmãos mais novos, a Vitória, que ainda faz o ensino médio, e o Felipe, que eu acho que é o único que vai continuar morando lá. Está até noivo agora. Ele é bugueiro, não sei se você chegou a fazer um passeio de buggy quando foi lá...

— Espera! Felipe? Bugueiro? Eu acho que eu conheci o teu irmão!

— Sério? Tem certeza?

— A não ser que tenha mais de bugueiro chamado Felipe na Lagoinha, sim! E de cabelo castanho e olhos verdes, que nem os teus.

— Era o Felipe, com certeza era ele.

— Caraca! Que mundo pequeno, né.

— É. Que loucura! Faz quanto tempo?

— Acho que dois anos... Não, vai fazer dois anos em julho, foi no meu aniversário de dezenove.

— Sabe o que eu estou percebendo?

— O quê?

— Que eu estou falando de mim há um tempão e você ainda não falou nada sobre você, exceto que seu aniversário é em julho.

Caio riu.

— É verdade. Mas está tão legal saber sobre você.

— Mas eu também quero saber sobre você.

— Não tem nada de interessante.

— Não acredito, porque eu acho você muito interessante — disse olhando diretamente nos olhos de Caio, que sentiu o rosto corar, mas não desviou os olhos dele.

O olhar de Vinny era algo bem marcante. E sua beleza também. Caio percebeu que os olhos dele em alguns momentos pareciam mais esverdeados e em outros mais azulados, assim como o mar.

Caio sempre se sentiu atraído pelo mar...

Era quase hipnotizante observar a variação de cor nos olhos dele.

— Então me fala de você, Caio.

— Falar o quê? Eu sou daqui de Fortaleza, sempre morei aqui. Faço Ciências Biológicas na UFC, mas isso você já sabe.

— Você tem irmãos?

— Tenho uma irmã, dois anos mais nova que eu. A Amanda. Faz Design de Moda na UFC. E é muito inteligente e muito bonita.

— Se for parecida com você eu acredito.

— Até que ela parece um pouco, mas ela tem os olhos claros como os da minha mãe. Esses olhos negros eu puxei do meu pai, que aliás é muito parecido comigo. Parece até que eu sou um clone dele e não filho.

— Sério? Depois quero conhecer seu pai para ver essa semelhança.

— Isso é difícil, porque ele foi embora quando eu era criança e eu não faço ideia de onde ele está.

— Desculpa, eu não sabia...

— Tudo bem, não se preocupa com isso. Então somos só eu, a minha mãe e a minha irmã.

Continuaram a conversa durante todo o almoço, até que tiveram que se despedir, pois Caio tinha aula.

— Eu adorei conversar com você de novo, Caio — disse Vinny ao se despedirem. — Espero continuar. Se você aceitar sair comigo novamente.

— Claro. Será um prazer.

— Então... a gente almoça juntos de novo na sexta?

— Combinado.

Caio caminhou até a parada de ônibus com um sorriso bobo no rosto, lembrando a conversa. O ônibus chegou e ele entrou, sentando ao lado de uma garota que estava lendo um livro. De repente lembrou de algo.

— Droga! — exclamou.

A garota ao lado olhou para ele, confusa.

— Eu esqueci de pedir o número dele — disse à garota que ainda olhava para ele. — Eu sou muito lesado mesmo. Mas eu vou lembrar da próxima vez.

A garota riu discretamente e voltou a ler o livro.

— Claro! Tem um jeito de eu conseguir o número dele bem mais rápido.

Pegou o celular e começou a mexer. Olhou para a garota que olhava para ele novamente (certamente achando que ele não era muito normal) e sorriu para ela, que retribuiu o sorriso e disse "Boa sorte." antes de voltar a ler.

A tarde passou se arrastando e Caio não via a hora de acabar logo a aula para ir para casa. Falou com Lili e Guilherme rapidamente após a aula e lhes contou do almoço com Vinny. Eles ficaram todo empolgados, até parecia que Caio tinha dito que havia sido pedido em casamento. "Povo exagerado.", falou rindo.

Quando chegou em casa, tomou um banho, jantou e deitou na cama. Pegou o celular e procurou o contato de Vinny no WhatsApp. Ele estava online. Hesitou um pouco, sem saber se escrevia alguma coisa ou não. Caio percebeu que estava com o coração batendo forte. Nervoso? Por quê?

Começou a digitar. Parou. "Será que eu falo?". Por que não? Então enviou a mensagem e esperou com o coração ainda batendo bem forte e um leve frio na barriga.

C: Oie. :)

Vinny visualizou e em seguida começou a digitar.

V: Olha! Caio! :) :)

Como vc conseguiu meu número? kkkkk

C: Eu sou ninja. Mas é um segredo, não fala pra ninguém.

V: Kkkkkk

Também vou te contar um segredo. Sabia que eu tenho um certo fetiche com ninjas?

C: Kkkkkkk

V: Mas, sério, como vc conseguiu?

C: Os alunos me adicionaram no grupo deles, então eu procurei seu número lá.

V: Você é muito esperto. kkkkk

C: Achou ruim?

V: Não! Pelo contrário, achei ótimo!

C: Rsrsrs

Então... vc estava ocupado agora?

V: Não. Acabei umas coisas da escola agora há pouco, estou morto! Nada melhor do que conversar com vc para me sentir melhor.

Continuaram conversando por horas, Caio nem percebeu o tempo passar.

C: Eita, já é 1h! Eu preciso dormir pq acordo cedo amanhã.

V: :( :(

Que pena. Eu tb tenho q acordar cedo.

C: Pois boa noite. :) E boa sorte com a tua turma. hehehe

V: Obrigado. Kkkkkkk

Boa noite. A gente se fala depois.

Caio adormeceu pensando em tudo o que eles haviam conversado e naquela noite sonhou com Vinny pela primeira vez.


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