Right Here

Von paulacristina15

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Depois de perder o pai, tudo que Alyssa Marckley quer, é terminar seu último no colégio e então sair de Loser... Mehr

RIGHT HERE
H E L L O
D E D I C A T Ó R I A
P R E F Á C I O
O N E
T H R E E
F O U R
F I V E
S I X
S E V E N

T W O

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Von paulacristina15

Eu costumava gostar das aulas de Lola, isto é, quando não havia um completo estranho brincando com meu cabelo. Trevor parecia ter encontrado alguma diversão nos fios encaracolados e no quão irritada eu estava, de forma que não importava quantas vezes eu o repreendesse, isso só servia para incentiva-lo.

Vez ou outra, eu podia ouvi-lo bufar, parecendo tão cansado da voz de Lola quanto qualquer outra alma presente naquela sala e, olhando atentamente, era possível perceber que a maioria deles havia aprendido a dormir de olhos abertos, embora alguns não fossem tão discretos, deixando a baba escorrer pelo canto da boca. Como Josh.

Esticando minha perna, chutei a cadeira de Joshua e o assisti acordar sobressaltado, levantando-se abruptamente.

— Sim, Joshua? — Lola perguntou, parando de falar e rabiscar o quadro.

Ele ergueu os braços e os esticou acima da cabeça.

— Só estava me alongando.

Fulminando-o com o olhar, a processa voltou a dar aula, enquanto meu melhor amigo se virou e deu um peteleco em minha testa, antes de voltar a sentar.

Eu ri, dando dois tapinhas em seu ombro.

Atrás de mim, Trevor suspirou e ergueu meu cabelo.

— Pare com isso! — Resmunguei, virando-me para segurar seu pulso. — Quantos anos você tem? Cinco? — Perguntei irritada, fazendo-o sorrir e soltar meu cabelo.

Idiota.

Antes que ele pudesse responder, o sinal soou e eu o soltei, virando para frente rapidamente. Jogando tudo o que estava em cima da mesa dentro da mochila, apressei Josh, desesperada para sair e colocar uma larga distância entre mim e Trevor. Não ligava se meu melhor amigo preferia esperar que todos saíssem para não ser "massacrado".

Holder se levantou e passou por mim, apoiando a mão no topo da minha cabeça, em uma carícia. Havia um sorriso divertido em seus lábios, que cresceu ainda mais quando ele parou na porta e se virou para mim:

— Tenho dezoito, olhos azuis. — o garoto disse, lançando uma piscadela.

— Otário. — Bufei, passando a alça da mochila pelo ombro.

— Escute o que eu digo: — Josh começou, arrumando sua própria mochila — esse garoto vai acabar com você! Estou sentindo.

Josh gostava de fazer previsões, mas na maioria elas tinham uma margem enorme de erros.

— Não se eu acabar com ele antes. — Murmurei impaciente.

Meu melhor amigo riu e entrelaçou nossos braços, me puxando para a saída.

—Se sentindo corajosa, Lyssi? Quer voltar para nossa fase de quebrar narizes?

Eu revirei os olhos, empurrando-o levemente.

Os intervalos eram naturalmente  barulhentos, mas hoje estava pior. Novatos sempre causavam tumulto; alguém como Trevor alimentava o caos.

Eu podia ouvir os comentários sussurrados sobre o "garoto misterioso, nem tão misterioso assim" por todo canto e sabia exatamente o que o fim do dia traria. As pessoas em Losery funcionavam como engrenagens, todas trabalhavam em um boato diferente que, no fim, se tornaria uma história maluca capaz de marcar o garoto pelo resto do ano. Senão de sua vida ali.

Afinal, era o que os bastardos entediados faziam de melhor: inventar histórias que de alguma forma destruíam alguém.

— Ouvi dizer que ele foi preso. — Josh sussurrou, quando enfim sentamos em nossa mesa que ficava quase fora do refeitório. — Teve que se mudar para cá por isso, ficha suja, você sabe... — ele deu de ombros.

— Estranho. Eu ouvi que ele era vendedor de bolinhos. — Provoquei e ele revirou os olhos. — As pessoas falam demais e nós dois sabemos. Afinal, o que seríamos se eles estivessem certos? — Apontei, pegando uma batata da bandeja dele.

Enquanto eu mordiscava a batata, ele agarrou uma caixinha de suco e furou-a com o canudo.

— Eu sei, mas você reparou naquele garoto? Tudo nele grita rebeldia. — Disse empolgado. — Fora que é a única explicação para alguém como ele acabar aqui. Você sabe que tá todo mundo sempre tentando fugir dessa cidade. —  Josh gesticulou para as pessoas ao nosso redor. — A menos que seja só uma fachada.

Ele deu de ombros, sugando o canudo.

— Bom, nem todo garoto rebelde perde tempo indo para a prisão. Me veja como exemplo: garota rebelde, ficha limpa. — Contrapus, terminando minha batata e lançando uma piscadela.

Josh gargalhou e encostando-se na cadeira, cruzou os braços sobre o peito em uma postura desafiadora. Nós dois sabíamos que a coisa mais rebelde que eu havia feito nos últimos três anos era virar mais noites acordada do que qualquer um gostaria.

— Tudo bem garota, além dos problemas que causamos, qual foi seu ato de rebeldia? Trocar o adoçante do café de um cliente por açúcar? — Debochou.

— Ei, foi só uma vez. E no meu primeiro dia.

— Ainda sim proposital, mas por quê? — Perguntou rindo.

— Jenny. Passou o pé em mim na terceira série e roubou meu papel de árvore no teatro da quarta. — Resmunguei, revirando os olhos e limpando as mãos em meu jeans.

Joshua riu ainda mais.

— Uau. Ainda bem que ninguém aqui guarda rancor. — Ironizou.

— Uma leve mágoa, apenas. — Brinquei. —Mas eu daria tudo por uma boa chance de derrubar Jhony Jow. Aquele ladrão de sucos baixo. — Resmunguei, estreitando os olhos para o garoto ruivo que estava do outro lado do pátio, totalmente alheio ao meu desejo de vingança.

— Isso não é saudável.

Eu me levantei, puxei minha mochila e me inclinando sobre a mesa para ver as horas no relógio de Josh, constatei:

— Estou atrasada.

— Para quê? A onde vai? — Arqueando uma sobrancelha, ele perguntou e me assistiu dar a volta na mesa.

— Disse a Amélia que entraria mais cedo no Café. Então vou matar as últimas aulas em um ato de pura rebeldia. — Falei e beijei sua bochecha. — Seja forte e sobreviva sem mim!

— Está brincando? — Perguntou. — Vou pedir para ligarem a música e soltarem os confetes, achei que nunca me livraria de você! — Brincou, me empurrando em direção à porta.

— Você nunca vai me enganar, Joshua Colton! — Gritei, antes de fechar a porta atrás de mim.

Aquela porta dava acesso direto à uma escadaria para o estacionamento e eu tinha a estúpida e perigosa mania de desce-la pulando degraus. Claro, tinha plena certeza de que em algum momento minha irresponsabilidade cobraria seu preço, então apenas torci para que esse dia não fosse hoje.

E minhas preces foram ouvidas, em partes, é claro, já que no último degrau eu apenas caí da forma mais vergonhosa possível, minha mochila deslizando rapidamente ao meu lado.

Bufei, sentindo meus joelhos arderem.

Dá próxima torceria por uma fuga sem quedas.

Levantei-me do chão assim que ouvi uma risada ecoar pelo estacionamento e puxei minha mochila.

Olhei em volta, encontrando Trevor Holder encostado em uma moto. Ele tinha uma mão enfiada no bolso e na outra segurava um cigarro.

Forcei uma tosse e desviando meus olhos do garoto, comecei a bater minha roupa, tentando tirar junto com a poeira toda a vergonha que eu sentia naquele momento.

Não era possível que eu fosse acabar envergonhada a cada encontro com o novato.

— Primeira vez matando aula ou só é desastrada? — Perguntou ligeiramente curioso.

Desviando os olhos da mancha em meu tênis, olhei-o. Trevor acenou para os meus seios e então olhou para o lado oposto.

Mordi o lábio e mesmo sabendo que me arrependeria, baixei os olhos para onde ele havia indicado. Em questão de segundos minhas bochechas queimaram. Tanto, que achei que explodiriam.

Minha blusa estava enroscada em um dos detalhes idiotas da calça, de forma que não poderia me desfavorecer mais. Com pressa, desenrosquei-a e a ajeitei em meus ombros.

Constrangedor. Muito constrangedor.

— Preto é a sua cor! — Comentou e a raiva me fez encara-lo outra vez.

— Cale a boca!

— Mas é sério. — Falou, atirando o cigarro na lixeira ao seu lado. — Garotas usam preto e agora é clichê, mas em você... — sorriu, levantando uma sobrancelha de forma provocativa.

Algo sequer parecendo melhor em mim? Era isso, o cara era um maluco. Lunático.

Respirei fundo e dei as costas a ele, mas não dei nenhum outro passo, pois aquele não era o caminho para a saída e nós dois sabíamos.

— A saída não é por aí, olhos azuis! Vai ter que passar para mim! — Provocou.

Eu me virei, passando a caminhar com pressa.

— O que é isso? Você está corada? Eu não sabia que garotas ainda coravam. — Comentou, parecendo realmente surpreso.

— Você não desliga? — Perguntei e revirei os olhos.

— Quer me apertar e tentar descobrir? — Devolveu, sorrindo.

— Isso responde minha pergunta. — Respondi, lançando lhe um sorriso falso.

— Droga! — Resmungou. — Mas tudo bem, tenho certeza que teremos muitas oportunidades, olhos azuis. E você, não vai querer perder novamente.

— Idiota. — Sussurrei irritada.

Poucos minutos no mesmo ambiente que Trevor Holder e eu já tinha uma longa lista de adjetivos insultantes para usar contra ele.

— Ei, eu não sei seu nome! —  Ele gritou, quando eu comecei a correr em direção à saída.

Eu me virei e sorri:

— E nem precisa!

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