Finalmente! Natal! Véspera de Natal. 24 de Dezembro. Sonhos, bolo rei, aletria, tudo invade o ar da casa. As luzes coloridas piscam nas molduras das portas e da janela. A neve cobre toda a superfície londrina. É Natal.
A mãe está atarefada na cozinha, a fazer o jantar. Só três mulheres a festejar o Natal. A minha madrinha não pode ficar cá por causa da minha avó, que está doente. Eu estou a tratar de enfeitar a mesa, a mãe está na cozinha e a Daisy... bem... a Daisy está a ver "Sozinho em casa 3" na televisão. A ajuda dela é muito preciosa.
Às onze da noite, a Daisy vai festejar o vigésimo segundo aniversário do seu namorado parvo. A mãe vai deitar-se, porque amanhã vai trabalhar. Por sorte, hoje conseguiu passar umas horas em casa.
Como não quero ficar sozinha, sem fazer nada, vou ter com o Niall. Ele disse que por volta das onze e meia estava em casa.
***
O Niall já está em casa quando lá chego. Ele está completamente adorável. Uma camisola branca, com a gola verde. Um casaco cinzento, calças de ganga escuras e uns ténis cinza e brancos. O seu cabelo está completamente despenteado e os olhos azuis brilham.
- Feliz Natal... - ele adianta-se e chega-se a mim, beijando os meus lábios - Sabes como é, azevinho. - Niall aponta com os olhos para o cimo da porta, onde cinco folhas verdes com pequenas bolinhas vermelhas estavam presas sobre a moldura da porta.
- Tenho uma coisa para ti... Duas coisas. - ele avisa.
- Oh, eu só tenho uma coisa. - fiquei triste.
- E já tens muito. - ele garante - Anda, anda ver.
A minha mão é agarrada pela dele e Niall puxa-me para a sala. Debaixo da árvore estavam quatro embrulhos. Um dos embrulhos dizia "Harry", o outro "Zayn" e o terceiro "Melissa". O Liam disse que já cá tinha vindo buscar a sua prenda. Como é que o Niall terá comprado as coisas?
- Este é para ti. - Niall oferece-me uma embrulho com quatro buracos na tampa e que se mexe. Ok?
Depois de abrir, o meu coração enche-se de ternura ao ver o pequeno gatinho preto deitado no meio de um cobertor já esfarrapado com as pequenas unhas do gatinho. Não perco tempo em sentar-me no cadeirão, com a caixa no meu colo.
O gatinho cabe-me nas duas mãos juntas e o seu miado baixo e curto é das coisas mais fofas que eu já vi. Oh! Ele lambe a ponta do meu dedo enquanto eu acaricio o pequeno nariz cor-de-rosa do gato.
- É fêmea. - Niall informa - Anda um gato a ronda o jardim da minha mãe e soube há dias que ele teve uma ninhada. Lembrei-me logo de ti. - ele explica - Ah, e houve outra coisa que trouxe do jardim da minha mãe.
Por segundos, ignoro a pequena gata na minha mão e presto atenção à mão que o Niall tirou de trás das costas com uma rosa. Eu devia ter adivinhado.
- Eu sei que gostas de rosas. Dá para ver pela cor do teu quarto, do teu diário, do teu telemóvel, do vestido que tens agora, do teu computador, dos teus cadernos... - Niall enumera parte das coisas que tenho com a cor rosa.
- Niall. - só consigo gesticular esta palavra - Já sei que nome vou dar à gata! - exclamo e ele senta-se no puff ao lado do cadeirão.
- Pink? - ele pergunta, retoricamente.
- Sou assim tão transparente!? - rio. Tinha pensado mesmo nesse nome.
- És. - ele concorda - Por isso dei-me ao trabalho de comprar uma coleira com esse nome. Está na caixa... ou pelo menos estava.
Niall procura por entre as dobras do cobertor e encontra uma coleira cor-de-rosa com brilhantes. Uma pequena medalha dourada tinha escrito a letras pretas "Pink" e estava pendurada na coleira. Ele prende-a ao pescoço fino da Pink e ela logo começa a ronronar.
- Oh, obrigada. - agradeço.
- É irónico... Uma gata boa a tomar conta de uma gata pequena. - ele comenta e eu franzo uma sobrancelha para ele, deixando a outra arqueada.
- Eu comprei uma coisa... comparado à Pink não é nada. - murmuro.
Do meu bolso, tiro um pequeno embrulho e entrego ao Niall. Ele sorri e agarra o papel, abrindo-o. Ao contrário de mim, ele rasga o papel. Que simpático, da parte dele. Rio quando ele não percebe a pulseira com o meio coração com "Diih" lá escrito.
- Não entendi. - ele confessa.
Puxo a manga do meu vestido e mostro a minha pulseira, que é a outra metade do coração a dizer "Niih". Primeiro, ele achou ofensivo o "Niih", mas depois riu. E a melhor parte foi quando eu lhe mostrei que as duas metades tinham um iman que as juntavam, formando um coração.
- Foi a coisa mais linda e mais pirosa que já recebi. - ele goza, acabando por levar uma chapada carinhosa no braço - Foi o melhor Natal de todos. Podia ser perfeito, mas a tua metade diz "Niih" e não Niall.
- Niih e Diih fica fofo. - defendo-me e ele revira os olhos - Pensei em pôr Diih e Cinderela, mas a minha mãe iria achar que eu estava tola. - admito e ele desatou a rir.
Ele ia responder, mas foi interrompido com um pequeno "miau" da Pink. O meu coração derrete-se só em ouvir o pequeno miado da gatinha. Oh, foi a melhor prenda de todas. E se a minha mãe não me deixar ficar com ela? Bom, não deixou a Daisy ficar com o Patch, o bull dog, mas...
Flash Back
- Oh, olha para ele, mãe! - Daisy festejou ao ver o pequeno Bull Dog - É tão fofo. Posso ficar com ele? Por favor? - ela implorou, de joelhos.
- É fofo. - a mãe anuiu.
***
- DAISY! - a mãe gritou, do rés-do-chão.
Quando cheguei à sala, segundos depois da Daisy, os sofás estavam completamente "mastigados", o chão arranhado e babado e havia pequenos presentes pelo chão.
- Ele tem de ir embora. Hoje!
Flash Back
Um cão é muito diferente de um gato. O gato tem a sua caixa de areia, e tem arranhadores. Se for habituado a brincar com o arranhador, acho que não vai nem rasgar cortinas nem "mastigar" sofás. Não baba o chão, nem consegue arranhar o chão. E a Pink ainda é pequena. Eu vou habitua-la à casa e vai tudo ser um sonho cor-de-rosa. Que irónico!
- No que essa cabecinha pensa? - Niall questiona, fazendo com que eu desça à Terra.
- A comparar a Pink ao Patch, um cão que a minha irmã teve há uns anos. A minha mãe não o quis lá porque a casa era comida por ele... - respondo.
- O gato é completamente diferente. - Niall aponta e eu concordo, abanando a cabeça - Solta-a no chão, quero vê-la andar! - ele pede.
Pink é solta na carpete. Quando ela começou a esfregar-se na carpete e a rebolar por ela... oh Deus... foi a coisa mais adorável que eu já vi no mundo. A seguir ao Niall corado. Sento-me no colo do Niall enquanto ela dá pequenos passos até á arvore de Natal e roça o focinho numa das bolas. A seguir, tenta deita-las a baixo e a gargalhada do Niall faz a minha alma explodir. Porque é que eu estou, no Natal, com duas das coisas mais fofinhas de sempre.
Niall ignora a Pink e raspa a pontinha fria do seu nariz na minha bochecha. Um arrepio escorrega pela minha espinha e os seus lábios colam nos meus. Os meus braços envolvem o seu pescoço, de maneira a colar-nos mais ainda. A mão grande dele a deslizar pela minha curva.
O momento estava mágico até o telemóvel dele tocar. A cara dele de desagrado é perfeitamente notada. Contudo, as sobrancelhas franzem-se e ele entrega-me o telemóvel. "Número Privado".
- O que foi? - interrogo.
- Não posso atender números privados. Topam-me logo. - Niall explica e eu chego lá.
Atendo - Estou?
- Passa ao Horan. - Jake.
- É para ti, Niall. - entrego-lhe o telemóvel.
Niall agarra o telemóvel e quando a voz do outro lado da linha fala, o maxilar inferior fica tenso e a sua mão fecha-se num punho.
- O que é que tu queres? - ele questiona, rude.
- Aquele dinheiro todo que roubaste do banco, há uns dias atrás. - por causa do silêncio na sala, eu consigo ouvir a voz do Jake. Baixo, mas consigo.
- Eu preciso dele. - ele ataca.
- Oh, que fofo. A tua mãezinha precisa disso para alimentar as duas filhas. - Jake troça - Então diz-me onde ela vive, eu vou lá busca-lo. - por isso é que, quando o Jake me viu a sair da escola, quis saber onde vivia a Cheryl.
- Menos. - Niall esboça um sorriso de lado.
- Ok, então escolhe : ou a porra da massa, ou a tua gaja jeitosa. - ele limita a escolha dele.
- Ouve bem, pões-lhe um dedo num dos cabelos e vais desejar não ter nascido. - Niall ameaça e a gargalhada do Jake é irritante.
- Se eu lhe puser um dedo, não é num cabelo. - Jake garante e o Niall fica num estado meio para o chocado, meio para o congelado... talvez... petrificado - É que sabes, Niall, eu posso andar na rua e apanha-la. Tu não podes. - a chamada é desligada.
Nunca hei de entender o que tenho de tão especial.
- Merda! - Niall ia atirar o telemóvel, mas não o fez.
- Niall. - sussurro.
- Porque é que eu não te posso proteger? - ele lamenta.
- Niall, eu... - ele corta-me.
- Não é "Niall"... é verdade... - ele parece querer esmurrar a parede.
- Eu não preciso de ser protegida. - alerto-o e ele solta uma gargalhada sarcástica.
- Ele só te quer raptar, só te quer comer e só te deu um estalo. - Niall lembra - Oh, o estalo!
- Niall... - porque é que só consigo dizer Niall.
- Desculpa.
- Niall, esquece! É Natal, não estragues o Natal com essa tristeza toda. A culpa não é tua, eu é que não devia ter saído do quarto na hora errada. Vamos esquecer isto, ok? - suplico e ele concorda com a cabeça. Sorrio e colo os seus lábios nos meus.
- Tira a Pink da minha perna. - ele pede.
Quando dou por mim, a Pink tem os dentes na perna do Niall. Não o estava a ferrar. Simplesmente o estava a puxar para a brincadeira. Agarro-a e coloco-a no meu colo. Ela volta a ronronar e lambe o meu dedo, com a sua língua que fazia cócegas.
[Olá a todos!! Eu venho aqui e perguntar o que acham da história??
A aqui está uma fic que acho que deviam de ler:
Chama-se Irresistible e é do Niall.
http://www.wattpad.com/story/19182076-irresistible-%E2%88%9E-n-h
Beijinhos, Búh]