Imagines | MultiFandom [HIATU...

By xHELLenax

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[ATENÇÃO] [OBRA EM HIATUS] Este livro tem o intuito de iludir toda e qualquer leitora do Wattpad que seja fã... More

Diamante | Bruce Wayne
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Trickster? | Gabriel, Supernatural
You Will Be Mine! Pt.1 | Klaus Mikaelson, The Originals
You Will Be Mine! Part.2 | Final | Klaus Mikaelson, The Originals
Papai? | Frank Castle, O Justiceiro
Not an Imagine
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Digamos que... | Steve Rogers, Vingadores
Vida em Chamas | Frank Castle, O Justiceiro.
Royal Love | T'Challa, Pantera Negra
The Prison Of The Lamb Pt. 1 | Chato Santana aka. El Diablo
The Prison Of The Lamb Pt.2 | Chato Santana aka. El Diablo.
The Prison Of The Lamb Pt.3 | Chato Santana aka. El Diablo
Perdido | Grady "Coonass" Travis, Corações de Ferro.
Holy. | Boyd "Bible" Swan, Corações de Ferro.
Primogênita | Norman "Machine" Ellison, Corações de Ferro.
You're my Sun, My Moon and All my Stars | Trini Garcia, Corações de Ferro.
There's No Escape | Loki Laufeyson.
A Aposta | Thor Odinson/Steve Rogers.
Fim? Livro Novo?
Capa.
Ciúmes | Matt Murdock, Demolidor.
Apenas Sinta | Slade Wilson, Deadstroke.
A Weird Family | Natasha Romanoff/Winchester Bros.
Apologize | Negan.
Drunk Confession | Sam Winchester.
You Mean Everything To Me | Poison Ivy.
My Family Pt.1 | Tony Stark.
My Family Pt.2 | Final | Tony Stark.
I Maaayy Be a Little Drunk. Maybe | Dean Winchester.
What Am I To You? | John Constantine.
Music To My Ears Pt.1| Orm Marius, Aquaman.
Music To My Ears Pt.2 | Orm Marius.
Music To My Ears Pt. 3 | Orm Marius.
Music To My Ears Pt.4 | Orm Marius.
Music To My Ears Pt.5 | Final | Orm Marius.
You Deserve Everything | Faramir, Lord Of The Rings.
Unshakable | Hogun.
Casita | Bruno Madrigal.
Love? | Voldemort.
Anúncio especial
Sweet Melody | Morpheus, Sandman.
Precisamos Falar Sobre o Wattpad.

Coragem | Don "Wardaddy" Collier, Corações de Ferro.

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By xHELLenax

Fanfic menciona Segunda Guerra, violência explícita e abuso.
____________________________________

_Durante a Guerra._

Narradora:

Mais soldados americanos estavam chegando dentro de tanques. Era notável a expressão de cansaço e os olhares tristes deles chegavam a doer, era impossível saber a dor no qual passaram. Mas era possível saber oque aqueles olhares diziam.

"Quando tudo isso vai acabar? Vai acabar? Eu vou conseguir voltar para o meu lar? Quantos homens mais vão morrer? Mais quantos amigos eu irei perder? Será que minha família vai estar lá se eu voltar? Eu estou cansado disso! Eu deveria desistir! Não há esperança para nós! Isso tem que valer a pena."

Eles se reconheciam na multidão, aqueles soldados quebrados por dentro os olhares entregavam. Por mais carrancudos e fortes que eles tentavam ser, uma única e mínima mudança no olhar já falava tudo, era o tipo de olhar que faria qualquer um correr para abraçar esse homem que precisava de apoio e consolo. Que precisava voltar par o seu lar antes que perdesse a sanidade.

(S/N):

Eu era a única mulher nessa multidão de soldados, sendo julgada por uns ou zombada por outros. Mas eu não ligava, eu estava servindo ao meu país tentando mostrar a essa porcaria de sociedade que mulheres não se resumem a casar, ser uma boa mulher ou mãe, obedecer o marido sem questionar e ter que aguentar calada qualquer cafajeste que se aproximasse.

Não, eu e o resto de nós não seríamos resumidas a isso. Eu venho de uma família repleta de mulheres, meu pai estava louco para ter filho e se orgulhar de ver o menino servir com ele, mas não conseguiu. Então eu entrei com o intuito de ser o orgulho dele e chegar a um posto maior para que ele batesse continência para mim, mas não deu certo o exército só me admitiu como uma agente infiltrada, só depois de muita bajulação eu consegui minha farda. E nisso veio a guerra, eu e meu pai fomos convocados, faz dois anos que não o vejo e eu me recuso a pensar o pior.

_Soldada (S/N) (S/S)?_ Um dos Sargentos me chamou.

_Senhor._ Bati continência.

_A senhorita é uma dos nossos melhores soldados, será mandada junto com um grupo dentro de um tanque. Está na hora de voltar a campo, pegue suas coisas e me acompanhe._ Falou.

_Sim, senhor._ Falei me virando de costas para pegar uma enorme mochila com roupas e alguns livros.

Em baixo da cama improvisada peguei a minha faca que ganhei de meu pai quando nos separamos e um taco de baseball escrito "Good Night", quando os prisioneiros alemães precisavam ser eliminados eu preferia usar essa belezinha.

Segui o Sargento até um tanque onde soldados estavam encostados, um alto de bigode ao lado de outro que usava um macacão com um chave de fenda na mão e um mais baixo de costas que estava conversando com esses dois.

_Senhores, essa é a senhorita (S/S). É a nossa melhor, sugiro que mantenham respeito, ela desmaiou três homens que tentaram fazer alguma gracinha, então se tiverem amor aos seus dentes sugiro que a tratem como uma soldada de respeito._ Falou e logo depois se afastou.

Eles se entre olharam e deram risadinhas, revirei os olhos e o loiro saiu de dentro do tanque se mantendo sentando lá em cima.

_Ei gracinha! Por que não pega uma bebida pra nós? Estamos cansados._ O de macacão falou.

_Por que não pega você? Já está de pé mesmo, é ali olha._ Apontei para uma tenda com várias pessoas em volta.

_Eu disse para você ir lá buscar._ Se aproximou.

Eu o encarei de má vontade e larguei a mochila no chão.

_E eu disse que não, tenho que repetir?_ Falei irritada.

_Você é uma mulher e vai fazer oque eu e meus colegas mandarem. Gracinha._ Falou tentando me apalpar.

Assim que ele botou a mão em mim e soquei seu rosto fazendo ele cambalear e deixar a chave de fenda cair, com uma mão e a força do braço segurei a gola da camisa dele e com a outra empunhei a faca no pescoço.

_Eu sou uma soldada, assim como você. É melhor me respeitar como sua igual ou vai entrar na lista dos caras que eu desmaiei._ Falei ao pé do ouvido dele.

_Me solta sua vadia!_ Falou irritado.

_Ahn ahn! Peça com respeito._

Ele se debatia tentando se soltar.

_Sabe eu deixei a minha inicial nos caras eu desmaiei, com essa faca. O primeiro foi um alemão, na testa._ Indiquei a testa dele com a faca.

_O segundo foi um Sargento americano, na clavícula._ Indiquei novamente com a faca.

_O terceiro um soldado daqui, no peito._ Desci com a faca pelo uniforme dele.

_E se com você... Eu descesse mais? Oque acha da ideia de ser infértil?_ Desci a ponta faca até a intimidade coberta dele e forcei um pouco fazendo ele sentir ela espetar nele.

Ele engoliu seco e desviou o olhar para seus colegas.

_ Algo a dizer, senhores?_ Olhei para os dois que estavam com os olhos arregalados.

_Solta ele por favor, eu sei que o Grady é um idiota senhorita. Não vai se repetir novamente._ O alto de bigode falou.

_Muito bem._ Falei encarando o tal Grady.

Ele se afastou de mim, que peguei a mochila para entrar no tanque.

_Don! Você tava olhando e não fez nada, por que não fez nada?!_ Grady gritou para o tal Don, o loiro sentado que observou tudo dali. Aparentemente um Sargento.

_Eu vou ter que defender um animal que não sabe respeitar uma mulher?_ Indagou.

_Obrigada Sargento._

_Tudo bem, garota. Arruma suas coisas aí em pouco tempo a gente sai._

[Quebra de Tempo...]

Depois de sairmos e obviamente sermos atacados, paramos numa cidade alemã próxima. No caminho tantas mulheres e crianças que não tinham nada a ver com toda essa desgraça perdendo tudo e tendo que abandonar suas vidas, era triste ver tudo isso acontecer.

Parando nessa cidade, Don desceu com uma caixinha nas mãos e uma arma, os outros foram fazer seja lá oque for e eu segui o Sargento para a revista de uma casa.

Duas mulheres alemãs, aparentemente mãe e filha juntas. A mãe escondeu sua pobre menina para que ela não servisse de "banquete" para os soldados, ver mulheres sendo rebaixadas a isso era horrível eu sentia a dor da humilhação delas. Don ofereceu a caixinha que dentro continha ovos e como se fosse o cara mais delicado do mundo pediu para que elas cozinhassem e se juntassem conosco.

Eu estava sentada no sofá me levantei e tirei a grande jaqueta pondo a arma de lado deixando a blusa grossa de mangas compridas fazer o desenho certo de meu dorso, da cintura para baixo o grande uniforme e as botas copriam tudo, aquilo me deixava enorme.

A mulher mais velha trouxe uma bacia grande com água para o Sargento. Não liguei muito, minha atenção foi ganhada pelo piano que tinha no mesmo cômodo, sentei no banco levantando a estrutura que protegia as teclas, toquei-as sem que deixassem sair som algum. Fechei os olhos e senti o marfim frio.

Minhas mãos começaram a tremer e eu pude perceber que acabei esquecendo quem eu era antes disso tudo. Uma simples pianista que ganhava a vida entretendo os clientes de um restaurante da família.

_Por que não toca?_ Falou o Sargento Collier tirando a blusa de sua farda para se banhar na água que estava contida na bacia.

Passei o olhar por seu dorso perfeitamente desenhado com cicatrizes de bala e arranhões, voltando olhar seus olhos extremamente azuis.

_Eu... Faz tanto tempo._ Falei juntando minhas mãos e olhando o instrumento.

_Tenta._ Falou.

Alternei o olhar entre ele e o piano, posicionando minhas mãos nas teclas comecei devagar até pegar o ritmo. Toquei minha sinfonia favorita de Beethoven, a sinfonia 5.

Ao tocar enchi os pulmões de ar e com os olhos fechados continuei sem errar. Sentia uma presença atrás de mim que me fez abrir os olhos e parar de tocar, colocaram as mãos sobre meus olhos os tapando.

_Continue._ Ouvi a voz rouca de Don.

E continuei, tocando como se estivesse numa de minhas apresentações. Memórias vieram a minha mente, eu e minha família unidos, eu tocando e o restaurante cheio. Concluindo minha apresentação e me levantando recebendo aplausos e logo me afastando para comer alguma coisa recebendo sorrisos de várias pessoas.

Que saudade de casa. Minhas irmãs. Meu pai e minha mãe.

O Sargento se afastou de mim me possibilitando enxergar novamente.

_Você é uma peça rara garota._

_Obrigada senhor._

Falei me levantando e vendo meu superior de costas colocando novamente a farda. Suas costas inteiras estavam queimadas, deformada, oque foi que aconteceu com esse homem?

Me afastando do instrumento sendo guiada pelo cheio bom dos ovos me digiri até a cozinha vendo as senhoras cozinhando.

-Em alemão-

_Precisam de alguma ajuda?_ Falei.

_Está tudo bem senhorita, pode se sentar logo terminamos._ Falou a mais velha.

Ela nitidamente estava cansada, parecia doente e o estresse a deixava fraca.

_Por favor senhora, descanse um pouco e beba água eu ajudo ela._ Falei guiando a senhora até uma das cadeiras da cozinha.

_Por que está sendo gentil? Somos alemãs._ Falou a mais nova.

_Emma..._ Tentou protestar sua mãe.

_Não, tudo bem. Estamos em guerra com nazistas, não os alemães é diferente. Eu também sendo mulher sei da humilhação que vocês passam e eu sei da dor que é ser resumida a isso, eu tô aqui para provar que não é assim!_

_Você é corajosa menina, isso é bom._ Falou.

_Obrigada senhora, eu enquanto mulher estarei aqui e não deixarei nenhum idiota colocar a mão em vocês, nem que eu perca minha farda. Isso tudo não é problema de vocês._

_Sobre isso querida eu quero implorar, não deixem que toquem na minha Emma ela é tão jovem não quero que passa por essa humilhação..._ A senhora pegou minhas mãos e se ajoelhou, eu via em seus olhos o desespero de uma mãe pela segurança e integridade da filha.

_Eu estou grávida de quase 2 meses, por favor!_ Ouvi a moça dizer.

Ao ouvi aquilo um peso e responsabilidade enorme caiu sobre mim. Enquanto eu estivesse ali não iria deixar que tocassem nessa menina e nem em sua mãe, como mulher e soldada era meu trabalho proteger meu país e ajudar os aliados, também não iria deixar inocentes morrerem desse jeito.

_Eu prometo._ Falei

*************

Depois da refeição feita ajudei-as a servir a mesa. Até que Grady, Garcia e Boyd entraram como loucos na casa procurando por nós.

_Don! Achei vocês achei que tivessem ido fazer uma rapidinha._ Falou Garcia aparentemente bêbado.

Os outros riram e se sentaram desleixados.

_Olha só que loirinha mais linda, essa é minha!_ Grady pegou Emma pelo queixo fazendo a garota se debater.

Desferi um bata forte no rosto do homem que soltou Emma e cambaleou para trás. A jovem correu para sentar na cozinha nos braços da mãe.

_Não aprendeu a respeitar uma mulher ainda imbecil?_

Ele me olhou com raiva pondo a mão sobre a área avermelhada de seu rosto.

_Que isso sirva de aviso, ninguém encosta nelas!_

Eles se sentaram na mesa perto do Sargento Collier até que as provocações vieram.

_Vai deixar ela ser assim Sargento? Mais autoritária que o senhor._ Falou Garcia.

Eu e Don nos encaramos enquanto comíamos, botei uma garfada do ovo na boca sentindo o gosto bom do tempero, a quanto tempo não como assim?

_Soldada (S/S), por que não explica a esses senhores oque veio fazer aqui no meio da guerra?_ Indagou.

Terminei de mastigar e encostei as costas na cadeira largando os talheres.

_Eu tô aqui por causa de homens como vocês._ Encarei os soldados na mesa.

_Por causa de idiotas como vocês as mulheres são rebaixadas na sociedade, nossa obrigação é nos calar e abaixar a cabeça pra vocês não importa se estejam errados ou não, somos rebaixadas e humilhadas todos os dias por gente como vocês._ Fechei os olhos e respirei fundo controlando a raiva.

_Mulheres não servem só para obedecer, serem mães e esposas doces. Somos seres humanos também e eu tô aqui pra provar para um bando de marmanjos que nós mulheres somos mais fortes do que pensam! Eu não vou mais abaixar a cabeça e ser humilhada e reduzida perante a um asqueroso nojento! Todos os dias mulheres são estupradas, mortas e humilhadas por seus maridos, namorados, pais, padrastros, até desconhecidos bêbados ou seja lá qual for o posto que esse homem ocupa... E mesmo quando conseguimos sair de qualquer situação humilhante que seja e pedir ajuda mesmo estando completamente destruídas temos que arranjar forças para caminhar e quando finalmente conseguimos falar raras vezes a justiça é feita, dentro de uma delegacia que é onde há policiais treinados para prestar ajuda somos taxadas as culpadas, passamos por mais humilhação porque segundo uma sociedade toda a culpa é da mulher que foi vítima e não do estuprador._

Senti meus olhos marejarem, mas continuei.

_Somos vistas na rua pelas pessoas como se fossemos pedaços de carne com validade. Já parou pra pensar que a su mãe, irmã, avó, tia, prima ou até mesmo filha passou por isso? Ou vai passar? Mulheres todos os dias são negadas em vagas de emprego por não serem consideradas capazes de realizar o mesmo trabalho de um homem e se somos admitidas o salário é menor, não temos o direito real de fala em organizações, reuniões ou até mesmo na família. Mulheres são vistas como procriadoras e apenas isso, não se dá o devido valor e respeito a nós e eu tô nesta porcaria tentando provar que mulheres não são objetos sexuais! Não são máquinas de parir filhos e muito menos saco de pancada para aguentar humilhação, eu não vou abaixar a minha cabeça enquanto e não ver a mulher ocupar o mesmo lugar que vocês nessa porcaria de sociedade que nós estamos._

Respirei fundo e olhei para baixo eu estava perto de ter uma crise de choro, estava um silêncio profundo os soldados de cabecas baixas e Don com o olhar sobre mim.

_Permissão para me retirar Senhor._ Falei alto.

_Concedida soldada, vai descansar._

Me levantei rápido e fui em direção a uma porta grande que havia na casa, abri, entrei e fechei. Era um quarto aconchegante, cores frias e os móveis de madeira escura, uma cama de casal, um grande closet, vista da janela para fora e uma penteadeira com um espelho que possibilitava me ver por inteira.

Olhei meu reflexo no espelho, eu nunca estive tão suja na minha vida, tirei meu cap revelando meu cabelo cortado extremamente curto comparado ao usual, me aproximei para enxergar melhor e consegui ver minhas cicatrizes pela gola da camisa grossa que eu usava, eu havia me esquecido delas.

Passei as mãos por baixo da camisa sentindo minha pele áspera, arranhões e queimaduras. Estavam por todo meu corpo com exceção do rosto que havia apenas alguns cortes recentes. Arranquei o tecido grosso de meu tronco revelando a deformidade dele, apenas coberto por faixas de tecido que amarrei em meus seios para facilitar na minha movimentação e agilidade.

O formato do meu corpo era considerado fora do padrão, por ter quadris muito grandes, ombros largos e não ser magra. Facilmente me consideravam uma mulher vulgar por ter um corpo "avantajado" demais e não usar roupas muito cobertas, era uma droga ser julgada livremente por estranhos que não tem nada a ver com a minha vida se achando no direito de imporem regras, como se fosse um absurdo uma mulher com o meu tipo corporal usar uma roupa X. A verdade era que não importava oque eu fizesse, vestisse ou falasse eu nunca estaria de acordo com o gosto de todos e fico feliz que isso não aconteça.

A situação acabou piorando quando essas queimaduras foram feitas, tive que sair de casa com o olhar de nojo das pessoas pra mim ou eu nem saia de casa. Olhando esses arranhões e as queimaduras por todo meu corpo, eu tenho orgulho delas, mas não quer dizer que não doa quando sou olhada como uma aberração.

A vida é sempre mais difícil para uma mulher "imperfeita".

Ouvia vozes de fundo do outro lado da porta, mas não dei atenção. Lágrimas se formaram nos meus olhos e aquela sensação de precisar esvaziar o peito tomou conta de mim, logo agora? Não, aqui não.

A porta foi escancarada me deixando amostra para qualquer um que quisesse ver. Ainda olhando no espelho vi o reflexo dos soldados me olhando com espanto, eu conhecia muito bem esses olhares.

_Sargento, já imaginou se sua própria filha colocasse fogo no próprio corpo para se livrar se um marido humilhador e agressivo? Só para se livrar da dor que ele causou a ela durante cinco anos seguidos._ Indaguei abraçando meu próprio corpo.

_Ou melhor, já imaginou tamanha coragem que ela ou qualquer outra mulher teria para fazer isso? Abrir mão do próprio corpo._ Me virei ficando de frente para eles.

Os olhares deles murcharam, estavam estáticos olhando para mim. O Sargento se aproximou e me abraçou, eu fiquei surpresa com sua ação mas logo retribui enterrando meu rosto em seu peito e molhando a farda dele.

_Eu nunca conheci uma mulher tão corajosa quanto você (S/N)._ Falou fazendo carinho no meu cabelo.

_Nós vamos sair dessa e você vai voltar para casa e continuar a lutar pelo que acredita. E eu vou te apoiar, como seu superior e um amigo._

Tirei meu rosto dele olhando novamente nosso reflexo no espelho. As palavras dele causaram algo confortador em mim.

_E se me permite dizer, você é perfeita._ Falou me encarando.

Soltei um riso fraco e o soltei, ele pegou minha jaqueta e cobriu meu dorso.

_Vista-se, vamos lutar e voltar para casa._ Me deu um beijo na testa e saiu com os outros.

Depois daquilo, depois de voltar para a realidade lá fora achei que com toda aquela esperança reacendida realmente conseguiríamos voltar, mas eu jamais imaginei que viria cada um deles morrer na minha frente. Jamais imaginei que choraria ao ver Grady ser atingido e morto na hora, assim como Boyd. Garcia que se sacrificou colocando a granada dentro da própria roupa e o Sargento Don ganhando tempo para que eu me escondesse e me salvasse.

Eu tive a grande impressão de que cada um deles morreu para me salvar também, para que eu chegasse em casa salva e fizesse juz a morte deles. E eu farei.

💀SrtaCastle💀

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