Love Me Right

Bởi NatashiaKitamura

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Bailey Wright era uma garota doce e alegre. Aos 12 anos, viveu seu primeiro amor com Maximus King. Achou que... Xem Thêm

Introdução
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16 - Parte I
Capítulo 16 - Parte II
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 27
Capítulo 28
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo 26

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Bởi NatashiaKitamura


- Amiga, você está péssima.

Foi assim que Nicole me deu 'bom dia' quando nos encontramos no dia seguinte. Ela e Jessica ficaram um bom tempo fora e, mesmo quando voltei para o quarto depois que Scott me deixou no dormitório, ela ainda não havia voltado.

Willis, por outro lado, já se encontrava dormindo, o que achei ótimo, já que com certeza iria querer dizer alguma coisa se a encontrasse acordada.

Ela poderia ter se expressado comigo, foi o que pensei no começo, mas nós não tínhamos nenhuma intimidade, e não consigo imaginar o nível de estresse que ela deve ter passado até agora por conta de sua orientação sexual. Mesmo hoje em dia ainda há muito preconceito ao redor do assunto.

- Tenho uma maneira de fazer esse seu rosto de quem não dormiu nada melhorar. – Nicole me puxou pelo pulso até a entrada do prédio de administração, onde um grande número de pessoas estavam presentes. – O Conselho decidiu expulsar Augusto da faculdade e suspender Isla do nosso ano, ou seja, ela não estará mais na nossa turma! – Nikki sorriu e soltei uma gargalhada.

- Uma formatura sem Isla junto? Uau! – rimos juntas, mesmo o dia de nossa formatura estar bem longe de chegar.

Em meio a toda muvuca do local, ninguém percebeu um homem se aproximando da entrada, onde Augusto estava quase saindo com Isla. Homens vestidos em terno fizeram os alunos abrirem espaço para o homem que exalava seriedade e poder. Ele se dirigiu até Augusto, que revirou os olhos.

- Olha só quem resolveu aparecer no campus... – Jessica soltou um assobio enquanto passava o braço por meus ombros e ria. – O pai de Augusto em pessoa.

- O pai?! – abri a boca e voltei minha atenção à presença do homem, que jogava um uniforme do exército para Augusto.

- Mas que diabos!? – ele começou a falar, mas foi calado pelo olhar do pai.

- Esse foi o trato, Augusto. – a voz grossa saiu. – Se me envergonhasse ou não se formasse, iria prestar atividade no exército. Quem sabe assim a educação que lhe dei entra em sua cabeça oca. – ele olhou ao redor e, ao perceber que era o centro das atenções, limpou a garganta. – Siga-me.

Sem dizer mais nada e evitando olhar para os lados, Augusto caminhou atrás do pai e dos seguranças, carregando nada mais que o fardo do exército.

- Exército! – Jessica gargalhava. – Podem imaginar melhor castigo para ele? Pagando de gostosão. – gritou em meio aos risos. – Eu não poderia imaginar castigo melhor. Meu pai vai amar saber. Talvez ele ame tanto que aumente a minha mesada. – e logo pegou no celular.

- Foram vocês, não foram? – a voz de Isla apareceu atrás de nós.

Viramos nós três para ela, que tinha o rosto inteiro vermelho com a vergonha.

- Olha só... – Jessica sorriu. – Parece que mesmo chamando a atenção de todos como namorada do Rei, você ainda não se acostumou a ser o centro. – e olhou ao redor, onde as pessoas continuavam observando Isla, já que não havia aula para a maioria.

- A propósito. – falei. – Obrigada por ter feito a prova final ser suspensa. Eu realmente estava ferrada se tivesse de fazê-lo.

Nós três rimos e Isla somente abriu um pequeno sorriso.

- Como é fácil rir quando se está ganhando, não é? – ela cruzou os braços. – Eu sei bem, ri muito de vocês três nesses últimos seis meses. Principalmente você. – me encarou. – Você acha mesmo que eu não sabia do seu planinho idiota de se vingar de Maximus?

Ergui uma sobrancelha.

- Você realmente achava que eu não iria saber que você era a ex dele? Todo mundo sabe. – ela apontou ao redor. – Eu posso ser a piada do dia, mas você é a piada do século.

Nicole abriu a boca, mas logo a fechou. Isla não deixou de perceber a tentativa de ser humilhada mais uma vez.

- O que foi? Perdeu a graça?

- Não, eu só iria descer ao seu nível, queridinha. – Nicole abriu um pequeno sorriso para Isla, que soltou uma risada. – Mas não devemos citar o nome de quem não está aqui.

Ela logo soube que Nicole se referia à irmã mais velha de Isla, Viola. Isla tentou vir para cima de Nicole, mas foi interrompida por Maximus, que segurou em seu pulso.

- É ela. – ele disse sério, não tirando os olhos dos olhos de Isla.

Abri a boca para perguntar a ele o que estava fazendo, mas logo um grupo de quatro policiais chegaram.

- Isla Geller? – o que parecia ser o líder deles perguntou à ela, que ergueu uma sobrancelha.

- O que quer comigo? – ela perguntou seca.

O homem retirou as mãos do bolso do casaco e lhe mostrou um crachá antes de dizer:

- Preciso que nos acompanhe até a delegacia.

- Para quê? – ela olhou deles para Maximus, que ainda segurava seu pulso.

- O senhor King abriu um processo contra a senhorita. Chantagem, danos morais... algumas razões que a senhorita parece saber. – ele disse ao vê-la abrir a boca, chocada.

- E sobre qual pretexto...

- Vá logo, Geller. – ele disse parecendo exausto. – Eu entreguei todas as provas.

- Que provas?

- Suas mensagens, cartas e, com a ajuda da sua mãe, seu notebook.

- Meu not... – ela começou a falar, mas teve seus braços segurados por dois dos policiais. – Não ouse me tocar! – ela tentou se desvencilhar.

- Sua mãe já contratou um advogado, que a aguarda na delegacia. – o policial que a informou do processo disse, fazendo sinal para os demais não se acanharem em levarem-na para a viatura.

- Você vai me pagar, King. – Isla disse séria para Maximus.

- Não, Geller. – ele respondeu-lhe sério. – Você quem vai me pagar agora.

Sob o alvo dos celulares dos alunos que acompanhavam a situação, Isla sumiu de nossa vista. Olhamos para Maximus, que olhava na direção de onde a viatura esteve estacionada e então respirou fundo.

- Bem. Não foi tão mal assim.

- Não foi tão mal? – Jessica gargalhou. – Até parece que você não cresceu em Salt Lake. Sua vida será um inferno amanhã.

Maximus soltou uma pequena risada e bagunçou os cabelos.

Era verdade. As pessoas de Salt Lake, apesar de serem consideradas da "cidade grande", não costumam perdoar quando uma coisa dessas acontece em público. Principalmente porque a família de Isla ficou conhecida após a morte da mais velha, e Maximus... bem, ele é Maximus King.

Seus olhos encontraram os meus e soube que ele logo me chamaria para conversar.

- Está tudo bem? – ele perguntou, parecendo preocupado. – Ela lhe disse algo...

- Nada que fosse pior do que as coisas que ela fez.

Nicole começou a gargalhar, chamando nossa atenção para seu ataque de loucura.

- Não é ótimo quando nós somos as vadias, mas acabamos saindo como as vítimas da história?

- Não costumo gostar de ser a vítima. – resmungo. – As vadias se machucam muito menos.

- Bem. Agora que tudo acabou e estamos livres dos dois pelo resto do serviço de Augusto no exército... – Jessica se espreguiçou. – Vou voltar para o dormitório. Acordei só para ver esse espetáculo.

- E eu vou... – ela olhou para mim e Maximus. – Bem, vocês sabem.

Abri um meio sorriso, pois se havia duas pessoas que sabiam de seu relacionamento sério com Greg, éramos eu e King.

- Eu a acompanho. – ele logo disse quando mencionei que também voltaria para o dormitório.

Passamos metade do caminho calados. Eu estava confortável com o silêncio que havia entre nós dois. Esperava que Maximus não fosse dizer nada, mas sabia que era querer demais, uma vez que ele se mostrava incomodado com a quietude. Mexia as mãos, olhava ao redor sem prestar atenção e olhava para mim de tempo em tempo, provavelmente esperando que eu iniciasse algum diálogo.

- Bay.

- Hum?

- Me desculpe.

Olhei para ele com as sobrancelhas erguidas.

- Por ter colocado você em toda essa situação. – ele colocou as mãos nos bolsos. – Se eu não tivesse deixado que Viola—

- Você sabe que não foi sua culpa. – cruzei as mãos nas costas. – Eu culpo seus pais.

Ele inclinou a cabeça para o lado, confuso.

- Se eles não o tivessem feito tão charmoso, metade de Salt Lake City não iria te adorar e a outra metade te invejar.

Maximus soltou uma risada e balançou a cabeça, compreendendo e, em parte, concordando.

- O que significa que Salt Lake City inteira não me conhece. – ele respondeu. Quando olhei para ele, perguntando o porquê de seu comentário. – Não sou motivo para admiração ou inveja. Tudo o que fiz foi sobreviver. Primeiro à escola, depois os primeiros anos da faculdade.

- Você quer dizer que não tinha ambição?

Ele assentiu.

- Convenhamos... eu poderia decidir ser um mendigo e as pessoas não veriam como uma coisa ruim.

Rimos.

- É. Você causa esses efeitos nas pessoas de Salt Lake. – concordei.

- Mas agora é diferente. – ele disse, voltando à seriedade. – Agora sei o que quero.

Pude ver o brilho em seus olhos. Um brilho que eu costumava ver com frequência quando estávamos juntos. Não me lembrava dele e não percebi que ele esteve ausente durante todo esse tempo desde meu retorno. Associei como se o brilho se relacionasse à vontade dele de viver. Maximus parecia mais disposto a viver.

- Obrigado. – ele disse, sério. – Se você não tivesse voltado e me feito finalmente querer algo novamente, eu provavelmente estaria vinculado à Isla Geller até agora.

- É claro que não...

- É sim, Bailey. – ele suspirou. – A porcentagem de falta de vontade que tinha em minha vida até você chegar... você ficaria surpresa.

- Você nunca teve falta de vontade.

- Quando estávamos juntos, sim. – ele observou. – É claro que não deveria associar todas as minhas melhorias à você. – Maximus riu e olhou ao redor antes de pararmos na porta do meu dormitório. – Mas é a verdade.

- Max...

Senti suas mãos segurarem as minhas fortes, como quando namorávamos.

- Se não for para continuarmos o que nós tínhamos antes, então eu gostaria de começar algo novo. – seus olhos encararam os meus. – Você me faz bem, Bailey, e desejo fazer esse mesmo bem a você. – seus dedos se cruzaram com os meus. – Por sua causa fui capaz de fazer coisas que deveria ter feito há muito tempo. Algumas pessoas são assim, movida por outras. Não me envergonho de dizer que você é o motivo pela qual eu sou movido.

Sua mão subiu até minha bochecha, que até então não havia percebido quão quente estava. Seu polegar fez um lento carinho no local, deixando-o além de mais quente, formingando.

Então, sem que eu esperasse ou sequer tivesse tempo para ver o que estava acontecendo, seus lábios se encostaram em meus com delicadeza, sem exigência nenhuma de retorno.

Me afastei dele rapidamente, porque não podia retribuir aos seus carinhos, quando havia outra pessoa também esperando por uma resposta minha.

- Esperarei pela sua decisão. – ele disse e se fosse possível, eu gemeria em desconforto. Já não bastasse Scott, agora Maximus?

Quando cheguei ao quarto, não pude tirar um tempo para pensar na situação com Maximus e Scott. Sharon estava sentada em sua cama com um livro, mas logo o colocou de lado ao me ver entrar.

Trocamos um olhar e ela se moveu para a borda de sua cama, enquanto eu sentava na minha e retirava os sapatos para cruzá-los.

- Você não parece muito feliz para quem está em um bom relacionamento com Scott.

- Eu não estou em um relacionamento com Scott. – respondi, vendo suas sobrancelhas se erguerem em pura surpresa. – Mas isso não vem ao caso agora. Quero falar sobre você.

- Ah... – ela olhou para o lado. – Então ele te contou tudo.

- É claro que contou. – bufei. – Se houvesse algo que ele não tivesse me contado, ele com certeza não estaria esperando por uma resposta minha a essa altura.

- Você o está fazendo esperar? – ela não parecia chocada, mas sim se divertindo bastante com a ideia.

- Por que você e Scott inventaram um relacionamento?

Sharon se moveu, incomodada com a pergunta. Eu não havia perguntado a Scott, porque meu sexto sentido me disse que eu acreditaria mais se viesse da boca de Sharon. Ele não parecia ser o tipo de pessoa que diria também, pois se havia uma certeza, é que Sharon planejava as coisas muito melhor que ele.

- Depois que nossos pais... você sabe. – ela mexeu a mão. Assenti, concordando. – Depois do acontecimento, meu pai se tornou uma pessoa menos, hum, tolerante.

- Ah.

- É. Ele não aceitaria muito bem a ideia de eu... hum...

- E você prefere ser chamada a atenção por estar se envolvendo com alguém que ele não gosta, do que por ser lésbica?

- É complicado... – ela disse sem graça.

- Não me parece nada complicado. – disse, direta. – Você é o que é. Seu pai tem que aceitar.

- Eu sei... é só que ele passou por tantas coisas...

Suspirei, não conseguindo compreender muito esse tipo de receio dela. Meus pais sempre tiveram um relacionamento distante, mas direto comigo e Naomi. Talvez seja porque nossa personalidade fosse forte demais para eles tentarem ser delicados, ou talvez porque não houvesse tempo para conversas longas em nossa relação. Com eles longe o tempo todo e, quando juntos, brigando e exigindo coisas de nós, é óbvio que eu e Naomi deveríamos saber nos defender.

- Seu pai deve ter mais maturidade que você para compreender esse tipo de coisa. Não é como se ele fosse daquelas pessoas que acham que a homossexualidade é um associado ao diabo...

- Não, ele não tem esse tipo de preconceito! – ela ergueu as mãos, exasperada. – Ele só não aceita bem quando, hum, sou eu.

- É porque é você, que ele deveria aceitar melhor. Mas eu aposto que ele nem pensa no assunto porque você nunca teve a coragem de falar com ele.

Ela coçou a nuca, sem graça.

- Foi você quem teve a ideia, não foi? De namorar Scott.

Ela assentiu.

- No começo, foi por querer ver se eu conseguia ter um interesse maior no sexo masculino. A sociedade costuma ser bastante convincente com jovens aptos a ouvi-los. Porém, com o tempo, vi que não dá para mudar algo que já faz parte da gente. – ela olhou para as mãos, que se mexiam, quase formando um nó. – Não me importo com o que a sociedade acha ou não certo, mas meu pai... ele já passou por muita coisa, para ter de lidar com mais uma surpresa. Então pensei: se eu pudesse prepara-lo, até lá, eu poderia inventar alguma desculpa. Me pareceu convincente a relação com Scott. Se ele odiasse tanto assim meu primo, então a ideia da filha ser lésbica não pareceria tão ruim.

- E por causa disso, vocês dois se mostram àqueles que são próximos de seu pai, para que ele fique sabendo por terceiros. – concluí, vendo-a assentir em concordância. – Você precisa parar de ser covarde e enfrentar seu pai.

Sharon suspirou.

- Foi o que Scott me disse.

- Ele disse?

- Na verdade, ele ficou bem bravo no ano novo. – ela abriu um sorriso sem graça. – Eu o atormentei para fazer aquela cena. Havia um dos caras...

- Eu sei. Ele disse. Trabalha com seu pai.

- É. Mas me arrependi no momento em que o vi jogado no chão após o soco de King. Ele brigou à beça comigo. – ela riu sem graça. – Então falei que falaria com você, mas ele disse para eu resolver os meus problemas, se quisesse resolver as dele também.

Limpei a garganta, pois não diria que Scott estava certo para a prima dele.

- Falando em resolver seus problemas... você precisa desencanar de Nikki.

- Ah.

- É. Ela está em um relacionamento com Greg e agora é de verdade.

- De verdade... – ela murmurou, soltando uma risada em seguida. – Parte de mim já sabia. Quero dizer, os dois são vergonhosamente loucos pelo outro.

- Isso mesmo.

- Talvez até outra pessoa aparecer, eu possa continuar com meu amor unilateral...

- Mas que perda de tempo! – a voz de Jessica soou em nossa porta, nos fazendo sobressaltar.

- Você já ouviu falar em privacidade? – me levantei da cama, vendo-a entrar no quarto e fechar a porta.

- Sim, ela é uma merda, mas bastante interessante quando tem a ver com sexo. – Jess se aproximou e se sentou ao meu lado. Olhou para Sharon e disse: – Você foi boa com Nicole durante todo esse tempo e ganhou a merda de um coração quebrado. Legal, você não liga de se machucar pela pessoa que curte, mas, pelo amor de Deus, tenha um pouco de orgulho e se deixe sujeitar a isso pelo menos por uma pessoa que sinta o mesmo por você.

Ergui as sobrancelhas, pois achava que eu estava sendo dura com ela até agora.

- Isso se chama falta de amor próprio. Você precisa de um psicólogo. Aqueles de carreira, que ajuda bastante a vida pessoal e tudo mais. – ela apontou para Sharon, que prestava atenção sem se ofender com o que Jessica lhe dizia na cara. – Além disso, já está na hora de você amadurecer, querida. Não se obrigue a chegar no segundo ano da faculdade com essa maturidade de merda. – ela balançou a mão. – Você está apenas arranjando desculpas para continuar gostando de Nicole, que já deixou muito claro para a faculdade inteira que ela gosta mesmo é de um pinto.

- Jessica!

- O quê? – ela me olhou, como se não tivesse dito nada de errado. – Alguém precisa colocar senso na cabeça dessa menina! Vivendo o primeiro semestre inteiro da melhor época da vida dela escondida de tudo e todos. Não aceito. Você sabe que sou uma pessoa muito legal, que não hesita em ajudar os mais necessitados. – ela olhou para Sharon. – Você precisa tomar jeito. Sabe quantas garotas existem nessa faculdade que aceitariam um rolê com você?

- Um... rolê?

- Você se diz lésbica, mas já beijou na boca antes?

- É claro que já! – Sharon falou um pouco mais alto, claramente ofendida.

- Então pare de se resguardar para uma hétero, querida. – Jessica se levantou e ajeitou a roupa. – Coloque uma roupa decente, nós vamos a uma festa.

- Festa? Que festa?

- Você não precisa saber, só beijar quem eu trouxer pra você beijar. – ela balançou a mão e enquanto Sharon corria até o banheiro para tomar uma ducha rápida, foi até o espelho ao lado da escrivaninha de Nicole para dar uma última olhada. Viu meu olhar da cama e revirou os olhos. – O que é?

- Você não precisa causar toda essa revolução na vida da garota, para ter companhia pra uma festa.

Jessica riu.

- Isso se chama investimento futuro. Você vai ouvir muito sobre esse semestre, na aula do chato do Jewell. – ela jogou os cabelos para trás antes de dizer: – Além disso, eu não gosto de lidar com virgens inexperientes.

- Se Scott souber o que você está para fazer com a prima dele...

- Ele vai é me agradecer. O cara tem outras preocupações com você, para ter de continuar sendo babá da menina. – ela repassou o batom, voltando a me encarar em seguida. – Minha dica pra você: decida logo qual dos dois vai querer. Nenhum homem promete castidade por muito tempo. Depois não vai querer se achar no direito de ficar ofendida, se ver algum deles seguindo em frente.

Apertei os lábios, principalmente porque sabia que ela estava certa.

~*~

Na hora do almoço, Nicole e eu nos encontramos a pedido de Nikki.

- Em um namoro, amiga, você precisa aprender a saber quando está dando liberdade demais para o boy.

- Liberdade demais? – perguntei, enquanto comia um pouco da massa que havíamos pedido para nós duas.

- Hoje ele pode almoçar com a gente, amanhã nem pedirá permissão. – ela explicou, como se Greg fosse ser do tipo que tem interesse em ficar grudado nela. – Está com sono, amiga? Porque meu assunto definitivamente não é tedioso, já que você mesma estará em um relacionamento em breve.

Neguei com a cabeça e contei que não havia tirado o cochilo que eu gostaria por conta de Sharon. Falei sobre o rolo com Scott e também da queda que Sharon tinha por ela.

- Sharon Willis me tem como sua musa secreta?

- Você distorceu um pouco a situação, mas vamos dizer que sim.

Nicole deu uma alta gargalhada no exato momento que Greg chegou e sentou ao lado dela. Levantei uma sobrancelha para Nikki, que limpou a garganta.

- Nós havíamos combinado de fazer algo depois daqui.

- Sei. Quanta liberdade. – comentei, vendo-a fazer uma careta.

- Ahh... você não sabe o que Bailey acabou de me contar, Greg. – Nicole olhou para mim com um sorriso maroto.

- O quê?

- Sharon Willis tem uma queda por mim desde quando éramos criança.

- Sharon Willis? – Greg arregalou os olhos. – Sério? – me perguntou. Em resposta, assenti com a cabeça. – Não vai me dizer que ela decidiu querer te roubar de mim justamente agora?

Abri um pequeno sorriso ao ver o desespero de Greg. Nós sabíamos melhor que ninguém que a única razão deles não terem namorado sério antes, foi porque Nikki é um espírito livre, que apesar de ser possessiva, também não gosta de se prender por muito tempo. Mesmo assim, sua decisão de entrar ­de verdade em um relacionamento sério com Greg se deve ao único fator de ela ser muito apaixonada por ele – fato que, pelo jeito, não foi firmada na mente dele ainda, e com certeza por culpa única e exclusiva de Nicole, que prefere deixa-lo às escuras do que fazê-lo ter certeza de seus sentimentos.

Observei Nicole se fazer de difícil, desesperando ainda mais Greg, que começava a suar frio com a ideia de vê-la terminando com ele mais uma vez.

- Greg... deixa de ser besta. O único que pode me fazer terminar com você, é você mesmo. – ela disse, acalmando-o.

- Bailey – Greg me chamou quando decidi que comer era bem melhor do que ficar observando os dois agindo como débeis um pelo outro. –, estou sabendo que você está no meio de um impasse.

- Quem te falou?

- Não foi preciso ninguém me falar. – ele riu. – Até eu pude perceber o ambiente do meu dormitório.

- Ah. – lembrei que ele dividia o quarto com Scott e Maximus.

- Fique tranquila, eu até que estou me divertindo ver os dois se encarando.

- Que injusto você ter toda a diversão no seu quarto. Vamos chama-los para um rolê, será que seria muita maldade? – Nicole fez uma cara pensativa, realmente pensando se era ou não.

Suspirei.

- Com os dois eu não sei, amiga, mas comigo sim, será muita maldade.

Voltei a encarar meu prato enquanto ela soltava uma risada sem graça.

- Sabe o que eu acho? – ela disse, voltando minha atenção aos dois. – Eu acho que você deve impor um prazo.

- Um prazo?

- Sim. Se você pensar muito, acabará ficando mais confusa ou pior, escolhendo o errado. Então o melhor é decidir logo. Se até sexta você não souber a resposta, então não opte por nenhum.

- Fácil assim?

- Fácil não será – Greg se intrometeu. –, digo, se você sentir algo por eles. Mas pior não ficará.

- Pior não ficará. – Nicole concordou.

Respirei fundo, concordando também. É claro, o meu problema é querer sempre complicar tudo.

- Serei prática. – anunciei, vendo o sorriso de satisfação dos dois, antes de me deixarem novamente perdida com meus pensamentos.

Olhei no celular, que marcava quarta-feira.

Eu decidiria até sexta. Ou até amanhã, quem sabe?

Gemi, ao começar a pensar nos prós e contras dos dois.

- Até sexta, com certeza. – murmurei.

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Nota da autora: Atualização surpresa! Ai que delícia!

Sei que estavam todas esperando outra coisa, como uma resposta, talvez, mas para quem conhece a Nat, sabe que o caminho pra felicidade é cheio de bang, né? 😂Talvez vocês tenham de esperar mas um capítulo, que talvez venha essa semana.

Passar o carnaval sem internet e sem viajar acabou não sendo lá tão ruim.

Se vocês ainda não fazem parte do grupo meu no Facebook, não deixem de dar uma passada lá! Serão muito bem-vindos(as)! http://facebook.com/groups/natashiamk

Até mais!

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