Harry POV
Não faço ideia do porque estou a uma hora dessas, em pleno domingo, acordado. O sono simplesmente desapareceu. Ainda posso escutar os cantares dos passarinhos lá fora e tenho certeza que o céu deve estar ainda um pouco escurecido. Queria poder voltar a dormir agora mesmo e acordar somente quando tiver certeza que ela já está acordada.
Estou revirando nessa cama de um lado para o outro dês que acordei e desde lá, meus olhos estão abertos e estou completamente alerta. Já estou cansado de olhar para o teto de gesso do meu quarto. Ele parece ser mais uma tela para imagens que vem na minha cabeça.
Estou me sentindo preso aqui nesse quarto, com esse sentimento estranho no meu peito. Essa coisa que está me consumindo, não só hoje, mas dês que a conheci. Ela me faz sentir tão diferente e para ser honesto ainda não descobri o que isso significa.
É bom mas é completamente novo e isso me deixa confuso.
É como o que sinto e como me comporto quando estou com ciúmes dela. Quer dizer, um mês atrás eu nem sabia que sentia isso. É mais um sentimento novo que estou tentando lidar, apesar de ser totalmente inexperiente nisso.
Na maioria das vezes eu até gosto quando as garotas não ficam no meu pé e na verdade não é tão importante o que elas fazem quando não estão comigo, mas com a Bella, porra com ela isso me deixa tão desnorteado.
Não gosto de sentir isso, essa ardência e incomodação constante. É chato como o caralho. Mas ainda sim, quando estou sentindo a urgência de tê-la por perto, não deixo de gostar de sentir isso.
Me sinto idiota por ontem. Não queria ser tão desnecessário e na verdade meio que me odeio por ter sido um pouco tóxico porque eu sei como é estar do outro lado. Eu só fiquei tão chateado.
Inferno, mas por quê tinha que ser ele de todas as pessoas também?
Isso ficou rodando na minha cabeça, enquanto eu estava lá fora pegando um ar e fumando a última carteira de cigarro que tinha ontem a noite. Só é intragável pensar nela com a merda do Hemmings. Não é só o fato dela possivelmente ter se sentido bem com ele, quero dizer, ele é um babaca mas nunca foi ruim em conquistar a atenção das meninas e essa merda, mas só envolve mais. Envolve mais do que eu gostaria.
Algum tempo depois eu percebi o quanto idiota eu estava sendo e pedir desculpas não foi nada comparado a ficar longe dela por uma merda dessas.
Os minutos se passaram como horas, e eu penso que posso soltar um suspiro aliviado quando olho a hora no celular, mas na verdade são apenas 8:00AM.
Me levanto e solto um suspiro frustado. Calço os meus chinelos antes de me levantar. Saio do meu quarto e atravesso o corredor indo em direção ao banheiro. Faço minha higiene matinal e entro para um banho quente.
Depois, enrolei a toalha branca ao redor da minha cintura e caminhei de volta para o meu quarto em silêncio. Minha mãe e Robin geralmente costumam aproveitar o domingo pra descansar.
Escolho uma calça de moletom cinza, uma t-shirt preta por baixo de um casaco de moletom. Já vestido e com o cabelo o mais perto de arrumado que minha paciência ajudou, desço as escadas e vou até a cozinha.
Passo um café preto quando vejo que a cafeteira está vazia. Robin tem um vício em café que é impressionante. Minha mãe geralmente toma mais chá ou as vitaminas que ela vê na internet que normalmente beneficiam pra alguma coisa.
Assim que termino de lavar a xícara após terminar de tomar e guardo o pacote de biscoitos de volta ao armário, no relógio da parede acima da porta da cozinha está marcando 9:29AM. Eu suspiro e começo a pensar que realmente as horas estão se arrastando de propósito.
Conforme vou mudando os canais da tv e vou ficando mais entediado, mais a ideia de ir até a casa dela me parece atraente.
Qual é? Talvez ela até já esteja acordada. Desligo a tv e deixo o controle sobre a mesinha, buscando as chaves no balcão da cozinha e abrindo a porta.
Quando estou na frente da sua casa, suspiro e me encolho no casaco pelo frio gélido da garoa fina que está caindo. Subo os pequenos degraus e finalmente bato na porta.
Silêncio é tudo que recebo em troca.
Ótimo, eu nem sei o que dizer se alguém além dela ou da Mary atender. Bato novamente, me xingando mentalmente por não ter me contentado com o desenho de Phineas e Ferb.
Estou prestes a dar as costas e voltar pra casa quando a porta abre e o Sr. Cooper me encara. Ele parece surpreso e um pouco confuso. Caralho, é óbvio que ele estaria confuso quando o moleque do vizinho aparece batendo essa hora da manhã na porta dele sem um motivo decente que não seja " gostaria de ver sua filha, estou com saudades "
Entretanto, só de ele não estar carrancudo ou com uma cara de quem quer acabar com a sua vida sexual pra sempre por ter se envolvido com a filha dele, já me sinto aliviado.
Porque quando se está gostando da filha do cara, normalmente é isso que eu imagino. Eu nunca tive esse problema de realmente estar cara a cara com um pai de uma garota e pra ser honesto o Sr. Cooper sempre me pareceu um cara legal.
- Oh, Olá Harry.
- Ahm.. Bom dia, Sr. Cooper.
- Está tudo bem? Precisa de alguma coisa?
- Ah, não, não. Eu.. Na verdade eu queria falar com a Bella. Ela tá acordada?
De repente, o que eu imaginava tornou-se real. Suas sombrancelhas uniram-se, formando um vínculo entre elas, seus lábios umideceram-se no processo e seus olhos examinaram os meus, profundamente, com uma intensidade como a porra, como se pudessem ver através dos meus e ler todos meus pensamentos. Isso tudo entregava que ele estava intrigado e me mostrava que o Sr. Cooper podia ser um homem muito intimidade, mesmo com tão pouco.
- Ela está dormindo agora. - eu assenti, com a garganta seca. - Tem algo de especial para falar com ela? Eu posso dar o recado se quiser. - sua voz não soou ameaçadora, intimidante ou qualquer dessas coisas, ele apenas estava curioso e talvez surpreso por eu estar querendo falar com ela uma hora dessa, mas não tiro sua razão. É realmente estranho como o inferno.
- Oh, não. E-eu só... É... - pigarreei. - Eu só queria falar com ela. Ela ficou de me ajudar com algumas matérias e... É.. é isso. - esfreguei minha mão sobre minha nuca, num gesto nervoso, que espero que ele não consiga reparar muito, independente do quanto eu gaguejei.
Não é uma mentira inteiramente, ela estava mesmo me ajudando com algumas matérias nessa semana mas não era exatamente para isso que eu queria encontra-la agora.
- De qualquer forma eu vim muito cedo. Desculpa o imcomodo. - dei um sorriso estranho.
- Não, tudo bem. Mas ela costuma acordar tarde. Volte mais tarde ok? - seu tom amigável era um tanto agradável e eu assenti, agradecendo-o mesmo estando evidentemente descontente.
Assim que ele fechou a porta, soltei um suspiro frustado, e passei as mãos nos meus cabelos, pousando as mesmas em meu quadril logo em seguida, e fixando meu olhar no gramado da família Cooper. Parei um segundo, pensando em como eu devo estar parecendo um maldito desesperado.
Eu sei, porra, eu sei que estou sendo completamente insano nesse momento, mas se ser insano, é o mesmo que querer estar perto da garota que não sai da minha cabeça, eu realmente não dou a mínima.
Preciso vê-la e isso é tudo que eu sei. Nossa conversa ontem foi muito pouco pra mim. Preferia mil vezes conversar com ela pessoalmente do que por porcarias de mensagens e de algum modo, eu acho que essa é uma das razões por estar tão desesperado; preciso saber de uma forma concreta que está tudo bem entre nós.
Mas agora, tudo está fodido. Não posso pedir para entrar e acordar ela assim do nada. Seria estranho e suspeitoso, além do mais, seus pais não sabem de nós. Eles provavelmente acham que estamos virando uma espécie de amigos, o que chega a ser hilariante mas enfim, isso não importa agora, se eu não vou conseguir vê-la de qualquer maneira e vou ter que esperar infernais horas. Por quê ela dorme tanto além do mais? Porra, é desnecessário.
Tenho um lampejo quando observo a janela da casa do Sr. Philips abrindo-se, na frente da casa dos Cooper. Foda-se, como não pensei nisso antes?
Sem hesitar, caminhei até o lado de nossas casas, e olhei diretamente para janela de Bella. Suspirei e criei coragem de subir na grande árvore ao lado. Eu já fiz isso antes, quando ela estava fugindo de mim depois do nosso primeiro beijo. Aquilo realmente foi único pra mim e eu adoro lembrar o jeito que ela ficou quando a segurei e me aproximei.
Porra, quero fazer isso de novo, agora.
Assim que consegui chegar na janela dela, estava fechada mas isso não quer dizer que estava trancada. Forcei para abri-la e depois de uns segundos de sufoco, ela finalmente se abriu. Eu suspirei dando um sorriso satisfeito para mim mesmo. Subi o vidro e entrei o mais silenciosamente possível. De pé no seu quarto, suspirei e sorri orgulhoso pela minha persistência. Eu não sou um cara que desisti fácil das coisas.
Fechei o vidro e finalmente, olhei para a cama onde a teimosa garota estava adormecida. Caminhei até ela e me sentei cuidadosamente ao seu lado. Sua respiração estava calma, o seu rosto estava sereno e ainda mais angelical do que já é. Sorri para ela adormecida e levei minha mão cautelosamente, para o seu rosto, acariciando delicadamente a maçã corada do seu rosto.
Nunca me senti melhor, apenas porque estou aqui, tocando-a vendo-a matando essa necessidade. Mas ainda quero beija-la. Foda-se, eu quero muito. Desde quarta, sempre acontece algo em que nos atrapalha, principalmente nesses momentos cruciais. Eu já tenho que persistir muito pra ela me beijar às vezes, na verdade somente eu tomo as iniciativas porque eu sei que mesmo ela querendo, nunca vai ser quem dá o primeiro passo. Posso dizer que gosto disso, de um modo.
Meu polegar fazia movimentos calmos, simples e delicados. Eu nunca fiz isso, em ninguém, mas nela, é simplesmente fantástico. Toca-la assim é tudo que sempre quis.
De repente, ela se movimenta na cama me assustando. Tiro rapidamente minha mão enquanto ela se espreguiça e sei que está prestes a acordar. Tomara que ela não grite quando me ver aqui, isso estragaria tudo.
Quando seus olhos se abriram e me notaram, diferentemente do que pensava, seus lábios curvaram-se em um pequeno sorriso sonolento, como se ela estivesse ainda inconsciente mas de repente, seus olhos se arregalam em surpresa e ela dá um pulo da cama, me assustando também. Foda-se.
- O qu....- tapo a sua boca com a minha mão antes que ela pudesse terminar o seu grito.
- Sih.. Calma. - digo olhando diretamente para o seus olhos confusos. - Não queremos que seus pais saibam que estou aqui, certo? - Ela não responde, simplesmente por sua boca ainda estar tapada pela minha mão, mas seus olhos piscam, tentando entender, o que só coopera para que meu sorriso cresça.
Retiro a mão que tapava sua boca, calmamente, deixando meu polegar raspar em seus lábios carnudos, o que leva toda minha atenção para os mesmos. Seus lábios entreabrem-se consequentemente, e noto quando sua respiração se intensifica. Um pequeno sorriso surge em meus lábios, apenas por saber que causo tal coisa, com tão pouco. Bem, eu estou perto, muito perto do seu rosto da forma que consigo sentir o aroma suave da sua pele, e explorar com meus olhos cada detalhe do seu rosto delicado.
Sinto meus lábios secarem e o desejo aguçar em minha língua, conforme meu polegar raspa-se, sobre seu lábio inferior, apenas torturando-nos. Umideço meus lábios com a minha língua antes de me aproximar, cobrindo seus lábios igualmente secos com os meus, fazendo questão de umidece-los com os meus.
Movimento calmamente meus lábios contra os dela, aproveitando a textura macia e o gosto delicioso dos mesmos. Seus lábios são a porra do paraíso; cheios, delineados, macios, e saborosos. Por isso, vale a pena cada segundo torturoso, e toda essa calmaria. Minha nostalgia apenas se intensifica ao sentir seus lábios movimentando-se, me acompanhando. Ainda há vestígios da sua falta de experiência, mas para mim, nunca houve beijo melhor.
Minha língua toca a sua, assim que nossos lábios se abrem o suficiente e sentir sua língua foi o suficiente para me fazer estremecer, e intensificar o beijo. O calor da sua pequena mão quente paira sobre meu pescoço, e em segundos seus dedos entrelaçam em meus cabelos, deixando que o controle escape lentamente entre meus dedos, da forma que eles pousam em seu quadril e me corpo impulsione para frente, deitando-me por cima do seu pequeno corpo. Descaradamente.
Oh deus, isso é melhor do que eu imaginava.
Bella respirava pesadamente, igualmente como eu, mas eu ainda não queria parar e a forma como seus lábios me acompanhavam gloriosamente e seus dedos puxavam carinhosamente meus cabelos, junto comigo, para mais para perto, dizia que ela também não queria. Mantive uma das mãos sobre o colchão, segurando o meu peso para que não soltasse todo encima dela e deixei minha outra mão perigosamente em seu quadril, apertando-lhe de vez em quando, irresistivelmente.
Porém, infelizmente o ar se fez preciso e com certa dificuldade, parei o beijo, com um estalo molhado de nossos lábios e mais alguns selinhos. Era viciante o quanto a queria, independente do quanto a tinha, nunca era o suficiente para mim.
Deixei que minha testa pesasse sobre a dela, deixando nossos rostos praticamente a milímetros de distância, da forma que pudia sentir perfeitamente sua respiração pesada batendo em meu rosto e seus lábios a rasparem levemente nos meus. Não contive um sorriso e me deixei dizer, especialmente para ela, um:
- Bom dia, linda.
Então observei encantado, seus lábios ergueram-se em um divertido e lindo sorriso, capaz de cortar respirações.
Obrigada por lerem!❤️
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