Simply Happens [H.S]

Από gabriela231d

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Ela, uma menina ofuscada pelo próprio medo de se mostrar as pessoas. Sendo muito difícil conseguir desifrar... Περισσότερα

1°- Capítulo.
2°- capítulo.
3°- capítulo.
4°- capítulo
5° - capítulo
6°- capítulo
7°- capítulo
8°- capítulo
9°- capítulo
10°- capítulo
11°- capítulo.
12°- capítulo
14°- capítulo.
13°- capítulo.
15°- capítulo.
16°- capítulo
17°- capítulo.
18°- capítulo.
19- capítulo.
20°- capítulo.
21°- capítulo.
22°- capítulo.
24°- capítulo.
25°- capítulo.
26°- capítulo.
27°- capítulo.
28°- capítulo.
29°- capítulo.
30°- capítulo.
31°- capítulo.
32°- capítulo.
33°- capítulo.
34°- capítulo.
35°- capítulo.
36°- capítulo.
37°- capítulo.
38°- capítulo.
39°- capítulo.
40°- capítulo
41°- capítulo.
42°- capítulo.
43°- capítulo.
44°- capítulo.
45°- capítulo.
46°- capítulo.
47°- capítulo.
48°- capítulo
49°- capítulo.
50°- capítulo.
51°- capítulo.
52°- capítulo.
53°- capítulo.
54°- capítulo.
55°- capítulo.
56°- capítulo.
57°- capítulo.
58°- capítulo.
59°- capítulo.
60°- capítulo.
61°- capítulo.
62°- capítulo.
63°- capítulo.
64°- capítulo.
65°- capítulo.
66°- capítulo.
67°- capítulo.
68°- capítulo.
69°- capítulo.
70°- capítulo.
71°- capítulo.
72°- capítulo.
73°- capítulo.
74°- capítulo.
75°- capítulo.
76°- capítulo.
77°- capítulo.
78°- capítulo.
79°- capítulo
Fim.
Agradecimentos e recadinhos.
Epílogo.
Wedding And Party ( capítulo bônus)

23°- capítulo.

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Από gabriela231d


Quando senti uma mão me balançando, abri os olhos, assustada. Mary estava parada com as mãos na cintura, como se estivesse ali há um bom tempo.

- Finalmente né, Isabella?

Eu pisco, me afastando do garoto ao meu lado. Quando eu o olho, ele está dormindo. E isso me surpreende tanto quanto eu ter acordado ainda sobre o seu ombro.

- Uhm.. já chegamos?

- Sim. Só tem nós três aqui. O resto já saiu. Nem sei como não acordaram com a barulheira que fizeram.

Olho pela a janela.

O ônibus já estava estacionado e eu conseguia ver que lá fora nossa turma estava espalhada pelo redor, cada um com seus grupos.

- Acorda ele e vem logo. - Mary pediu. - Temos que montar a nossa barraca ainda. - ela lembrou antes de sair do ônibus.

Olhei para o garoto ao meu lado e não pude evitar de continuar olhando. Harry parecia um anjo dormido, como eu imaginava. Seus olhos fechados, sua boca entreaberta fazendo o desenho dos seus lábios ficarem ainda mais visíveis e a pacificação em tudo isso me deixavam um pouco imersa.

Há algumas pequenas pintinhas ao redor do seu queixo mas nele, elas não fazem nenhuma diferença. Nem chega a ser ruim. Alguns fios dos seus cabelos caiem sobre sua testa. A serenidade com que ele está adormecido me faz não querer acorda-lo mas eu tenho, mesmo que pareça quase um pecado para mim.

Engulo, e balanço a cabeça, decidindo sair daqui logo. Seguro em seu braço coberto pelo moletom fino e balanço.

- Harry. - chamo-o mas nada. - Harry. - chamo novamente, mas ele nem se mexe. Apenas continua respirando tranquilamente. - Harry! - digo um pouco mais alto mas tudo que recebo de volta é o som suave da sua respiração.

Ele tem sono pesado, que saco.

- Harry! - chamo-o mais uma vez, ainda mais alto e dessa vez ele remexe, virando o rosto agora para mim, me fazendo afastar no mesmo momento, por estar tão perto.

Merda, esse menino não vai acordar?

Solto um suspiro frustado e me levanto passando por ele. Pego minha mochila e coloco as alças nos ombros antes de o encarar novamente.

É a última vez, se ele não acordar agora, vou deixar ele aqui. Até porque uma hora ele vai ter que acordar não é?

Pego no seu braço e balanço.

- Harry!

E adivinha? Nada.

Suspiro em frustração mas quando ia soltar seu braço, ele segura minha mão, me assustando. Harry abre os olhos e vira o rosto pra mim, com um pequeno sorriso sonolento.

- Você desiste muito fácil, Srta. Cooper. - ele diz rouco, um rouco muito profundo.

Fico olhando pra ele, até enteder que ele estava tirando uma com a minha cara.

- Você é tão infantil, Harry. - retiro minha mão dele, enquanto o mesmo soltava uma pequena risada rouca.

- Às vezes é preciso. - seu sorriso é tão irritante e igualmente adorável agora. - Como dormiu?

- O que?

- Como dormiu? - ele repetiu, calmamente.

- Oh. Uhm... Bem. - encolhi os ombros.

- Confortável uh?

- É... confortável. - murmurei e seu sorriso ampliou-se. - Eu... Eu vou indo, te vejo por aí. - não demorei a dar as costas para ele e andar em direção a porta do ônibus.

- Eu espero. - ele disse alto para que eu ouvisse e encarei-o por um momento, vendo seu sorriso adorável a crescer em seus lábios, e sorri de volta, antes de sair do ônibus.

Talvez possa ser que eu tenha gostado disso. Apenas talvez.

Dei a volta no ônibus e caminhei pelo gramado indo em direção a toda aquela gente, procurei Mary com os olhos até avistar ela num canto falando ou sei lá o que ela tá fazendo com Michael.

Caminhei até eles e pude ir ouvindo cada vez mais sua..... Discussão?

- Ah por favor, você não me conhece. - ela diz e ele sorri provocativo, o que sei que deixa ela ainda mais brava.

Por que brigam tanto? Está na cara que eles tão afim um do outro.

- Vou tirar esse sorriso idiota da sua cara! - ela diz irritada e finalmente chego perto o suficiente deles.

- Mary - chamo e ambos me olham. - Quero falar contigo.

- Ah Bella. E aí? como tem andado? - Michael tem um sorriso amigável, e está virado totalmente para mim agora.

Sua atenção toda e exclusivamente em mim. Meu olhar é confuso, enquanto oscilo entre ele e Mary, que inclusive está se irritando mais ainda.

- Bem, obrigada.- digo simplesmente e volto meu olhar para Mary. - Vamos. - puxo ela pela mão.

- Nós terminando depois, marrenta. - Michael avisa, assim que demos as costas para ele. Ela revirou os olhos.

- O que vão terminar depois?

- Terminar de quebrar a cara dele, isso sim. - ela diz revoltada e eu apenas riu, achando graça.

Esses dois.

- E o energúmeno? Já acordou do seu sono de princesa? - eu sorrio, mesmo que seja errado.

- Já acordou sim.

- Uhm... E posso saber por quê vocês estavam agarradinhos lá dentro? - eu quase me engasgo na minha própria respiração.

- O quê? Não estávamos agarrados nada. Só me lembro de ter dormido ao lado dele. - ela revirou os olhos.

- E eu me lembro de você dizendo que queria distância dele e agora dorme no ombro do infeliz. - eu tive que rir.

- Não começa, Mary. Vai terminar o que tem que fazer com o Michael, lá. - disse rindo.

- Me erra, Isabella.

Caminhamos até as meninas, que estavam parecendo perdidas com suas barracas. Emma olhava para sua barraca como se fosse um bicho de sete cabeças e Ally até parecia ter mais jeito mas ainda parecia pensativa.

- E aí? Precisam de ajuda? - perguntei, assim que chegamos perto o suficiente. Ambas me olham com um certo alívio.

- Sim! - falam em uníssono. Sorrio.

- Ok... Bem, eu não sei muito bem mas vamos tentar juntas ok? - elas assentem.

A primeira barraca que conseguimos montar foi a de Ally, que é muito simples e fácil. Depois montamos a de Emma, que foi um pouco mais complicada e finalmente a nossa, que dobrou a dificuldade.

Todos também já estavam montando suas barracas e pelo o que eu vi, as meninas eram bem mais inteligentes que os meninos, tirando claro o grupinho da Stacy que não fez nada porque pediram para o Luke e seus amigos para ajudarem. Sei lá como elas vão recompensar eles.

Mary e eu ajeitamos as nossas coisas dentro da barraca e finalmente olhamos ao redor vendo um pouco desse acampamento. Estamos em o que parece ser um círculo e em volta está cercado de árvore enormes. É um lugar muito bonito. Emma nos mostrou a trilha em que no final dá para o Rio que tem aqui. Ela disse que amanhã provavelmente vamos passar o dia lá. É mesmo um lugar bonito, não tem muito coisa além de árvores de uma vasta floresta mas ainda sim, a visão que estamos tendo das estrelas daqui, é inacreditavelmente linda.

Agora, nós sentamos juntas com alguns colegas que já acabaram de montar suas barracas em volta de uma fogueira que o professor Finn fez com a ajuda dos meninos. Sentei ao lado de Mary e Ally e me encolhi, com o frio. A noite chegou há pouco tempo, em conjunto ao frio da noite. 

- Então meninas, o que acharam? - Emma perguntou de repente, ao lado de Ally.

- Não vejo a hora de conhecer aquele rio. - Mary responde, com um sorriso animado.

- Ah vocês vão adorar! É muito divertido o jeito que os meninos pulam no Rio, sem falar na bela visão que temos. - Emma propositalmente ficou boqueaberta, nos fazendo rir.

- Aí sim. Agora estamos falando a mesma língua, Parker. - Mary pisca o olho para Emma, que sorri para ela.

Essas duas tinham que ser irmãs, por serem tão parecidas, nesse caso.

Logo começaram a chegar mais alunos, se sentando em troncos que os meninos buscaram. O grupo de Luke estava mais ao lado de Mary, que estava na minha direita e Harry e seus amigos sentaram em um tronco na nossa frente. Os meninos pareciam crianças de tanto que riam e implicavam um com o outro. Louis implicava com Niall que chamava o Liam e ele fazia o máximo para fazer eles pararam enquanto Zayn apenas balançava a cabeça, puxando alguns tufos de grama de vez em quando. Ele parecia bem calmo, do tipo chapado mesmo. E Harry, ele só ria vez em quando dos amigos e observava muito o céu estrelado. Todos pareciam muito tranquilos aqui e não posso dizer que não sinto o mesmo.

É a velha e boa paz. Um sentimento único, de que nada pode atrapalhar e o sorriso aparece muito mais fácil do que normalmente. Estou me sentindo bem, sentindo em paz e por algum motivo, estou achando que esse fim de semana será um começo. Um começo de algo novo para mim.

- E aí galera? Que tal nós cantarmos uma música uh? - a sora Naty propôs, com um sorriso animado.

Uma das coisas que me surpreenderam sobre Natália Beckham, foi quando Emma me disse que ela fuma maconha. Eu fiquei muito surpresa mesmo. Não fazia ideia! Mas ela já falou sobre isso. Ela diz que é a escolha de cada um e disse ainda que não acha bom, nós jovens fazermos isso, porque nossos corpos estão em formação. A mesma coisa que aprendemos quando estudamos ciências humanas, a professora falou a mesma coisa. Que nosso corpo pode reagir mais tarde se fumarmos muito jovens. Mas se você já for um adulto, não tem muito problema. Claro que não é nada bom para os seus pulmões mas aí você quem escolhe.

- Qual música? - Emma perguntou, em um tom entusiasmado.

- Vocês quem escolhem.

Todos ficam em silêncio, parecendo estar pensando em alguma música.

Eu realmente não sei. Nem quero tentar dar minha opinião.

- Que tal cantarmos Shape Of You? - Luke sugeriu, com um sorrisinho malicioso que faz a maioria rir.

- Também podemos cantar Perfect, que é também do Ed. Essa música é linda. - Emma sugere com um sorriso radiante.

Não quero me meter nisso. Nem sequer vou cantar.

- Não! Ninguém está apaixonado aqui. - Stacy resmunga, revirando os olhos e desvio o olhar para o chão, desconfortável com sua grosseria com Emma. - Vamos cantar Black Magic, Little Mix. - ela afirma, como se todos já tivéssemos aceitado.

- Desse jeito não vamos cantar porra nenhuma. Se decidam. - Louis murmura, ao lado de Niall.

- Já me decidi, Black Magic. - Stacy resmunga, franzindo o cenho.

- Eu falei todos, não só você. - Louis diz indelicado à Stacy e alguns riem.

- Grosso. - ela murmura, emburrada e Louis ri ironicamente o que faz nós rirmos de novo porque foi hilário.

- Eu acho legal cantar Mirrors. - Harry fala, pela primeira vez e todos olham para ele.

Quase pude escutar os suspiros de algumas garotas e ver dois corações nos olhos de cada uma. Porém, ele inegavelmente, estava adorável. Seus cabelos estavam em uma bagunça castanha, com cachinhos se moldando em volta e sua pele leitosa, suave, como normalmente.

- Sabe o quê eu acho? - Stacy pergunta, para ninguém específico.  - Isso é perca de tempo. Ninguém sabe cantar aqui. - ela murmura e consigo ouvir Mary suspirar pesadamente ao meu lado.

Talvez vocês queiram saber como tem andado a situação delas durante essa semana. Mas não está muito ruim assim. Claro que Stacy odeia Mary claramente, como Mary a odeia mas pelo visto, ela baixou a bola dela. Até agora não aconteceu nada, ela não fez nada para se " vingar" de Mary e seria uma grande burrice fazer isso.

- Não é saber cantar, mas sim nos divertimos. - a sora Naty diz para ela. - Quem não quiser cantar, só não cantar. Ninguém é obrigado aqui.

Outra coisa sobre essa professora, é que ela não tem muito paciência.

- Eu não tô afim. - Stacy resmunga, encarando suas unhas.

Fica um silêncio por um momento, por mais que há alguns borbulinhos aqui ou outro ali.

- Uhm.. É isso que fazem aqui? - eu pergunto para Emma, que dá de ombros. Não é que eu não esteja me agradando, mas gostaria de saber se na maioria das vezes as pessoas ficam entendiadas como algumas visivelmente estão.

- Se não está feliz, vai embora. - Stacy murmura, dizendo diretamente à mim. E no mesmo momento, olho para ela, já sentindo meu rosto esquentar com todos aqueles pares de olhos em mim.

- Ninguém te chamou na conversa, garota. Cuida da sua vida. - a voz de Mary soa irritada, igualmente como seu olhar fervoroso em direção à Stacy.

- Você defende muito essa aí, não é? Ela não tem boca pra se defender? - Stacy tem o cenho franzido, enquanto me encara, provocativa. Mais uma vez engulo em seco, e aposto que estou muito vermelha.

E nem consigo ter raiva dela, porque é uma verdade. Infelizmente Mary está sempre tomando as decisões enquanto eu só fico na aba dela, como se não pudesse cuidar de mim mesma. Tudo isso porque sou covarde demais para responder à altura e deixo que me põem pra baixo desse jeito.

- Dá pra vocês pararem? - a voz da sora Naty é alta e exigente. - Vocês não são crianças! Parem com essa birra.

- Só estou dizendo a verdade, professora. O que posso fazer se a garota é medrosa? Tem que ficar sendo protegida pela priminha do coração. - Stacy diz debochada e isso foi a gota d'água pra mim.

Sem pensar duas vezes, me levanto bruscamente e saio dali o mais rápido possível. Mesmo quando ouço Mary me chamar, não paro. Quando vejo, já estou caminhando pela trilha, sentindo lágrimas quentes nas minhas bochechas.

Que droga!

No final da trilha, dou de cara com um rio. Mesmo já estando de noite, a água parece perfeitamente agradável e limpa. Mas nem a beleza que é esse lugar consegue tirar a mágoa do meu peito e me fazer sentir melhor.

Sento-me no chão, em que está coberto de grama, ficando em uma distância segura do rio. Cruzo minhas pernas e baixo a cabeça, deixando a sequência de lágrimas virem.

Não adianta eu querer dizer pra mim mesma que isso é errado, que eu não podia estar chorando aqui, que eu não devia pensar nas coisas que ela disse.

Mas, o que posso fazer se é verdade? Se tudo que eu faço é me esconder? Ser medrosa como ela mesmo disse. Ser essa garota sem graça que não pode nem cuidar de si mesma. Que tem que ficar dependendo de uma prima para me proteger de tudo e de todos.

Me sinto sozinha, me sinto imprestável. Estou sozinha como sempre estive, estou chorando em silêncio como sempre fiz, estou sofrendo por ser quem eu sou e por não ter nada que eu possa fazer para mudar isso.

Deixo um soluço escapar e aperto mais ainda meus olhos, sentindo o mesmo com o meu coração.

Será que isso nunca vai mudar? Por que não posso ser como todo mundo? Por que tenho que ser assim? Por que tenho que me sentir assim?

Limpo meus rosto deixando minhas mãos nos mesmo e respirando fundo. Sempre tenho que fugir, ir para um lugar e chorar sem culpa de que posso incomodar alguém. Como estou fazendo agora, fugi, chorei, e agora e tenho que pôr uma máscara no meu rosto de que estou bem mas tudo que eu não estou é bem.

Nunca estive.

Assim que ouvi barulhos de passos atrás de mim, me assustei, e me levantei imediatamente, me virando para ver quem era.

Engoli em seco, a vergonha me batendo sem pudor quando vi a pior pessoa que poderia querer ver agora. Nem é por ele, não que ele tenha alguma culpa, só não quero chorar na frente dele, eu não gosto de chorar nem na frente da minha mãe! Imagina que vergonha seria.

Mais uma vergonha.

Rapidamente desviei o olhar, fungando e fechando meus punhos, apertando a manga longa do meu moletom.

- Desculpa, não queria te assustar. - Harry disse suavemente, se aproximando de mim

Cruzei meus braços abaixo do peito, olhando para qualquer lugar menos para ele.

- Não fica assim. - ele disse suavemente e já posso imaginar sua expressão de pena.

Uma das coisas que odeio é que sintam pena de mim. É tão vergonhoso.

- Ela fala as coisas sem pensar, nem imagina o quanto machuca as pessoas, mas você não precisa acreditar, Bella. Não é verdade. - Harry continuou tentando me " consolar" - Você não precisa chorar por isso. - dessa vez, Harry se aproximou mais ainda e segurou meu rosto com suas mãos.

Seu toque me fez sentir atordoada. Suas mãos quentinhas abraçaram minhas bochechas carinhosamente e eu quis mesmo saber porque ele está fazendo isso.

- Eu não quero que chore. - sua voz soou mansa, suave e rouca, e dessa vez, ergui o olhar para ele.

Acabando por encontrar um par de olhos verdes, agora em um tom azul encima de mim. Não sei porque ele está tão perto e não faço ideia por quê estou sentindo meu coração acelerado.

- Por que está fazendo isso? - perguntei com a voz embargada.

- Não quero que se sinta sozinha. - ele disse suavemente e acariciou minhas bochechas com os seus polegares.

Me senti como se minhas pernas pudessem amolecer a qualquer momento e eu pudesse cair no chão. Isso acabou comigo de um jeito que eu não compreendo.

- Você quer conversar comigo? Desabafar? - sua voz é tão gentil quanto seu toque em minhas bochechas.

Mas dessa vez, neguei rápido, me afastando dele.

- Eu só quero ficar sozinha, Harry. - murmurei, me encolhendo.

- Não vai mudar nada ficar sozinha.

- E também não vai mudar nada você ficar aqui comigo. - rebati, um pouco indelicada. Harry suspirou.

- Você pode desabafar comigo, não tem problema.

- Pra mim tem.

- Por quê?

- Porque é com você, Harry. É com você dentre todas as pessoas. Eu não quero dizer tudo que eu sinto pra você, tudo que eu penso de mim mesma e como eu odeio o que eu vejo. - murmuro a última parte, com meu olhar unicamente no chão.

Eu não quero desabar em lágrimas na frente dele e se eu começar uma conversa agora, tenho certeza que é isso que vai acontecer. Não vou chorar na frente dele.

- Eu nunca te julgaria. Só quero te ajudar.

- Não vai conseguir. Ninguém vai.

- Bella... - interrompo ele.

- Harry, isso não é fácil, e você não vai compreender. Não preciso ficar me lamentando pra você. Não vou dizer tudo que eu sinto. Como eu me sinto ruim e como eu não estou feliz com o que vejo todos os dias pra você, isso não vai mudar nada. Independente do que eu faça, sempre vou continuar a mesma droga. Ninguém pode mudar isso. - eu resmunguei e funguei em seguida.

Em nenhum momento eu olhava para ele mas sabia que seus olhos não me abandonaram em nenhum segundo.

- Você está errada tá legal? - seu tom era sério demais agora.- É, você está errada. Você não é droga nenhuma. E sim, você pode mudar isso. Mas se você quiser de verdade. - eu olhei para ele e em seguida, ri sem humor. - Não estou brincando. Você tem que tirar isso da sua cabeça, você tem que acreditar em si mesma.

- Eu sou assim, Harry e não tem nada que eu possa fazer.

- Assim como? - seu tom é exigente e quando olho pra ele, sua postura é igualmente dura.

- Assim... - murmuro, desviando o olhar.

- Me diga o que significa assim?

Eu suspiro, balançando a cabeça

- Esquece. Você não entende.

- Não entendo mesmo. Tudo que eu vejo é só uma garota diferente, tímida mas ainda meiga, engraçada, que pensa muito nas pessoas e sempre quer o bem delas. Isso é ruim por acaso? Como você não consegue ver o que eu vejo? - Harry alterou seu tom de voz e olhei para ele, sem entender porque ele está assim.

- Eu não quero continuar essa conversa. - murmurei, encolhendo os ombros.

- Por que é tão difícil acreditar nisso?

- Porque eu não sou isso! Eu não sou nada disso! - praticamente gritei, chegando no meu limite. - Você quer mesmo ouvir tudo que eu sou? Tudo que eu penso sobre mim? Saber de todas as noites em claro que eu passo com isso me atormentando? Você e nem ninguém consegue entender e eu não espero mesmo que entendam. Nem eu mesma entendo porque sou assim.

Assim que termino de falar, sinto uma lágrima quente cair em minha bochecha, e limpo de presa, inutilmente.

Eu já estava chorando na frente dele.

- Bella... Ei, não chora, por favor. - Harry tentou se aproximar de mim mas me afastei. Ele não se importou e rapidamente se aproximou o suficiente para me segurar

- N-não me olha assim. - murmurei, passando as mãos no rosto, tentando inutilmente me esconder dele.

- Assim como?

- Como alguém que sente pena de mim. Como... como alguém que sente muito.

- Mas eu sinto. Eu sinto muito.

Harry passou seus braços em minha volta, me abraçando até um pouco sem jeito.

- Tudo bem. - ele sussurrou, me abraçando mais firmemente e me rendi por ser aquilo que eu realmente precisava.

Um abraço, apenas um abraço. As vezes só precisamos disso, contato físico, nada de palavras, elas nem sempre são bem vindas, mas um abraço sim e um abraço tão confortante como o dele com certeza.

No início deixei minhas mãos no meu rosto mas logo passei meus braços pela sua cintura e agora estamos definitivamente abraçados. Escondi meu rosto em seu pescoço, deixando que minhas lágrimas molhassem seu moletom, mas ele pareceu não se importar.

- Vai ficar tudo bem. - ele murmurou contra meu pescoço, com seus braços firmes em minha volta.

E por algum motivo, eu me senti bem ali, abraçada com ele, sentindo o seu calor, foi como se aquilo aquecesse meu coração e a mágoa sumisse lentamente conforme os segundos se passavam. Eu me senti protegida como se nada pudesse me atingir enquanto eu estava ali.

Tentei esquecer a vergonha em que aquilo era pra mim e apenas relaxar por me sentir segura, protegida e criando a ilusão que sou especial pra alguém, somente hoje.

Obrigada por lerem!❤️
Desculpa qualquer erro.

Cometem please!

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