Simply Happens [H.S]

Od gabriela231d

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Ela, uma menina ofuscada pelo próprio medo de se mostrar as pessoas. Sendo muito difícil conseguir desifrar... Více

1°- Capítulo.
2°- capítulo.
3°- capítulo.
4°- capítulo
5° - capítulo
6°- capítulo
7°- capítulo
8°- capítulo
9°- capítulo
10°- capítulo
11°- capítulo.
12°- capítulo
14°- capítulo.
13°- capítulo.
15°- capítulo.
16°- capítulo
17°- capítulo.
18°- capítulo.
19- capítulo.
20°- capítulo.
21°- capítulo.
23°- capítulo.
24°- capítulo.
25°- capítulo.
26°- capítulo.
27°- capítulo.
28°- capítulo.
29°- capítulo.
30°- capítulo.
31°- capítulo.
32°- capítulo.
33°- capítulo.
34°- capítulo.
35°- capítulo.
36°- capítulo.
37°- capítulo.
38°- capítulo.
39°- capítulo.
40°- capítulo
41°- capítulo.
42°- capítulo.
43°- capítulo.
44°- capítulo.
45°- capítulo.
46°- capítulo.
47°- capítulo.
48°- capítulo
49°- capítulo.
50°- capítulo.
51°- capítulo.
52°- capítulo.
53°- capítulo.
54°- capítulo.
55°- capítulo.
56°- capítulo.
57°- capítulo.
58°- capítulo.
59°- capítulo.
60°- capítulo.
61°- capítulo.
62°- capítulo.
63°- capítulo.
64°- capítulo.
65°- capítulo.
66°- capítulo.
67°- capítulo.
68°- capítulo.
69°- capítulo.
70°- capítulo.
71°- capítulo.
72°- capítulo.
73°- capítulo.
74°- capítulo.
75°- capítulo.
76°- capítulo.
77°- capítulo.
78°- capítulo.
79°- capítulo
Fim.
Agradecimentos e recadinhos.
Epílogo.
Wedding And Party ( capítulo bônus)

22°- capítulo.

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Od gabriela231d

Uma semana se passou e finalmente chegou o fim de semana em que vamos ir para o tal acampamento. Passei quase a semana inteira ouvindo sobre ele, e em como todos estão ansiosos e entusiasmados para irem. Felizmente não irá mais nenhum turma esse ano, somente a turma do último ano, a nossa. Ouvi por alto que como é, obviamente nosso último ano, os alunos proporam isso no começo do ano, como algo mais íntimo para turma. A maioria dos professores apoiaram e a diretora Claire aceitou, dando assim um passeio diferente ao restante das turmas, para ser justo.

Meus pais felizmente aceitaram, tendo que assinar um bilhete de autorização já que eu sou menor de idade. Eles ficaram um pouco preocupados e apreensivos mas deixaram que Mary e eu fôssemos depois de inúmeros argumentos de Mary e somente um único meu, quando vi o quanto patético aquilo era. Qual é? Não somos mais crianças para todas essas burocracias.

Vamos passar todo o fim de semana lá, por isso, estou levando tudo que pediram e que realmente vou precisar. Mary e eu vamos dividir uma barraca porque ela é enorme, e não gostamos de dormir sozinhas em lugares estranhos, sem falar que é desnecessário uma barraca para cada uma. Minha mochila está cheia de roupas e acessórios que eu provavelmente vou precisar, como por exemplo: escova de dentes e repelente.

Estou, com todas as minhas forças esperando que seja um fim de semana legal, onde eu possa, nem que minimamente, me divertir. Na maioria das vezes não gosto de criar muitas expectativas, porque geralmente acontece algo ruim e acabo me desiludindo.

Temos que estar no colégio às três horas da tarde e faltam exatamente meia hora para isso, então, apressei Mary, que ainda estava se arrumando, fazendo questão em vestir uma calça jeans camuflada, alegando que era para entrar no clima antes de descer para a sala.

Meus pais estão trabalhando então, por isso, me despedi deles nessa manhã. Eles fizeram um drama danado, principalmente minha mãe. Meu pai já foi mais rápido, porém, ele falou até em ursos, o que foi um pouco bizarro e hilariante.

Quando Mary finalmente resolve descer, suspiro aliviada e pego minha mochila, um pouco cheia e Mary pega a dela que está ainda mais cheia que a minha.

Conferimos mais uma vez se não faltava nada, então finalmente saímos, fechando a porta e pondo a chave embaixo de um vaso no canto da varanda. Era o combinado.

Mary não parecia tão animada para isso, ela odeia mosquitos. Quem gosta? Mas felizmente compramos repelentes e não temos que nos preocupar com isso. Ela também não é uma pessoa que gosta muito de mato e essas coisas, mas pelo menos ela não é aquelas meninas que não param de reclamar um minuto.

Felizmente.

Assim que chegamos na frente do colégio, já conseguiamos ver que a maioria dos nossos colegas já estavam aqui, só esperando para entrar no ônibus em que vamos.

- Cadê as meninas? - Mary murmura, procurando-as com os olhos por todos os lados.

Imito seus movimentos, olhando para todos ali e vendo se achava finalmente alguma delas. Meus olhos passaram por todos, por cada grupinho ao longo da calçada, até pararem em alguém, que por sinal, estava me encarando de longe, e por algum motivo mesmo estranho, meu coração acelerou.

Sim, é ele. Harry.

Eu estou surpresa por ele estar me olhando assim, como se estivesse interessado em falar comigo ou algo parecido, porque pode ser difícil de acreditar, mas nessa semana, nós não nos falamos nenhuma vez e nem foi por minha culpa, ele quem não falou comigo.

Nenhuma vez.

Praticamente me ignorava e isso me deixou intrigada e por alguma razão idiota, fiquei decepcionada.

Sim, eu fiquei decepcionada porque pensei que depois daquele dia do passeio, ele iria continuar a me procurar e querer falar comigo. Por algum motivo, estava gostando da companhia dele, de conversar com ele e de rir das idiotices que ele diz, além de que nossas conversas na maiorias das vezes eram interessantes e agradáveis para mim.

Eu estava gostando. Não posso negar que me sinto bem, me sinto quase tão confortável quando ele está comigo, quanto com Mary. É estranho já que não temos tanta intimidade mas quando estamos juntos, rindo ou apenas em silêncio, não tenho medo, não tenho medo de nada, porque ele está ali. Me sinto protegida, me sinto segura, e bem.

É estranho? É.

Muito mais quando eu não tenho porque me apegar nele assim e nem posso esperar nada da parte dele, como pedir explicações ou ficar brava.

Não, eu não posso.

De certo, ele estava muito ocupado e como eu não sou uma pessoa importante, ele não se lembrou ou realmente não quis me procurar.

Eu me peguei pensando toda essa semana, se não estou entrando na paranóia da Mary e começando a criar expectativas além do normal, só porque saímos aquele dia.

Do tipo de me preocupar se não fui uma boa companhia, se ele não gostou da nossa conversa ou se eu realmente não tenho nada de interessante para ele insistir na nossa amizade.

Essa é uma palavra tão estranha para mim, pois, nunca imaginei que Harry e eu seríamos amigos um dia, de que pudesse me divertir ao seu lado e de que me sentiria tão bem falando com ele.

Já se passaram tantas coisas pela minha cabeça.

Coisas absurdamente idiotas, devo ressaltar.

Eu não devia estar me importando tanto com a presença dele na minha vida. Não acho que vai muda-la de qualquer forma. Vai sempre continuar na mesma rotina chata de sempre, com ele ou sem ele.

- E aí bonitas! - ouvimos a voz agitada de Emma atrás de nós e nos viramos em seguida, talvez eu tenha tido um pequeno sobressalto mas enfim. Ambas estão com suas respectivas mochilas nas costas.

Tenho a leve impressão que Emma está levando sua casa dentro da mochila, pela forma como está volumosa e parecendo que vai explodir a qualquer momento.

- Até que enfim. Onde estavam? - Mary perguntou, cruzando os braços abaixo do peito.

- Estávamos aqui já há um tempão. Vocês que não vinham nunca. - Emma reclamou, e Mary fez uma careta, nos fazendo rir.

- Ok, será que já dá para entrar no ônibus? - perguntei, olhando em direção ao ônibus, em que ironicamente, estava sendo aberto exatamente agora e formando um pequeno tumulto na porta.

Respondendo minha pergunta.

- Melhor nós irmos indo antes que sobrem péssimos lugares para nós. - Emma disse, nos puxando para lá.

Logo todos começaram a entrar, um tanto apressados. Demorou um pouco mas quando finalmente entramos no ônibus, Emma e Ally sentaram-se juntas em um dos bancos do meio e andei para os dois bancos vagos no outro lado delas, me sentando na janela e Mary se sentando ao meu lado.

- Mary. Ei, senta comigo? - ouvimos a voz de shawn, um pouco atrás de nós. Mary me olhou como se perguntasse se tudo bem por mim.

- Pode ir, vou ficar bem. - ela sorriu pra mim e se levantou indo sentar ao lado dele.

Essa semana os dois passaram quase o tempo todo juntos, mas não acho que Shawn tenha mexido com Mary. Eles ficaram mas dá para ver perfeitamente que ambos não querem nada sério.

Já que não tinha muito o que fazer, peguei meu celular e meu fone, pondo em qualquer música e encostando minha cabeça na janela.

O dia hoje está agradável. O sol fraco, e as nuvens em contraste ao céu azul. Não está nem frio nem calor, está apenas agradável. Não sei porque, mas quando o tempo está assim, o sol quase se escondendo nas nuvens, eu sinto uma sensação estranha. Não é ruim, só parece uma lembrança de algo que não sei bem o quê. Me faz pensar em coisas tão simples, como do tipo, por quê estamos aqui?

Na terra quero dizer. Qual é o verdadeiro motivo de estarmos aqui? O que no futuro me aguarda?

É meio louco, eu sei. Deve ser mesmo mas só gosto de imaginar além do que posso.

Eu só penso nisso como algo misterioso, mas bom. Não consigo explicar. Só é a vida e que não temos certeza de nada, só temos certeza que um dia ela vai acabar e dependendo do que fomos, talvez seremos lembrados. Essa última frase foi muito Gus pra mim. Eu sei. Mas nem é pelo mesmo motivo dele, tenho certeza que não serei lembrada.

Quando sinto um movimento ao meu lado, abro os olhos instintivamente e olho rapidamente para o lado, dando de cara com Harry. Ele estava largando calmamente sua mochila no chão, deixando embaixo do banco e em seguida, puxando com uma das mãos, seu cabelo para trás de um jeito que não deveria ser tão sedutor.

Não demorou para que ele me olhasse, e sorrisse da forma singela, em que seus lábios curvavam-se levemente mais para o lado esquerdo.

- Olá. - ele saúdou, e por não ouvir muito bem, tirei os fones de ouvido.

- Por que está aqui? - perguntei confusa, ignorando seu cumprimento.

- Wow. É sempre gentil assim? - não respondi ao seu sarcasmo e apenas continuei encarando-o, a espera de uma resposta. - Bem, acho que eu não poderia chegar à pé até o acampamento.

- Eu perguntei aqui do meu lado. - específiquei, como se fosse óbvio.

- Uhm... Bem, acho que porque eu quero sentar com você. - ele disse simplesmente. - Como tem andado? - desviei o olhar do seu rosto curioso para a janela.

- Com as pernas.

- Ouch.... - ele resmungou e não pude conter um sorriso por isso. - Você não queria que eu sentasse aqui? - ele parece confuso ou até mesmo apreensivo quando olho-o de volta.

- Não, quer dizer, só achei estranho.

- Então me diga o que a senhorita não acha estranho? - um sorrisinho debochado retornou ao seus lábios e não pude evitar em revirar os olhos. Ele é tão irritante, algumas vezes.

- Isso é estranho, você não falou comigo a semana inteira e vem sentar do meu lado invés de um dos seus amigos - eu disse, então do nada um sorriso quase rasgou a cara do ser cabeludo ao meu lado.

- Isso quer dizer que sentiu minha falta? - seu sorriso apenas tornou-se mais bonito conforme ele dizia mas não pude realmente admirar por muito tempo, por causa das suas palavras.

- O quê..? Eu não disse isso.

- Nem eu, é uma pergunta.

- Eu.. não, eu... Só... Sei lá Harry. - gaguejei e virei o rosto rapidamente para janela, evitando seus olhos. Sinto minhas bochechas tomarem contraste, indo para um vermelho profundo.

E eu posso apostar que nesse momento, Harry está com um sorriso estupidamente lindo por isso.

- Eu andei um pouco ocupado. - ele disse depois de alguns poucos segundos, o que me fez olha-lo novamente. - Por isso não te procurei.

- Você não me deve explicações.

- Eu sei, mas apenas não quero que pense que te esqueci ou algo assim. - ele disse suavemente e não pude ajudar quando me peguei quase sorrindo. Sorrindo. Por quê deveria estar sorrindo, só por isso?

- Oh. Uhm... - pigarreei. - Tudo bem, você... Você deve ter coisas pra fazer.

- Sim, tive muita coisa. - ele suspirou e me senti curiosa em saber mas não quis perguntar.

Não queria parecer intrometida, ele nem devia estar me dando explicações, por mais bem-vindas que elas sejam para mim.

- Ok. - murmurei e retornei a olhar pela janela.

- Ei pessoal! Prestem atenção aqui. - a sora Naty chamou, acenando com a mão para chamar nossa atenção, independente do quanto alto ela falou. - Nós já estamos indo, então coloquem os cintos, e obedeçam as regras. Vocês sabem; não levantar, não por a cabeça pra fora da janela e todas essas idiotices. - alguns riram com o seu revirar de olhos. - Vou fazer a chamada rapidinho, para nós irmos. Respondam, por favor.

Em poucos minutos ela fez a chamada e em seguida o ônibus começou a andar, me fazendo suspirar e encarar mais uma vez a janela.

Não conseguia me sentir tão confortável, porque Harry estava aqui e por algum motivo, ele estava mais perto do que devia; sua coxa estava colada na minha, igualmente como nossos braços, me fazendo sentir ainda mais seu cheiro, e igualmente o seu calor. Ok, isso não era assim tão ruim.

- Sabe, eu pensei que nós podíamos ir conversando. - ele sugeriu ao meu lado, de repente e foi inevitável encara-lo.

A forma como sua voz estava profundamente rouca, me fez concordar, se eu pudesse ouvi-la a viajem inteira.

Seus olhos continuaram em mim. Mesmo quando assenti, eles não saíram e era fascinante a cor esverdeada em que eles estavam. Era um verde muito mais claro que o normal, como uma esmeralda e a forma como suas bochechas estavam coradas, pelo fraco sol que passava através da janela em direção ao seu rosto, ajudavam a explicar talvez o motivo do seus lábios se encontrarem na cor que estavam; em um vermelho claro, desenhando em seus lábios cheios.

Era extremamente fascinante o modo como ele conseguia descartar qualquer beleza em que eu já tenha visto, com a sua.

Percebi o quanto encarava-o somente quando as vozes e risadas no ônibus aumentaram, me lembrando que não estávamos sozinhos e de certa forma avisando para que eu parasse de olha-lo dessa forma. Apesar de ele estar fazendo o mesmo comigo.

Meus olhos piscaram repetidamente, enquanto o rubor se espalhava pelas minhas bochechas, e eu baixava meu olhar, para longe dele. Eu não queria realmente imaginar o quanto maluca devo ter parecido, por ter olhado para ele dá forma que fiz, por tanto tempo.

- Não tinha percebido o quanto seus olhos são claros - ele comentou, podia sentir a intensidade do seu olhar conforme minhas bochechas esquentavam mais.

- O quê? - minha voz saiu tão pequena e confusa.

- Seus olhos, eles são de uma cor extremamente clara de verde, algumas vezes. - não havia um sorriso singelo ou brincalhão, e a sua intensidade me deixava nervosa. Por que estamos falando sobre os meus olhos, de todos os assuntos?

- Oh. - foi o máximo que consegui dizer, e isso retirou um pequeno sorriso dele. - Então... - pigarreei, querendo acabar com esse clima embaraçoso. Falar sobre meus olhos definitivamente não era algo confortável para mim. - Sobre o quê quer conversar?

- Hm.. - ele se ajeitou, consequentemente encostando-se mais em mim. - Pode me dizer como vai sem me dar uma patada?

Mordi meu lábio inferior, sentindo-me um pouco culpada.

- Foi mal. - pedi e ele assentiu. - Acho que estou bem e você?

- Eu estou bem também. Andei muito ocupado essa semana com o time mas está tudo bem. - ele afirmou calmamente e assenti - E o que tem feito nessa semana em que não estive presente?

Eu sorri.

- Tirando a escola e os trabalhos que tomam quase todo o meu tempo, nada. E você?

Harry sorriu e suspirou antes de começar a falar.

- Bem, como eu te disse andei bem ocupado, principalmente com o time mas felizmente nós estamos evoluindo um pouco mais e acho que se continuarmos assim, podemos passar a primeira temporada dos jogos sem problemas. - ele disse calmamente com certo orgulho e confiança na voz.

- Isso é ótimo. Eu nunca vi vocês jogando em um campeonato. Vocês já ganharam muitos deles?

- Está brincando? Nosso time está invicto. - ele sorriu orgulhoso. - Já há quatro anos e por isso estamos trabalhando duro pra continuar assim.

- Uau!- Harry assentiu, com um sorriso.- Eu estou vendo no quanto vocês se empenham nisso. É importante pra você? Quero dizer, estar no time.

Harry desviou o olhar para frente e pareceu estar pensando ou talvez alongando para dar a resposta, por isso, soltou um leve suspiro antes me olhar novamente.

- Estar no time sempre foi uma distração para mim. Meio que um hobbie. Não acho que vou virar um jogador profissional e ser famoso.

- Mas você é muito bom nisso. Acha que não tem capacidade?

- Não é bem capacidade, Bella, mas sim querer. Como eu disse, basquete é só um hobbie em que me distrai e me faz esquecer um pouco dos problemas.

Assenti em compreensão, não sabendo muito bem o que dizer à ele.

- Mas é algo que eu gosto e dizem que eu sou bom. - ele brincou com um sorriso no qual fiz questão de corresponder. - Só não quero me tornar um jogador profissional, na verdade, eu ainda não sei o que quero pra minha vida. - ele murmurou, desviando o olhar.

- Acho que estamos no mesmo barco. - ele parecia surpreso. - Eu também não tenho muita certeza do que fazer, do que virar, de que faculdade ir. - minha vez de suspirar - Consigo te entender, talvez nós dois ainda não achamos o que realmente queremos.

- Que bom que me entende, mas... Você não tem nada mesmo que não goste?

- Uhm... Bem, na verdade eu sempre gostei de tirar fotos, não minhas, odeio tirar fotos de mim mesma, mas sim de tudo a minha volta. Tudo que eu possa capturar algum sentimento, seja ele qual for. Na verdade, eu só sinto e quando eu sinto, apenas fotógrafo aquele momento. É algo mágico pra mim. - quando terminei, olhei para ele, flagrando-o me admirando com um sorriso singelo.

Deve ser porque eu meio que divago quando falo nisso.

- Uau. - ele disse apenas isso e eu soltei uma risada anasalada.

- Eu sei que você não me entendeu muito bem. É difícil entender realmente. Na verdade, você só tem que sentir. É isso, sentir. Não posso te explicar com palavras.

- Não, eu entendi. Você foi bem clara, quer dizer, eu acho que consegui ter uma ideia. - ele sorriu e imitei seu gesto, um pouco envergonhada - Só não imaginava que você gostasse disso, você sempre pareceu tímida demais.

- Uhm, sim mas a câmera é como um escudo pra mim. Ninguém sabe quem está por trás dela, ninguém precisa saber. É como uma foto, tem algumas que vão ser uma incógnita para algumas pessoas.

- Você realmente está me surpreendendo, Bella. - seus olhos realmente não saiam de mim, o que cooperava para que eu me sentisse mais envergonhada. - Eu acho que essa conversa não é digna de um local como esse - voltei meu olhar pra ele, um pouco confusa. - As pessoas aqui certamente estão falando de coisas estupidamente idiotas em que nunca vão chegar perto das coisas lindas que você acabou de dizer.

Se desse, certamente minhas bochechas pegariam fogo de tão quente que elas ficaram mas, mesmo extremamente envergonhada, senti-me divertida com o seu comentário, e me peguei sorrindo timidamente, o que foi apenas o combustível para que o sorriso dele crescesse, e seus olhos brilhassem.

- Acho que você está certo, eles devem estar dizendo idiotices mesmos. - ambos rimos. - Mas... É, é isso que eu acho que tenho jeito, talvez eu consiga.

- Tenho certeza que vai. - ele afirmou com um sorriso. - E eu vou estar na primeira fila quando você for uma fotografa famosa. Vou estar torcendo por você.

- Acho que isso já está exagerando.

- Ah não começa a ser modesta, você sabe que tem jeito.

- Você nunca viu uma foto tirada por mim, como pode ter tanta certeza assim que eu sou realmente tão boa?

- Acredito em você.

- Hm, tá bom. Obrigada então Sr. Styles. - brinquei.

- De nada Srta. Cooper

Eu apenas revirei os olhos depois disso, não conseguindo conter meu sorriso.

- Ok. E você? O que gosta de fazer além de jogar basquete? - perguntei curiosa, vendo Harry desviar o olhar.

- Não ria. - ele pediu já corando o que me surpreendeu.

- Não vou. Fala.

- Eu gosto de compor, de cantar, sabe. É algo que me acalma, muito mais do que o basquete, muito mesmo.

- Que legal Harry! Não fazia ideia, por mais que sua voz já tenha vestígios disso. - ele me olhou com um certo no brilho no olhar.

- Você acha?

- Sim, muito. Eu não ouvi você cantar mas posso ter certeza que é bom.- ele sorriu fazendo suas famosas covinhas surgirem.

- Só poucas pessoas me ouviram cantar até hoje. Praticamente, minha mãe, Gemma, Robin e Louis que também canta. - eu assenti.

- Espero que possa ter esse privilégio algum dia.

- Prometo que vai. - eu sorri fazendo ele fazer o mesmo.

- Ah falando em Louis, eu não vi ele. Ele veio?

- Veio sim, já ouvi incontáveis vezes a voz dele alterada lá atrás, ele meio que tem essa coisa de ficar berrando toda hora - eu ri assentindo - E cadê a sua prima? Vocês não se desgrudam, fiquei surpreso quando te vi sentada sozinha.

- Ah, ela foi sentar com o shawn. Eles devem estar... Conversando. - sorri e Harry riu.

- Eu sei que eles estão ficando, todo mundo sabe. Eu até poderia mexer com ela se ela não estivesse com ele.

- Você também não gosta dele?

- É como eu disse, Luke deve ter feito minha caveira para os amigos dele e dá pra se ver de longe que eles não vão com a minha cara, não tenho motivos pra gostar também. - Harry deu de ombros, como se isso não fosse tão importante de qualquer forma. - Só acho que ela deveria ter cuidado. Mendes é um babaca.

- Mary sabe se cuidar melhor do que ninguém e eles só estão ficando. Tenho certeza que não vai ter nada sério. Acho até que ela está gostando de outro cara. - falei, pousando minha cabeça no banco, atrás de mim.

- Sério?

- Sim.

- Quem?

- Michael. - Harry franziu o cenho, como se não acreditasse. Eu ri. - É, mas na verdade eu acho que ele gosta dela. É só olhar o jeito que ele fica olhando pra ela, até mesmo quando está implicando com ela. E independente do quanto ela negue, eu sei que Mary fica mexida.

Harry assentiu.

- E eu até gosto dele. Ele parece ser melhor que o Shawn pelo menos.

- Não sei. Não confio em ninguém que anda com o Hemmings.

O encarei, um pouco pensativa.

- Vou já parou pra pensar que faz mesmo que diz que Luke faz com você? - perguntei.

Harry pareceu confuso.

- Como assim?

- Você sabe, achar que todos eles são como Luke. Ao menos que você conheça eles pra saber disso.

- Bella, é complicado. Você não entenderia.

- Então explica.

Harry me olhou e suspirou em seguida.

- Não dá. A gente vai discordar muito sobre isso e eu não estou afim de uma conversa cansativa agora. Só esquece está bem?

Cedi, suspirando e assentindo, porque também não queria uma conversa cansativa agora.

- Mudando de assunto, propositalmente. - Eu ri pela sua sinceridade. - E sua mãe? Como ela é com isso? Sobre os relacionamentos quero dizer.

- Ah, eu acho que ela é de boa, não sei, ela nunca teve que se preocupar comigo sobre isso e com Mary ela é um pouco rígida em saber sobre o cara e essas coisas mas nada de mais. Ela confia em Mary

- Entendi. Sua mãe é mais liberal?

- Mais ou menos.

- Se ela soubesse que você está namorando como ela reagiria?

- Provavelmente faria uma festa. - eu fiz uma careta.

- Uma festa? Por quê?

- Seria um milagre. - Harry riu e eu segui ele depois, mesmo que isso me deixe um pouco amargurada.

Não gosto de pensar nisso, eu vou fazer dezessete anos e nem sei beijar direito.

Isso é muita humilhação.

Desviei meus olhos para meu celular depois de parar de rir e coloquei um fone no meu ouvido.

- O que está ouvindo?

- Agora nada, mas daqui a pouco vou por alguma coisa.

- Eu adoro o jeito que você explica as coisas. - ele diz com um meio sorriso, me fazendo corar.

- Isso é estranho mas obrigada. - eu murmurei e ele riu um pouco alto, mas no entanto, foi adorável.

- Eu nunca vi um pessoa que ache tudo estranho. - ele disse quase indignado e eu sorri desviando o olhar.

- Ué, o que posso fazer?

- Dizer um "obrigado Harry por esse belo elogio". - ele disse tentando imitar minha voz.

- Eu não falo assim!

- Acredite, você fala. - eu cruzei os braços, negando com a cabeça.

- Não falo não.

- Quer apostar quanto?

- Não vou apostar nada, eu sei que não falo tão desafinada assim. - ele soltou uma risada divertida.

- Não tanto. - eu bati no braço dele e o mesmo riu.

- Não fale comigo até tirar isso da sua cabeça. - falei cruzando os braços e olhando pela janela.

- Ok, já tirei isso, agora volte a falar comigo.

- Eu tenho certeza que não.

- Estou te dizendo.

- Prometa. - pedi e ele suspirou.

- Sério mesmo que você vai fazer eu prometer uma coisa dessas?

- Você quem sabe, eu só volto a falar com você depois que prometer.

Olhei pra ele que tinha um sorrisinho metido.

- Você acha mesmo que consegue ficar sem falar comigo?

- Com certeza, quer apostar? - provoquei, fazendo o mesmo soltar um riso abafado e abanar a cabeça em negação.

- Tudo bem.

Do nada Harry pegou minha mão direita e entrelaçou nossos mindinhos.

- Eu prometo Srta. Cooper.

- Ok. - eu disse, fazendo-o sorrir.

- Ok.

- Isso quer dizer o que eu acho que quer dizer? - perguntei estreitando os olhos e ele sorriu divertido.

- Eu te disse que gosto de romance e esse é um dos meus preferidos. - meus lábios curvaram-se em um sorriso grande antes mesmo que eu percebesse.

Para quem não entendeu, estamos falando sobre a culpa é das estrelas

Eu sou completamente apaixonada por esse filme.

- Não brinca? - sorri animada. - eu amo esse filme. - soltei minha mão dele, o mais discretamente possível mas pude perceber a oscilação do seus olhos sobre nossos mãos.

Realmente não podíamos ficar daquele jeito. Não é?

- Somos dois então. - seu sorriso voltou, pequeno e adorável.

- Eu acho que nunca chorei tanto vendo um filme. - eu disse encostando minha cabeça no banco, novamente.

- A dor precisa ser sentida. - ele piscou dando com um sorrisinho e eu sorri.

Desviei o olhar do dele para a janela vendo que agora nós já estamos bem mais longe do colégio. Aqui dentro não havia nenhum silêncio, todos conversavam sem parar, da pra se ouvir as vozes escandalosas das amigas de Stacy e da própria, também as risadas altas dos garotos principalmente o do Niall

Já sei reconhecer muito bem a risada daquele garoto. Não tem como confundir.

Olhei pra tela do meu celular e desbloqueei para procurar alguma música, não aguento não fazer nada.

- Posso ouvir com você? - a voz dele soou rouca e perto demais do meu ouvido, o que me impediu de virar o rosto para encara-lo.

- Uhm.. Claro. - dei um dos fones para ele que colocou em seu ouvido. - Qualquer uma?

- Você quem sabe. - ele disse se ajeitando no banco e ficando ainda mais colado em mim.

E dessa vez não me incomodei com isso, eu posso dizer que gostei.

Procurei uma música e acabei optando por in the dark - Camila cabello. Harry pareceu gostar dela e agora nesse ônibus somos os únicos quietos, fechei meus olhos e me rendi a vontade de por minha cabeça em seu ombro e quando fiz logo em seguida senti o peso do seu rosto na minha cabeça.

Ele suspirou e imaginei ele de olhos fechados agora.

E por isso eu sorri até não conseguir mais ouvir a melodia da música dormindo ali mesmo, no ombro de Harry styles.

Obrigada por lerem! ❤️
Desculpa qualquer erro.

Comentem e votem please!

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