Simply Happens [H.S]

By gabriela231d

245K 11.6K 10.1K

Ela, uma menina ofuscada pelo próprio medo de se mostrar as pessoas. Sendo muito difícil conseguir desifrar... More

1°- Capítulo.
2°- capítulo.
3°- capítulo.
4°- capítulo
5° - capítulo
6°- capítulo
7°- capítulo
8°- capítulo
9°- capítulo
10°- capítulo
11°- capítulo.
12°- capítulo
14°- capítulo.
15°- capítulo.
16°- capítulo
17°- capítulo.
18°- capítulo.
19- capítulo.
20°- capítulo.
21°- capítulo.
22°- capítulo.
23°- capítulo.
24°- capítulo.
25°- capítulo.
26°- capítulo.
27°- capítulo.
28°- capítulo.
29°- capítulo.
30°- capítulo.
31°- capítulo.
32°- capítulo.
33°- capítulo.
34°- capítulo.
35°- capítulo.
36°- capítulo.
37°- capítulo.
38°- capítulo.
39°- capítulo.
40°- capítulo
41°- capítulo.
42°- capítulo.
43°- capítulo.
44°- capítulo.
45°- capítulo.
46°- capítulo.
47°- capítulo.
48°- capítulo
49°- capítulo.
50°- capítulo.
51°- capítulo.
52°- capítulo.
53°- capítulo.
54°- capítulo.
55°- capítulo.
56°- capítulo.
57°- capítulo.
58°- capítulo.
59°- capítulo.
60°- capítulo.
61°- capítulo.
62°- capítulo.
63°- capítulo.
64°- capítulo.
65°- capítulo.
66°- capítulo.
67°- capítulo.
68°- capítulo.
69°- capítulo.
70°- capítulo.
71°- capítulo.
72°- capítulo.
73°- capítulo.
74°- capítulo.
75°- capítulo.
76°- capítulo.
77°- capítulo.
78°- capítulo.
79°- capítulo
Fim.
Agradecimentos e recadinhos.
Epílogo.
Wedding And Party ( capítulo bônus)

13°- capítulo.

4.5K 196 398
By gabriela231d

Hoje como é domingo, meus pais quiseram sair. Eu achei bom para eles. Eles trabalham tanto, merecem se divertir um pouco. Eles até me convidaram, Mary e eu, mas nós duas sabemos os lugares que eles provavelmente vão ir e não vai ter nada legal para fazer.

Por isso, quisemos ficar em casa, vendo séries, e aproveitando o domingo. As pessoas provavelmente iriam sair para algum lugar, se divertir fazendo algo sensato, mas para mim, isso é perfeito. Eu diria que as minhas séries e os meus livros são as minhas preciosidades, sem eles eu seria ainda mais deprimente do que já sou, e eu provavelmente não teria nada de útil para fazer. Gosto desse mundinho que eu criei porque eu não sou atormentada nele, não me sinto desconfortável e posso fantasiar a vontade.

Mary está me fazendo companhia hoje no entanto. Estamos sentadas no sofá da sala, olhando um episódio de Criminal Minds. Ela é apaixonada nessa série e por isso, acabei gostando já que ela me obrigava a ver. Não é o meu tipo favorito de série no entanto, mas eu gostei, e agora estou um pouco viciada. Mary gosta desses tipos de séries e filmes. Ela ama ação, e isso não me surpreende porque ela não é muito romântica, não é aquela garota que fantasia as coisas e sonha com um príncipe encantado. Bem, príncipe encantado é de mais até para mim, mas eu gosto desse tipo de história.

Sim, eu sei o quanto patético isso às vezes chega a ser mas tem história realmente lindas. História que tocam na alma e mexem com a gente. Eu costumo ver algo mais basiado nos fatos reais mas ainda sim, um pouco fantasioso, ou romântico. Gosto dessa mistura de algo sensato com algo patético posso dizer. Não diria que o amor é patético, ele faz as pessoas ficarem.

Eu realmente só sei disso porque observo muito as coisas porque viver isso, nunca vivi e não pretendo viver. Uma das coisas mais reais que se pode dizer do amor é que ele machuca, ele dói às vezes, então, por que devo querer algo assim?

Não preciso realmente querer um amor se eu sei que no final ele pode me machucar e não dará certo. Podem me chamar de pessimista mas é apenas os fatos. Nada é para sempre, uma das coisas que eu aprendi e levo para vida. Então, por que se iludir com isso? Por que tentar acreditar nisso quando todos nós sabemos que não é verdade?

Eu quero dizer isso para mim mesma, porque eu ainda vejo esses filmes e séries Românticas, ainda tenho um pingo de esperança dentro de mim mas isso não quer dizer o mesmo que eu vá ter algo assim, como nessas história ficcionistas. Não acredito que eu possa ser uma pessoa sortuda para isso, eu não sou sortuda para nada.

É apenas ficção, essas coisas na vida real são tão raras, quase impossíveis. Não posso realmente me iludir tanto para acreditar que isso possa acontecer comigo.

Mary e eu já assistimos três episódios. A pipoca que fizemos mais cedo já acabou e eu posso dizer que estou quase dormindo aqui. Não que a série esteja ruim, mas eu apenas tenho sono de mais a tarde e hoje está um dia tão bom. Está fresco e agradável.

O barulho de toque me assusta e ergo o olhar para Mary que está na outra extremidade do sofá, ela pega seu celular e lê provavelmente alguma mensagem. Um sorriso cruza seus lábios enquanto ela escreve algo devolta no seu iPhone. Ela cuida desse celular como se fosse um filho, mas não posso julgar, isso custou muito caro e até hoje meus ouvidos doem do grito que ela deu quando abriu a caixa e se deparou com ele.

Quando eu ganhei o meu, apenas perguntei quanto pagaram e se tinham certeza que não iria dar muito prejuízos para os meus pais. Me lembro da Mary me xingando por perguntar isso e dos meus pais garantirem que tudo estava sobre controle. Naquela época as coisas não estavam tão bem como estão agora. Meu pai tinha muitos problemas na empresa onde ele trabalhava e os problemas financeiros aumentaram consecutivamente.

Ele felizmente conseguiu dar a volta por cima e não posso deixar de estar mais que orgulhosa por ele com o sucesso da empresa. Ele têm dito que o Robin é um ótimo parceiro e eles estão tendo tanto sucesso que provavelmente em poucos anos as coisas podem expandir.

Batidas na porta me acordam dos meus pensamentos e Mary ergue o olhar para mim como se dissesse para mim atender. Revirei os olhos para ela que riu e levantei do sofá, caminhando até a porta.

Me surpreendo ao ver Harry quando abro, em suas mãos está a forma de pudim que emprestei mais de uma semana atrás e sua vestimenta não podia ser mais casual. Bermuda moletom, t-shirt branca e chinelos. Eu realmente não consigo enteder como ele consegue ficar bem em qualquer coisa.

- Oi. - ele cumprimenta e me surpreendo ao receber um sorriso da parte dele. Um pequeno mas inegável sorrio bonito

- Oi...

- Hm.. Eu vim devolver. - ele me entrega a forma. - Desculpa a demora.

- Oh não, tudo bem. Nós nem estávamos usando mesmo. - digo dando de ombros e ele sorri novamente.

Por que ele está sorrindo tanto?

Isso é estranho da parte dele. Harry não sorri tanto assim, não para mim pelo menos.

- Bella, eu... - Mary para abruptamente e me viro para ela. - O que ele quer? - ela pergunta séria, olhando para Harry desconfiada.

- Ele veio trazer a forma.

Ela continua o encarando séria, e ele parecia não estar entendendo muito. Bem, ele provavelmente está um pouco confuso, e talvez até mesmo intimidado, já que Mary consegue ser bastante intimidante quando quer.

- Ok. O que você estava falando mesmo?

Tento quebrar o clima estranho, já que isso não é nenhum pouco confortável principalmente para mim.

- Eu vou sair. - Mary me olha. - Shawn me convidou para uma festa na casa de um amigo dele.

- Essa hora?

- Festa não tem hora não, Bella. E vai ser de piscina. - ela sorriu animada.

- Oh sim. E que horas você volta?

- Não sei... Acho que às seis eu já estou de volta. - ela diz pensativa e eu assinto.

Olho para o Harry que continuava aqui, observando tudo quieto.

- Você vai ficar aí ouvindo nossa conversa agora? Não tem mesmo nada melhor para fazer? - Mary pergunta rudemente e observo as bochechas de Harry corarem quase que imediatamente.

- Mary!

- O quê?

- Não precisa tratá-lo assim.

- Por que está defendendo ele agora? - pergunta confusa e é minha vez de corar. - Tá, esquece. Eu já vou indo, não demoro. - ela me dá um beijo na bochecha e sai passando por Harry e dando uma leve trombada nele, que acabou suspirando.

- Desculpa por isso. - peço, me referindo ao comportamento da Mary. - Ela só... -

- Não vai com a minha cara também.

Desvio o olhar, encolhendo os ombros.

- Não faz mal. Ela deve ter motivos.

- É, isso não é muito bom pra você.

Harry estreitou os olhos, com uma expressão engraçada.

- Agora fiquei preocupado.

Sorri, por fim gostando do clima menos embaraçoso que ele conseguiu deixar agora.

- Eu na verdade, acho que já até sei porquê ela age assim. - comentou e eu apurei os ouvidos. Harry engoliu em seco, parecendo sem jeito. - Acho que tem a ver com o que eu disse a você.

Entendi do se tratava imediatamente. Baixei o olhar, desconfortável e assenti, concordando.

- Aquilo a fez mudar completamente a opinião sobre você.

- Faço ideia de como. - murmurou. - Ela tem razão. Também odiaria se um idiota qualquer falasse aquela merda toda sobre alguém que ele mal conhece. - falou.

- Está falando de você na terceira pessoa? - perguntei genuinamente confusa e Harry soltou uma risada rouca, encolhendo os ombros.

- É muito estranho?

O encarei, querendo entender como o mesmo cara que me fez sentir tão mal e tirou horas do meu sono, agora parecia tão diferente, alguém que eu estava até gostando de conversar.

- Não. - falei. - Acho que até gostei de como você se referiu a esse idiota aí.

Harry deu um meio sorriso e eu tive que me esforçar para lembrar o que eu deveria fazer agora.

- Okay.. Então-

- Você vai ficar sozinha? - perguntou, me interrompendo.

Seus olhos estão curiosos e gostaria de saber de onde veio tanto interesse. Pisco algumas vezes.

- Quer dizer, - ele continuou. - Você vai fazer alguma coisa agora?

- Eu.. eu tava assistindo série na verdade.  Acho que é o que vou fazer hoje.

- Legal. Qual você tá assistindo?

- Criminal Minds, mais por causa da Mary para ser sincera. Não é meu tópico favorito.

- Já ouvi falar. O Niall curte, eu acho. - respondeu. -  Qual seu tipo favorito? De série quero dizer - ele pergunta, se encostando no ombreiro da porta

Essa conversa está fluindo melhor do eu imaginava.

- Hmm. Eu meio que assisto de tudo. - encolho os ombros - Mas talvez algo que envolva um pouco de drama, romance me atraia mais.

Seus olhos cintilaram, como se eu tivesse dito algo que o agrada.

- Sem dúvida são os melhores. - concordou e eu apurei os ouvidos. - Eu curto muito também.

- Sério? - ele assente, dando de ombros - Não parece muito a sua cara.

- Eu sei. Mas eu.. - pigarreia. - já até chorei assistindo Titanic, para você ter uma ideia. - Harry faz uma careta e eu sou obrigada a rir. - Ei, não ria. - ele disse mas sorriu.

- Desculpa, é que é um pouco engraçado.

- Saber que eu chorei assistindo Titanic?

- Saber que você chorou, na verdade. - franzi o cenho e ele me olhou confuso. - Esquece. Pelo menos você não tem vergonha em admitir isso.

- Não sinto vergonha. - continuei o encarando e ele suspirou. - Ok... Não é bem vergonha, mas tenho amigos idiotas. Então, sabe como é.

- Ah claro. Os amigos. - revirei os olhos e Harry sorriu.

- O que acha da gente sentar para conversar melhor? Só pra ficar mais confortável.

Oh, sério?

- Ahm... V-você quer conversar mais?

- Sim, se você quiser. - seus olhos buscam os meus mas desvio o olhar rapidamente.

Quero?

- Eu... Ahm.. eu não sei, sabe... - suspiro baixinho, realmente em dúvida.

- Podemos começar a nos conhecer agora, sabe. - ele propõe, um pouco sem jeito.

- Oh, bem.... então, você... Você quer entrar? - pergunto atrapalhada. Isso é tão estranho.

- Podemos sentar aqui na varanda? O dia está agradável e... Sei lá, pode ser mais confortável ao menos que... -

- Tudo bem. - concordo, sorrindo ligeiramente pelo seu jeito atrapalhado e consequentemente adorável.

Caminho até o sofá e deixo a forma encima da mesinha de centro. Quando volto, ele ainda está na porta, me observando cuidadosamente e não posso evitar em encolher os ombros diante do seu olhar intenso. Ele se afasta da porta e se senta nos degraus da varanda enquanto eu encosto a porta e me junto a ele, sentando no seu lado esquerdo, razoavelmente afastada.

- Isso tão estranho... - murmuro sem olhar para ele, depois de alguns segundos em silêncio atormentador.

- Conversar comigo ou sentar aqui comigo?

- Os dois? - ele ri.

- Por que você acha isso? Ainda está brava comigo? Magoada, ou... Bem, eu não sei como você se sentiu na verdade. - sua voz é suave mas levemente atormentada.

- Eu... Eu não sei o que estou sentindo agora. Eu acho que não estou tão  chateada, ou magoada. - encolho os ombros enquanto falo. Não é muito confortável falar disso com ele.

- Eu sinto muito. - sua voz rouca é baixa. - Me sinto uma babaca agora. - ele resmunga para si mesmo.

Ele parece realmente atormentado com isso, e eu não posso ajudar quando sinto pode ele. Por mais culpado que ele seja.

- Hm.. tudo bem, isso.... Eu quero esquecer isso. - sinto seus olhos em mim.

- Você vai me perdoar? - ele parece angustiado.

- Eu não sei... - suspiro. - Não é tão simples assim. Eu não sei se consigo perdoar tão rapidamente. Faz apenas uma semana. - encolho os ombros

- Hm.. tudo bem, eu entendo. - seus olhos saiem de mim e quando olho para ele, ele está encarando o chão. Talvez eu não devesse mas eu estou com dó dele, seu olhar parece tão sobrecarregado e atormentado. Ele parece mesmo estar se sentindo culpado e por alguma razão isso dói e aperta meu coração.

Não gosto de ver as pessoas assim, independente de quem elas sejam, eu tenho compaixão e sua angustia parece tão sincera.

Nesse momento eu vi que eu estava sendo um pouco injusta com ele. Sei que por mais que eu não quisesse dei motivos pra ele ficar irritado. Ele estava sendo legal até e eu realmente  não estava fazendo o mesmo, por mais que não quisesse ser grossa, eu vi que fui, eu fui indiferente e tudo que não gosto que sejam comigo.

Eu sei que errei também, não sou fingida.

Também não quero parecer a vítima para ele ter pena de mim ou algo assim. Não preciso disso.

- Hm.... Eu acho que tenho que te pedir desculpas também. Não estaria sendo totalmente correta me fazendo de vítima. Sei que te irritei por mais que eu não quissesse.- digo, fazendo-o me olhar.

O verde dos seus olhos estão ainda mais claros, muito mais bonitos de se ver. Inegavelmente.

- Relaxa. - um pequeno sorriso curva os cantos do seus lábios - Você apenas não queria falar não é?

- Hm.. sim, não sou muito boa em conversas. Não sei muito bem o que dizer ou como agir. - murmurei. Sou patética.

- Que estranho - quando olhei para ele, um sorriso descontraído estava em seus lábios - Nós estamos conversando já há um tempinho e você está se saindo muito bem.

Não pude segurar meu sorriso.

- Uhm.. obrigada? acho que posso estar evoluindo, talvez? - fiz uma leve careta confusa e ele riu.

- Por nada. - seu sorriso é contagiante. - Bem, já que estávamos falando de séries e você gosta disso, que tal me dizer qual o seu filme favorito? - ele pergunta, estranhamente interessado.

- Hm... Tem tantos... - Suspiro, pensando -  Mas, se eu fosse escolher um seria crepúsculo. Eu amo muito essa saga.

- Eu pensei que você iria dizer a culpa é das estrelas. - olhei confusa. - Todos amam aquele filme, mas eu concordo com você. Crepúsculo é um filme interessante. - assenti - Qual é seu favorito? Qual saga quero dizer.

- Hm... Eu gosto do primeiro, ele é sempre muito bom. Gosto do eclipse, e do penúltimo também. Acho que esses e você? - Harry desvia o olhar pensando.

Para muitos pessoas esse assunto é patético, mas me sinto estranhamente confortável conversando com ele sobre isso. Talvez o assunto em si me deixe mais confortável. Ele está me surpreendendo por escolher justamente esse assunto no entanto.

- Eu gosto do último mesmo que tenham me feito de idiota. - eu tive que rir e assentir em concordância - Hm.. e acho que o primeiro também.

- Hm... Eu não queria que acabasse para ser sincera, era uma ótima saga mas tudo tem um fim não é?

- Na verdade, eles vão viver para sempre. - eu ri, abanando a cabeça.

- Nós não sabemos, vai saber se acontece alguma coisa. - olhei para ele que me olhava.

- Você devia pensar positivo se quer que eles sejam felizes para sempre. - eu ri. Quando eu digo que ele é estranho. Não que eu esteja o julgando, porque eu sei que sou ainda mais estranha que ele.

- Isso é só um filme Harry, nada é para sempre. - digo encarando o gramado bem cuidado da minha casa.

Parece irônico que eu estava pensando nisso há momentos atrás e agora ele esteja falando disso.

- Você têm certeza disso? - olho para ele que me encarava curioso e dou de ombros.

- É o que eu vejo. Eu não acredito em finais felizes ou que algo dure para sempre. Na vida real isso não existe, é apenas ficcionista.

- Eu pensei que você fosse mais esperançosa ou sei lá mais.... -

- Sonhadora? - arqueio a sombrancelha e ele dá de ombros. - Bem, eu praticamente não acredito nisso, não para mim. - suspiro encarando as minha unhas no meu colo.

- Por que?

- Hm... Eu apenas não acredito. Isso é... Raro, e quase impossível. Essas coisas são ilusionistas e não são reais. Não preciso ficar acreditando em algo que eu sei que não vai acontecer. - dou de ombros.

Ele parece pensativo quando olho-o.

- Você não acredita que as pessoas possam se apaixonar e serem felizes por muito tempo? - Sua pergunta me surpreende.

- Eu... Eu acredito que elas possam ser felizes e sentir algo forte, mas geralmente isso dura pouco. - dou de ombros. - Não sou a melhor pessoa para dizer isso, mas é apenas o que eu vejo. As pessoas na maioria das vezes se cansam muito rápido das outras e têm muitos problemas, é difícil um relacionamento aguentar e durar por muito tempo assim. Eu só acho raro.

Ele fica em silêncio por um momento, parecendo pensativo. Eu realmente não sei porque estamos tendo esse tipo de conversa. Isso é estranho mas eu estou apenas colocando a minha opinião. Mesmo que isso seja raro de acontecer porque eu não sou de falar muito sobre isso com as pessoas, eu senti necessidade de dizer a ele o que eu penso e foi natural.

- Você não pensa assim? - pergunto-lhe, e o mesmo suspira levemente.

- Não sei. Eu não penso muito nisso para ser sincero. É a primeira vez que eu estou tendo esse tipo de conversa. - ele me olha. - É interessante no entanto, mas eu não posso dizer algo agora. Estou pensando, mas talvez você possa estar certa.

- É apenas a minha opinião, você têm que ter a sua, não precisa concordar comigo se não acredita totalmente.

- Não, eu acredito em você. Bem, na sua lógica, eu só não esperava por isso. Eu não costumo ter esse tipo de conversa, e... Eu não sei exatamente o que dizer. Você parece mais... Madura do que eu pensava.

Madura? Eu?

- Eu apenas não sou tão sonhadora nessa questão. Preciso de muito para ser madura.

- Você é sempre tão teimosa assim ou só comigo? - seu tom é descontraído e eu fico aliviada que ele não está sendo rude comigo. Ele só está.... Brincando?

Minhas bochechas esquentam mesmo que eu não saiba exatamente o porquê e encolho os ombros envergonhada.

- Você é diferente Bella. - ele diz, sua voz soando mais rouca que o normal.

- Estranha você quer dizer.

- Não, diferente. Você tem mesmo que discordar de tudo que eu digo? - eu riu, com a indignação falsa na sua voz.

- Desculpa. - seu sorriso é acolhedor quando olho-o.- Por que acha isso então?

- Hm.... Bem, você é diferente do que eu pensava de início, você não é tão... Bem, tão sonhadora, eu realmente não sei qual é a melhor palavra.

- Patética?

- Não, eu não te achava patética, apenas diferente. Você é diferente do que a maioria das garotas que eu conheço. Você... Bem, você é apenas diferente.

Fico quieta. Não sei o que dizer a ele. Eu sei que sou diferente das outras garotas, mas também sei que não é de um jeito bom.

- É bom de qualquer forma, ser diferente é bom. - ele diz apressadamente.

- Você acha? - não consigo me impedir de perguntar.

- Claro. Que graça teria se fôssemos todos iguais? Seria chato como o caralho.

- Hm...pode ser. - murmuro. - Mas tenho certeza que são poucas pessoas que pensam assim. Já que todos sempre preferem o padrão-perfeito.

- O que você quer dizer com isso? - suas sombrancelhas se unem em confusão e suspiro.

- Eu... Bem, é só você reparar que todos dizem aceitar as pessoas, sejam elas como forem. Mas eles sempre vão preferir o padrão-perfeito. Aquelas que tem um corpo bonito, um olho claro e etc. É assim a realidade, todos vêm mas fingem não ver. - digo e olho pra ele que me encarava parecendo um pouco pensativo.

Seus olhos estavam em mim, mas ele parecia estar em outro lugar, talvez digerindo tudo que eu disse.

- Hum... Acho que você tem razão. - ele disse depois de uns segundos.

- Claro que eu tenho, modestamente. Você já conheceu algum amigo seu ou alguém que vai escolher uma garota normal, simples que não tem a aparência nada interessante por uma garota linda, interessante e que têm um corpo esbelto? Claro que não. As pessoas dizem uma coisa mas sempre vão fazer aquilo que já estava previsto.

- Wow. - ele sorri e coro. - Tem uma opinião bem forte, Bella. E acho que é a única garota que parou para falar comigo sobre isso. Bem, sobre mais isso.

- Oh. E-eu... Desculpa se não é o melhor assunto do mundo. Eu te disse que não sou boa com conversas. Eu digo muitas... Coisas que talvez sejam sem sentido e talvez isso não tenha tanta importância para você mas eu só disse o que.. - ele me interrompe.

- Ei! Calma. - sua mão alcança a minha e o contato me deixa paralisada. - Respira ok? - ele ri. - Eu realmente concordo com você, eu só estou impressionado com você, Bella. Você disse coisas que eu não estou acostumado em ouvir mas não quer dizer que são ruins, só é...  Inédito para mim. Está tudo certo, relaxa.

Sua mão sai da minha e é como se eu pudesse respirar novamente. Não faço ideia de como ele conseguiu me prender tanto no olhar durante toda a sua frase para me acalmar. Eu devo ter sido tão patética falando tão rápido daquele jeito.

- Hm.... Desculpa. - Murmuro envergonhada.

- Tudo bem. Você só me bombardeou de coisas que eu não estou acostumado em ouvir, não que seja ruim relembrando, mas eu apenas não estou acostumado. Normalmente as meninas que conversam comigo não dizem merda nenhuma, nada relevante pelo menos. - ele diz calmamente. - Elas normalmente perguntam como é ser o astro do time, se eu sou sempre lindo e um monte de merda sem sentido, isso se elas ainda falarem comigo sem me atacarem primeiro.

- Atacarem?

- Hm... Sim. Bem, você sabe..... - ele parece sem jeito.

- Oh. - Volto o meu olhar para os meus dedos no meu colo.

Harry deve ser um garoto rodeado de garotas, na verdade ele é. Acho que não tem uma garota naquele colégio que não tenha um crush no Harry. Tirando eu, Mary e as meninas que sei de quem elas gostam claro.

Mas tenho certeza que elas acham ele Bonito. Quem não acha? Só um cego. com todo o respeito.

- Eu pensei numa coisa agora que não tem nada a ver com o que nós dois estamos falando. - ele disse me acordando dos meus pensamentos.

- O que?

- Vai parecer patético, ainda mais depois de tudo que você disse mas eu preciso dizer porque sou um idiota e isso é realmente muito conhecidência. - eu não posso deixar de rir pela sua sinceridade ou drama. Realmente não sei.

- Ok... Diz.

- É que só agora que percebi que seu nome é o mesmo que a personagem do filme, a Bella e o meu é Edward também. - ele deu de ombros. - Eu disse que era uma idiotice. - ele lembra com um sorriso e eu sorrio.

- Tudo bem. - eu ri. - Mas você se chama mesmo Edward?

- Sim, meu nome completo é Harry Edward Styles.

Nome bonito.

- Oh. Eu não fazia ideia.

- É, e como é o seu?

- Meu nome completo? - ele assente. - Preciso mesmo dizer? - olho-o desconfiada.

- Acho que sim, por quê não?

- Hm... Bem, isso é apenas estranho. Vai saber o que você pode fazer com essa informação. - olho desconfiada e ele gargalha tombando a cabeça para trás. É realmente um ótimo som e ele fica inegavelmente adorável.

- Eu prometo que não é nada mais que curiosidade, preciso saber seu nome já que dei o meu de bandeja para você. - ele lembra com um sorriso e sorrio de volta. Eu realmente não sei como ele consegue ter tanta carisma e um sorriso tão lindo.

- Ok, eu me chamo Isabella Jader cooper. - respondo, me encolhendo com o seu olhar intenso sobre mim.

- É um prazer Isabella Jader Cooper, agora me diga sua idade.

- Você realmente está sendo formal? - ele sorri.

- Não me julgue, apenas responda por favor. - revirei os olhos.

- Eu tenho dezesseis anos e você?

- Dezessete.

- Eu imaginei, você rodou de ano?

- Hm.. sim, eu rodei no quinto ano, eu dormia demais. - ele deu de ombros enquanto seus dedos mexiam na costura da sua bermuda.

- Oh. Eu também sou um pouco preguiçosa.... Ou talvez, muito. - murmuro.

- Talvez? - ele arqueia a sombrancelha.

- Ok, muito. Mas não é minha culpa, eu apenas sou uma adolescente e pelo menos isso, eu tenho de normal.

- De normal?

- Esquece. - Abano a cabeça.

- Hm... Ok. E que tipo de preguiçosa você é? - olho para ele confusa.

- Não sei, do tipo...... Normal?

- Esse é o pior. - ele abana a cabeça em negação.

- O que? Você está mesmo dizendo que existe tipos diferentes de preguiçosos? - ele dá de ombros. - Harry, você é estranho! - ele ri.

- Desculpa, mas eu não tenho uma capacidade intelectual tão boa quanto você. - seu sorriso é caloroso e descontraído, e eu coro desviando o olhar.

- Você é tão estranho. - murmuro e ele ri.

- Yeah... Eu acho que estou perdendo o jeito de como conversar com garotas.

Os próximos segundos foram o mais desconfortável da nossa conversa até agora. Eu não sei muito bem o que dizer diante disso e posso sentir seus olhos em mim mesmo não vendo. Ele ainda me olha muito e isso é desconfortável e estranho para mim.

O que têm de bom para se ver em mim?

Ainda desconfortável, me mexo e decido dizer alguma coisa. Não sou boa em retomar a conversa mas eu já não sei o que fazer com o jeito que ele me olha. Será que ele não nota que isso é desconfortável e está me deixando sem graça? Bem, ele provavelmente sabe disso porque minhas bochechas estão esquentando cada vez mais, como se pudessem pegar fogo.

- Hm... é mesmo estranho nossos nomes serem os mesmo do filme não é? - ele se mexe, provavelmente pego de surpresa.

- É... Sim. - ele pigarreia. - Mas quem sabe agora você possa me chamar de Edward?

- O que? Não. Isso seria estranho. - ele ri. - Harry é mais.... Simples, e não sei, acho que habitual. Alguém te chama de Edward?

- Não, minha mãe me chamava às vezes mas faz tempo que não sou chamado de Edward por alguém. Eu gosto de Harry na verdade. - ele dá de ombros.

- Oh.

- Eu não me importaria se você quisesse me chamar de Edward.

- Harry, não. Não vou te chamar de Edward, isso é estranho. - ele ri. Será que ele está chapado e só agora eu percebi?

- Estranho seria se nós tivéssemos o mesmo futuro que eles.

- Eu virar uma vampira? - franzi o cenho. - Você não é vampiro, é? 

Harry sorriu, balançando a cabeça.

- Não. Eu estou falando que nós temos os mesmos nomes, podemos ter o mesmo distinto também.

Estou confusa. O que ele quer dizer com isso?

- Viver para sempre?

Harry ri, passando as mãos no rosto e suspirando.

- Esquece Bella. Você não vai entender. - ele disse e desviei o olhar ainda confusa.

Não entendi mesmo.

- Hey, Harry! - ouço quando o chamam e ergo o olhar para frente, notando Louis, caminhando em nossa direção.

- Ah, claro. Esqueci que ele viria.- Harry murmura, suspirando.

- Oioi. - Louis me cumprimenta, assim que chega a nossa frente.

- Oi. - digo timidamente.

- Sou Louis, prazer. - ele estende a mão para mim e seguro dando um pequeno sorriso.

Ele é gentil. Isso está evidente. Eu por algum motivo gosto do Louis, do jeito dele quero dizer. Ele é engraçado e parece um cara tão legal.

- Bella. - ele devolve o sorriso.

- Sim, eu sei.

Como ele sabe? Mary nos apresentou aquele dia aquele dia mas normalmente esquecem rápido.

- Sério? - não consigo deixar de perguntar.

- Claro. Já ouvi falar sobre você. - ele diz e seus olhos vão para o garoto quieto ao meu lado.

Harry se levanta imediatamente, e eu percebo um rubor em suas bochechas enquanto ele encara o amigo com um olhar que eu não sei muito o que significa.

- Ok. Eu tenho que ir agora, Bella. Nós precisamos fazer os trabalhos que faltam. - Harry avisa e assinto, me levantando.

- Ah, sim. Tudo bem.

- Você já fez? - Louis pergunta para mim.

- Qual trabalho?

- O de história.

- Ah sim, já fiz ontem. Foi.... difícil. - ambos sorriem.

Uma imagem fofa para dizer a verdade.

- Olha aí, uma ótima notícia cara! - Louis ironiza - Se foi difícil pra você, já prevejo a grande merda que vai ser pra gente.

- Talvez não, porque duas mentes pensam melhor do que uma. - observo.

- Na verdade só vai ter uma pessoa pensado, e sou eu. Porque esse aí, não faz nada que não seja reclamar.

- Cala boca, Louis. Eu penso por você e por mim. - Harry retruca e eu dou risada quando Louis revira os olhos.

Eles devem ser sempre assim, porque na maioria das vezes que eu vejo, eles estão rindo ou debochando um do outro na sala.

- Tá bom. Então, eu acho que vou entrar agora. - murmuro.

- Me passa o seu número qualquer dia. - Louis sorri descontraído. Harry dá um tapa na cabeça e eu sorrio um pouco envergonhada. - Eu vou te esperar lá dentro, seu bruto. - ele diz, esfregando a mão na cabeça e caminhando em direção a casa de Harry.

- Hm... Me desculpa por isso. - Harry diz sem jeito, sua mão está esfregando a parte de trás do seu pescoço num gesto nervoso.

- Ah, tá tudo bem. - solto uma risada. - Então.. acho que vou entrar mesmo agora. A gente se vê. - tento um sorriso e me viro para subir os degraus, mas a mão de Harry segura a minha, me parando. Seu corpo fez sombra sobre o meu e tenho que erguer levemente a cabeça para encara-lo.

- Eu... Bem, eu só queria agradecer por você aceitar conversar comigo. Sabe, eu sei que isso parece patético mas foi legal da sua parte e eu gostei de conversar com você. 

- Oh.

Que inesperado.

- É.. Sim.- dou uma risadinha nervosa. - Foi bom para mim também.

- Legal. Até amanhã então.

Voltei para o sofá e vi que aquele episódio já tinha acabado há anos. Me esqueci de pausar antes de começar a conversar com ele. Tirei da série e mudei para The Vampire Diaries.

Inevitavelmente eu sorri por lembrar do que ele disse. Sobre o filme, sobre nossos nomes.

É realmente muita coincidência.

Eu estou surpreendida com toda a nossa conversa e como fluiu tão bem. Com alguns embaraços mas enfim, nós não brigamos e nem discutimos. Nós rimos juntos, e eu não posso deixar de achar isso tudo maluco demais.

É legal da parte dele estar querendo me mostrar quem ele é por mais estranho ou confuso que seja. É atencioso e eu posso estar começando a repensar em algumas coisas a partir de hoje.

Obrigada por lerem!❤️❤️❤️
Desculpa qualquer erro.

Comentem e votem please!

Continue Reading

You'll Also Like

886K 95K 53
Com ela eu caso, construo família, dispenso todas e morro casadão.
30.7K 1.9K 55
Kiara Carreira é uma jovem de 19 anos que trabalha trabalha como garota de programa para se sustentar,a mesma mora sozinha desde os 15 anos de idade...
679K 61.2K 55
+ sina || "qual o motivo de tudo isso? é tudo um jogo ou tem algo a mais?" desde seu nascimento, o jornal e a mídia pareciam seguir cada um dos passo...
1.3M 75.9K 77
De um lado temos Gabriella, filha do renomado técnico do São Paulo, Dorival Júnior. A especialidade da garota com toda certeza é chamar atenção por o...