Harry POV
Sinceramente, viver com o peso de ter que estar sempre num bom dia é estressante como o caralho. O treinador pegou tanto no meu pé hoje, que acho que ele descobriu que não estou num dia bom e decidiu piorar as coisas.
Errei todas as cestas livres hoje. Repito, todas as cestas livres. Isso deixou o treinador muito puto comigo. Mas porra, por que eu não posso cometer alguns erros? é difícil eu errar como errei nesse treino, mas acontece! É normal, todo jogador tem seu dia ruim.
Eu tenho que carregar esse peso nas costas por ser o "astro do time" e essa merda de pressão pra ser bom o tempo todo. Tudo bem, no começo era bom. A atenção vinha toda pra mim e quem não gosta te ter um pouco de atenção não é?
Em certo ponto isso era incrível. As vantagens era mais bem vistas antes.
Mas no entanto, isso está me irritando ultimamente, porque nesse time eu sou o único que não posso errar enquanto os outros cometem erros estupidamente idiotas. E tudo isso por quê? Porque eu sou o jogador referência.
São nessas horas que eu queria ser somente um jogar normal, sem tantas responsabilidades, até porque eu nunca gostei de ter alguma.
E como se tudo não fosse suficiente, ainda ganhei um olho roxo.
Aquele babaca do Luke Hemmings vai me pagar, nem que pra isso eu fique fora do time. O cara é um babaca. Não consegue cuidar da própria vida e muito menos se contentar com ela.
Se eu tivesse a porra de pai que ele tem, talvez entenderia um pouco. O problema é que ele sempre acaba chegando em mim, de um jeito ou outro no final.
O professor jordano disse que conversaria com o treinador Jone sobre o acontecido mas pelo visto ainda não falou. Ele ainda não me chamou pra dar qualquer bronca ou algo assim, não sobre isso. Eu não vejo a hora de chegar em casa, me esparramar na minha cama e tentar deixar todos esses problemas de lado.
Felizmente hoje o treino terminou mais cedo, já que o treinador Jone teve um compromisso.
O que quer dizer que posso fazer o que quiser o restinho da tarde. Bem, não era como se eu tivesse alguma coisa interessante pra fazer agora, mas posso aproveitar para descansar um pouco. Não tive tendo boas noites de sono ultimamente. Eu poderia ir na casa do Louis mas ele vai estar trabalhando e eu realmente preciso ficar um pouco em casa antes que a dona Anne volte a reclamar disso.
- Hey hazz! - ouço a voz de Zayn e termino de enxugar meu cabelo com a toalha.
- Fala Malik.
- O que vai fazer hoje a noite?
Ergo o olhar pra ele que terminava de colocar uma t-shirt escura.
- Nada. Por que?
- Vai ter uma festa na casa do Niko hoje. Quer ir?
Eu até toparia se não tivesse prometido para minha mãe que iria parar de sair tanto. Ela fica extremamente preocupada.
- Não tô afim de festa hoje, Z. Foi mal. - visto a camisa do time e pego minha mochila.
Nós estamos no vestiário agora, e a ducha daqui é ótima depois que você sai de um treino cansado e suado, pra caralho.
- Ah, qual é, cara? Você não sai faz um tempo já. Todo mundo já superou aquilo.
- Minha mãe não. E de verdade, eu tô bem. Acho que já esgotei minha cota de porres.
- Tem certeza? Além disso, as garotas sentem sua falta. Todos sentimos. As festas não são as mesmas sem você.
Dei risada, um pouco agradecido pelo carinho e a insistência.
- É, eu tenho sim. - falei, colocando as alças da mochila nos ombros. - Mas tenho certeza que você vai aproveitar por nós dois lá. - dei dois tapinhas nos ombros antes de empurra-lo para fora do vestiário.
- Okay. Você quem sabe, capitão.
Minha vida nunca esteve numa situação tão ruim, não que eu me lembre. O time tá cada vez pior. Tenho dúvidas se nós vamos conseguir ganhar o campeonato desse ano, os times das outras escolas estão bem focados, principalmente o London Blus.
Só quero mesmo que nosso time consiga se recuperar até lá, mesmo que eu já estando quase desistindo por estar tão cansado. Não é que eu queira viver disso, mas apenas me distrai e eu gosto de jogar.
Entro finalmente em casa, e pelo o silêncio aqui na sala minha mãe só pode estar na cozinha. Nunca conheci alguém que gosta tanto de cozinhar. Anne vire e mexe está na cozinha preparando suas novas receitas. Na verdade ela apenas as pega na internet mas ninguém é corajoso pra falar isso à ela. Foda-se. Ela sempre é boa quando se trata de culinária. Não duvidaria que ela ganhasse um Master chef se entrasse, tirando claro a pressão, ela odeia ser pressionada.
Caminho até a cozinha e me escoro no marco da porta. Ela ainda não me viu e tenho noventa nove por cento de certeza que quando me ver, vai se assustar. Ela está de costas pra mim, cantarolando Love Of My Life do Queen baixinho.
Quando finalmente se vira, dá um pequeno sobressalto e eu gargalho.
- Harry! Você quer me matar?! - ela me repreende.
Solto outra risada antes de encolher os ombros.
- Desculpa. Não era a intenção.
Ela resmunga qualquer coisa e abre a geladeira, pegando alguns ovos.
Caminho até o balcão e encaro a batedeira com leite e mais alguma coisa dentro. Acho que eu deveria passar mais tempo aqui vendo ela preparar essas coisas, já que no final tudo fica bom pra caralho e realmente parece mágica.
- O que vai fazer hoje?
- Ah! Então, achei uma receita nova de pudim de chocolate branco. Dá um pouco de trabalho mas vale a pena.
- Eu concordo. - Ela sorri, sabendo que eu só estava interessado em comer no final de tudo.
- Ah, já que está aqui, pode ir na casa da Cyndi pra ver se ela me empresta uma forma de pudim? Não consegui achar a minha. Acho que Robin emprestou para o Sr.Phillipe no domingo.
- Claro, mãe. Só vou deixar meu celular carregando lá em cima e vou lá.
Subo as escadas e entro no meu quarto, pegando o carregador sobre a cômoda e conectando no meu celular.
Desço novamente as escadas e saio de casa. Caminho pela a calçada indo até a varanda da Sra. cooper. Bato na porta, e espero um pouco. Alguns segundos se passam e bato novamente.
Segundos depois ouço passos se aproximando, e finalmemte a porta se abre.
Ela me olha surpresa. O âmbar em seus olhos brilharam com o contraste da luz do dia. Eles parecem tão únicos. A cor quero dizer. Não se dá pra definir exatamente.
- Oi. - digo.
- Oi.. - ela parece confusa, enquanto olha para os lados atrás de mim como se procurasse saber se estou sozinho mesmo.
- Minha mãe pediu emprestado uma forma de pudim. - digo e ela apenas continua me encarando. - Será que sua mãe.. tem alguma pra emprestar pra ela?
- Oh, claro. - sua voz sai mais clara - Uhm... Você quer entrar?
Dou de ombros.
- Pode ser. - ela me dá espaço e eu entro.
Ela fecha a porta e começa a caminhar. Eu apenas sigo ela. Não sei se era isso que ela queria quando disse para entrar. Foda-se.
Ela está usando uma roupa mais quente hoje. Um moletom preto, um pouco grande pra ela, o que a torna um pouco engraçada. E uma calça moletom. Ela está bem desleixada mas parece confortável. E eu sei o quanto um moletom e uma calça moletom são bons pra caralho de se usar.
Quando chegamos na cozinha, ela vai até os armários abaixo da pia e se agacha abrindo as portas. Ela começa a vasculhar. Procura por um bom tempo e suspira quando não encontra.
- Precisa de ajuda?
- Eu acho que vou procurar no armário de cima, mas se você quiser ver se acha aqui. - ela diz dando de ombros.
Vou até ela e me agacho ao seu lado, ela em seguida se levanta procurando no armário de cima. Vasculho por tudo, mas tudo que eu vejo são panelas e panelas e mais panelas.
- Achei. - ela diz e me levanto aliviado.
Posso ver o alívio claro no seu rosto e por algum motivo ela parece melhor assim de perto. Ela me estende a forma quando não digo nada.
- Obrigado. - agradeço.
- Tudo bem. - ela meio que sorri e me encara. Sua atenção vai para o meu olho esquerdo, o roxo. Me apresso a deixar ela informada.
- Já está melhor. - Ela desvia o olhar imediatamente, parecendo sem jeito. - Quase nem dói mas provavelmente vai demorar um pouco pra, você sabe, voltar a cor normal.
- Oh, sim. - ela sorri e bom ver alguma coisa espontânea vinda dela. - Sua mãe te xingou? - pergunta genuinamente curiosa.
- É, um pouco. Mas ela entendeu que não tive culpa.
Ela assente, desviando o olhar como se estivesse procurando o que fazer agora.
- Então... - ela murmura - Era isso?
- Era. É.. obrigado.
Ela assente.
- Eu vou te levar até a porta, então. - ela avisa, saindo da cozinha.
Quando já estou fora, me pergunto como tudo parece diferente se tratando dela. É inexplicável como qualquer coisa que eu tente fazer ou diga saia tão fora do esperado.
Obrigada por lerem!❤️
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