once upon a plug {l.s}

By infactIarry

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Na qual Harry e Louis transam e não se lembram de nada depois, Louis acorda com um plug e Harry tira uma foto... More

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Trailer OUAP!
OUAP is back!
Um Milhão de Pequenas Coisas
trilogia Um Milhão de Pequenas Coisas
capítulo extra final

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By infactIarry

ei, eu prometi cap antes do ano novo

a-há, acharam q eu ia furar né?

aqui está um cap só de larry, super grande e super fofo para homenagear vocês, meus amores maiores

me amem, eu deixo

esse cap tá ba ba dei ro sim rs

boa leitura e posso ser sincera? pode tirar o colete, as balas desse cap vão ser boas rs


Harry estava confuso.

Deitado na cama de Niall, ele observava o corpo pequeno e frágil de Louis dormindo – quase desmaiado para falar a verdade. Após comer e tomar um remédio, Louis capotara na cama, seu corpo sendo coberto por um edredom minutos depois – o cacheado estava com medo de ele passar frio.

Harry não sabia o porquê de ter ajudado Louis, tudo acontecera muito rápido na verdade – ele estava se dirigindo para o campo de treinamento quando viu um corpo pequeno e trêmulo carregando uma mala de roupas com muita dificuldade. Quando viu ser Louis não pôde simplesmente sair andando e fingir que não tinha visto nada.

E ele estava feliz por não ter feito isso.

Quando sofreu nas mãos de Ryan, ele não teve apoio algum – afinal, ele não contara para ninguém. Ele não queria que isso acontecesse com Louis.

O menor precisava de apoio – e se ele pudesse dar esse apoio, por que não?

Aos poucos, Harry podia perceber sua mente entendendo algumas coisas melhor, ele não sentia mais vontade de ser rude com o menor – o que era um reflexo de sua raiva por Louis não enxergar quem Ryan realmente é, e agora que ele sabe quem o ex é, não há mais motivos para ter raiva dele.

Tudo que restara era o sentimento de preocupação.

Um murmúrio sonolento despertou Harry de seus pensamentos. Louis se espreguiçou e piscou os longos cílios por alguns segundos, a claridade o incomodando até que pudesse focar em algo – em Harry.

Alguns segundos de olhares fixos se passaram e somente quando Louis bocejou preguiçosamente e se aconchegou ainda mais no travesseiro e no edredom é que se pronunciou.

- Achei que já tivesse ido embora.

Harry se endireitou na cama de Niall, as costas contra o travesseiro do loiro. A voz de Louis estava baixa e rouca, quase falha.

- Se eu te deixar sozinho é capaz de você fazer alguma merda.

Louis o direcionou um olhar preguiçoso, o azul quase sumindo nas pálpebras inchadas. Eles estavam sem vida.

- Acho que eu já fiz todas as merdas possíveis da vida.

- Não, você não conseguiu ir embora.

- Culpa sua.

- 'Tá vendo, evitei que fizesse mais uma merda.

Louis suspirou pesado e fechou os olhos de novo.

- Não te entendo. Uma hora me odeia e me ignora, na outra, implora pra mim ficar.

- Mim não conjuga verbo, cidadão. – Harry ergueu uma sobrancelha em afronta, mesmo que Louis não pudesse ver. – E eu não estou implorando pra você ficar, estou evitando que faça uma merda gigantesca que provavelmente estragaria sua vida.

Louis enfiou a cara no travesseiro, se aconchegando ainda mais – como se fosse possível. Só Harry falaria cidadão.

- Como por exemplo..?

- Jogar fora três anos de curso de música por causa de um musical..? – Harry revirou os olhos, mais uma vez sem a atenção dos olhos azuis de Louis.

O menor não respondeu. O silêncio pairou no quarto de forma estranha.

Harry ergueu uma sobrancelha em confusão, Louis imóvel na cama, até que seus ombros começaram a tremer.

Em questão de segundos, soluços altos tomaram o quarto. Louis teve que erguer a cabeça do travesseiro ou se não iria sufocar, suas bochechas completamente vermelhas e seu nariz entupido, os olhos irritadiços e suas mãos indo diretamente para seus braços já machucados, o arranhando por cima de riscos recentes.

- Ei, para com isso—Louis...

Harry se levantou com tanta velocidade que quase tropeçou no caminho até a cama de Louis, sentando ao lado do menor e segurando seus braços com certa firmeza, o impedindo de continuar a se arranhar.

Louis não o enxergava por trás das lágrimas grossas. Ele deixava soluços fortes fugirem de sua garganta, a machucando e fazendo seu peito doer pelo esforço súbito, suas bochechas estavam dormentes e tudo que ele sabia fazer era chorar desesperadamente.

Pressionando os pulsos de Louis na cama, Harry o obrigou a virar o corpo de lado, diminuindo a dor dos soluços. A cada minuto que passava, o choro tornava-se mais angustiante.

- Louis, que isso—fica calma, ei...

Desesperado e sem saber o que fazer, Harry o puxou para cima e o pressionou contra seu peitoral forte, a bochecha de Louis ficando contra seu peito esquerdo, seu corpo pequeno todo de lado para permitir o aperto.

Mesmo sendo forte, Harry tremia junto com Louis, os soluços sendo tão brutos que atordoava ambos. Em silêncio, o maior apenas pressionou Louis contra si até que o choro parasse – o que não acontecia nunca.

Louis não se acalmava e isso estava deixando Harry desesperado – o choro soava tão quebrado que o trazia de volta para momentos perturbadores de sua vida.

Harry teve que fazer um esforço excomungal para não chorar junto com Louis.

E então, teve uma ideia. Podia ser ridículo, podia ser tosco, podia até mesmo ser inútil, mas o desespero estava fazendo ele perder o foco do ambiente.

- 'Cause I may be bad but I'm perfectly good at it – Harry murmurou baixinho, a voz soando hesitante enquanto os soluços de Louis praticamente impossibilitavam sua voz de ser ouvida. – Sex in the air, I don't care, I love the smell of it, sticks and stones may break my bones, but, chains and whips excite me... – Louis diminuiu os soluços conforme Harry passava a mão grande em suas costas, a voz ganhando um pouco de confiança ao que tinha a atenção do menor. – Na na na come on, come on, come on, I like it, like it, come on, come on, come on... – o menor fungou algumas vezes, o choramingo baixinho, claramente sendo forçado para dentro. Harry respirou fundo enquanto pausava lentamente de cantar. – Lembra? S S S and M M M...

Styles cessou a cantoria, o ambiente caindo em silêncio absoluto de novo. Louis tremeu a respiração de forma dolorosa e agarrando na blusa ensopada de lágrimas de Harry, se ajeitou para liberar sua boca.

- Oh I love the feeling you bring to me, Oh, you turn me on...

Harry quase sorriu ao ouvir a voz rouca e carregada de sotaque devido ao nariz entupido de Louis.

- It's exactly what I've been yearning for, give it to me strong... – diferente da última vez, Harry não prolongou a nota e não tornou aquilo sexual, pelo contrário, enfatizou a palavra Strong conforme apertava Louis contra si.

- And meet me in my boudoir... make my body say ah, ah, ah, I like it, like it... – Louis completou, a voz perdendo o tom e o ritmo quando um soluço inesperado tomava o caminho de sua garganta.

O silêncio voltou a pairar, dessa vez mais leve. Harry continuou com os carinhos nas costas de Louis, completamente congestionadas de catarro – evidentes nas fungadas do menor. Respirando pesado, o de olhos azuis deixou-se amolecer no corpo quente de Harry, se acalmando de forma gradual.

Ele estava confuso.

A cada momento mais.

Seu plano era ir embora da uni e ele ainda queria fazê-lo. Nunca, em seus momentos mais loucos, ele imaginou que Harry fosse aparecer por lá – e pior ainda, impedi-lo.

Louis estava certo de que Harry o odiava até dias atrás – e agora estava sendo consolado por ele de forma... carinhosa?

Era demais pra ele processar.

A confusão fora tamanha que desviou seus pensamentos de toda a miséria que estava passando – mas agora tudo voltara a tona.

Ryan, sua audição malsucedida, sua carreira arruinada, sua saúde pobre, sua felicidade inexistente – Louis voltara a estaca zero.

Louis desmoronou de novo.

E ali estava Harry, o segurando – segurando seus cacos juntos.

Louis não entendia o porquê de o maior estar fazendo aquilo.

- Por que está fazendo isso por mim?

Com a voz engasgada pelo nariz entupido, Louis quase pronunciou palavras inteligíveis. Ele sentiu o peito de Styles encher de ar com força, soltando pesadamente em seus cabelos.

- Fazendo o que? – desviando do assunto, Harry continuou com as carícias nas costas do menor.

- Me consolando.

- Então está funcionando?

Louis engasgou com um risinho que tentou deixar sua garganta congestionada. Ele negou com a cabeça, esfregando suas bochechas na camisa molhada de Harry e fungou.

- Eu só—só não esperava que—você sabe, você...

- Não esperava que eu fosse carinhoso? – assentindo lentamente, Louis fechou os olhos, as íris ardendo conforme lágrimas silenciosas ainda insistiam em cair. – Nem eu esperava, pra ser sincero.

- Ainda mais por mim.

- Principalmente por você. – Harry concordou, as mãos parando no meio das costas de Louis de forma firme. – Eu acho que—que me vejo em você.

Louis esperou algum tempo para a continuação da frase vir – mas ela nunca veio.

- Está me deixando mais confuso que antes.

Harry respirou fundo, provavelmente tentando ajeitar sua própria confusão.

- O que eu quero dizer é que—hm, eu me vejo em você no sentido de—de dor, entende? – Louis estremeceu com o pensamento de Ryan. Ele entendia Harry perfeitamente. Percebendo a reação, o maior apertou-os juntos de forma protetora. – Eu acho que eu só estou tentando evitar que passe pelo inferno que eu passei.

- Eu estou no inferno.

- Não, Louis, você está na porta da frente do inferno. – Harry rebateu, o próprio corpo tendo calafrios com o pensamento ruim que teve sobre o passado. – Agora está um pouco mais claro pra você?

Harry estava ajudando ele, depois de tudo.

Isso fazia sua culpa aumentar a cada segundo. Mas ele assentiu em concordância, impotente demais para revidar.

- Obrigada. – sussurrando, o menor fungou.

Harry ficou em silencio por um instante, pensando.

- Eu achei que tivesse passado—digo, sua choradeira. – Louis fez um bico emburrado.

- Eu só—tudo caiu em cima de mim, de novo.

O maior fez uma careta.

- Mas isso é normal. Quando eu—você sabe, as lembranças vinham constantemente. É parte do processo. Se você for chorar toda vez que isso acontecer, vai acabar desmanchando.

Louis não respondeu de primeira, os pensamentos vindo em partes. Primeiro ele pensou no porquê dele e Harry evitarem falar as palavras relacionadas à abuso, espancamento ou dopagem – percebendo que isso evitava o ressurgimento de memórias ruins, ele deixou de lado.

Depois ele pensou no porquê de Harry achar normal algo tão ruim – e quando chegou à conclusão de que ele passara por aquilo há muito mais tempo que ele, entendeu. Chegou até mesmo a ficar triste pelo maior tratar aquilo como normal.

Por fim, pensou que não sobreviveria se aquilo fosse constante – as lembranças de erros cometidos, dores sofridas e lágrimas derramadas.

- Vou chorar para sempre, então. – dizendo por fim, Louis deixou seu corpo soltar as tensões do choro conforme o calor do corpo de Harry o envolvia.

- Com o tempo, vai ficar mais forte. – Harry afirmou.

Louis ainda assim estava encucado com uma coisa.

- Isso é tão estranho.

Harry assentiu, o queixo roçando no topo da cabeça do menor.

- Se quiser eu posso te soltar. Ir embora. Deixar o sofrimento possuí-lo de vez.

- Nãoooo. – o sotaque de Louis fez Harry rir de leve. O nariz entupido o deixava engraçado.

- Mesmo se tivesse falado sim, eu não teria ido.

Louis se pegou querendo ficar. Não ficar na uni. Ficar ali – na companhia de Harry.

Era isso que o sofrimento fazia, ainda mais com um sofrimento compartilhado – ele unia pessoas. Tão fraco e frágil, Louis queria alguém para puxá-lo para cima sem realmente puxar a pessoa para baixo junto com ele.

E ele encontrou alguém que estava ainda mais fundo que ele, disposto a puxá-lo para cima.

Harry era esse alguém.

Tudo foi tão rápido mas quem era ele para julgar – sua vida tinha desmoronado em minutos.

- Agora que está mais calmo, por que não vai tomar um banho que eu vou pedir alguma coisa pra gente comer?

Embora fosse entonado como uma pergunta, Louis percebeu ser uma ordem.

Ele não queria se mexer. Mas era preciso.

Se levantando com lentidão, ele cambaleou um pouco até encontrar equilíbrio no chão. Harry se levantou e foi à procura de seu celular.

- Vai pedir o quê? – Louis questionou do guarda-roupa, aonde Harry havia arrumado suas roupas, até melhor do que ele jamais havia feito.

- Sopa.

Soltando um barulho de descontentamento, Louis virou de frente para o cacheado e fez bico, recebendo uma sobrancelha arqueada.

- Sopa não.

- Sopa sim. Agora cale a boca e vai tomar banho.

- Pizza.

- Você não aguenta comer pizza, Tomlinson. – revirando os olhos, Harry voltou sua atenção para o celular.

- Por favorzinho.

Erguendo os olhos verdes para o menor, Harry o direcionou um olhar intenso. Louis sentiu-se exposto e se encolhendo com as roupas na mão, deu de ombros.

- Se você vomitar, eu juro que faço você lamber seu vômito.

Louis deu um sorrisinho de lado bem pequeninho, o canto dos seus olhos inchados pelo choro enrugando, quase sumindo com o azul fraco de suas íris. Harry limitou-se a voltar para o celular, a cabeça balançando negativamente para aquilo.

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- Eu disse que você iria vomitar.

Harry resmungou do lado de fora do banheiro, Louis reproduzindo sons angustiantes ao redor da privada. Encostando a testa na madeira da porta, o maior aguardou. O que seguiram minutos de sons nojentos foram sentidos como anos para Louis, que teve de tomar outro banho.

Assim que saiu, limpo, vestido com uma calça de moletom cinza e um suéter de lã roxo claro, os cabelos molhados e desgrenhados, olhos baixos e cansados – mesmo que só tenha dormido e chorado o dia inteiro, Louis se viu aliviado ao ver a sopa descansando em seu criado mudo.

- De nada.

- Obrigado.

- Quer tomar um remédio primeiro? – Louis torceu o nariz enquanto sentava de perna de índio na cama e devorava uma colher generosa de sopa. – Se você vomitar, eu jur—

- Jura nada. Eu vomitei a pizza e você não fez nada. – com a voz um pouco melhor pelo nariz menos constipado, Louis dirigiu um olhar provocador para Harry, que riu.

- Você nessa situação me provocando é mais do que hilário, é cômico.

- Ha-ha. – revidando, Louis, contudo, não evitou um sorriso pequeno, a mãozinha cobrindo a boca conforme a colher era esquecida na tigela fumegante de sopa. – Não vai comer nada?

- Comi o resto da pizza.

Louis arregalou os olhos para a sopa.

- Como conseguiu comer depois que eu vomitei? – dando de ombros, o maior desbloqueou a tela do celular.

- Eu estava com fome.

- Ew.

- Quem vomitou foi você, o único nojento aqui é—

- Por que será que eu estou vomitando o tempo todo? – cortando Harry, Louis demonstrou preocupação nítida em sua voz, a sopa na metade.

- Está grávido.

- Vá se fuder. – Harry gargalhou.

- Vá se foder.

- Não zua meu sotaque, idiota.

- Não zoa meu sotaque, idiota. – com um sorriso largo o rosto, as duas covinhas e quase todos os dentes à mostra, Harry negou com a cabeça. – Acho que devia ficar com o nariz entupido pra sempre.

Revirando os olhos, se odiando logo em seguida ao ser atingido por uma pontada de dor de cabeça, Louis suspirou. Repousando sua tigela de sopa vazia no criado-mudo, ele se encolheu no suéter, os dedinhos sumindo nas mangas.

- Obrigado—sabe, por pagar, de novo. – Harry deu de ombros. – É sério, Styles. É muito gentil da sua parte.

- Nah. Não ia deixar você morrer de fome.

- Mas podia ter pedido meu cartão pra pagar.

- Estou começando a achar que não quer minha ajuda.

Louis se distraiu nos fiapos do seu suéter, os olhinhos baixos.

- Só não quero abusar da boa vontade de ninguém. – Harry estremeceu com a menção da palavra abusar, o que não passou despercebido por Louis. – Oh!, desculpa—er, não foi, hm, desculpa, foi sem quer—

- Tudo bem. – Harry abaixou seu olhar para seu celular, pela vigésima milésima vez no dia.

Louis mordeu o lábio, se odiando por estragar o clima de paz que antes reinava no quarto. Controlando o ímpeto de arranhar seus braços, ele se inclinou para frente em sua cama.

- O que está fazendo?

Harry ergueu os olhos verdes para o corpo pequeno e tímido na cama.

- Jogando.

- O que? – com uma careta curiosa, Louis fez Harry corar absurdamente. – Harry... o que está jogando?

- Um jogo de carro.

- Harry!

- Tudo bem, tudo bem, é um jogo de cidade.

- Harry... – mastigando o nome, Louis ergueu a sobrancelha, um sorriso sorrateiro rasgando seus lábios com dificuldade pelo rosto inchado de choro. O cacheado estava completamente corado, o verde ressaltando na pele vermelha.

- Eu já disse, é um jogo e cidade e—Louis! Não! – o menor levantou da cama e cambaleou até a cama de Niall, se jogando ao lado de Harry e tomando o celular da mão grande do cacheado com facilidade, os dedinhos se esticando pelas mangas do suéter para agarrar com força o celular. – Louehhh!

Louis arregalou os olhos conforme seu sorriso crescia até chegar em uma risada baixa e engasgada, dificultada pelo peito congestionado.

- Você está jogando Reino Mágico da Disney!

Harry enfiou a cabeça nas mãos enormes, o rosto queimando em vergonha enquanto Louis ria de forma sôfrega ao seu lado, o pequeno corpo tremendo na cama conforme segurava o celular com força – mesmo que Harry já tivesse desistido de pegar o aparelho de volta.

- Nãoooo, para! – dizendo de forma manhosa, o que era totalmente novo para Louis, Harry negou com a cabeça, a musiquinha típica de filme de princesas soando ao que Louis aumentara o volume que o maior deixou no mínimo esse tempo todo.

- Mas—o que—como—cara, esse jogo é muito legal!

- Não toca na Branca de Neve ou vai estragar o meu feitiço! – Harry retirou as mãos do rosto rapidamente, se esticando sobre o ombro de Louis para ver o que ele fazia no jogo. O menor gargalhou exageradamente, os olhinhos sumindo com as ruguinhas.

- A-há, te peguei! – ainda rindo, Louis pôde ver Harry revirando os olhos e tirando o celular de sua mão, apenas para checar o progresso de suas atividades no jogo. – Mas sério, parece legal. O que ele faz?

- Eu já entendi, Louis, pode parar de caçoar. – ainda corado, Harry bloqueou o celular, o rosto em uma careta. O menor fez bico.

- Mas eu realmente estou curioso. – Harry o encarou com ironia. – Por favorzinho.

Contato visual intenso foi o que tomou alguns segundos de seu tempo antes de voltar a desbloquear o celular com sua digital e ligar o jogo mais uma vez.

- Está falando sério?

- Seríosíssimo. – Louis franziu o cenho para a palavra que havia criado mas Harry pareceu satisfeito, então, reclinando-se sobre o corpo forte do maior, observou com atenção ele jogando.

- Ele se passa no parque da Disney em Orland—

- Qual parque? – Harry o encarou bravo. – O que foi? Tem o Animal Kingdom, o Epcot, o Magi—

- É o Magic Kingdom.

- Ahh, sim. – Louis arregalou os olhos por um segundo e assentiu, Harry o encarando incrédulo antes de rir de leve com sua reação. – Prossiga.

- No Magic Kingdom, okay. O Mickey estava no castelo das princesas e—

- O Castelo é da Cinderela. – Harry estava completamente puto por ser interrompido por Louis, novamente, mas o menor estava sério. – É verdade!

- Mas as princesas ficam lá!

- Mas o Castelo é da Cinderela, oras. – revirando os olhos, Harry voltou sua atenção para o celular.

- Foda-se. A Malévola enfeitiça o parque inteiro com magia do mal e o objetivo é reconstruir o parque e trazer a felicidade de volta. Entendeu? – encarando Louis com aqueles grandes olhos verdes, Harry manteve uma expressão de pura seriedade, como se não estivessem falando de princesas e contos de fada.

Louis assentiu.

- E você já fez o que?

- Bom, eu 'tô no nível doze e já restaurei quase todo o parque—hm, agora, estou em uma missão com a Branca de Neve, olha – virando o celular para Louis, Harry reclinou para trás, o corpo pequeno do menor se curvando sobre o seu para ver melhor. – Preciso achar um anão.

- Qual?

Harry encarou Louis com confusão.

- O que?

- Qual anão? – dizendo como se fosse óbvio, Louis deu de ombros. O sorriso provocador de Harry o denunciou antes que pudesse falar.

- Você.

Louis revirou os olhos enquanto corava e tirava o celular da mão de Harry, reclinando na cabeceira da cama, contra o travesseiro de Niall, e cutucava a tela com seu dedinho coberto pelo suéter.

- O que pensa que está fazendo? – Harry questionou, se ajeitando ao lado de Louis na cama.

- Atchim.

- Saúde. – Louis riu, a mãozinha sobre a boca conforme seus olhinhos eram encolhidos pelas ruguinhas. – O que foi agora?

- Eu não espirrei, bobão. – ainda rindo, Louis se contorceu no suéter grande. – Atchim é o nome do anão da Branca de Neve.

- O que eu preciso achar?

- Não, o que eu acabei de achar. – Louis sorriu vitorioso, os olhos azuis brilhando, o que era novidade desde que sua vida começara a desmoronar. Harry sorriu, contente por ter realizado a missão. – Nossa! Olha quantos personagens você tem!

Harry encarou Louis por um instante, o menor sorria feliz, as bochechas levemente coradas enquanto os dedinhos apontavam para a tela do celular com animação. Ele riu de leve com aquela cena.

- Quanto mais você reconstrói o parque e passa de nível, mais personagens ganha. – Harry explicou, seu dedo grande juntando-se ao pequenino de Louis na tela, mostrando os personagens. – As princesas são as mais difíceis de ganhar e—

- Mas você tem várias princesas! – Louis cortou, animado demais para conter em seu corpinho pequeno. Harry assentiu, deixando o menor guiar a tela. – Ah, que pena, você não tem a Cinderela.

- Estou começando a achar que você gosta muito da Cinderela. – Louis corou, dando de ombros. Aumentando o som do celular, o menor voltou a clicar freneticamente na tela. Harry torceu o nariz. – Abaixa isso.

- Nah, a musiquinha é legal.

- É irritante.

- Cale a boca, Styles, está me desconcentrando. Não está vendo que estou no meio de uma missão importan—Ah!, o que é isso? – Louis exclamou com surpresa, afastando o celular do rosto no calor do momento. Harry gargalhou.

- Os vilões vão tentar te impedir, ô gênio. Essa é a Rainha Má.

- A da Branca de Neve?

- M-hum.

- Por que ela 'tá aqui, essa vaca? – Louis estava com um bico grande.

- Você ajudou o anão a escapar, ela veio tirar satisfação.

- Urgh. – resmungando, Louis relaxou contra a cama. – E agora? – dizendo manhoso, ele fez uma careta triste.

Harry se curvou sobre o corpo de Louis e enfiou o dedo na tela, clicando em botões aleatórios.

- Agora você vem aqui e—

- Me deixa jogaaaar. – resmungando mais uma vez, Louis bufou manhoso. Harry o encarou com tédio.

- Eu estou te ensinando!

- Mas me fala e deixa eu clicar.

- O celular é meu!

- Mas—mas—mas eu 'tô jogando e—e—

- Dengoso!

- Eu não sou dengoso e—

- Não, seu idiota, o Dengoso! – apontando para a tela, quase em cima do corpo de Louis, Harry indicou o anão. – Clica nele, clica logo!

- 'Tô clicando, 'tô clicando! – afobado, Louis murmurou enquanto clicava freneticamente na tela com seus dedinhos. Ele conseguiu salvar o anão e sorrindo vitorioso, virou para Harry com animação. – Eu consegui! Conseguiii!

- Conseguiu! – comemorando junto, Harry sorriu. Eles pararam por um instante, o silêncio pairando de forma pesada no ambiente, os rostos virados um para o outro. Azul no verde. Limpando a garganta, Harry voltou o olhar para o celular, se ajeitando desconfortável na cama. – Er, vamos continuar—hm, a Malévola pode aparecer e—er—

- Tem razão, sim—m-hm, Malévola.

Louis voltou o olhar para a tela, o sorriso voltando pequeno ao rosto conforme via o Dengoso constando na página de personagens. Ele estava orgulhoso de si mesmo.

Harry ora o ajudava clicando na tela ora o explicava os comandos para jogar, o celular ficando no controle de Louis na maior parte do tempo. Ficaram horas ali, conforme a noite caía, o frio ia se intensificando, o que fez Harry puxar um edredom por cima de suas pernas.

O maior estava contente. Louis estava se distraindo de toda a tristeza e ele não podia estar mais satisfeito.

E Louis mal pensava nas coisas ruins – concentrado demais na missão de encontrar Olaf, o boneco de neve, e o salvar das garras do Jafar, vilão do Aladdin.

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Niall se aproximou pelo corredor de seu dormitório com certa pressa – ele estava ansioso para saber se Louis havia conseguido o papel ou não. Ele poderia ter passado pelo mural do curso de música e checado por si só mas ele queria ouvir Louis dizer que havia conseguido.

Conforme sua porta foi se aproximando, gritos foram ouvidos com mais clareza.

- Mas as crianças são o propósito do jogo!

- Foda-se! Eu não entendo pra quê ficar realizando os desejos delas! Eu quero achar a Cinderela então se você não se importa, pode calar a porra da boca?

- O jogo é meu e eu mando nele! Me dá o celular, agora.

- Nãoooooo.

- Então vai realizar os desejos das crianças, caralho. É a Disney, realizar desejos é o que eles fazem!

- Mas eu quero achar a Cinderela e eu já tenho o Príncipe Encantado e—e—por favorzinho!

- Urgh, 'tá bom.

- Yay! Obrigadinho.

- Cale a boc—

- AH! A Lady Tremaine!

- Quem?

- Lady Tremaine!

- Eu ouvi da primeira vez. Eu quero saber quem é!

- É a vilã da Cinderela, dã.

- E o que que tem el—Clica! Clica logo!

- Cliquei, eu cliquei! Eu consegui! Consegui!

- Mais uma pra coleção!

Niall estava parado na frente da porta de seu dormitório com a expressão mais confusa do mundo, a testa franzida e os lábios abertos.

O que estava acontecendo?

Abrindo a porta de seu quarto com receio ele se deparou com a cena mais bizarra do mundo.

Harry estava sentado em sua cama, costas contra a cabeceira, Louis ao seu lado, o celular na mão quase sumindo pelas mangas longas do suéter roxo claro. O queixo de Styles estava no ombro de Louis, o corpo todo curvado para ver o que acontecia na tela.

- Que porra é essa?

esse é o último cap do ano aaaa mas amanhã tem mais se deus quiser amém

larry fofinho aaaaaa eu amo demais

funny story: eu tava procurando um app de jogo bem ridiculo pro Harry jogar nesse cap (pq era o q eu idealizava antes) e ai achei o jogo da Disney, q é real e é muito top, recomendo, e acabei viciando no jogo scrr jslsdh é mt legal gente, joguem

escrever larry se amando enche meu coraçãozinho de calor aaaa

feliz ano novo pra ocês, que tudo de bom aconteça em 2018, desejos se realizem, sonhos se tornem realidade, objetivos sejam alcançados e que a felicidade inunde suas casas. Muito cuidado nessa virada, tomem cuidado com os cachorros com os fogos e acima de tudo, que a OneD volte da pausa ano que vem amém

amo ocês

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