POV Niall
- Quê? Eu ainda há pouco caí aqui e só pagava 200K, como é que agora pago 2 Milhões? - pergunto, fingindo-me de indignado. Diih ri. Oh, dava tudo para a ver rir todos os dias. Ao meu lado.
- Eu agora tenho um hotel! Pagas mais. - Diih explica.
- Oh! Que injusto. - reclamo e cruzo os braços - Vamos parar! - peço e ela concorda.
Diih arrumou o jogo e colocou dentro da caixa. O Harry bem que me podia ter dito que me tinha dado o apartamento com jogos. Tantos dias que fico sem fazer nada com o Zayn, ou até o Liam, e debaixo do amontoado de livros, estava o monopólio.
Ela levanta-se e senta-se no sofá bege. Depois de guardar o jogo, sob os livros emplastificados - porque eu os estimo, não porque nunca peguei neles - vou ter com ela. Diih disse que podia deitar a minha cabeça no seu colo e eu finjo hesitar. O que eu mais quero é deitar-me sobre ela! O que é que eu disse?
Os dedos dela alisam o meu cabelo e eu só tenho vontade de cantar "Para, para, paradise", mas isso iria ficar estranho. Os olhos verdes dela olham pela janela. Ela está pensativa. No que estará a pensar. Oh, espera... A Diih é uma Melissa 2.
- Estamos quase no Natal. - ela lembra. Eu bem disse.
- Eu sei, e ainda nem comprei nada para a minha mãe. - comento e ela ri. Pára de te rir! Eu começo a não aguentar-me!
- O que estás a pensar comprar? - ela interroga.
- Será que a Isa iria gostar de uma bola de futebol do Tottenham? - ela desata a rir - Cor de rosa! - acrescento e ela fecha os olhos - E se estiver a leve dois, pague um, compro uma para mim.
- Cor de rosa? - ela questiona.
- Sim! Vou parecer gay, mas quando virem "Tottenham" lá escrito, eu vou parecer um Deus indiano, toda a gente a saudar-me aos meus pés! - imagino.
Enquanto ela desata a rir - e eu nem vi onde está a piada - o telemóvel debaixo de mim vibra irritantemente. O objeto cor-de-rosa estava dentro do seu bolso e, à medida que vibrava, cantava "Baby, you're a firework..."; Se for o Daniel, eu tenho de ligar à minha mãe urgentemente e ligo pelo dela.
A minha cabeça é elevada ligeiramente para que Dianna possa tirar o seu telemóvel. O sorriso dela cresce no seu rosto e eu sei perfeitamente que é o Daniel!
- Pai! - ela guincha. Ela trata o Daniel por... Oh!
«É boa tarde, talvez!
«Não, estou com um amigo meu...
«Mais tarde...
«Não?... Porquê?
«Eu digo... - ela murmura.
«Adeus.
POV Diih
- Pai! - quase grito!
- Diih! Boa noite! - ele cumprimenta-me.
- É boa tarde, talvez! - corrijo-o e ele ri.
- Estás com a mãe? - ele questiona.
- Não, estou com um amigo meu. - digo.
- E quando estás com a mãe? - ele pergunta.
- Mais tarde. - informo e ele suspira longamente. Oh, não é coisa boa.
- Eu não posso ir aí no Natal. - o pai avisa e eu sinto o meu coração apertar.
- Não?... Porquê? - interrogo.
- Tenho muito trabalho ainda, e estamos no fim do ano, se não acabar este ano, podemos perder muito dinheiro. - ele explica - Avisas a tua mãe?
- Eu digo. - garanto e sinto-o sorrir.
- Fica bem. - o pai despede-se.
- Adeus. - desligo.
Niall está a olhar para mim com aqueles olhos azuis curiosos. Não sei se consigo explicar-lhe o que se passou. Eu sei que ele vai querer saber, apenas preciso dos olhos dele para o saber. O meu pai já não está em Londres desde o Verão. Antes de ir para França, garantiu-nos que vinha no Natal. Afinal, não vem.
POV Niall
Porque é que nunca me lembrei disso? No diário dela, ela nunca tinha falado do pai. Quando falo normalmente por ela, mesmo que seja ao telemóvel, ela só fala da mãe e da irritante da irmã. Não sou de adivinhar o que as raparigas sentem, como já disse. Porém, isto é mais que óbvio, ela está triste e eu não a deixo sair daqui enquanto não me explicar porquê.
Ela tira a minha cabeça gentilmente e vai até à varanda. Mas que raio! A janela tem uma varanda!? Como é que ela sabe e eu não? Levanto-me também e vou atrás dela. Pela primeira vez em dois anos, eu saio para a varanda. A vista não é grande coisa. Os prédios da frente e a estrada de alcatrão poeirenta por onde nenhum carro passa.
Os seus braços dela estão levemente pousados sobre o ferro das grades da varanda. Os meus pés levam-me até ela e eu contorno a sua cintura e beijo a sua nuca. Oh, detesto vê-la triste. Um suspiro cai dos lábios dela e Diih vira-se, abraçando-me. A cabeça dela tomba no meu peito.
- O que aconteceu? - primeira tentativa. Normalmente, sei pela terceira.
- O meu pai não vem no Natal. - ela responde. O que é que há de mau nisso?
- E...? - tento não parecer idiota.
- Não estou com ele desde Julho. - ela acrescenta - Disse-nos que vinha no Natal, mas afinal não vem.
- Oh, o teu Natal pode ser fixe na mesma! Tens o Niall Horan! - ela ri levemente. Quando desatar a rir como é normal, sei que já está bem.
- É diferente... quer dizer, tu és meu amigo, mas ele é meu pai. - ela explica-se. Até aí eu já tinha chegado.
- Eu posso fingir ser teu pai... mas acho que a minha mãe é muito nova para ser avó de uma rapariga com dezassete anos. - comento e ela ri. Está quase.
- E tu também és muito novo para seres pai de uma rapariga com dezassete anos. - Dianna fita-me. Ai queres guerra?
- E não!, eu já sou pró desde que nasci, por isso com dois anos podia muito vem já ter feito alguém dar à luz. - brinco com ela e ela desata a rir. Cá está a minha Diih...
Ela separa-se de mim e volta a olhar para a estrada coberta de pó. Mulheres, como é que elas acham uma estrada de pó interessante? Também pode estar a olhar para o chão porque não tem mais sítio para olhar. Mas não tem nada a ver. Ela pode olhar para mim! Sempre é melhor que olhar para o chão!
- Diih, Diih...? - chamo e ela olha para mim a sorrir de lado. Oh, ela já sabe o que lhe vou pedir.
- O que foi, Niih!?
- Queres cair da varanda, é? - pergunto sarcasticamente.
- O que queres lanchar? - ela questiona e entra na sala, sigo-a.
- Surpreende-me! - respondo e ela ri.
Volto para a varanda. Desde quando é que o apartamento tem uma varanda? Enfim. Enquanto ela está lá dentro, eu decido estar sob o céu cinzento. A rua é aborrecida. Não passa ninguém, nem pessoas, nem carros. Só existem três postes de eletricidade enquanto que deveriam haver uns oito.
De repente, fico surpreendido quando um carro preto e brilhante estaciona em frente à entrada do apartamento. De dentro do carro, sai um homem todo vestido de preto com um gorro cinza na cabeça. Merda. Corro para dentro e agarro a mão da Diih, puxando-a para o quarto. Oh merda, como é que ele descobriu!?
- Niall, o que se passa! - ela guincha.
- Diih, tu fica aqui dentro! Oiças o que ouvires! Não saias, não vás em pezinhos de lã espreitar e voltes, não saias! Fiz-me entender?! - imploro. Se lhe acontece alguma coisa!
- Niall, o que está a acontecer!? - e ela insiste.
- Apenas fica! - ordeno e bato a porta fortemente atrás de mim. A porta da frente é aberta. Preparado, Niall?
POV Diih
Que raiva! Porque é que ele nunca me deixa ir a lado nenhum! Na semana passada, fui dentro do carro e não podia sair! Mas tenho de ver as consequências. Eu apenas ri e causei logo um escândalo. Apesar de esse escândalo ter sido mínimo.
Quero sair, mas não posso. Simplesmente fico encostada à porta e oiço o Niall falar com alguém. A conversa não é clara, mas consigo distinguir as vozes. Nem é o Harry, nem o Zayn, muito menos o Liam. Quem é?
Algo parte. Oh Deus, o que é que se passa ali? O rapaz grita, não sei quem é. Quando a minha mão se coloca sobre a fechadura da porta, eu logo a tiro. Não posso passar a vida a causar-lhe problemas. E que iria eu fazer? Enquanto o Niall dominar a pessoa, ele está bem.
Não, não está! Desta vez foi o Niall a gritar! O meu corpo estremece. Um arrepio que escorrega na minha espinha. A pele parece arrepiar e as mil formiguinhas que habitam num lugar escondido do meu corpo saem para fora e começam a marchar por todo o lado.
Não foi um, não foram dois, nem três! Já perdi a conta! Não sei o que se passa lá dentro, mas o Niall já não está a ganhar a luta! Oh, é mais forte do que eu! Abro a porta e corro até à sala.
Como eu pensava. Niall está deitado em frente do sofá e sei perfeitamente o sangue que está do chão é dele. O rapaz que estava de pé volta-se para mim e um sorriso perverso aparece no seu rosto.
- Ui, ui, Horan! Quem é esta? A tua nova conquista? - ele troça e aproxima-se de mim.
A mão nojenta e repugnante dele agarra o meu pulso. O meu corpo vai contra o seu e eu sinto os olhos do Niall postos em nós.
- Sim senhora, Niall. Carinha bonita, mamas grandes e do rabo nem se fala. - ele "elogia-me"?
- Jake... - Niall murmura. Oh, não... Com quem é que eu me fui meter.
- Jake! - Jake imita o Niall com uma voz irritante - Que foi, Horan!? - porque é que acho que ele não o devia estar a provocar.
- Larga-a! - Niall manda. O meu corpo treme.
- Largo-a? - ri - Deves estar a gozar! Deixar uma gaja destas fugir! - e ele volta a rir. O que é que eu tenho de tão especial.
Quando dou por mim, o Niall já está de pé, com as poucas forças que tem e com a arma apontada ao Jake. Rapidamente, o rosto do Jake torna-se pálido e a mão gigante dele larga o meu pulso fino. Escusado dizer que uso o Niall como escudo e me coloco atrás dele.
- Sai da porra da minha casa! Rápido! - Niall grita.
Em passos lentos, Jake anda para a porta e abre-a lentamente. Contudo, em vez de sair, decide ficar à porta de entrada, a olhar para nós.
- Sabes, Niall. Isto não foi perder tempo. - ele argumenta.
- Ai não? Porquê? - ele fala num tom de ironia.
- Porque descobri, finalmente, o teu ponto fraco. - Jake explica-se e os músculos do Niall parecem relaxar. Sou eu? Eu sou o seu ponto fraco? Porquê?