O Monstro (Romance Gay)

By OtavianoFS

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Pode o amor superar tudo? Até o pior dos monstros? More

O Monstro
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capitulo 6
Capitulo 7
Capitulo 8
Capítulo 8 (0.1)
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capitulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Último Capítulo
Oi

Capítulo 15

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By OtavianoFS

"Talvez você nunca perceba que eu te amo. Talvez eu nunca perceba que me ame também."
-Mr John




Eu estava saindo da faculdade, felizmente consegui continuar de onde parei. Mais dois anos e estaria formado, e se Tiago não for um pé no saco eu certamente estarei trabalhando em um ótimo restaurante num futuro próximo.

Tinha um pouco de massa na blusa, e como ela era preta estava bem evidente. Parei um pouco de andar e tentei, em vão, tirar aquilo da minha roupa. Sem sucesso.

Voltei a andar sem prestar muita atenção à minha frente. Se eu fosse personagem de um livro, essa seria, certamente, a hora em que eu ia esbarrar em alguém, ter uma pequena discussão e depois virariamos melhores amigos. Mas como minha vida não é nada parecida com os contos que lemos por ai, eu simplesmente sai do pátio da faculdade e segui ao ponto de ônibus.

Antes de chegar recebi uma mensagem.

Pizzaria: Ta afim de almoçar?


Um sorriso se formou em meu rosto. Era uma mensagem de Rodrigo, puxei a tela para cima e digitei a senha. Quando eu ia responder a mensagem um carro veio parando do meu lado. Era um carro todo preto, um modelo bem caro e que eu conhecia muito bem.

Respondi a mensagem em tempo record.

Bruno: Sinto muito. Monstro na área.

Espero que Rodrigo tenha pêgo a referência. Guardei o celular no bolso da bermuda e parei de andar.

O carro também parou, Tiago desceu os vidros do passageiro e se inclinou sobre o banco para abrir a porta pra mim. Abrir a porta pra mim não era algo que ele costumava fazer, mas decidi não criar um pequeno questionário interno.

Conhecendo ele como conheço. Sei que seria uma questão de tempo para ganhar uma má resposta ou para ele fechar esse lindo sorriso que se formava em seu rosto.

Entrei no carro e joguei minha mochila no banco de trás.

– Oi. – Falou já acelerando. Não fiz questão de responder, e depois de alguns segundos de silêncio ele continou. – Como foi seu segundo primeiro dia?

Olhei sem entender.

– Segundo primeiro dia?

Ele parou no farol e olhou pra mim.

– É. Quer dizer... A algum tempo atrás foi seu primeiro dia, né!? – ele olhou para pista. – E agora você voltou. É como um segundo primeiro dia.

Acho que entendi.

– Ah. – Eu disse. – Como qualquer outro primeiro dia: Assustador.

O que era, de fato, uma mentira. Já que consegui cumprir todas as tarefas e ainda ganhei como melhor prato apresentado em uma das aulas práticas.

Depois de um tempo andando, percebi que não estávamos indo em direção ao morro. Era um caminho diferente, que ia para o centro.

– Para onde estamos indo?

Ele não respondeu de imediato, apenas seguiu dirigindo.

– Ao Shopping. – Ao Shopping?

Desde quando Tiago vai em algum Shopping?

– Tiago, eu tô morrendo de fome aqui. Acho que seria melhor irmos pra casa.

Ele olhou para mim rapidamente. Apertou as mãos no volante e falou.

– Ainda bem que lá tem a Praça de Alimentação, né!? – era impressão, ou ele estava se esforçando para não ser grosso? – E lá tem comida, caso você seja burro e não saiba. – Sim, era só impressão.

Nem respondi nada.



-

– Três Sanduíches de frango? – Tiago perguntou quando fiz o pedido. – Isso não é muito, não?

Ele me olhava desconfiado. Qual é? Eu estava com fome.

– Tô com fome! – Respondi sem graça.

– OK. – Ele disse já se levantando para pegar os pedidos.

– E pega uma coca dupla pra mim – gritei antes dele ficar muito longe. Ele virou pra trás e fez que sim com a cabeça. Algumas pessoas também olharam pra mim. Apenas me afundei na cadeira.  – E traz também uma barra de chocolate.

Enquanto Tiago buscava a comida. Eu destravei meu celular procurando uma mensagem de Rodrigo, mas a única mensagem que tinha era uma da operadora, oferecendo uma plano o dobro mais caro que o meu sendo que os benéficos eram os mesmos do que eu já tinha.

– Pronto. – Falou Tiago despejando tudo sobre a mesa. Como tinha bastantes coisa em seus braços ele tinha que fazer muita força, e isso fez seus músculos se expremerem dentro da manga da blusa. Fiquei olhando por um tempo. – Qual foi?

Olhei pro rosto dele.

– Não, nada! – falei olhando para a mesa. – Não trouxe o refri? – perguntei caçando.

– Aqui! – então ele me mostrou a outra mão, que segurava um copo enorme de coca.

Sinceramente, não sei porque Tiago falou do meu pedido. Ele pediu  dois X-tudos, que eram o dobro de um sanduíche de frango. Tecnicamente ele estava comendo o dobro que eu.

Mordi o último pedaço de sanduíche que estava na minha mão enquanto Tiago olhava pra mim com expressão engraçada.

– O quê? – perguntei olhando para mim mesmo, tentando achar algo que pudesse estar despertando essa graça nele. Não achei nada.

– Pra onde vai tudo isso? – sua voz estava engraçada. Como se perguntasse para ele mesmo.

Puxei o refri pelo canudinho. Fazendo aquele som irritante quando está no fim, som esse que eu adoro, quando reparo na barra de chocolate sobre a mesa. Minha barriga estava cheia, mas não a ponto de não caber um pedaço daquela delícia.

Abri a barra e catei logo um pedaço grande, mastigando com minha delicadeza de ogro. Nesse momento Tiago pulou para uma cadeira mais próxima a minha.

Aproximou seu rosto do meu e passou o polegar no canto da minha boca.

– 'Tava sujo. – disse, sem quebrar o contando constante de nossos olhos. Depois de alguns segundos naquele transe, Tiago pegou um pedaço de chocolate da minha mão e levou até sua boca.

E eu? Estava parado feito pedra.

Antes de mastigar o doce em sua boca, Tiago selou nossos lábios. E o que começou como um selinho se tornou um beijo forte, fazendo o chocolate ir de uma boca para a outra até derreter por completo. Separou nossos lábios e falou:

– Vou pagar a conta. – eu ia avisar à ele que sua boca estava melada de chocolate, mas ele saiu tão rápido.

Peguei um guardanapo na mesa e limpei meu rosto, dando um sorrisinho. Droga!

-

Depois de pagar Tiago resolveu dar uma volta no local.

Depois de um tempo andando e de ter comprado umas 3 mudas de roupa pra mim Já falei que adoro comprar? —, Tiago recebeu uma ligação. Ligação essa que fez ele abrir um sorriso pra mim.

– Quem era? – eu não costumava fazer esse tipo de pergunta a ele quando acabava de falar ao telefone, geralmente ele respondia com "Não é da sua conta."

– O Carlão. – ele disse guardando o celular no bolso. Carlão era tipo o Robin de Tiago, seu braço direito. – parece que vai ter uma festa hoje, lá no morro.

Ótimo. Geralmente quando tem essas festas Tiago ficava a noite toda fora. E isso seria esplêndido. Poderia ligar para Rodrigo e marca alguma coisa. Um cinema talvez? Ou um jantar quem sabe....

– Cê ouviu o que eu falei? – Tiago perguntou. Já estávamos quase na saída do Shopping. – Parece que você ta brisado.

Quê?

– Desculpe, o que você tinha dito mesmo? – falei entrando no elevador que dava para o estacionamento.

– Que você vai comigo na festa. – ele disse calmo. Olhei pra ele com os olhos arregalados. Eu? Ir com ele? – Qual foi? Você ta se sentindo bem?

– Sim! – Não!

-

Já eram quase oito da noite, a festa começaria as dez.

Eu estava deitado na cama e Tiago tinha saido para resolver umas paradas.

Quando ele finalmente chegou eu dei um pulo da cama. Passei a tarde inventando uma desculpa para dar a ele, mas não consegui nada. Falar para ele que tinha trabalho da faculdade para fazer não era opção. Que trabalho eu faria em casa já que meu curso era gastronomia? Arroz com fritas?

– Ainda não se arrumou? – perguntou sentando na cama.

– Ainda é cedo! – Dei de ombros. De repente eu tive uma ideia. – Sabe, eu achei que você chamaria o Rafael para ir nessa festa. – me levantei da cama.

Tiago ficou duro no lugar.

– Por que eu faria isso? – perguntou sem graça. Sem graça?

– Você sempre chama ele! – eu não tinha dificuldade em falar sobre ele. Deus sabe o quanto eu queria que Tiago me deixasse para ficar com aquele maldito.

– Eu nunca levei ele para festas. – falou se defendendo. – A gente nunca nem saiu junto.

Eu tive que rir. Uma risada sínica, é claro. Obvio que eles já saíram juntos. Também não sou tao idiota assim.

– Fala sério, Tiago! Não me poupe dos detalhes...

Ele se levantou e ficou de frente pra mim.

– Eu. Estou. Falando. Sério. – se tinha uma coisa que Tiago detestava era ser contrariado. E eu estava adorando fazer isso, mesmo sabendo das consequências.

– Pois eu não acredito. – falei firme. Talvez eu não tenha superado tanto assim o fato dele ter um amante.

– Eu nunca sairia com ele. – ele disse furioso. – Ele é muito... Ele chama muito a atenção.

Não entendi foi nada.

– O Quê? – perguntei confuso.

Tiago se sentou novamente.

– Se eu queresse sair com mulher, eu sairia com uma. Ele é muito afetado pro meu gosto. – fiquei pasmo com a afirmação dele.

Ele estava se referindo ao fato dele ser afeminado? Que merda ele tem na cabeça?

– Ta falando serio? – perguntei, mas ele não respondeu. – Você é realmente um grande pedaço  merda. – eu falei inconformado.

Tiago se levantou rápido, e num milésimo de segundos sua mão foi de encontro ao meu rosto. O tapa não foi tão forte, mas doeu pra caramba.

Ele bufou e saiu do quarto, não sem antes falar para estar pronto logo. Já que a festa começaria em breve.

Joguei um travesseiro na porta que já estava fechada. Ele queria me levar na festa? Então eu iria dar meu show.

Passei a mão no meu rosto que estava vermelho pelo tapa e fui em direção ao banheiro.

-

Obrigado por lerem. <3

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