Capítulo 5

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Cheguei no bar com 15 minutos de atraso. Se eu ligava? Nem um pouco, não era meu dia de trabalhar mesmo.

Corri para os fundos e já estava acabando de colocar meu uniforme.

- Não precisa colocar hoje - disse Felipe, entrando no local. - Vamos conversar na minha sala. Agora.

Sem contrariar as ordens do chefe, eu fui, de cabeça erguida para sua sala.

-Sente-se, Bruno. - ele falou e se tacou em sua cadeira elegante.

Me sentei e esperei ele falar. Mas ele não falava, apenas mexia em algo em seu computador.

Idiota.

Bom, como você deve saber... A segurança deste local é ótima, não deixamos nada passar despercebido.

O que esse cara queria dizer com isso? Por acaso ele estava insinuando que...

- Olha, senhor. Posso afirmar que nunca roubei algo aqui. Se é isso que...

- Fica quieto. - ele disse, virando a tela do computador para mim, as imagens me assustaram um pouco. O vídeo foi tocado e mostrava duas pessoas transando no salão. Droga!


- Vê? É minha parte preferida. - ele ria enquanto a senha mostrava eu de de joelhos... fazendo vocês já sabem o quê. - Sempre te achei com cara de Puta, mas olha você se superou desta vez.

Eu só podia sentir raiva daquele homem na minha frente, raiva e vergonha. Por mais que as palvarás por ele ditas sejam duras, eu tinha que aturar. Não queria perder meu emprego e discutir com esse idiota só ia piorar a minha situação.

- Para sua sorte, eu sou um cara bom. Não vou mostrar isso aos donos. - ele disse se levantando e parando perto de mim.

- Obrigado, senhor. Isso não mais se repetir.

- Ah vai, vai sim. Só que não lá - ele apontou para o vídeo do salão do bar. - E nem com esse cara. - ele disse, agora ele apertava sua calça, na direção do pau onde já se notava uma ereção. - Vamos, se ajoelha e faça seu trabalho.

Pensei em tudo que eu teria que pagar esse mês, em todas as contas, em todos o boletos...

Mas também pensei nesse cara, que eu acabar de acontecer, o que aconteceria se ele soubesse que eu ando chupando meu chefe?

Só de pensar na possibilidade de chupar o Felipe eu já sentia nojo.

- E se eu não o fizer? - perguntei, ainda sentado e olhando para um Ponto fixo na parede.

- Então você pode pegar suas coisas e ir embora, sem direito a nada é claro.

Apertei a mão no apoio da cadeira, como assim Sem direito a nada?

- Sem direito? Você é louco? O tanto que eu já trabalhei aqui!

Ele riu e apertou o pau mais uma vez.

- Sabe? Transar no local de trabalho não é muito apropriado, eu tenho em mãos um bom motivo para te mandar embora, por justa causa.

Meu sangue ferveu de raiva. Não do baixinho na minha frente, mas sim de mim. Por ter sido tão burro e descuidado.

- Foi um desprazer trabalhar com você, Chefinho. Eu me demito.

Felipe arregalou os olhos em surpresa. É claro que esse idiota achou que eu ia transar com ele por um mísero emprego.

Vai sonhando.

Deixei o idiota lá petrificado e já estava quase fora da sala quando voltei.

- Tenho que te dar uma coisa. Por todo esse tempo de trabalho. - ele me olhava confuso.

Fechei meu punho e acertei uma direita bem no olho dele. O idiota caiu no chão gemendo de dor.

Vingança .

- -

Eu estava em meu apartamento, tomando o segundo pote de sorvete da noite. A balada com Clarissa tinha sido desmaracada por ela. Parece que ela conheceu um Gringo e já estava caída de amores por ele.

O engraçado de tudo isso? Bom, sempre que aquela vaca estava no fundo do poço eu estava lá para ajudar.

E agora que eu estou aqui, com uma pá na mão cavando além do fundo do poço, ela nem me manda uma mensagem escrito: Tenso. Vish. É foda. Nadinha. :(

Enquanto eu estava assistindo "Te amarei para sempre" na TV. Um ótimo filme, recomendo. Meu celular tocou.

Atendi sem nem ver quem era.

- Alô- fiz a voz mais dramático possível, caso fosse Clarissa ela veria que estou na Merda.

- ONDE VOCÊ ESTÁ? - uma voz já conhecida por sua bipolaridade gritava do outro lado da linha. - EU ESTOU NA MERDA DO BAR E VOCÊ NÃO ESTA AQUI. É MELHOR QUE VOCÊ ESTEJA EM CASA.

Ele desligou sem nem me deixar disser onde eu estava.

- Boa noite! - eu disse para o celular mudo em minha mão e voltei a ver o filme.

Poucos minutos depois alguém começou a bater à porta. Parecia até aqueles filmes de zumbi, onde a vítima tentar entrar em uma casa fechada e acaba morrendo encurralada na porta. Eu nunca entendi isso, se a porta está fechada por que a pessoa quer, a todo custo, entrar? Enfim...

- Isso, quebra a porta. - eu disse, dando pause no filme e levantando do sofá.

Abri a porta e um trator de músculos foi entrando a todo vapor. Nem olhou na minha cara e já foi olhando em todos os cômodos da casa, que não eram muitos.

Parou no meu quarto. Fui atrás dele e pude ter uma bela visão de seu bumbum (Carinha babando). Eu ri daquela cena. O que ele procurava? Um Ricardão?

- Achou o que procurava? - perguntei o assustando. Levantou tão rápido que bateu a cabeça na cama.

-Merda! - disse se levantando com a mão na cabeça. - Pare de rir. Você teve sorte de eu não encontrar o qur eu queria aqui. - disse se aproximando de mim.

Respondi com apenas "Hum" e voltei para o meu filme.

- O que aconteceu? - ele perguntou, parando pela primeira vez na noite para notar meu estado deplorável. Se deitou no sofá, com a cabeça no meu colo.

Passei a mão por entre seus cabelos macios e fechei os olhos.

- É que...

E foi nessa noite, que eu estraguei toda a minha vida. Foi nessa noite que eu decidi ir morar com um estranho. Foi nessa noite que eu me tornei um NÃO EU. Foi nesse noite que Tiago descobriu todas a minhas fraquezas e foi nessa noite que tudo mudou.

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Bjs e abraços. <3

O Monstro (Romance Gay) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora