Amar Você (Camila/You G!p)

By jauregay23

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S/n Evans é uma jovem brasileira que acaba de se mudar para Miami devido ao trabalho de seu pai. Em um colégi... More

Capitulo 1
Capitulo 2
Capitulo 3
Capitulo 4
Capitulo 5
Capitulo 6
Capitulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
One-Shot
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capitilo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42

Capítulo 12

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By jauregay23


Hailee Steinfeld Point of View

Estaciono o carro em frente a minha casa e repouso a cabeça no banco, fecho os olhos sentindo todo o meu ânimo se esvair ao lembrar que tenho que entrar nessa casa. Respiro fundo e fecho os olhos, ligo o carro e o estaciono dentro da grande garagem subterrânea.

Já era noite, provavelmente umas 23:00 hrs, saio do carro e me direciono para fora. Chuto algumas pedras que estão no meio do caminho e quando olho para a porta, vejo meu pai parado de braços cruzados me olhando.

Aperto o passo e tento passar por ele mas ele segura o meu braço com firmeza, olho em seus olhos e ele está com um semblante sério demais...

— Aonde você estava até a essa hora Hailee? - Ele diz firme e sério. Puxo meu braço me soltando de sua mão.

— Eu estava na casa de uma amiga, me deixa em paz. - Respondo e tento passar mas, mais uma vez ele me interrompe.

— Você fica até tarde na casa de suas amiguinhas cachaceiras e chega aqui com a cara mais lavada como se nada tivesse acontecido, o que você acha que é garota? Está se achando a adulta pra sair de casa e voltar a hora que quiser sem dar notícias?! Pois você NÃO É. E como nós ficamos? Preocupados pela donzela não ter dado sinal de vida, você ainda precisa da minha autorização pra tudo! - Diz autoritário. O olho com cara de tédio.

— Primeiro: eu não estava com nenhuma amiga cachaceira, aliás, não tenho nenhuma - Respondo cínica. — Segundo: pra que esse teatro todo? Porque você nem se importa se eu estou em casa, se eu saí e não voltei ou se eu morri no meio da rua. Então, vai enganar outro. - Tento passar mas  ele me impede. De novo. — Me deixa passar porra! Qual é o seu problema?!

— Não começa com esse seu draminha de novo porque eu não caio nessa, quando você vai começar a usar a educação que eu e sua mãe te demos? Quero que pense duas vezes antes de falar comigo dessa maneira ouviu? - Me olha de forma rude, como sempre. Apenas concordo. — Eu não sei o que você tem na cabeça, sinceramente... É a última vez Hailee, última vez que eu vou deixar passar. Se você falar comigo dessa maneira novamente... Vai se arrepender de ter me desrespeitado um dia. - Engoli em seco sentindo vontade chorar. O homem que se diz meu pai me dá passagem e continua. — Não quero que isso se repita, é de casa pra escola e da escola pra casa. Entendeu? - Questiona firme.

Assinto e passo por ele. Caminho silenciosamente pela grande casa luxuosa e sigo até o meu quarto que é no 1° andar mesmo. No meio do caminho encontro minha mãe, ela me olha com um olhar de desprezo, mágoa, rejeição e decepção.

— Só nos trás desgosto. - Murmura e sai do meu caminho. Continuo o meu percurso sentindo um nó se formar em minha garganta. Eu já ouvi isso tantas vezes e nunca me acostumo, é sempre a mesma sensação. Chego até a porta preta e abro rapidamente.

Fecho a porta e coloco a testa na mesma. Suspiro.  Eu sentia vontade de chorar, mas não o faria.

As pessoas ao me olhar, ao ver a minha "alegria" cotidiana pensam que eu sou uma garota perfeita, com uma vida perfeita, com uma família perfeita...
Acham que só porque sou rica sou feliz, mas o que eles não sabem é que,  o dinheiro nunca me importou, pra mim é só um detalhe mínimo.

Peter e Cheri são grandes empresários, meu pai é dono de uma das empresas mais lucrativas de todo os Estados Unidos, a empresa é uma herança, era do pai do meu avó que passou para o meu avó que passou para o meu pai que quer passar para mim futuramente. É algo que vai de geração a geração, um ciclo.

O problema é que eu não quero ser uma empresária, e muito menos assumir o cargo que é ocupado por meu pai e dirigir a empresa. Mamãe é vice-presidente, ela não é dona de fato, mas com a comunhão de bens meu pai a tornou vice e ela se tornou dona de boa parte.

Acontece que eles não entendem que eu não quero assumir essa responsabilidade e querem me forçar a aceitar. Há algum tempo eu e meus pais não nos entendemos mais, é raro ficar um dia sem discutir.

Ao decorrer do meu crescimento, eu fui me revoltando e me tornando uma adolescente rebelde. "Ah mas por que Hailee?". Simples, no começo era só pra chamar a atenção deles, eles viviam trabalhando, viajando frequentemente e sempre vidrados em seus aparelhos eletrónicos,  eles nunca me deixaram faltar nada, eu tinha de tudo, tudo o que eu queria eles me davam.

Mas carinho, atenção...Bom, isso me faltava. Ao perceber esse fato, com o tempo fui me revoltando de verdade.

A partir daí tudo virou um caos, nossa convivência só piorava, me meti em boas encrencas, virei dependente do álcool por um bom tempo muito nova, mas ao ver o meu estado e ver que eu mesma estava entrando em um caminho sem volta, procurei me cuidar e preservar.

Isso desencadeou em Peter um comportamento fuxiqueiro, onde ele sempre mexia, e ainda mexe, em minhas coisas pra ver se estava tudo "ok".

Se vocês pensam que nessa minha fase eles me ajudaram e apoiaram estão muito enganados,  foi só crítica e mais crítica, o que eles estavam se importando era com a empresa, o fato de eu estar manchando a imagem dela os deixava apavorados.

Atualmente posso dizer que estou mais "calma", nossa relação continua a mesma, mas maneirei em algumas coisas, por exemplo: não discuto mais. Eu os ignoro boa parte do tempo.

Em eventos importantes sou obrigada a ir pra fazer pose de "família feliz e perfeita", o que me deixa irritada tremendamente. Não somos nada disso.

Posso dizer que a minha relação com meu pai não é uma das melhores mas com absoluta certeza é bem melhor do que com minha mãe. Eu não suporto ela, ela é a que mais me fere, verbalmente falando. As suas palavras direcionadas a mim são piores e mais dolorosas do que facadas.

Confesso que não sou uma boa filha, já perdi essa vontade faz tempo, mas como eu irei mudar sem ter um apoio? Não dá.

Tiro o celular do bolso e entro debaixo do chuveiro de roupa mesmo, encaro o azulejo da cor branca sentindo minha cabeça latejar. Me sento no chão e abraço os meus joelhos. A água fria caí sobre meu corpo me fazendo tremer. Se eu pudesse, nem teria saído da casa de S/n. Mas eu se eu dormisse lá ia ser pior.

Viajo em meus devaneios mais profundos e me bate uma súbita vontade de encher a cara até desmaiar, como nos velhos tempos, só por raiva, já estou fodida, tenho uma vida fodida, me afundar mais não vai fazer a diferença.

Retiro toda a minha roupa com brutalidade e jogo no box mesmo, tomo um banho descente e me enrolo na toalha.

Sento na cama pensando em um jeito de sair essa noite, pelas janelas não dá mais já que papai mandou trancá-las do lado de fora com fechaduras que nem uma furadeira potente consegue arrancar. Ah, eu vou me arrumar, depois
vejo isso, sempre dou um jeito.

Vou até o closet e o vasculho procurando uma roupa. Opto por um vestido colado da cor vermelha, o vestido não é tão ousado ou extravagante, mas não deixa de ser provocante. Faço uma leve maquiagem e não uso batom deixando meus lábios rosados por natureza.

Borrifo perfume em pontos estratégicos e pego minha bolsa, ao entrar no quarto ouço o toque do meu celular, olho para o lado depois para o outro o procurando, o som vinha do banheiro.

Entro no mesmo encontrando o celular no chão. Ele já tinha parado de tocar. Desbloqueio e vejo 3 chamadas perdidas de S/n, do nada o celular vibra e começa a tocar me assustando.

É S/n novamente. Atendo e fico em silêncio.

— "Hailee?"- Me chama e eu permaneço em silêncio. — "Chegou bem? Você não me ligou avisando que tinha chegado, fiquei preocupada" -  Fecho os olhos.

— Cheguei bem sim. - Respondo seca.

— "Você está estranha! O que aconteceu?" - Pergunta preocupada, abro os olhos e olho para o teto tentando impedir as lágrimas que já estavam querendo rolar.

— Nada, não aconteceu nada. - Suspiro tentando fazer com que meu coração pare de doer. — Eu estou de saída, depois a gente se fala.

— "O que?! Vai pra onde? O que aconteceu, me fala!" - Sua voz soa agoniada. — "Você não vai a lugar nenhum." - Bufo irritada.

— Você não manda em mim, estou cansada de gente querendo se meter na minha vida, e quer saber, não te interessa pra onde eu vou ou deixo de ir. Já disse que não aconteceu nada, porra, vai se foder! - Grito totalmente grosseira e ouço ela suspirar.

Mas que porra, todo mundo quer se meter na minha vida, querem me manter em cima de suas ordens. Eu odeio isso, odeio!

— "Meu anjo, tira essa roupa,  relaxa e dorme. Eu não sei o que aconteceu mas beber não vai fazer seus problemas sumirem, eu sei que é difícil tudo isso, mas você é forte, vai conseguir passar por cima de tudo isso sem se prejudicar dessa forma, correr para as bebidas só vai piorar a situação. Eu estou aqui pra você, quer desabafar?" - Ela diz carinhosa. Engulo em seca sentindo meu coração errar as batidas

— Eu não quero desabafar, não quero! É claro que beber resolve tudo, eu já estou na merda, me foder mais não fará diferença na minha vida. Você não sabe o que estou passando, ninguém sabe! - Grito alterada, tentando fazê-la se afastar de mim. — Eu estou bem, nunca estive melhor! - Eu estou mal, muito mal... Completamente quebrada.

— "Já acabou?" - Questiona simples e calma. Parece que nem se abalou com as minhas palavras. O que? Como assim? É pra você gritar também, eu quero brigar com você e como consegue estar calma?! Não venha com calma pra cima de mim, porra! — Como eu disse: eu estou aqui pra você. Por favor, não ouse sair desse quarto. - Pede tranquilamente.

— Mas eu já estou arrumada. -  Resmungo fazendo birra e bato o pé no chão.

— "Problema, se desarruma, agora tira essa roupa e vai deitar, eu vou ficar na linha até você dormir" - Bufo e deixo o celular em cima da cama,  vou até o banheiro e retiro a maquiagem em frente ao espelho. Ao acabar,  encaro o meu reflexo e vejo uma garota fraca, perdida, desgastada...

Balanço a cabela negativamente e saio do banheiro. Tiro minha roupa e jogo no chão, deito só de calcinha e pego o celular, ela ainda estava na linha. Droga!

Coloco o telefone no ouvido escutando apenas o barulho de sua respiração. S/n permanece em silêncio e eu já sabia que ela estava esperando a hora que eu fosse me desarmar e desabafar pra ela.

Ficamos mais bons minutos no mesmo silêncio, incapaz de conseguir segurar mais um segundo, me desmancho em lágrimas silenciosas, sentindo o meu coração se apertar cada vez mais.

— S/a? Ainda está aí? - Sussurro soluçando

— "Sim Lee, eu estou aqui, pode chorar minha princesa" - Sua voz me traz conforto e então desabo sentindo meu peito se apertar. Um choro dolorido escapa de meus lábios, tento prender mas não consigo. Continuo chorando por longos minutos, talvez horas, e quando consigo falar, coloco tudo pra fora.

—Eu não aguento mais, isso dói tanto que você nem imagina, eu sinto que sou um peso na vida deles, eu sou uma pessoas horrível, eu sei. Sou mal educada e tudo isso que eles dizem que eu sou. Estou cansada, cansada de brigar, cansada de chorar,  de sofrer, de viver. A única saída que eu vejo é a bebida, eu me sinto uma fracassada. Eu só queria a atenção deles, não o ódio,  o desgosto... - Meu choro se intensifica. — Eu estou quebrada por dentro, estou de saco cheio, não aguento mais viver assim. - Fungo e limpo o nariz que está escorrendo. — Me sinto uma estranha na minha própria casa, isso é terrível. - Suspiro fundo.

— "Você não é uma pessoa horrível,  só está passando por uma fase difícil,  isso vai passar. Tenta mudar, não por eles mas por você. Como eu disse, a bebida não vai te ajudar em nada. Eu também passei por momentos dolorosos, ouvi coisas horríveis. Eu já pensei em fazer tantas coisas, mas eu sabia que nada que eu pensava em fazer melhoraria o meu estado. E eles não te odeiam Lee, não pense nisso. Nunca desista de viver Hailee, a vida é uma só, não abra mão disso." - Um sorriso amargo se abre em meu rosto.

— Não me odeiam? Se você visse o jeito que minha mãe olha pra mim, saberia. Quer saber, que se foda, eu não me importo. - Coloco o braço em cima dos olhos. — Eu não preciso deles mesmos. - Continuo desabafando por horas até que me sinto sonolenta, ouço a voz dela longe, largo o celular e caio no sono.

— "Lee? Você está aí ainda? Pegou no sono com certeza. Boa noite princesa, amo você "

[...]

Abro os olhos lentamente, pisco diversas vezes tentando acordar. Faço uma careta e me levanto, sento na beirada da cama ainda tonta. Decido tomar uma banho pra despertar.

Terminando minha higiene, vou até a cama e procuro meu celular entre as cobertas. Quando o encontro checo as horas no visor. São 11:30. Coloco o celular no bolso e saio do quarto. Vou até a cozinha e lá encontro Kate. Ela é a funcionária mais antiga daqui, ela cuida da casa desde que me entendo por gente.

Quando ela nota minha presença franzi as sobrancelhas.

— Oras, não foi pra escola? - Pergunta confusa.

— Dormi tarde e perdi a hora. - Respondo simples e vou até a fruteira,  tinha diversas frutas,  escolho uma maça.

— Seus pais não vão gostar de saber que você faltou aula. - Comenta concentrada nas panelas a sua frente. Reviro os olhos e mordo a maçã. — Você não está com uma cara boa, está com os olhos inchados, andou chorando? - Questiona preocupada me olhando com atenção.

— Vi um filme melancólico e me desmanchei em lágrimas. - Respondo encarando minha maça. Ela gargalha.

— Você? Chorando por causa de um filme? Arranje uma desculpa melhor, menina. - Me olha sorrindo

— Já está terminando o almoço? Estou com fome. - Tento mudar de assunto, ela percebe e me repreende com o olhar, mas, faz a minha vontade.

— Daqui a uns 10 minutos estará pronto. - Ouço a campainha tocar — Você está esperando alguém? - Ela me pergunta, franzi a sobrancelha e nego. — Atende pra mim? Tenho que ficar de olho nisso aqui, se eu pedir pra você olhar é capaz de quando eu voltar esteje tudo queimado. - Abro a boca me sentindo ofendida.

Coloco a mão sobre o peito e ela faz uma cara de "é isso mesmo que você ouviu". Dou de ombros concordando com ela e vou até a entrada da casa, passo pelo saguão e abro a porta encontrando S/n parada encarando o outro lado da rua.

— Ei sua tapada, está olhando pra onde? - Pergunto curiosa olhando pra onde ela olhava. Ela me encara e sorri.

— Você tem uma bela vizinha, nunca tinha visto ela aqui antes. - Diz com um sorriso malicioso. Ela não presta... Acabo rindo. — Vim ver como você está, não foi a aula hoje... Está tudo bem? - Pergunta atenciosa e eu me jogo em seus braços, ela me aperta e afaga os meus cabelos me fazendo relaxar.

—Melhor que ontem. Dormi muito, por isso não fui. Obrigada por vir. - Suspiro fundo sentindo seu abraço me confortar. Ficamos assim por um tempo. Eu a solto e ela me olha preocupada. — Vem entra. - S/n entra e eu fecho a porta, vou para a cozinha e ela me segue

— Olá Kate! - Cumprimenta simpática. Kate sorri.

— Olá bonitinha! - Diz a moça de meia idade.

— Não a chame de bonitinha, vai ficar se achando. - Arregalo os olhos.

— Eu sei que eu sou linda, todos sabem disso. - S/n dá de ombros totalmente convencida e nós fomos dela.

— Chegou na hora certa, o almoço está quase pronto. - Kate comenta e S/n coloca a mão na barriga.

— Ótimo, estou faminta. - Ela responde

— Ahnn... Calma aí, agora que eu parei pra pensar, não era pra você estar na escola agora? - digo me lembrando que só somos liberadas apenas no final do dia.

— A professora de inglês faltou. - Responde.

— Vamos para a sala de vídeo, quando o almoço estiver pronto me avise. - Peço para Kate, ela assente e eu e S/n vamos para a sala de vídeos.

— Não importa quantas vezes eu venha aqui, eu sempre vou babar na sua casa, quer dizer, mansão. - Ela comenta assim que entramos na sala.

— Fazer o que se tenho pais obcecados por luxúria -  Respondo. — E sua casa também não é nada humilde, é linda também.

— Ah mas empresário ganha bem mais que um simples médico, e seu pai é o dono de suas empresas, meu pai não é dono do hospital. - Argumenta olhando para a sala de cinem.

— Seu pai é um dos melhores médicos S/n - Contra argumento tentando discordar. Ela me olha com cara de tédio.

— Sério mesmo? Quer mesmo comparar? - Questiona como se tivesse razão. Eu nego já sabendo que ela está certa. Me acomodo em uma das poltronas confortáveis, tinhamos tipo um cinema exclusivo em casa.

— Que filme quer ver? - pergunto, S/n está em uma das máquinas de fazer pipoca no canto da sala.

— Maze Runner 2, eu ainda não consegui assistir. - Procuro o filme na tela gigantesca. Ao encontrar dou play e pauso esperando por ela.

— Nós vamos almoçar daqui a pouco, vai encher a barriga de pipoca e depois não vai querer comer. - Reclamo olhando para ela.

— Credo, falou igual a minha mãe. Não se preocupe,  eu aguento comer muita coisa, isso não é um problema. Tenho um buraco no estômago. - Responde. Espero por mais alguns minutos e logo ela senta na poltrona ao meu lado, me entrega um balde de pipoca e um copo grande de refri. Eu encaro ela séria.

— Eu já te falei, nada de refrigerante até as interclasses.

— Ah não, só agora, depois nós malhamos e puf, nem vai alterar nada. - Me olha manhosa com o copo na mão esticando pra mim. Eu pego o copo e bufo. Solto o filme que logo começa.

— Eu vou beber, mas não tô querendo malhar hoje.

— Você tem uma academia em casa e quase não usa, vamos malhar hoje sim.

— Se você quiser ir vai nessa, mas eu, não vou. Ânimo está zero. - Ela revira os olhos e então prestamos atenção no filme.

— Aqui meninas, o almoço. - Kate diz entrando na sala com uma bandeija nas mãos. Entrega um prato pra mim e outro pra S/n, agradecemos e ela se retira. Comemos enquanto assistimos o filme.

[...]

— Eu já vou Lee. - S/n diz se levantando e pegando sua mochila no chão.

— Ah não, fica.. - Peço manhosa. — Vamos ver mais um filme.

— Eu preciso mesmo ir, minha mãe vai fazer um jantar e quer que todos estejem lá pra conhecer uns amigos antigos dela. Sabe como ela é. - A garota dá de ombros.

— Ah... - Murmuro desanimada sentindo meus ombros caírem

— Você pode ir comigo. - Me olha sugestiva.

— Não não, melhor não, é algo íntimo. - Dou as costas olhando para os meus pés.

— Que nada, vamos. - Balanço a cabeça negativamente.

— Você não pode faltar mesmo? Queria ficar com você. - Murmuro baixo. Ela é a única que conhece esse lado meu: Sensível.

— Hoje não vai dar, mas assim que o jantar acabar eu venho dormir com você, tudo bem? - Segura minhas mãos, querendo me recompensar

— Não precisa, amanhã nós nos falamos, você dorme aqui amanhã ok? Pede a sua mãe. Ela não iria deixar você dormir aqui dois dias seguidos então eu prefiro que você fique amanhã.

— Certo. - S/n me dá um beijo em minha testa. — Não precisa me acompanhar até a porta. - Assinto e ela sai da sala me deixando sozinha no cômodo enorme.

Me sento esparramada na poltrona.

É... Solitária novamente.

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