Ambre chegou na sala , e via Nathaniel sentado, pensativo. Ela via um olhar de angústia.
Ambre: “Ela vai vir falar com você.” Fechou a porta.
Nathaniel: “Sério?” Mudando sua expressão.
Ambre: “Sim, só aguardar.. Quero ver vocês saindo dessa escola como namorados..”
Nathaniel: “Não é tão simples assim.”
Ambre: “Claro que não.. “
Nathaniel: “ Mas vou falar com ela sim.. “ Com olhar de decidido do que faria.
Ambre : “ Isso que se fala.” Feliz. Ela disfarçou e pegou a chave em cima da mesa enquanto Nathaniel ficou de costas. Ela pretendia trancar eles o dia inteiro caso não resolvesse nada. ( Quero ver meu irmão sendo macho.. ) Pensou.
Nathaniel: “O que foi? Está estranha.. Vai aprontar que eu sei.” Ele conhecia bem a sua irmã.
Ambre: “Nada...” Nervosa.
Nathaniel: “Já sei.. A chave que estava em cima da mesa, você pegou.”
Ambre: “Euu..... Ah, tá bom. Queria trancar vocês.” Jogou a chave em cima da mesa.
Nathaniel: “ Não precisa disso , eu vou prender Alessa no diálogo.. “ Irritado.
Ambre: “Tá bom.”
Alessa: “Oi?” Bateu na porta mas acabou abrindo.
Ambre: “Alessa...” Sorriu.
Alessa: “ Bom , já fui lá.. E fui regularizada.” Ergueu as sobrancelhas.
Ambre: “Eu já volto , vou pro banheiro.” Fingiu para poder sair de lá e deixar Nathaniel sozinho com Alessa.
Alessa: “Eu espero.” Olhou ela partindo.
Nathaniel: “Alessa.. Eu... Preciso falar com você. “ Se esforçando para dizer.
Alessa: “Pode falar.” Nathaniel foi até Alessa, que se encostou seus quadris na mesa , e ele na sua frente.
Nathaniel : “ O que você tem com Lysandre?” Em um tom ciumento, com as mãos na cintura.
Alessa: “ Que isso?” Não gostando do tom.
Nathaniel: “Isso mesmo , Alessa.. Vai ficar de lenga lenga com ele?” Em um tom nervoso.
Alessa: “ Eu... “ Não sabendo o que dizer.
Nathaniel : “O que , Alessa, me diz? “ Não querendo ouvir que ela estava com ele.
Alessa: “ Eu estou com.. Ele..” Empurrou as palavras para sair. Ele não acreditava no que ouvia.
Nathaniel: “É isso mesmo? “ Com olhos vermelhos querendo chorar.
Alessa: “ Eu.... “ Não sabendo o que dizer. Estava se sentindo culpada , por fazer ele sofrer. __”Por isso que era melhor eu ficar sozinha.. Estou te fazendo sofrer..”
Nathaniel: “ Realmente dói saber.. Que eu não farei você feliz.. “
Alessa: “ Deixa eu sair daqui, antes que eu faça você sofrer mais...” Abaixou a cabeça, se desviou de Nathaniel para sair.
Nathaniel: “Espere, Alessa.. “ Pegou em seu pulso. Alessa virou. __ “ Vamos tentar ser amigos, eu.. Respeito a sua escolha.. “ Abraçou-a forte , era o abraço da despedida daquela esperança que se foi , que morria aos poucos dentro dele. Embora que fosse difícil, a melhor maneira seria essa. Cultivar uma bela amizade. Alessa ficou surpresa pelo abraço , que indicava que os dois estavam bem. Acho que era esse o sentimento , o verdadeiro amor.. Uma amizade.. Toda confusão se acabava, Alessa via tudo as claras.. Apesar de ainda amar Castiel , ele não queria entregar o seu coração para quem não a ama..
Alessa: “ Quero que você seja feliz.. Pena que eu não posso fazer isso.. Mas te darei a minha amizade. “ Sorriu.
Nathaniel: “Eu também.. Amigos?” Pegou a mão de Alessa e beijou.
Alessa: “Claro.” Os dois juntaram as mãos , e trocaram olhares com uma nova realidade. Nathaniel tentará esquecer esse episódio , mas nunca esquecerá do valor do amor que tem por Alessa, que ainda terá...
Nathaniel: “ Enfim nos acertamos..”
Alessa: “É..” Sorriu. __”Bom, eu acho que vou embora com a minha tia, prefiro ir para a sessão de fisioterapia agora.”
Nathaniel: “Tudo bem..”
Alessa: “A minha tia foi pedir licença para eu sair para a diretora. Não vai ter nada de importante, eu sei os conteúdos das matérias que tenho hoje. ”
Nathaniel: “Tudo bem , já disse.. Espero que você melhore disso logo.. Quero ver você tocar de novo. Eu amo quando você toca.” Deixou Alessa sem graça.
Alessa: “Ah. E..Falando nisso , ensaio hoje a noite, tá bom?”
Nathaniel: “ Ah. Que bom que me avisou , obrigado. Nos veremos a noite então. ”
Alessa: “Sim.. Olha a minha tia.” Olhando pela janela de vidro da porta.
Nathaniel: “Vai lá , Alessa. Boa fisioterapia para você. “Sorriu.
Alessa: “Obrigada.” Parou , hesitava em sua escolha , mas acabou indo no impulso , foi até Nathaniel e deu um beijo na bochecha , deu um sorriso leve e saiu. Encontrou com sua tia no corredor, e voltou para o pátio , onde se despediu dos seus amigos.. O ensaio foi lembrado , com horário marcado , ás 19:30. Uma nova sessão de fisioterapia o esperava, com aquele belo rapaz.
O carro parava em frente ao consultório de Ian, a tia de Alessa deixou-a lá e combinaram de um horário para ela poder voltar para buscar. Ian não esperava por essa vinda, estava fazendo nada , apenas mexendo no computador do escritório , pesquisando mais casos como o de Alessa. Os resultados eram complicados, mais ainda tinha esperança de ajudá-la. De repente Alessa bate na porta.
Ian: “Quem é?”
Alessa: “Sou eu , Alessa.”
Ian: “Pode entrar.” Se levantou da cadeira rapidamente, animado e surpreso. Uma bela visão ele tinha , ao ver Alessa abrindo aquela porta , com um sorriso discreto.
Alessa: “Oi , eu vim cedo.”
Ian: “Que bom que veio , até senti.. Sua falta.. “ Também estava sem-graça.
Alessa: “Mesmo?” Sem-graça.
Ian: “Sim.. Ainda você é minha única paciente, e o que estou fazendo mais é analisando casos de uns pacientes do meu pai.. Bom , vamos começar?”
Alessa: “Claro.. “ Caminhando até o sofá. O consultório de Ian era bem personalizado , moderno, com uma arquitetura totalmente inovada.
Ian: “Sente-se , fique a vontade, você sabe como é o processo.”
Alessa: “Tudo bem.” Se sentou. Ian pegou uma cadeira almofadada, com estilo cubismo.
Ian: “Bom, eu vou te dar objetos diferentes, o que você costuma pegar, eu até achei essa gaita, quando eu tinha 5 anos.. Você conseguiria pegar neles firmes?” Olhando direto nos olhos dela.
Alessa: “ Não consigo ter firmeza..”
Ian: “ Mas vai ter.” Dava motivação , deu a gaita para Alessa. __” Faz o usual , pegue ele como se você fosse tocar.” Alessa tentava pegar a gaita do jeito certo , sua mão esquerda tremia, pois estavam frágeis, e com receio de que doeria ainda mais.
Alessa: “ Eu estou tentando.”
Ian: “Não tenha medo, sua mão não vai explodir ou dar choque.” Olhava para a mão dela na torcida.
Alessa: “ Vou conseguir. “ Contou 3 segundos e sua mente, e com tudo , pegou na gaita e fez a posição certa para o uso.
Ian: “Isso. “ Sorriu.
Alessa: “ É , mais ainda é difícil , parece que ele quer soltar.” Observando sua própria mão.
Ian: “É normal. Agora , ah... Uma ideia melhor. Fazer os movimentos com os dedos. Finge que você está digitando.” Ele demonstrava para a Alessa fazer o mesmo, via a dedicação e mais confiança de Alessa, que era um grande passo para a recuperação. Os avanços foram lentos naquela sessão , mas depois de uma hora, entre conversas e muita dedicação, a concentração e a vontade de ter a sua vida de volta.
...
Ian: “É , você está se dedicando bastante, Alessa.” Parou aquela sessão.
Alessa: “Quero tocar , que é a minha vida, meu futuro.” Com a boca cheia para falar, era tudo que ela queria.
Ian: “Vai sim, tenho certeza.” Em um tom tão amigável , parecia que conhece Alessa há anos.
Alessa: “ Meu pulso cansou depois desses exercícios. “ Massageando o pulso.
Ian: “ Logo logo você vai dizer que está sentindo nada, tenho certeza. “ Com olhar confiante.
Alessa: “Espero que seja logo..” Pegou em seu celular para ver as horas.
Ian: “Está com pressa?”
Alessa: “ Não , nossa... Como o tempo passou.”
Ian: “É... “ Queria falar mais , ser direto e sincero, mas tinha receio de deixar Alessa mais sem graça ainda.
Alessa: “ Bom , eu vou indo pra casa..” Se levantou.
Ian: “ Sua tia está aí esperando?” Torcendo para que não.
Alessa: “Não , eu vou ligar pra ela me buscar.. Está quase na hora do almoço.” Sorriu.
Ian: “ Quer que eu te leve?” Sempre oportunista.
Alessa: “Não prec..”
Ian: “Não , eu te levo para a casa. Tenho tempo livre. Aproveito para saber seu endereço caso não compareça mais aqui , hein?” Brincou.
Alessa: “ Já que insiste.. Minha casa é perto mesmo..” Acabou aceitando , mesmo que não quisesse, ela achava estranho a maneira que Ian a trata, cada vez mais com intimidade.
Ian: “Então venha...” Animado por Alessa aceitar.
...
Alessa mesmo com um pouco de medo de entrar no carro de um rapaz que conhece em pouco tempo , ela entrou , depois do Ian abrir a porta para ela.
Alessa: “Obrigada.” Em seguida , Ian também entrou, colocou o sinto e tomou posse ao volante.
Ian: “Em qual direção eu vou?”
Alessa: “ Nessa , e depois na 4ª rua a direita, e 2ª a Esquerda.” Indicando o caminho.
Ian: “Ah.. Já sei.. Eu moro no outro lado da cidade.. Embora que faz tempo que nem vejo essa cidade.. 4 anos fora do país.”
Alessa: “ Onde você estudou?”
Ian: “Eu fiz um intercâmbio em Las Vegas, Nova Iorque , sabe , né.. E nas universidades mais famosas do mundo estão lá..” Olhou para Alessa.
Alessa: “Legal..”
Ian: “Esteve já fora do país, Alessa?”
Alessa: “Eu morei por um ano e meio em Portugal, e nasci na Espanha.”
Ian: “Nossa, sério? Que bacana, mas você é naturalizada brasileira, né?”
Alessa: “Após lutas na justiça..Brincadeira, sim , sou naturalizada brasileira.”
Ian: “ Eu nasci aqui mesmo nessa cidade.. Não tenho essa história tão legal como a sua... Olha , sua vida é incrível , viu?” Riu
Alessa: “As vezes dá nem vontade de viver.. Tantos problemas, ainda mais nesse ano.. Acho que pra mim já deu.. Quero encerrar o ano tranquila.”
Ian: “Estamos em.. Setembro ainda, no começo.. Faltam ainda 3 meses.. Acha que vai ficar tranquila? “ Sorriu , de brincadeira com Alessa.
Alessa: “Ainda espero..”
Ian: “Deixa eu adivinhar, sua casa é essa grande aqui?”
Alessa: “Acertou.” Sorriu.
Ian: “Espero que eu ganhe um prêmio por isso , tá?” Insinuante. Alessa não sabia o que dizer. __”Calma , não faça essa cara.. Não precisa ser agora. “ Deu um beijo na bochecha de Alessa.
Alessa: “Bom , tchau.” Querendo não ficar vermelha, desviou o olhar para ele, que desceu do carro para abrir a porta para Alessa.
Ian: “ Espero te ver denovo o mais rápido possível.. Eu gosto da sua companhia..” Pegando na mão dela.
Alessa: “ Eu irei amanhã, pode deixar.” Sorriu, e entrou em sua casa. Ian apenas entrou em seu carro e observava até ela sumir. Era uma chama que acendia em seu peito.. Talvez seja mais um rapaz para confundir a cabeça de Alessa.
Eram 19 Horas, Alessa ainda estava estudando a música para poder cantar com o tom certo. Após de tantos aquecimentos vocais e cantar a música por várias vezes. Ela olhou para o relógio do seu celular, e decidiu tomar um rápido banho para poder ensaiar na escola. Vestiu um vestido de mangas longas vermelho , totalmente solto em seu corpo, mas colocou um cinto preto grosso na cintura, onde deixou a sua silhueta real, aquela cintura fina marcada. Por fim, colocou sandálias gladiador brancos, deixou seu cabelo solto e desajeitado, pois se olhou no espelho e se sentia bem e até teve um gosto daquele cabelo daquele jeito. Pegou a bolsa com itens pessoais , o seu microfone e o amplificador que era bem leve e menor.
Enquanto isso , Lysandre estava se arrumando , e pensava em ir com Alessa para a escola, onde iria ocorrer o ensaio. Depois de ver no espelho que estava ótimo, saiu de seu quarto , para assim poder ir.
Lysandre: “Pronto , Leigh. Eu vou com Alessa para o ensaio.” Arrumando as mangas. Leigh estava sentado e lendo revista de moda.
Leigh: “ Eu levo vocês , é melhor.” Pegou a chave do carro.
Lysandre: “É..Acho melhor.. Vai dar 19:30. “ Olhou para o relógio de parede na sala.
Leigh: “Então , vamos..” Alessa ía tocar a campainha do apartamento deles, porém ele foi mais rápido e abriu a porta.
Alessa: “Oi.” Sorriu.
Leigh: “Uau.. Telepatia? “ Riu.
Alessa: “ Lysandre... Ah, você está aí. “ Viu Lysandre indo para a porta.
Lysandre: “Amor.. Eu ía te buscar..”
Alessa: “Eu arrisquei em vir aqui antes.. “
Lysandre: “Então , vamos?” Pegando na cintura dela.
Alessa: “Claro , vai dar 19:30.” Apressou.
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Izabelle: “Oi , gente...??” Sorriu.
Castiel:” Oi , Izabelle.” Sorriu também, mas estava desanimado para aquele ensaio.
Izabelle: “Vou bem , e você?” Tirando o violino da caixa.
Alessa: “ Opa , opa , opa.. Boa noite.. “
Lysandre: “ Boa noite, pessoal.”
Castiel: “Boa noite..” De cabeça baixa.
Izabelle: “Alessa, tá linda com essa roupa.” Largou o violino e pulou do palco para dar um abraço em Alessa.
Alessa: “ Sua fofa.. “
Lysandre: “Cadê o Nathaniel? Armin?” Percebendo a ausência.
Castiel: “ O representantizinho eu vi naquela sala de sempre..” Mal humorado.
Lysandre: “Vou lá avisar que o ensaio começou , né.. E ver se o Armin chegou.”
Alessa: “Tudo bem.” Ajeitando o seu microfone.
Castiel: “Bom.. Vou só pegar o tom da música aqui pra ficar fresco.” Começou a tocar a música, desconcentrado. Alessa percebia acordes errados.
Alessa: “Ei , pára.. Você errou os acordes.” Castiel parou , e ficou irritado.
Castiel: “ O que é? Tá certo.” Se irritou por Alessa interromper.
Alessa: “Essa cifra é simplificada, vai ficar horrível assim.” Apontando com a mão para o violão.
Castiel: “Eu faço o que bem entender, tá bom?” Encerrou o assunto.
Alessa: “Nossa, eu só quis te ajudar.” Abriu os braços.
Castiel: “Acho melhor você se ajudar.. Eu tenho como tocar. E você? Você pode tocar nada.. Não é?” Perdeu a cabeça totalmente, o amor se converteu em ódio. Para ele não faria questão alguma, Alessa não se importaria.. Mas sim, Alessa se importou. Ela arregalou os olhos, não esperava por aquele desprezo absoluto.
Alessa: “O que você disse, moleque. Tá me chamando de incapaz? ” Avançou em Castiel, que estava sentado no palco.
Castiel: “Se a carapuça serviu pra isso, posso fazer nada.” Riu irônico.
Izabelle: “Chega, gente.” Desesperada.
Alessa: “Chega mesmo..” Saiu do porão rapidamente, incrédula com que Castiel disse.. Se sentia ferida, perdeu totalmente o chão , totalmente o foco..
Castiel: “Alessa.. “ Chamou , querendo arrumar aquela situação. Ele mudou totalmente de uma hora para outra. O que estava acontecendo? Para Alessa era o fim definitivo, Castiel para ela estava morto. Ela preferiu se esconder, se sentou em um canto para poder tentar voltar a si. O que restava era apenas chorar. Era o que fazia, desabando em lágrimas.