O Tempo que estive aqui

By nathfs

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Laura era uma menina doce, aberta e muito inteligente. Jamais se imaginou que a jovem promissora fosse se ap... More

Infância
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 9
Aviso
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Promoção
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
BLOG EM CRIAÇÃO
Capítulo 24
AVISOS
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31

Capítulo 8

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By nathfs


Por volta das 10 horas da manhã Ricardo teve alta do hospital. Ficou comprovado que não houve nenhum tipo de trauma craniano e Laura estava mais do que aliviada. 

Carlos apareceu bem antes da 10 horas, mas manteve-se em acertar detalhes de negócios com Ricardo. Laura sentiu-se excluída. Todos esses anos ela achou que tomava conta dos negócios do seu pai e que tivera grande participação no sucesso profissional dele, mas a verdade é que Carlos era mais do que capaz de gerir as empresas e ela viu o orgulho nos olhos de seu pai. 

- Capital de giro. 

Os dois olharam espantados com a voz de Laura, seus rostos carregavam a expressão interrogativa. 

- O que vocês precisam é de capital de giro. O importante não é ganhar dinheiro com o próprio dinheiro. A arte empresarial é usar o capital de terceiros para ganhar dinheiro. Façam um bom financiamento, reinvistam o dinheiro de maneira segura e terão bons resultados. A empresa já está mais do que consolidada para dar um passo como esses. 

- É uma pena que você não queira ficar e gerir nossas empresas. 

- As empresas Brown já me ocupam o suficiente. E eu prefiro a legislação de Londres. A carga tributária do Brasil não me permitiria dormir a noite. 

- Mas você está aqui agora. Carlos, se importaria se Laura cuidasse desse negócio em meu lugar? Estou voltando para casa e preciso me cuidar, fiz uma promessa ontem. 

Ricardo piscou para Laura enquanto propositalmente fingia estar mais debilitado do que a realidade. Eles precisavam passar tempo juntos e resolverem o passado. Ricardo só queria que sua filha fosse feliz. Se sentisse que ela havia superado sua paixão por Carlos, ele mais do que feliz levaria-a ao altar. Mas não era isso que via quando Laura e Carlos estavam frente a frente. 

15 anos atrás...

Ricardo  havia ficou enfurecido quando descobriu o namoro dos jovens. 

Laura havia dito que dormiria na casa da prima como costumava fazer. Ricardo no entanto, estava desconfiado da frequência com  que a filha ficava fora de casa, Laura não ia mais a loja de materiais de construção e nem lembrava das noites de futebol na quarta-feira. Sentia que algo estava errado.

Mesmo com tanta desconfiança dentro de si, repetia para si mesmo que confiava na filha e que ela nunca havia dado motivo para que ele se preocupasse. Mas a imagem de sua mulher passou por sua mente, fixou-se em como as duas se pareciam e a superproteção falou mais alto em seu coração. 

Ricardo imaginou a filha usando drogas ou prostituindo-se, imaginou perdê-la brutalmente e ficando sozinho. A solidão o inundou, a mesma solidão que sentiu quando sua esposa morreu, a solidão que só melhorou quando ele viu o rostinho perfeito da filha. Não poderia perdê-la. Ele era seu pai e faria qualquer coisa por ela. 

Ele a seguiu discretamente andando atrás dela. A casa de Júlio era bem próxima a sua e Laura sempre caminhava até la. Mas ela desviou o caminho. Seu coração apertou infinitamente ao perceber que a filha estava mentindo para ele. 

Ricardo viu quando ela encontrou um jovem. O maior sorriso que já viu no rosto da filha. Esperou enquanto eles se abraçavam e fechou os olhos quando eles se beijaram animadamente enfrente a uma casa mais do que glamourosa. 

A casa deles era grande e bonita, mas aquela definitivamente deveria ser a casa mais bonita e mais cara do bairro.  A raiva já estava por possuí-lo, mas ninguém poderia prever a possessão que teve quando viu o pai do rapaz sair da casa e receber sua filha. 

Reconheceu imediatamente o político desaforado que tentara convencê-lo a emitir uma nota fiscal falsa em troca de propina. Ricardo odiava corrupção, era um homem muito digno e honrado, jamais permitiria sua filha metida com aquele tipo de gente. 

Ricardo saiu da esquina onde estava escondido e aproximou-se batendo palmas. 

- Muito bonito minha filha. Aposto que sua prima deve estar esperando-lhe ansiosamente ai dentro. 

- Pai... O que? Como? O senhor me seguiu?

- Com licença senhor... Eu me chamo Carlos, a circunstancia não é das melhores, mas é um prazer finalmente conhecê-lo.

Carlos reuniu toda a sua coragem para estender-lhe a mão. 

- Então agora usa seu delinquente particular para atingir-me? Eu esperava coisas ruins de você, mas você foi longe demais desta vez!


O pai de Carlos ficou a pensar por um momento até que finalmente lembrou-se de Ricardo. O restante da discussão fez com que todo o bairro acordasse e fosse presenciar. Ricardo estava furioso e utilizou todo o tipo de baixaria para desclassificar Carlos e seu pai. Carlos tentou explicar que conhecera Laura há muitos meses, mas não teve jeito. Ricardo o via como se fosse o pai e proibiu os dois de se verem ou namorarem. 

Laura chorava copiosamente ao ser arrastada de volta para casa. Conseguiu convencer seu pai de que Júlio e Sofia não sabiam de nada e como Ricardo nunca confirmava como o irmão se Laura estava ou não em sua casa, acreditou. 

Mas o jovens sempre dão um jeito de ficar juntos quando querem. Sofia e Júlio os ajudavam a se encontrarem, no shopping, na casa deles, na casa de Carlos, na escola, onde desse... 

Haviam prometido um para  outro que nada nem ninguém os separariam. 


Dias atuais..

Ricardo arrependia-se profundamente de ter julgado Carlos pelas atitudes do pai do jovem. Tinha certeza que o homem a sua frente ainda era aquele mesmo adolescente loucamente apaixonado por sua filha. Na tentativa de proteger a sua unica filha o que conseguiu foi afastá-la do amor de sua vida. Culpava-se infinitamente, culpava-se por ter perdido seu possível neto, por tê-los afastado e por ver o fundo do poço onde Carlos chegou. 

Hoje não sabia se haveria forma de remediar aquele amor, mas daria a oportunidade que eles precisavam e nem ele nem ninguém os destruiria novamente. 

- Não me importo que Laura estude as propostas. 

- Não me agrada trabalhar com você, mas meu pai precisa de folga, faço qualquer coisa por ele. 

- Oh pelo amor de Deus, vocês vão trabalhar juntos por um par de semanas. Falam como se fossem o fim do mundo! Cresçam! 

- Você continua um amor de pessoa papai. Mas com sua licença eu preciso comer alguma coisa e fazer umas ligações. 

Laura deu um beijo na testa do pai e saiu.

Ela caminhou para a lanchonete do hospital durante o café da manhã trocou mensagens como seu noivo e com sua sogra que estava lhe ajudando a escolher as cores dos convites de casamento. Ligou para sua cerimonialista e fez as reservas do hotel onde ficariam hospedados os familiares de seu noivo. Por fim havia conseguido ter uma manhã produtiva. Quando voltou ao quarto de seu pai a médica já estava dando-lhe alta. 

Carlos os levou para casa e Laura passou o caminho todo notando como os dois eram próximos, como seu pai ficava a vontade na presença dele e como riam lembrando de coisas que Laura não vivera e nem presenciara. Aquilo era mais que tortura.

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