Ondas de Emoções (PAUSA INDET...

By NatashaRangelNery

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Lívia, sempre teve uma vida aparentemente perfeita, irmã mais velha e de uma família muito unida, teve sua vi... More

Crédito Capista
Sinopse
Playlist
Aviso Importante
Personagens
Apresentação dos personagens
Cáp. 1
Cáp. 2
Cáp. 3
Cáp. 4
Cap. 5
Cap. 6
Cap. 7
Cap.8
Cap. 9
Cap. 10
Cap. 11
Cap. 12
Cap. 13
Cap. 14
Cap. 15
Comunicado aos leitores
Cap. 16
Capítulo 17
Capítulo 18 Bônus Aretha e Renan
Book Trailer + Informações Importantes
Novidades
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25

Capítulo 21

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By NatashaRangelNery


A tensão foi imensa no início da semana, por conta da saúde da minha mãe. Sim eu me reconciliei com ela, afinal é minha mãe. Estamos um pouco mais calmos. Meu celular toca, e já sei que é ele. Renato tem me ligado, e eu não o tenho atendido. Deixo pra retornar em outro momento, pois agora estou arrumando meu closet e separando roupas, sapatos e bolsas que já não uso mais, destino? Irei doar para a ONG, lá tem muitas meninas, e mulheres que não tem condições financeiras para comprar algo novo, e aqui tenho muitas coisas semi novas e outras que nunca usei. Consegui que Malu, Luana e Aretha fizessem o mesmo. Claro que todos pensam que estou somente tirando fotografias lá. Esclarecendo que na ONG também há meninos traumatizados com o abuso sexual, sabendo que há garotos, o namorado da Lu separou algumas roupas, e seus amigos também assim o fizeram.

Enquanto arrumo e separo, o som de Pink vai ganhando vida em meu quarto e eu cantando junto. Estão todos felizes aqui em casa, só porque resolvi voltar a viver como antes. E cantando vou expulsando, exorcizando meus demônios internos.
Agora toca Funkin' Perfect ... e parece cair como uma luva para mim.

Enquanto faço a arrumação, canto junto à Pink e sim chego a gritar. É libertador. Sim eu sinto falta do Renato, porém eu preciso me reencontrar comigo mesma, se estaremos juntos futuramente? Simplesmente não sei dizer.
E como diz a música, não vou deixar ninguém me diminuir, isso tem haver com Fernando. Ele anda muito quieto por sinal. Será crime se eu desejasse sua morte? Não!!! Seria um bem a humanidade.

Aretha e Luana entram no meu quarto, e cantamos juntas ou berramos kkkkk
Logo Malu chega para completar o time e ficamos papeando por ali. Sandra nos trás um lanche delicioso, composto de iogurte natural, mel, suco natural, frutas, pães e queijo.
Devidamente alimentadas, seguimos rumo à praia. Sim voltei a ser uma rata de praia. Enquanto as meninas conversam, minha mente vai longe, para um certo vinhedo precisamente. Me pergunto, será que ele sente minha falta?

Ao chegar em casa, todas para o banho, e agora devidamente acomodadas na sala. Sou a última a chegar, elas decidiram por um filme " Um amor para recordar " , verdadeiro teste de resistência isso sim. Não consigo concentrar no filme. Tô minando lágrimas, que falta sinto do Rê.

A noite chega e já estamos arrumadas. Desta vez vamos à uma boate com músicas latinas e claro o bom e velho som brasileiro. Porém quando o som das castanholas soa no ambiente, com uma linda dançarina de flamenco. Já prevejo Aretha dançando e para minha surpresa eu também, Luana se junta à nós e Malu só nos observa e aplaude.

Vejo pela minha visão periférica, um lindo homem se aproximar de Malu. E me surpreendo ao ver André. Sim ele está flertando com minha amiga. Que coisa boa de se ver, os dois merecem a  felicidade.
A noite está perfeita, muita dança, bebidas e papos leves. Sigo para a fila do banheiro junto a minha prima. Vejo Ronald aquele amigo do Fernando me observar de cima abaixo. Um arrepio passa pelo meu corpo e quando olho em sua direção novamente, o cara já sumiu. Já dentro do banheiro ouço meu celular tocar insistentemente, o tiro da bolsa e vejo o nome do meu pai na tela. Atendo no ato e tudo o que ouço é Aretha ao fundo me chamando e meu pai dizendo para ir para o hospital o mais rápido possível.

Arrasto minha prima na direção da mesa onde estávamos e entro no modo automático, pego Luana pelo braço e ela vê em meus olhos que é algo sério. Logo todos estamos à caminho do hospital, André no volante sempre solicito. Luana vem de taxi com o namorado logo atrás.

Chegamos praticamente correndo na recepção.
Encontro com os olhares de tio Heitor e meu pai. Aretha abraça seu pai e eu apenas fico ali parada olhando o meu pai nos olhos. O abraço e ele me envolve em seus braços. Não tem lágrimas, bom sinal eu acho.

Meu pai nos passa o ocorrido, e aqui estamos nós sentados e aguardando.
O médico que acompanha minha mãe vêm em nossa direção e diz que ela quer ver as filhas e o restante da família.
Nos dirigimos ao quarto onde ela se encontra. Ao nos ver seu sorriso se abre e nos olha, a cada um de nós. Então ela nos chama ao seu leito, e lá estamos nós três novamente juntos à ela e sua imensa barriga, tio Heitor se aproxima com minha prima e então ela começa.

- Minha família, meu irmão querido, sobrinha, meu ex marido e minhas meninas - diz ela segurando as lágrimas e um nó se forma em minha garganta.

- Lívia e Luana minhas filhas, saibam que eu sempre as amei muito e continuarei as amando onde quer que Deus me leve - a essa altura estou  chorando e Luana está sem reação alguma.

- Hoje venho pedir à vocês que cuidem de seus irmãos pois sei que não estarei aqui para vê - los crescer. Cuidem deles como se fossem uma jóia preciosa. Olavo e Otávio não tem culpa dos meus erros. A única culpada sou eu mesma.

- Ei para com isso mãe - digo à ela com a voz embargada.

- É você não pode nos dizer essas coisas mãe - Luana se manifesta pela primeira vez desde que chegamos.

- Meninas acho que vocês sabem que não tem mais jeito, não há mais volta para mim, infelizmente não me cuidei e agora estou colhendo o que plantei - diz minha mãe

- Ei Ana, não se preocupe com o passado. Estamos todos aqui, minha mãe chega logo junto à Sandra - meu pai diz.

- Heitor, por favor auxilie meus meninos e minhas meninas. Estou deixando a guarda deles com minha família aqui do Brasil. Não quer dizer que não o levei em consideração. Amo você e me desculpe por tudo, pelos meus atos nos últimos dois anos - ela diz em lágrimas.

O médico entra e diz que é chegada a hora de levá - la ao centro cirúrgico. Para que os bebês não corram mais riscos do que já vêm enfrentando. Nos despedimos de nossa mãe. Luana a abraça demoradamente e promete cuidar dos gêmeos com todo amor e carinho.

Agora estamos aqui na sala de espera. Sabemos que nossa mãe pode voltar da sala de parto bem, viver mais um tempo até que seu estado de saúde permita ou pode também não voltar , a situação é tão delicada. No entanto, quando o médico chega, posso ver em seu semblante o ar de "sinto muito".

Ele se aproxima lentamente, e nos diz que os gêmeos nasceram saudáveis, mesmo com toda a complicação do parto. Ele sabe do estado de saúde da nossa mãe, e sei que se compadece.

- Os bebês nasceram fortes e saudáveis, irão ficar na encubadora por um tempo. É normal já que nasceram antes do tempo, precisam pegar peso. Em duas semanas  ou menos acredito que já devem estar liberados para alta - diz o pediatra e agora, nos concentramos no neurocirurgião que chegou e está aguardando o colega para nos dar alguma notícia da minha mãe.

- Boa noite à todos. Bem venho dar notícias de Ana - ele começa.

O silêncio é sepulcral entre nós. Todos atentos a preciosa informação do médico.

- Ana passou bem pelo parto, embora o seu quadro de saúde, não seja um dos melhores. Ela está fraca, entendam mais está bem. Após as vinte quatro horas de observação ele irá para o quarto.

Nem preciso dizer que estamos aliviados. Porém sabemos que é questão de tempo para que ela se vá.
Pensar nisso me dá calafrios. Minha irmã me abraça. E depois de tudo o que o médico nos disse, procuramos a ala da "UI" Unidade Intensiva, onde os gêmeos estão. Conseguimos autorização e entramos. Olhamos para cada um e depois nos olhamos. Lágrimas de alegria nesse momento.

Olavo é todo esperto, cabelos escuros como os meus, e Otávio é silencioso, um tanto preguiçoso eu diria, com cabelos claros como os da minha irmã. Nos apaixonamos no ato, não tem como fugir destes olhares tão inocentes.
No dia seguinte voltamos, e agora podemos os pegar em nosso colo. Os alimentamos com a chuquinha que nos deram, e os pequenos sugam tudo rapidamente. Sorrimos uma para outra, quem diria que estaríamos aqui com nossos irmãos no colo e os alimentando. A enfermeira de plantão nos ensina como os colocar para arrotar e depois ficamos ali, em silêncio cada uma com um bebê, os ninando e os amando. Eles são a melhor coisa que nos aconteceu sem dúvida alguma.

Passado as vinte e quatro horas, nossa mãe já está no quarto. No entanto está tão abatida. Porém ela nos sorri, e quando voltamos com os bebês, cada um num colo. Seu sorriso se amplia, ela está feliz. Meu pai já os registrou conforme o combinado.

Trouxe minha câmera e registro o momento mãe d filhos, depois peço que papai registre uma foto de nós quatro com nossa mãe. As fotografias ficaram lindas.

No dia seguinte voltamos novamente ao hospital, já virou uma rotina. Não conseguimos ficar muito tempo longe dos pequenos. Nossa mãe nos aguarda em seu leito, então chegamos mais uma vez com os pequeninos. Ela nos olha com atenção, olha nós quatro ao mesmo tempo e seus olhos se enchem de lágrimas, ela sussurra um " Amo Vocês " , e fecha os olhos. Ficamos ali próximos à ela, e quando vou chamar por ela, caio em desespero. Foi tudo tão rápido, ela parecia estar dormindo. No entanto ela nos deixou para sempre. Aperto o botão e uma enfermeira entra rapidamente. Eu ali com Otávio no colo, é tudo tão rápido. Nos pedem para sairmos, e levarmos os bebês para outro lugar. Os levamos para o berçário, eles saíram à um dia da encubadora.

Meu mundo literalmente caiu. E agora o que fazer?
Como vamos prosseguir com dois recém nascidos?
Minha mãe se foi, e isso tá doendo demais.
Em pensar que passamos alguns meses brigadas. A vida é tão curta, felizmente fizemos as pazes antes de sua partida. Sei que um dia estaremos juntas novamente.

Depois do velório e enterro, tudo passa muito rápido.

Um mês depois

Hoje completa um mês que os meninos vieram ao mundo. Uma babá foi contratada para nos auxiliar. Pois estudamos e papai trabalha. Embora ele tenha ficado mais tempo em casa.
A rotina de casa mudou completamente com dois bebês. A dor que sinto quando olho para o porta retrato é imensa. Na foto eles estão no colo da nossa mãe. Eles não a terão para ensinar essas coisas que as mães fazem, mais estarei aqui como uma boa irmã mais velha. Não é a mesma coisa, porém é o que eles tem. O crápula do pai biológico realmente sumiu, graças à Deus.

Tio Heitor voltou para Espanha após duas semanas do falecimento da minha mãe. Aretha foi junto e sei bem o porquê. Aquela abelhinha foi se encontrar com Renan, ao que parece as coisas estão indo bem entre eles. Ela volta na semana que vem, vai ficar conosco como havia dito.

Minha vida se divide em faculdade, ajudar a cuidar dos meus irmãos e pensar no Renato. Não eu ainda não liguei para ele. Nem sei se devo ligar, e isso aperta meu coração. Ele é meu porto seguro e saberia me ajudar agora. Aos poucos ando me abrindo mais com a psicóloga e sei que o dia de contar quem foi o "Monstro" como ele diz , e de fato é verdade que é um. Sei que esse dia está chegando, e não irei correr desta vez.

O telefone de casa toca e Sandra atende, logo me chama. Ela diz que é minha tia ligando, do hospital onde Fernando se encontra internado. Me pergunto o que é que eu tenho haver com isso, mas lembro que ninguém sabe de nada do que me aconteceu, e Dona Laís foi ao shopping fazer mais compras para os meninos. Então sem saída atendo.

Ao ouvir o que a minha tia me conta ao telefone, eu quase tenho um mini infarte. Me sento no sofá para não cair. É coisa demais para mim em tão pouco tempo.

Continua...

Olá amores e amoras do meu coração. Ondas na reta final, a morte de Ana 😭💔
Confesso que partiu meu coração.
E agora essa ligação a respeito do Fernando. O que será que vêm por aí?

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