Dançando sobre o fogo

By tasalmeidap

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Jason Whittemore era o mais novo de três irmãos, e segundo seus pais o mais rebelde desde a infância, com uma... More

CAPÍTULO UM
AVISO
CAPÍTULO DOIS
CAPÍTULO TRÊS
CAPÍTULO QUATRO
CAPÍTULO CINCO
CAPÍTULO SEIS
CAPÍTULO SETE
CAPÍTULO OITO
CAPÍTULO NOVE
CAPÍTULO DEZ
CAPÍTULO ONZE
CAPÍTULO DOZE
CAPÍTULO TREZE
CAPÍTULO QUATORZE
CAPÍTULO QUINZE
CAPÍTULO DEZESSEIS
CAPÍTULO DEZOITO
CAPÍTULO DEZENOVE
CAPÍTULO VINTE
CAPÍTULO VINTE E UM
CAPÍTULO VINTE E DOIS

CAPÍTULO DEZESSETE

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By tasalmeidap

Ana:

Era difícil demais agir friamente com Jason, mas quando me vinha a mente Paige vestida com as roupas dele, eu só conseguia sentir vontade de rasgá-lo com as unhas. Estou decidida a voltar para Lancaster e esquecer que um dia estive na Califórnia, acredite, até agora estou morrendo de tristeza por ter que fazer isso. Mas, não vejo outra forma se não essa para esquecer de vez que um dia Jason e eu estivemos juntos!

Nathaniel passou a tarde tentando me convencer a ir para o baile, eu realmente não queria, além de tudo estava sem animo algum para essas festas. Mas, depois de tanta insistência eu acabei aceitando, era apenas uma dança! E talvez fosse uma despedida. Mas, quando encontrei Jason no corredor foi como se algo em mim gritasse "esse é o homem que você ama!", e durante todo o baile eu pensei nele, enquanto dançava com Nathaniel era como se somente o meu corpo estivesse ali e a minha mente tivesse ido com Jason para onde quer que ele tenha ido. Mas, por que ele se despediu? Para onde ele estava indo?

— Pare de pensar em Jason! — digo para mim mesma num tom de voz baixo. Nathaniel então me olha. Estávamos a caminho do meu apartamento.

— O que disse?

— Não. Nada. Nathaniel, eu não te disse ainda, mas estarei voltando para Lancaster logo mais. Acho que o que eu tinha de fazer eu já fiz. — retruco o olhando.

— Isso me deixa um pouco triste Ana. Eu gostaria muito de tê-la por perto mais tempo, afinal... agora estamos nos aproximando mais. Mas, me diga uma coisa, quer ir por quê? — diz ele num tom de voz desconfiado. — Apostaria com quem quisesse que quer ir pra esquecer Jason. — o encaro.

— Pois é Nathaniel. Talvez a distância ajude a esquecê-lo. — falo um tanto desanimada. Nathaniel estaciona o carro perto de uma árvore, estávamos muito perto da minha casa. Nos olhamos.

— O que eu posso fazer pra você esquecer que Jason existe? Me diz Ana. Estou disposto a ir pra outro planeta. — diz ele num tom de voz engraçado. Me fazendo rir.

— Nathaniel acho que tudo é uma questão de tempo e... não sei. Realmente eu não sei como farei pra esquecê-lo. — fecho meus olhos rapidamente e tudo o que me vem a mente são os momentos maravilhosos ao lado de Jason. Sinto a mão de Nathaniel tocar meu queixo.

— Jason não é merecedor do seu amor. Isso é certo. — diz ele aproximando o rosto do meu.

— O amor não vê isso. — retruco. Tento afastar meu rosto, mas Nathaniel sela nossos lábios.

O empurro de leve para trás finalizando aquele beijo, o encaro.

— Me desculpe Ana. — diz num tom de voz atordoado.

— Nathaniel, por que está fazendo isso? — pergunto o encarando.

— Porque eu gosto muito de você, esses dias, como nós dois nos aproximamos, isso tudo me fez gostar mais de você. Sei que gosta de Jason, mas... Me dê o direito de não desistir, principalmente quando Jason te machucou. — baixo a cabeça, volto a ficar reta no banco do carro, respiro fundo.

— Me deixe ir, acho que neste instante é o melhor. Com licença. — abro a porta do carro e saio rapidamente, que bom que eu estava muito perto do condomínio.

Meus pais já deviam estar dormindo, tiro o par de sapatos altos antes de entrar na sala para não incomodá-los. Sigo lentamente até o quarto, eu apenas entro e fecho a porta, jogo os sapatos e caio de bruços na cama de olhos fechados. Nathaniel acabou de se declarar para mim? Isto é mais sério do pensei.

Jason:

Fiquei alguns minutos conversando com aquela mulher, eu acabei desabafando com uma desconhecida como se não fosse assim. Apesar de tudo, ela sabia o que dizer e foi o que ela disse "faça com que ela perceba que as coisas não foram como parecem", era isso que eu precisava fazer. Ana acredita que Paige e eu tivemos relações naquela noite, mas eu devia estar tão bêbado que a única coisa que eu fiz foi cair como um saco de batata no chão.

Finalmente Morgan sai junto a sua paquera de uma noite, os dois se despedem, ele promete ligar algum dia. Claro! O velho truque. O encaro quando o vejo vir na minha direção de sorriso aberto.

— Felicidade tem seu nome hein. — indago levantando.

— Essa moça é um furacão. Mas, vamos, acho que já nos atrasamos muito aqui. Você ficou todo tempo nessa mesa tomando uísque? — pergunta encarando a mesa, em seguida ele me encara.

— Se quiser posso relembrar porque nós estamos atrasados. Vamos logo comedor de gente ambulante. — começo a andar na direção da porta.

— Esse apelido não é meu. Esse apelido é seu. — diz Morgan vindo logo atrás.

— Não é mais. — finalmente saímos.

Para nossa má sorte começou a chover num dos trechos da estrada, chovia forte com direito a relâmpagos e trovões, não poderíamos perder tempo. Faltava uma hora e meia para o dia amanhecer. Enquanto eu dirigia Morgan reclamava:

— Essa chuva não está brincando. — retruca Morgan — Por que tinha que chover?

A visualização não era boa, parecia que cada minuto mais a chuva se intensificava. Apenas os faróis para clarear a estrada.

— Jason... tem alguma coisa ali. — diz Morgan apontando para frente, realmente, havia algo parado ali. Mas, eu não conseguia ver mais do sombra.

— Deve ser o reflexo de algo. — retruco.

— Jason!!! — Morgan grita.

Ouvimos o barulho de tiro e há um carro atrás nos seguindo, era possível ver as armas posicionadas na direção do nosso carro.

— Uma armadilha!!! — diz Morgan.

— Que merda. Mais que merda. — retruco muito enraivecido.

Vejo um carro vir a toda velocidade na contra-mão e o meu instinto me faz recuar ligeiramente. O carro perde completamente o controle e a minha visão fica turva.

Abro os meus olhos, sentia várias dores, minha vista está embaçada e ainda está chovendo. O que aconteceu? Meu joelho estava sangrando, logo vem a dificuldade para levantar. Mas, depois de ficar alguns minutos de pé, mesmo com toda a dor eu consigo me mexer! O carro estava no meio da estrada de cabeça para baixo, completamente destruído.

— Morgan... Morgan! — grito assim que penso que ele pode estar ali. — Morgan!!! — tento caminhar o mais rápido que posso, mas eu estou longe.

— Ja...s-o-n... — ouço enquanto estou a caminho num sussurro sofrido.

— Morgan? Onde você está Morgan? Me diz onde você está! — falo novamente em voz alta.

— Estou preso. — o vejo preso dentro do carro, me aproximo e abro a porta. Meu primeiro instinto me leva a puxá-lo.

— Morgan... Vou tirar você! — retruco o puxando. — Não desacorde. — falo o olhando.

Procuro o botão para destravar o sinto e finalmente ele consegue se soltar, Morgan cai e eu o seguro, estou muito fraco, meu joelho está doendo demais. Mas, não posso permitir que Morgan fique ali, ele está muito ferido e aquele carro pode explodir a qualquer momento. Puxo Morgan para trás.

— Jason... — diz Morgan.

— Nós vamos sair dessa. — retruco o deitando sobre o asfalto.

— Não Jason, eu não vou sair dessa... estou morrendo... — diz ele. O encaro.

— Morgan, você vai ficar vivo! Por favor Morgan...

— Jason... — O carro explode fazendo todo o ambiente clarear com o fogo.

— Vamos ficar bem. — digo o olhando.— Você vai ficar bem... Você tem que ficar bem. — lágrimas caem dos meus olhos, a dor agora era interna, as dores que eu sentia por estar sangrando e ferido não se comparavam. Morgan estava fechando os olhos, meu melhor amigo está muito mal e eu não posso ajudá-lo.

— Você vai ficar bem, obrigado por tudo. Não permita que ninguém diga que você não é importante, você é uma pessoa muito importante. — Morgan fecha os olhos e perde os sentidos.

— Morgan... Não! Morgan! — grito num desespero profundo — Por favor, Morgan. Não vá embora, meu melhor amigo. — deito minha cabeça sobre o peito dele. Morgan está morto.

Abro meus olhos novamente e estou num quarto de hospital, estou cansado. Minha respiração está pausada, não há ninguém além de mim ali, minha mente trás a recordação de quando eu tive o último diálogo com Morgan. Onde o meu melhor amigo está agora? É nessas horas que você percebe que a morte está sempre ao nosso lado. O meu único e verdadeiro irmão agora caminha sem mim, está feliz e sem ferimentos, mas estamos longe. Estou chorando como se não houvesse amanhã.

Quando conheci Morgan éramos moleques, ninguém nos suportava se não a nós mesmos. No colegial chegamos a quase ser expulsos da escola três vezes, mas por um fio de cabelo isso não aconteceu. Nós dois nos identificamos pelo fato de que ninguém nos queria por perto, Morgan era o garoto peste, e eu era o que todos temiam estar perto. Isso nos aproximou nos tornando os melhores amigos.

Um filme de recordações veem a minha mente e me fazem rir enquanto estou muito triste.

— Por que você foi embora? — me pergunto. Não posso mover minha cabeça, estou com um colar cervical.

A maçaneta da porta se move para baixo e alguém está prestes a entrar, para minha surpresa era Nathaniel. O que aquele infeliz fazia ali? Por que exatamente ele tinha que estar aqui?

— O que veio dizer? Que o mundo dá voltas e eu agora sou o acidentado, o que perdeu tudo? — pergunto com raiva.

— Mesmo que ache que eu sou capaz dessas coisas, não estou aqui para isso. Já estive no seu lugar e sei que não é bom. — diz ele cruzando os braços.

— Como você é sentimental! Estou emocionado. — retruco.

— Lamento por Morgan. — o encaro.

— De qualquer modo, obrigado. — sussurro.

— Ana quer entrar para te ver. — diz Nathaniel. O encaro.

— Não quero vê-la.

— Está certo disso?

— Estou. Diga isso. — viro minha cabeça para o lado oposto ficando em silêncio. Nathaniel finalmente sai.

Ana:

A manhã me trás uma das notícias mais terríveis: Jason está no hospital, porque sofreu um acidente junto a Morgan, seu melhor amigo. Nathaniel ligou para avisar e eu estava tomando café, o meu coração ficou muito apertado e eu só queria que Jason ficasse bem. Infelizmente Morgan morreu no local.

Me sentia tão mal com tudo, pela forma que eu tratei Jason falando dos seus sentimentos, meu coração se recusava a acreditar que ele havia me traído com Paige. Isso é tão difícil. Deixo o apartamento e vou para o hospital onde Jason estava, Nathaniel me deu o endereço, ao chegar Nathaniel estava realmente abalado. Acreditem! Nunca pensei que veria Nathaniel tão triste por algo que havia acontecido com Jason, mas estava. Sua expressão de tristeza e preocupação pairava com o seu silêncio.

Albert e Jenny haviam saído para tomar café. Nathaniel disse que Jenny estava visivelmente muito abalada, mas Albert demonstrava não estar tão abalado. O que esse homem tem no lugar de um coração?

O médico permitiu que Nathaniel entrasse, mas que passasse apenas cinco minutos. Implorei a Nathaniel que me permitisse vê-lo nem que fosse por um minuto.

— Ana, eu perguntei a Jason se queria te ver... — diz Nathaniel vindo em minha direção. Sorrio.

— Ele acordou? Ele está bem?! Nathaniel... ele está mesmo bem?

— Ele está acordado e parece estável. Mas, sua resposta a minha pergunta foi não. — Jason não queria que eu o visse?! Não é para menos. Estive sendo injusta, disse coisas terríveis.

— Ele deve estar muito triste por Morgan. Era o seu melhor amigo. — retruco pensativa.

— Sem dúvidas, quando entrei ele chorava. Uma cena rara. O melhor é deixá-lo em paz, Jason precisa disso. — Nathaniel abre seus braços e nos abraçamos. Estava triste, arrependida e ainda sim muito preocupada.

— Bom dia a todos. — ouvimos a voz de Paige e a olhamos.

— Paige? — pergunta Nathaniel. Cruzo os braços.

— Sim. O que aconteceu com Jason? Me disseram e eu... não quis acreditar! Como ele está? — Paige acaba deixando uma emoção evidente. Algumas lágrimas caem e ela as limpa rapidamente.

— Sofreu um acidente de carro quando ia para Chandler com Morgan. Morgan não resistiu. — Paige fica surpresa. A observo em silêncio.

— Jason deve estar muito mal. Como eu queria vê-lo. — diz Paige sentando-se e baixando a cabeça. Era estranho para mim, mas era possível perceber que ela se importava muito com Jason. Nathaniel me olha um pouco confuso.

— Acho que não é o melhor momento para Jason receber visitas. Está muito triste, muito abalado, não é para menos. — diz Nathaniel olhando para Paige.

— Nathaniel, preciso falar com você. — diz Albert se aproximando de nós. Ao ver Paige ele faz uma expressão de repreensão. Paige levanta-se e o encara.

— Olá Albert. — diz Paige. Nathaniel os olha um tanto tenso. Parecia sair faíscas dos olhos de Albert e Paige enquanto se encaravam.

— Então... vou falar com você. Com licença. Vamos. — Nathaniel puxa Albert, ele se solta e o segue.

Paige então cruza os braços e me olha. Eu também a olho.

— Eu até achava que você Ana Lowrence era uma concorrente muito forte, mas não. Não é. — que vontade de dar uma bofetada nela. Que vadia. A encaro com raiva.

— Você não deveria ter voltado, só quer prejudicá-los. Nathaniel e Jason são inimigos por sua culpa Paige.

— Não seja boba. O que os transformou em inimigos desde sempre foi esse velho. O pai deles! — Paige caminha lentamente para o lado.

— Está tirando o corpo fora?

— Não Ana. O que eu fiz foi o mesmo que você está fazendo, trocando um pelo outro. Ou você não está fazendo isso? — a puxo pelo braço.

— Você voltou disposta a trazer de volta toda a discórdia que havia quando você se envolveu com os dois. — ela se solta e me encara.

— Não. Eu voltei disposta a dar a Jason todo o meu amor, por que ele é merecedor de todo amor que puder ter. Você é uma idiota Ana, acreditou mesmo que Jason e eu dormimos juntos? — alguém me segura se não eu vou bater nessa vadia e ela vai pro pronto socorro.

— O que você pensaria se visse a mesma cena querida?

— Conhecendo Jason eu não faria o que você fez. Você não confia suficiente nele Ana. Jason é capaz de tudo por quem ele ama, mas ele está ferido, com uma família que o odeia... Com um pai que o subestima o tempo inteiro. O que você queria? Naquela noite Jason estava morrendo de raiva, de tristeza, bebeu até ficar inconsciente, tive que ouvi-lo falar que tinha te perdido, que se sentia o pior homem do mundo por isso. Porque tinha te perdido para sempre. Quando chegamos ao apartamento dele, Jason vomitou todo o carro e toda minha roupa, subi com dificuldade para carregá-lo, ele estava quase caindo. Então eu tomei um banho e coloquei outra roupa, a minha estava um desastre. Mas, foi muito fácil te enganar... Não é? — Paige ri. A empurro.

— Nada vai ser como você quer. Jason ficará bem e tudo ficará como antes. Você não pode voltar pra vida deles para tornar um inferno! — falo quase aos gritos. Algumas pessoas nos olhavam.

— Pense muito bem Ana. Eu cometi o erro de optar pelo errado e até hoje pago por isso. Sempre foi Jason. Sempre será Jason. — Paige me empurra e sai. 

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