Colecionador de Emoções

By ChFehlmann

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"Se o destino parar para lhe trazer um aviso, escute-o. Não há como fugir; ele já está traçado." "Com um... More

Colecionador de Emoções
Prólogo
capítulo 1
capítulo 2
capítulo 3
capítulo 4
capítulo 5
capítulo 6
capítulo 7
capítulo 8
capítulo 9
capítulo 10
aviso
capítulo 12
capítulo 13
capítulo 14
capítulo 15
capítulo 16
capítulo 17
capítulo 18
capítulo 19
capítulo 20
capítulo 21
capítulo 22
capítulo 23
capítulo 24
capítulo 25
capítulo 26
capítulo 27
capítulo 28
capítulo 29
capítulo 30
capítulo 31
capítulo 32
capítulo 33
capítulo 34
capítulo 35
capítulo 36
capítulo 37
capítulo 38
capítulo 39
capítulo 40
capítulo 41
capítulo 42
capítulo 43
capítulo 44
capítulo 45

capítulo 11

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By ChFehlmann

                 - Vamos, precisamos ser rápidos.  - digo caminhando.

                   Frank e Katy caminhavam junto comigo em direção a casa de Brendon.

                 As aulas passaram rápidas, eu precisava de uma carona para voltar para casa pois certamente havia perdido o ônibus. Eu já sabia a quem recorrer. Iria em busca do  meu tio Frad.

                 Estávamos do outro lado dá rua observando se havia alguém na casa. Vi Brendon conversando com uma mulher bem vestida, após alguns minutos ela se vai e antes dele fechar a porta corro até o portão e chamo por ele.

                  - Brendon! - ele caminha até a mim com um olhar desconfiado.

                  - O que faz aqui? Seu pai sabe que veio? Quem são eles? - ele começa a fazer várias perguntas ao mesmo tempo sem me dar brecha para responder ambas.

                   - Queremos conversar com você. Só saio daqui depois de responder algumas perguntas minha.

                   - Tudo bem, entrem. - ele se dirige até a casa. Passamos pelo jardim até chegar a sala. Nos sentamos no sofá e um silêncio tomou conta do ambiente. Não sabia por onde começar. Estava com medo de suas respostas. Eu queria desesperadamente a verdade mas, eu era covarde a ponto de sentir medo delas.

               Já ouviram aquele ditado que, a verdade dói mais? Ou é ao contrário? Será a mentira sentida mais? Eu não sei. Ambos poderiam doer. Ambos poderiam ser uma irrupção em meu peito. Ambos poderiam me derrubar...

Para sempre.

               - Primeiro, o que é você? - Frank pergunta e talvez, perceberá que eu estava confuso, perdido em meus pensamentos a ponto de não conseguir perguntar nada. Obrigado, eu realmente não sei se conseguiria dizer algo.

                Brendon cai na risada, ele não evitou o efeito sobre a tal pergunta que Frank acabara de fazer.

              - Um Alienígena. - ele responde  rindo e logo depois muda de um semblante piadista ruim para um piadista ruim sério. - Sou psicólogo. - ele continua.

                  Será verdade? - penso.

               - O que quer com o meu pai e o que tem de tão misterioso no passado? - pergunto.

               - São muitas perguntas para  pouco tempo. Preciso trabalhar, agora vão. - ele diz caminhando até a porta.

              - Por favor, eu preciso saber. Quem era ela que falavam naquele dia? - pergunto.

               - Percebo que está atormentado com alguma coisa. Se quiser, marca uma hora comigo e conversamos. Agora vão. - ele começa com um tom de voz sutil e logo depois termina sério, com amargura na voz.

                 Eu não iria conseguir arrancar nada dele. Preciso descobrir de uma outra maneira. Droga!
       
                  Saímos sem olhar para trás.

                - Sinto muito. - Katy fala me abraçando.

                - Relaxa, ainda vou descobrir de uma outra maneira. - falo.

                    Frank caminha ao nosso lado mas quando estávamos  no portão prestes a sair;  por um momento ele para.

                 - Colocarei o nome dele em minha lista. - Ele diz em sussurros.

                 - Você está obcecado com essa maldita lista. Não concordo com isso. -  digo parando e olhando para sua feição.

                 - Não importa. Você vai me ajudar. - Rugson diz é volta a caminhar.

                    Não digo nada, apenas o encaro e continuo olhando ele caminhar.
                               ***
                  Estávamos em frente ao estacionamento do colégio.

                 -Podem  irem, vou mandar um SMS para o meu tio me levar embora. - falo.

                  - Tudo bem. - Frank fala saindo, certamente irritado. Babaca.

                 - Esqueci de te contar, vou ganhar um carro. - Katy me conta envolvendo seus braços em meus ombros, me olhando nos olhos e sorrindo.

                 - É sério? Que incrível! - digo rindo.

                 - Você não vai mais precisar de outra carona. - Katy me encara ainda sorrindo.  Que sorriso meu Deus, como resistir?

                 - Terei uma motorista só para mim? - pergunto olhando em seus lábios.

                 - Uhu... - antes mesmo dela terminar de dizer qualquer coisa, eu a beijo. Envolvi minha mão em seus cabelos, Katy  e eu nos mordemos logo após um beijo suave, doce e ao mesmo tempo ardente.

               - Até amanhã. - Katy fala se despedindo de mim. Puxo ela para o meu corpo novamente e a beijo uma última vez. Deixo ela ir.

                - Até. - sussurro e observo ela desaparecer de minha vista.

                 Pego o meu celular e mando uma mensagem para Frad. Logo após dez demorados minutos, ele me responde dizendo que me levaria e que estava perto do colégio. Fiquei esperando ele sentado em um banco.       
                Decido mandar um SMS para o meu pai, avisando que tio Frad iria me levar embora hoje por que perdi o ônibus. - uma outra mentira verdadeira.- penso.

                 - Entra. - Tio Frad fala quando encosta o carro.

                    Entro e seguimos conversando assuntos aleatórios do tipo: ' e as namoradas?';
'ainda virgem?'.

                   - Tio, você sabe o que rolou no passado do meu pai? - pergunto tentando saber de algo e também para que ele parasse de perguntar coisas da minha vida que me irritavam muito.

                  Frad  não responde. Será eu o único a não saber de nada? Por que ?

Tantas perguntas sem respostas....

                 - Tio? - o chamo.

                 - Sim? - ele me olha.

                 - Ouviu o que eu disse? - pergunto.

                 - Desculpa, eu não ouvi. - ele fala voltando a atenção para a estrada. É claro que ele ouviu. Eu sabia disso.

                  Decido não perguntar mais nada. Segui o caminho inteiro em silêncio.

                  Chegamos em casa. Tio Frad fica na sala junto de Beth e Elly conversando. Percebo que meu pai não para de me olhar. Sinto que algo está prestes a acontecer, uma tempestade está prestes a se formar e adivinha quem irá se perder em meio a esse caos ? Sim, isso mesmo, eu.

                   Fui direto para o meu quarto. Fecho a porta  e antes mesmo de fazer qualquer coisa, meu pai entra logo atrás de mim, abrindo a porta e  fazendo com que ela bata com força na parede.

                 - Deixa essa história de passado em paz. Para de dar um de detetive, Willy! - ele fala a todo momento com um semblante sério, tentando passar medo.

                   Brendon ligou para ele. Não acredito.- penso.

                  Fico quieto tentando ignorar;  viro a costa e jogo minha mochila em qualquer lugar.

                  Sinto algo se chocar contra ao meu corpo. Greg Foster me empurra com força na parede fazendo com que eu bata a cabeça na mesma, sangrando na hora. Ele está me segurando pela minha blusa, praticamente me erguendo contra a parede.

                    - Quero que fique longe de tudo isso, Willy. - ela fala cuspindo as palavras.

                    - ME SOLTA!- grito.

                    - Espero que tenha entendido o recado. - ele fala me soltando.

                   Dou um soco  em meu armário e depois  derrubo o baú  no chão, para ele ver as cartas.

                   - VOCÊ COLECIONAVA, VOCÊS QUERIAM A AZUL, EU TENHO VISÕES COM A DRY E ESSA BORBOLETA AZUL, SEI QUE ALGO QUE VOCÊ FEZ NO PASSADO ESTÁ INTERFERINDO NO MEU AGORA, ENTAO TENHO O DIREITO DE SABER!- grito olhando seu semblante enquanto ele observa o baú.

                  Sinto minha visão ficar turva. Sinto um gosto de sangue percorrer em minha garganta.

                Acabara de levar um soco no rosto. Primeiro as palavras, segundo um tapa,  e agora? um soco. Por que já não me mata de uma vez? - penso.
Talvez, tenha pensado alto de mais.

                 - Você não deveria ter pegado as minhas coisas. Isso deveria estar no lixo. Fica longe de tudo isso, vou te avisar pela última vez. Beth não pode saber de nada. Te bati por que você me desobedeceu e colocou bebida na boca, estamos entendidos?- ele diz me enforcando contra a parede, me olhando descontrolado. Não consigo dizer nada, eu estava sem ar, não conseguia nem chorar.

                    - O que está acontecendo aqui? - Beth  diz entrando no quarto e tio Frad atrás dela. Quando ele viu o que seu irmão estava fazendo, correu e tentou tirar meu pai de cima de mim. Greg Foster me solta e sai para fora junto de Frad e de Beth que não parava de gritar com ele. Certamente, meu pai iria dizer a mentira sobre mim que havia dito quando estava me ameaçando.

                  Caio escorregando da parede até o chão. Envolvo os meus braços em minha perna, choro como se o mundo tivesse caído sobre mim. Eu queria morrer. Queria desesperadamente que minha mãe me levasse junto dela.

                  - Minha nossa Senhora! - Elly se assusta ao me ver. Certamente eu estara igual a um monstro. Achava que quem deveria ter a aparência de monstro era aquele que cometia o ato e não aquele que sente o seu efeito.

                    Eu tenho medo de monstros. Sempre tive. Não aqueles monstros dá infância que tentavam me assustar; longe disso. Os monstros existem. Eles estão cada vez mais presentes. Cada vez mais perto.

                  Os monstros nada mais são do que nós mesmos, os seres humanos e somos as criaturas racionais mais irracionais de todas. 

                 Alguém havia me dito que, quando eu crescesse, os meus medos iriam embora; que os meus monstros iriam embora. Por que ainda sinto muito medo? Por que eles ainda estão presentes em mim?

                 -Willy? - Elly me chama, me fazendo levantar e deitar na cama com cuidado. - Vou cuidar de você. - ela sussurra.

                 - Eu odeio ele. - digo entre dentes sentindo o sangue coagulante. 

                - Está tudo bem agora. Calma, vai arder um pouco. - ela fala quando coloca algo em meu Machucado. Ardeu  bastante.

                   Após fazer o curativo, Elly me trás algo para comer. Eu estava com fome mas não queria comer nada. Não queria ver e nem falar com ninguém. Queria apenas ficar sozinho, com meus pensamentos.

                                ***
               Sempre amei o meu pai. Sempre esperei por um carinho. Sempre pensei em ouvir um
eu te amo. Sempre esperei por um ato e nada.

              Queria explodir, queria simplesmente desaparecer do mapa. Eu queria. Ultimamente eu queria muitas coisas.
  
                                ***
                       

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