Uma alma pra dois corpos

By Anhy007

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Como tudo começou? Como esse duo começou a cantar e cultivar uma amizade tão verdadeira? Um pagode, uma... More

Foi no pagode (O começo de tudo)
Janeiro dos sonhos
Equilíbrio
I follow you
Tua? Tua!
Um ninho pra dois passarinho
Chuva de novembro
O ritmo acelerado encaixado.
Sex on Fire
Por do céu
Uni-Verso
500 dias com elas
Cuide bem do seu amor
Champagne ou tequila?
Vermelho
Anavitória
Tente não se arrepender
Mel e girassol
Choro de mulher
Céu de Gabriela
Desaniversariou
Olhar de aquarela
Medo bobo
Girassol e o beija flor
Quando a chuva passar
Labirintos e tempestades
Vermelho é a cor mais quente
Triângulo das saias
Hoje a noite tem luar
Isso não devia ser tão difícil
Cafuné
Zade
Hey, Arnold.
Passou da conta
Palavras de cordel
Identifique a mocinha
Eu sei
Eu não sei
Inesperado
Apolo, Dionísio e Hefesto.
Amor pra recomeçar
Encontro
Dançando em Saturno
Metade
Sorrisos e suspiros.
2022
Ana Clara Caetano
Vitória Falcão
Notas Finais

Faça

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By Anhy007

(Dois pedidos. 1 paciência. 2 Não desistam de mim- no caso Ana Clara haha. beijo e boa leitura)

Ana levantou mais cedo que sempre, era nove de Maio, era o aniversário de Letícia e embora tivessem terminado com ela dois dias antes era impressionante como aquilo não tinha afetado absolutamente nada na vida de Ana Clara, das últimas horas mal dedicou minutos para pensar no falido relacionamento, as coisas com Vitória também não estavam as mil maravilhas, no entanto nada disso a incomodava de fato. Ana mal largava o celular ultimamente, stories, imagens e centenas de mensagens trocadas com mínimos intervalos possíveis. Vitória estava bem.

Vitória tinha combinado de ver Barbara naquele dia, mas ali deitada na cama não pensava em outra coisa a não ser desmarcar, seu corpo sempre tão vivo e pulsante naquele dia parecia cansado, justamente no dia que tinha escolhido para comemorar seu aniversário, embora tivesse recebido centenas de mensagens de aniversário no dia certo e o bolo da Ana com vinte e duas velas, ainda considerava que seu aniversário tinha sido adiado de qualquer maneira.

-Ei

Ana apareceu na porta com um olhar cabisbaixo e a voz cansada.

-Oi

Vitória respondeu com a manha de alguém que certamente ficaria doente naquele dia.

-Eu tô indo, tá?

-Tá

A voz de Vitória falhou, e os olhos arregalados permaneceram sobre Ana.

-Tá bem, Vi?

-Acho que vô ficar dodói.

-Justo hoje?

Ana entrou para se aproximar de Vitória.

-Vô desmarcar com a Barbara, ligar pra mainha e passar o dia todin aqui.

-Precisa de alguma coisa?

Ana disse acarinhando o cabelo bagunçado de Vitória.

-Só se diverte lá, por nós duas.

-Tem certeza que tá tudo bem pra você?

-Se eu piorar te ligo, e tu vai ter que vir pra cá. seja lá o que tiver fazendo.

Ana sorriu e beijou seu rosto demoradamente.

-Num esquece de mandar mensagem pra Lêh hoje, amizade continua.

-Vou postar algo pra ela.

Ana disse saindo do quarto.

{...}

-Você veio

Mike disse sorrindo ao abrir a porta e sentir a timidez de  Ana tão escancarada.

-Eu vim

Ana se encolheu puxando a bolsa lhe devolvendo o sorriso.

-Vem, entra.

O cabelo de Mike estava bagunçado, não por descuido, era o costume de mexer o tempo inteiro.

-Eu achava que você ia acabar furando.

-Pensou isso de mim?

-Bastante

Os olhos dele se vidraram no olhar de Ana Clara a retraindo com vergonha.

-No fundo eu também achei que não viria.

Ela tentou ser bem humorada antes que o nervosismo a consumisse. Há anos ela não tinha um encontro assim com um homem. Há três dias atrás ele havia a surpreendido com um selinho, mas tinham pessoas ali do outro lado da sala, naquele momento era somente ela e ele sozinhos em uma casa. A falta de costume influenciou no extremo nervosismo do corpo inteiro.

-Quer comer ou beber alguma coisa?

-Quero tocar

Ana lhe convenceu em um flerte discreto. Mike foi até o quarto trazendo consigo dois violões. Ambos eram seus, mas entregou o que mais gostava pra Ana.

-Meu violão preferido.

Ele apontou meio sem jeito.

-Leva a sério essa coisa de Et, né?

Ana conseguiu sorrir de verdade quando notou os adesivos de alien espalhados no violão.

-Deixa eu cantar uma música pra ti, faz tempo que penso nela e imediatamente penso em ti.

Ana tirou o cabelo que caia em seu rosto, deixando a mostra um riso vergonhoso.

"Seus olhos e seus olhares

Milhares de tentações

Meninas são tão mulheres

Seus truques e confusões

Se espalham pelos pêlos

Boca e cabelo

Peitos e poses e apelos

Me agarram pelas pernas

Certas mulheres como você

Me levam sempre onde querem

Garotos não resistem

Aos seus mistérios

Garotos nunca dizem não

Garotos como eu

Sempre tão espertos

Perto de uma mulher

São só garotos"

Mike lhe confiou um olhar profundo, intensamente perturbador carregado de desejo.

-Vou te confessar, um belo gosto.

-Pra mulher? sim

A pele de Ana Clara começou queimar, a antiga timidez que havia conseguido se livrar parecia voltar com cada vez mais força, a presença dele a intimidava demais pra conseguir ficar naquele jogo de flerte.

-Vitória ama essa música

Mike deu de ombros e sorriu.

-Que foi?

Ana pareceu intrigada pela maneira que o viu sorrir.

-Nada, é que me fez lembrar de uma coisa que pensei.

-Em que c pensou?

-Tem certeza que quer saber?

Ana concordou com a cabeça permanecendo atenta as palavras que se formavam da boca dele.

-Você é tipo aquela maçã proibida do jardim do Éden.

-É o que?

Ana tagarelou sem conseguir deixar o sorriso escandaloso eclodir. Ele também caiu na gargalhada sendo contagiado pela espontaneidade dela.

-Tipo assim, no jardim tudo é liberado, só que tem a ordem que a maçanzinha é proibida e adivinha qual é a única coisa que chama a atenção?

-A maçã que no caso sou eu?

-É.

A voz dele tremeu um pouco quando confirmou.

-Você já tem cara de ser da Vitória e sempre que me imagino chegando perto parece que eu tô invadindo algo proibido. Ai entra a parte do Leoni. "Sou só um garoto que não resiste aos seus mistérios, garoto que nunca diz não".

Mike finalizou sua frase tocando e cantando no ritmo mais acelerado que o normal.

-Tu é um Et, eu sou uma maçã e a Vi é o que?

-Não sei, me diz você.

Ele apoiou seus dois braços no violão e sério esperou uma resposta de Ana.

-Minha canga

-Canga?

- É. Parceiro de vida, coisa de soldado.

-Canga não é aquela coisa que mulher usa na praia?

-Canga é muita coisa.

-De que você tem tanto medo Ana Clara? Estou curioso.

-De errar nas minhas escolhas.

-Que um conselho?

Ana assentiu franzindo a testa se guardando naqueles olhos escuros dele.

-Faça

-Fazer o que?

-Não pense, apenas faça o que tiver de fazer.

-Quem age só fazendo sem pensar? É imprudente.

-É viver, Ana. É aquela coisa de sentir o frio na barriga justamente por causa do medo, é gelar a mão um pouquinho, fechar os olhos abrir o sorriso e só conseguir pensar em como é arriscado uma loucura de vez em quando.

-Devíamos escrever sobre isso.

-Então vamos. Vamos converter nossos sentimentos em músicas. Trago a caneta?

-Sim

Os olhos de Ana estava pequeninos de tanto estender a bochecha sorrindo, e depois de tanto tempo estava começando a se sentir mais tranquila e a vontade.

-Faça... Faça

Ana repetiu em voz alta quando ele saiu.

{...}

-Ai, ótimo.

Mike pediu que Ana ficasse naquela posição.

-Não é melhor virar mais um pouco de lado?

-Não, não. Só afasta um pouco mais sua perna esquerda.

Ana moveu sua perna um pouquinho a mais pra cima.

-Linda

Mike sentenciou ao tirar a foto dela na luz do sol que invadia parte do seu corpo. Caminhou até ela e mostrou a foto esperando receber aprovação.

-Gostei

Ana o encarou gentilmente. O sol que antes batia no rosto dela acabara de ser interrompido por ele. As mãos dele foram ao encontro dela.

-Sente os sintomas do medo agora?

-Um pouco

A voz dela foi passiva ao sussurrar.

-Só faça

-Faça

Ela repetiu aproximando a sua boca da boca dele, ele a segurou pela nuca e concretizou seu desejo primórdio de a deixar sem ar.

{...}

Vit <3                                                                                                                                                                         

(amô,tô indo no show da Vanessa melhorei tá? a barbara nem veio comigo nem se preocupa viu. tô com mainha, prometi levar ela no show então eu vô. Fica bem tu um xêro prin)

Era cedo da noite quando o celular de Ana vibrou na bolsa jogada em um canto de parede, e certamente ela não leria aquela mensagem tão cedo.

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