No teu abraço

By SamLRamos

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Caio e Rafael. Impossível falar de um sem falar do outro. Vizinhos, melhores amigos. Juntos cresceram, brinca... More

PRÓLOGO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
CAPÍTULO 36
CAPÍTULO 37
CAPÍTULO 38
CAPÍTULO 39
CAPÍTULO 40
CAPÍTULO 41
CAPÍTULO 42
CAPÍTULO 43
CAPÍTULO 44
CAPÍTULO 45
CAPÍTULO 46
CAPÍTULO 47
CAPÍTULO 48
CAPÍTULO 49
CAPÍTULO 50
CAPÍTULO EXTRA
CAPÍTULO 51
CAPÍTULO 52
AVISO!
CAPÍTULO 53
CAPÍTULO 54
CAPÍTULO 55
CAPÍTULO 56
CAPÍTULO 57
CAPÍTULO 58
CAPÍTULO 59
AVISO IMPORTANTE
CAPÍTULO 60
CAPÍTULO 61
CAPÍTULO 62
CAPÍTULO 63
CAPÍTULO 64
CAPÍTULO 65
AGRADECIMENTOS

CAPÍTULO 6

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By SamLRamos

Caio olhou mais uma vez para o rosto de Rafael dormindo e lembrou das tantas vezes que dormiram juntos. Ele conhecia Rafael tão bem. Então voltou para a leitura. Sentia que o sono já começava a chegar quando de repente ouviu uma voz baixa, rouca.

— Caio?

Seu coração saltou no peito.

Tirou os olhos do livro e viu que Rafael estava acordado olhando para ele. Se levantou de um salto e foi até a cama.

— Rafa! Você acordou! — uma felicidade imensa o invadiu. Finalmente Rafael havia acordado. Finalmente ele havia encontrado o caminho de volta. — Que bom que você voltou para nós.

Rafael olhava em volta.

— A gente está num hospital? O que aconteceu?

— A moto bateu em um carro... Você não lembra?

Rafael pareceu pensativo por um instante, como se tentasse lembrar o que aconteceu.

— Eu lembro que estava chovendo... Só isso. Você está bem? — olhou ansioso para Caio.

— Estou! Eu só tive alguns arranhões, nada grave. Mas você bateu a cabeça e ficou em coma, tivemos tanto medo, graças a Deus você está bem agora.

Rafael sorriu.

— Ah, peste! Eu quase morri e você só teve uns arranhões?

Caio riu também.

— Idiota! Eu não tenho culpa de ser mais forte. E de você ter tirado o capacete. Mas falando sério: eu fiquei muito preocupado.

— Eu sei. — Rafael já não sorria mais. — Se fosse com você eu também teria ficado. Eu estou aqui há quanto tempo?

— Faz uma semana. A sua mãe estava aqui até agora a pouco. Eu vim passar a noite para ela poder descansar. Estamos revezando.

— E você está perdendo aula?

— Besteira. Depois eu recupero.

— Ah, é. Eu esqueci que você é nerd, não precisa ir para as aulas como nós, meros mortais.

— E eu já vi que você está bem mesmo, já começou a encher meu saco. — olhou em volta para ver se havia algum enfermeiro ou médico por perto. — Eu acho que tenho que avisar para alguém que você acordou. Vou procurar, já que eu volto.

Caio se levantou e saiu da enfermaria. Não conseguia parar de sorrir. Ele havia voltado, o seu Rafael havia voltado! Encontrou no corredor o médico que estava de plantão.

— Com licença. É que o meu amigo, Rafael, do leito 9, acabou de acordar.

— Ele falou alguma coisa? Reconheceu você?

— Sim. Ele está falando normal.

O médico seguiu para o leito onde Rafael estava. Olhou para ele e falou:

— Oi. Como você está se sentindo?

— Eu estou bem, eu acho.

— Está sentindo alguma dor?

— Só uma leve dor na cabeça, um pouco de tontura.

— Isso é normal. Você ficou inconsciente por alguns dias. Lembra como é o seu nome?

— Rafael Cavalcante.

— Lembra do acidente?

— Não.

— Tudo bem. Isso também é normal. Com o tempo você vai começar a lembrar. Eu vou te examinar rapidinho para ver se está tudo bem, certo? Depois você vai continuar em observação e a gente vai fazer outros exames, mais aprofundados, antes de você poder voltar para casa.

Então o médico olhou para Caio.

— Se você quiser pode avisar para a família dele enquanto eu o examino.

Caio pegou o celular e saiu para o corredor.

Após ligar para o pai de Rafael e avisar que ele havia acordado, voltou. O médico já havia saído.

— Parece que eu estou realmente bem — falou Rafael.

Caio puxou a cadeira para mais perto da cama e sentou.

— Que bom!

— Não vai ser dessa vez que você vai se livrar de mim.

— Eu não quero nem pensar em perder você.

Rafael olhou para Caio meio confuso, algo no tom de voz dele soou diferente, mas pensou que poderia ser só uma impressão.

— Você não vai perder. Nós somos melhores amigos. Para sempre, lembra?

— Claro.

— Qual livro você está lendo?

— Ah. — Caio parecia acordar de um devaneio. — É um livro que a Amanda me deu e eu ainda não tinha lido. — virou a capa para que Rafael lesse o título "Diga aos lobos que eu estou em casa". — Já estou no final. É lindo. E triste — disse com um sorriso melancólico no rosto. — Você devia ler.

— Sobre o que é?

— Uma garota de 14 anos que perde o tio que ela amava. Ele morreu de AIDS. Isso não é spoiler, tá?! Como se passa nos anos 80 as pessoas ainda tinham muito preconceito com a doença e nunca falavam sobre o que o tio dela tinha. Só diziam que ele estava doente. Ela o visitava frequentemente com a mãe e a irmã e eles eram bem amigos, mas ela não sabia quase nada da vida dele. Então depois que ele morreu ela conhece um cara no funeral, que a família dela parece não gostar nem um pouco. Depois ela descobre que esse cara era o companheiro do tio dela, que também tem AIDS, e em segredo eles desenvolvem uma relação de amizade muito linda, onde um ajuda o outro no luto. E só então ela passa a conhecer o tio dela de verdade. Enfim, é muito bom!

— Parece mesmo muito bom. Talvez um dia eu leia.

— Ah, tá.

— Sério! Eu também leio, não tanto quanto você, mas leio.

— Um livro a cada três anos.

— Quem sabe esse vai ser o que eu vou ler nesses três anos.

Caio percebeu que mesmo falando normalmente Rafael ainda parecia meio sonolento.

— Acho melhor você descansar, Rafa — falou. — Depois a gente conversa mais.

— Tudo bem. — e fechou os olhos. — Volta a ler seu livro e amanhã você pode me contar mais. Boa noite, Caio.

— Boa noite, Rafa.

Após um instante, Rafael falou, ainda com os olhos fechados:

— Caio?

— Oi.

— Obrigado por estar aqui comigo.

— É claro que eu estaria. Sempre, lembra?

— Claro. — e sorriu. — Você sabe que eu te amo, né?

O coração de Caio parecia que queria sair do peito de tão forte que batia.

— Eu também te amo, Rafael.

Essas palavras agora tinham um novo significado para ele. Continuou olhando para Rafael por um tempo. Estava tão feliz por que ele havia acordado. Tudo ficaria bem agora, tudo voltaria ao normal. Pensou sobre isso. Depois de tudo que aconteceu, depois do que ele descobriu sobre seus sentimentos, será que alguma coisa continuaria normal? Mas isso não tinha importância agora. A única coisa que importava era Rafael ter acordado. Então ele voltou a ler até que dormiu também.

***

Pela manhã os pais de Rafael chegaram ao hospital. Sua mãe, Paula, não conseguiu conter as lágrimas ao ver o filho acordado.

— Eu tive tanto medo, Rafa. Mas Deus é bom e te trouxe de volta.

Rafael abraçou a mãe.

— Vai ficar tudo bem agora, mãe, eu estou bem.

— Você lembra do que aconteceu? — perguntou Carlos.

— Não. Todo mundo me pergunta isso. Mas o médico disse que eu posso demorar a lembrar, ou talvez nunca lembre totalmente.

— O importante é que você voltou e está bem — disse Carlos colocando a mão na cabeça do filho e afagando.

— Rafa?

— Oi, Caio.

— Eu tenho que ir agora. Tenho aula às 9h.

— Claro, pode ir. Mas antes vem cá.

Caio se aproximou e sentou na cama. Então Rafael o abraçou. Aquilo o pegou de surpresa. Já haviam se abraçado inúmeras vezes, mas agora era diferente. O contato com o corpo de Rafael, o cheiro que conhecia tão bem. Caio queria ficar para sempre naquele abraço.

— Obrigado mais uma vez — cochichou Rafael no seu ouvido.

Caio não disse nada, só apertou mais o abraço.

Então se foi.

***

Lili estava sentada no ponto de ônibus quando viu Caio se aproximar. Ele trazia um sorriso radiante no rosto, que ela há muito não via.

— Não acredito! — disse ela, levando a mão à boca.— Esse sorriso... É o que eu estou pensando?

— Sim! Ele acordou!

— Ah, meu Deus, Caio! Que notícia boa! Você viu ele? Falou com ele? Como ele está? Lembrou de ti?

— Calma, Lili — disse rindo. — Eu estava lá quando aconteceu, foi ontem à noite. Eu estava lendo e de repente eu ouvi ele chamar o meu nome. Pensei que pudesse ser minha imaginação, mas quando eu olhei ele estava lá, com os olhos abertos olhando para mim! Vamos sentar que eu te conto tudo.

Então ficou conversando com a amiga por horas, esqueceram totalmente que tinham aula. Caio precisava falar pois sentia que poderia explodir de felicidade se não compartilhasse com alguém.

No fim da tarde, após a aula de "Diversidade Biológica", Laura o ligou. Disse que tinha ido ao hospital com Amanda visitar Rafael. Falou que estava muito feliz e Amanda também. Então disse que Paula passaria a noite com ele, então Caio poderia ir para casa descansar e dormir, não havia com o que se preocupar.

Caio foi para casa. Queria ficar com Rafael, mas agora que o medo o havia abandonado, sentia que precisava descansar. Quem sabe dormir umas 20 horas seguidas, para se recuperar.

Chegando em casa tomou um banho, comeu qualquer coisa e foi deitar. Então dormiu lembrando dos braços de Rafael ao redor dele, da sua voz no seu ouvido e do seu cheiro.

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Êeee! Finalmente Rafael acordou! Que felicidade! 😃

Continue lendo que ainda vem muita coisa por aí. 😉 E não esquece de comentar e votar.

Beijos de Sam! 😙

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